Apaixonada escrita por Teddie


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Dedicado a todos aqueles que se apaixonam todos os dias, ou como eu, se apaixonam por alguém diferente todos dias.



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Hermione acordou na grande cama de dossel, sozinha. O quarto geralmente claro, com suas paredes brancas, estava escuro e ela demorou um tempo para notar que ainda era noite. Coçando o olho, ela ouviu o barulho que acordara, pegou o pequeno aparelho e se dirigiu para o quarto em frente ao seu.

A primeira vez que me apaixonei por Tom Riddle foi no passado. Uma tola missão que me mandara para o passado. Ele era mau e inconsequente, tinha uma sede de poder que ninguém conseguia controlar, nem mesmo ele.

Por alguns acasos nos apaixonamos, foi tão lindo. Eu tinha um compromisso no futuro, mas nada me importava quando eu estava com ele.

Ele me amava pelo que eu era, ele ignorou todos os preconceitos contra meu sangue. E eu o amei pelo mesmo motivo. Eu enxerguei nele algo que nem ele via. Eu enxerguei Tom, e não Voldemort.

Me apaixonei por ele na primavera, perto do fim, foi quando eu vi que não poderia voltar sem ele. Quando eu vi que eu não poderia viver sem Tom do meu lado. Quando eu me entreguei a ele de corpo e ala, sem me importar com as consequências que isso traria.

Foi a primeira vez que eu me apaixonei por Tom Riddle.

Ela suspirou ao ver o pequeno bebê em um berço de madeira pintado de azul. Ela queria pintar de vermelho, mas sabia que Tom não aprovaria nunca a combinação. E ela não aprovaria a combinação de verde que ele provavelmente usaria. Então ela decidira por tudo em tons de azul. Algo neutro. O quarto estava relativamente escuro, contando apenas com a iluminação de um abajur de coelhos.

- Está com fome, querido? - perguntou ao pequeno bebê rosado, de cabelos negros e olhos castanhos, esticou as mãozinhas para Hermione, que entendeu o recado.

- Volto em um instante.

Ela desceu as escadas da pequena casa, em direção a cozinha para esquentar uma mamadeira. Infelizmente, ela não tinha leite suficiente. Parecia ser uma punição dos céus, “você fez algo errado, seu filho pagará não podendo se alimentar”.

A segunda vez que me apaixonei por Tom Riddle foi quando um ataque me fez voltar para 1997. Estávamos na sala precisa quando o primeiro feitiço foi ouvido, e depois a correria foi insuportável.

Grindewald queria acabar com Dumbledore, e os alunos estavam incluídos. Afinal, como se atinge o inimigo? Atacando quem é importante para ele.

Eu e Tom corremos pelos corredores lançando feitiços aleatórios, e toda aquela guerra me fez lembrar da minha verdadeira época, mesmo que eu já tivesse desistido de voltar. O vira tempo que eu levava em meu pescoço me lembrava de que por mais que existisse o presente, o passado com Tom Riddle sempre compensaria minhas perdas.

Em algum momento, eu me perdi de Tom e me vi no meio do fogo. Dumbledore de um lado, Gellert de outro. Eu no meio. Eu toquei no vira tempo. Tom apareceu.

Ele me olhou com seus olhos negros, desesperados. Eu retribuí o olhar. Tinha tanta coisa que eu queria dizer a ele! Mas me contive a dizer um sinto muito. Então quando Gellert pronunciou o feitiço e a luz veio em minha direção eu mentalizei meu ano e quebrei o vira tempo.

A ultima coisa do passado que eu vi foram seus olhos assustados.

Mesmo estando no presente, eu o amaria.

Foi a segunda vez que me apaixonei por Tom Riddle.

Hermione colocou um pouco do leite no dorso da mão para testar a temperatura e passou os lábios para limpar. Estava bom.

Coçando os olhos, ainda com vestígios de sono, foi até o quarto azul novamente, e pegou o bebê, e com cuidado, começou a alimentá-lo. Os grandes olhos do bebê podiam ser castanhos como os dela, mas todo o resto era uma cópia exata de Tom. Suspirou pesadamente, fechando os olhos. Quando os abriu, a mamadeira estava quase no fim.

A terceira vez que eu me apaixonei por Tom Riddle foi no futuro. E consequentemente foi a ultima vez que eu o vi.

Não era ele. Era Voldemort. Eu falhara com Tom, falhara na missão. Eu levantara de supetão no chão, em meio aos escombros das estruturas do castelo. Por um momento pensei que não tinha funcionado, mas então vi Ronald correndo, me levantando no chão. Ele balbuciava coisas desconexas, mas eu tinha que achar Tom ali.

Eu o vi. Ele e Harry. Luzes verdes e vermelhas se chocavam, e eu gritei. Ele me viu.

Seus olhos, vermelhos agora, me encararam com um misto de sentimentos, e ele interrompeu o feitiço, ainda me encarando. Eu sentira, vira que ele desistira de tudo, que ele se arrependeu e que ficaria comigo.

Pena que Harry não reparou no mesmo que eu. A luz verde atingiu Tom antes que eu pudesse pensar. Sufoquei um grito ao ver o corpo caindo no chão, e antes que alguém me segurasse, me adiantei, correndo até ele.

O rosto dele sorria, mesmo morto. Seus olhos tinham voltado ao negro original. Ele se arrependera mesmo no final. Eu chorei. E sorri ao mesmo tempo. Afinal, eu tinha conseguido realizar minha missão.

Fiz Tom Riddle conhecer o amor. Consequentemente, aprendi a amar também.

Foi a terceira vez que me apaixonei por Tom Riddle.

Hermione colocou a mamadeira vazia na cômoda no seu lado, e colocou o bebê em pé, para poder dar tapinhas em suas costas. Ela amava aquela criança mais que tudo no mundo. Era amor de mãe, afinal. Talvez o amor mais forte e poderoso no mundo.

E aquela criança tivera a sorte de nascer de duas pessoas que se amaram mais do que puderam aguentar.

Quando o pequeno bebê arrotou, Hermione o aninhou em seu colo. Era um pouco pesado, mas ela fazia questão. Começou a balançá-lo, embalando o sono do pequeno. Os olhos castanhos foram se fechando, até que a respiração tinha ficado pesada. Dormira.

A castanha colocara o bebê no berço novamente, ele ressonava tranquilamente, soltando uns leves barulhos enquanto dormia. Igual ao Tom.

- Boa noite, Tom. Mamãe te ama.

Sempre que eu olhasse para meu Tom, fruto do meu amor com Tom Riddle, eu lembraria dele. Das suas risadas raras, de seu olhar profundo. O fato dele sempre me abraçar como se precisasse de mim para viver, e seus beijos apaixonados. O primeiro “eu te amo”, e sua desistência de cometer maldades, somente porque sabia que isso me mataria por dentro sempre.

Ele me amava.

Eu me apaixonaria por Tom Riddle todos os dias, até morrer.


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