Modified - Interativa. escrita por uzumaki


Capítulo 42
Boulevard of broken dreams


Notas iniciais do capítulo

Hi people. Desculpem a minha demora, mas eu descobri um erro que eu faço nos capítulos. Sabe aquele negócio de "começo, meio e fim"? Então. O meu negócio é mais "meio, fim, começo". Isso me atrasa, porque depois eu tenho que interligar acontecimentos em uma ordem cronológica meio escrota :v
Mas espero que esse capítulo esteja legível.
Ele está bem grande (o maior que já escrevi até agora).
Antepenúltimo capítulo.
O próximo vai ser o fim, depois epílogo.
Até lá embaixo.



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No exato momento em que Oliver chegou na Área 51 com David, aconteceu uma confusão. Eles apareceram no meio de onde os cientistas estavam. Eles entraram em pânico.

– Aliens! - Uma mulher gritou. David tentou não rir, mas tinha o sangue dos Mills. Ele estendeu a mão e ela pegou fogo. Ele começou a gritar como se estivesse apavorado, aterrorizando os cientistas, que correram como ratinhos tentando encontrar um lugar seguro. Um homem desmaiou encima da sua pesquisa, enquanto uma mulher derrubou uma mesa cheia de potes contendo estranhos líquidos e caiu no chão.

– David, David! - Oliver chamou.

– Que foi?

– Pra quê fazer isso? - Oliver perguntou.

– É engraçado e... - Ele olhou para o rosto de Oliver que não estava muito para brincadeira. - Eu vou parar.

– Melhor.

– Chato... - Resmungou David. - Pra onde vamos agora?

– Procurar eles...

Oliver foi interrompido por um grito em outra sala. Eles saíram correndo para lá e encontraram Allec sendo arrastado para um quarto. O garoto estava com algemas nos pulsos, o que o estava deixando furioso.

– Eu vou arrancar a cabeça de vocês, seus...

– Ahã, sim. - Um dos guardas o empurrou para frente.

Oliver se teletransportou para o lado do homem.

– Desculpe, mas ele vai comigo. - O garoto deu um soco no homem, que caiu para trás. O outro agarrou Oliver, que se debateu e se teletransportou para outro lado da sala. David aproveitou e queimou as algemas de Allec, o que queimou sua pele rapidamente, antes que o metal afrouxasse e ele mesmo o quebrasse. Enquanto isso, Oliver já tinha dominado os dois homens.

– Obrigado. - Allec agradeceu, passando a mão no pulso.

– De nada.

– Allec, você vai com a Cath e a Charlie. - Oliver disse.

– Quê?

Oliver se teletransportou para o lado de Allec e colocou sua mão na testa do garoto, que desapareceu.

– Só isso? Tão rápido? Assim não vale cara. - David reclamou.

– É melhor assim, nós precisamos achar os outros, e eu não queria ter que explicar toda a situação para Allec. - Oliver deu de ombros.

Eles foram andando por um corredor enquanto uma sirene soava.

– Você não consegue se teletransportar até eles? - David perguntou.

– Tem um limite de vezes que posso fazer isso sem me evaporar, David. - Oliver negou. - Acho que já estou me evaporando.

– O quê?

Oliver olhou para as mãos, que estavam tremendo. Ele tentou disfarçar as colocando no bolso.

– Nada. Vamos.

David, mesmo preocupado, seguiu o amigo pelo labirinto que era aquele lugar.

~~☆★~~

– Eu realmente nunca pensei que visitaria o lugar mais secreto dos Estados Unidos. - Diana disse. - E olha... Eu esperava mais.

– Tenho que concordar. - Calebe bufou. - Eu estava achando que teria robôs, aliens, e mais um monte de coisas.

– Aqui só tem salas e corredores e gente chata de branco. - Luke reclamou.

– Bem, nós precisamos achar a saída. - Hugo disse.

– Primeiro temos que encontrar Lilah. - Diana o interrompeu.

– Nem sabemos onde ela está. - Calebe disse.

– E nem vamos saber se continuarmos parados aqui. - Maison retrucou.

– Vamos procurá-la. - Luke assentiu.

– Vamos nos dividir. - Daphne sugeriu.

– Eu, Maison. Daphne, Calebe, Andrômeda e Grim. Diana, Hu...

– Acho que não, hein.

Eles se viraram para ver quem havia dito, e encontraram David e Oliver.

– Ah seu desgraçado. - Diana disse, pulando para abraçar o irmão. - Eu pensei que tivesse morrido.

– Obrigado pela confiança. – David rolou os olhos.

– Não pode me culpar. – Diana retrucou.

– Nós somos Mills. Vaso ruim não quebra. - David piscou para a irmã, que riu. Ele a abraçou forte, porque embora nunca admitisse, ele sentia falta da irmã.

– Mudança de planos. - Luke falou. – Hugo vai com a gente. E Diana vai com David e?

– Vão com Oliver. - Hugo disse. - É bem provável vocês acharem Lilah, e vão precisar de uma carona de volta.

– Ok. - Diana concordou.

– Bom te ver, David. - Hugo apertou a mão do cunhado.

– É... - David fez uma careta. Então riu. - Brincadeira. Vamos indo? Quero sair daqui o mais rápido possível.

– Hugo vai com Daphne, Calebe e Grim então. - Luke disse. - Espero que todos voltem vivos.

– Deixa de ser pessimista. - Maison deu um tapa no braço do namorado. - Boa sorte.

E com isso eles se separaram.

~~☆★~~

– Então o que aconteceu com vocês? - Diana perguntou a David e Oliver.

– Eu consegui fugir dos dardos com Charlie. Nós fomos de moto até o hospital em que Mariana e Luke estavam internados. Cath estava lá fora conversando com Oliver, que estava bem. - David começou. - Então Cath contou que Uriah estava lá encima com Mariana, e nós queríamos subir, mas não sabíamos como matar Uriah. Quer dizer, não o conhecemos pra saber quais manhas ele teria guardado. Então precisávamos da ajuda de Allec. Então eu e Oliver nos teletransportamos pra cá, levamos Allec pra lá e não sabemos o que está acontecendo agora.

– Espero que Cath e Charlie consigam a vingança que elas queriam. - Diana disse. - E você Oliver? Está bem? Parece meio pálido.

– Sim, eu... Eu tô bem. - Oliver tentou dar um sorriso. Mas seu nariz começou a sangrar.

– Oliver você está...

– Oliver! O seu braço! - Diana apontou. O braço do garoto estava evaporando, ficando transparente.

– Ah não. - Oliver disse. Ele caiu no chão, e foi socorrido pelos Mills.

– Ei, ei. - David estalou os dedos na frente do rosto do menino. - Você está bem?

– Eu... - Oliver começou a gaguejar. - Eu estou desaparecendo.

– O quê? - Diana perguntou. David piscou os olhos, nervoso.

– Há um número de vezes em que ele pode se teletransportar. Ele deve ter excedido. - David explicou.

– Ele tá morrendo? - Diana perguntou, quase gritando.

– Eu... Eu acho que sim. - David respondeu.

– Ah meu deus. Oliver você está bem?

– Não. - O garoto respondeu, com o corpo tremendo.

– O que a gente faz? - Diana perguntou para o irmão.

– Me deixem aqui. - Oliver pediu.

– O quê? - Os gêmeos disseram.

– Vocês precisam seguir em frente. - Oliver disse. - Não há mais tempo pra mim, eu vou morrer aqui mesmo. Eu já estou me dissipando.

– Mas... Nós podemos fazer alguma coisa! - Diana tentou argumentar.

– Não há mais nada pra fazer, Diana. - Oliver respondeu. - Não adianta mais. Eu já estou sentindo meu corpo desaparecendo.

– Não. - David negou. Mas não tinha como negar. Os braços de Oliver já estavam transparentes, dava para se ver as veias correndo sangue.

– Eu vou explodir e se vocês estiverem aqui vão ir junto comigo. - Oliver contou. - Vão embora. Isso é um pedido. Último pedido.

Diana começou a chorar. David a abraçou.

– Foi uma honra ter te conhecido Oliver. - David tentou dizer algo bom para o menino na beira da morte.

– Não esqueçam que a sua única destruição é você mesmo. - Oliver falou. - Agora vão.

David pegou a mão da irmã e saiu correndo. Não demorou muito para que um estalido apavorante os assustasse. Um vento começou a soprar na direção contrária deles, e por um segundo de terror, eles foram sugados. Eles tentaram se agarrar em algo, mas não havia nada, e seus poderes não eram bem úteis naquele momento. Eles se entreolharam nervosos. Então aconteceu outro estalido e ao invés de serem sugados, eles foram jogados para frente com uma força desumana. Eles saíram voando e foram de encontro a uma porta dupla. Eles caíram como bonecos no chão, doloridos.

– Isso doeu. - Diana reclamou, colocando a mão no braço que havia sido cortado no meio do caminho.

– Acho que quebrei uma costela ou duas. - David se levantou do chão gemendo.

– Parados! - Alguém atrás deles disse. Eles se viraram e viram uma cena muito estranha.

Uma equipe de seis pessoas vestidas como se estivesse indo enfrentar um ambiente nuclear estava ali, segurando diversos materiais afiados. E no meio disso estava Lilah, sentada em uma cadeira ligada a uma tela de 56 polegadas, com diversos fios ligados a seu cérebro.

– O que vocês estão fazendo com ela? - Diana perguntou, furiosa. David entrou na onda e fogo surgiu em suas mãos.

– Respondam a minha irmã. - Ele mandou.

– Nós... Nós estamos tentando enxergar o que essa menina vê. Ela vê o futuro. Queremos saber como ela faz isso. - Uma mulher respondeu, nervosa.

– Vocês estão tentando dissecar a minha amiga? - Diana berrou. Ela estalou os dedos e a tela plana estourou e os outros equipamentos eletrônicos soltaram faísca. - Vocês não têm noção do perigo?

– Nós só fazemos o que nos mandam fazer. - Um homem disse, com as mãos pra cima em rendição.

– Saiam daqui! - Diana gritou. - Saiam daqui agora!

Os seis saíram correndo se atrapalhando e se puxando em direção à porta, deixando apenas os três ali. Os Mills correram para tirar os fios da cabeça de Lilah, com todo o cuidado possível. Diana sacudiu a loira tentando a fazer acordar, mas ela parecia perdida. Os olhos azuis estavam vagos.

– Você não vai me deixar, sua quenga. Não aqui e não agora. - Diana disse. Ela tocou em Lilah e deu um pequeno choque nela, a fazendo tremer. Então a loira piscou os olhos, perdida.

– O que aconteceu? - Lilah perguntou. Diana suspirou.

– Ah graças aos céus. - Diana abraçou a amiga.

– Diana, nós temos que ir. - David pediu.

Ele colocou um braço de Lilah ao redor de seu ombro e Diana fez a mesma coisa. Eles carregaram Lilah para fora e tentaram escolher um dos corredores para prosseguir. Precisavam achar os outros. Então saíram andando.

~~☆★~~

Enquanto isso, os outros ainda andavam de porta em porta procurando Lilah.

– Acho bem difícil ela ainda estar viva. - Calebe disse.

– Claro que está. - Andy retrucou.

– Um poder como o dela... Eles nunca a deixariam morrer. - Grim disse.

– Ela pode ver o futuro. - Daphne falou. - O poder dela em mãos erradas...

– Iria provavelmente acabar com algumas vidas. - Calebe concluiu, finalmente entendendo. - É, ela não deve estar morta mesmo.

– Ah, ele concordou com alguma coisa. – Andrômeda sorriu sarcástico.

– Eu vou concordar com a minha mão na sua cara daqui a pouco. - Calebe rolou os olhos.

– Ei! - Daphne os parou. - Deveríamos estar trabalhando juntos e não nessa briguinha idiota.

– Tá bom. - Andy suspirou.

Eles seguiram andando e batendo de porta até ouvirem um grito de dor.

– Isso foi um pouco aterrorizante. – Daphne expirou assustada.

– Acha que devemos checar? – Calebe perguntou.

– Claro. – Grim respondeu. – Pode ser Lilah.

Andy deu um passo para frente, andou até a porta e a abriu com um empurrão. Ela voltou correndo e chamou os amigos, com urgência na voz.

– O que foi? – Daphne perguntou.

– Acho que... Acho que é a mulher que nos ajudou aquela vez. – A garota respondeu.

Dentro da sala Eva estava deitada em uma maca, com cateteres espalhados pelo corpo e parecia estar desmaiada ou dormindo. Ao seu lado estava com certeza o pai de Mariana, Téo.

– Ok, ele tá morto, não está? – Daphne perguntou, enquanto Grim ia até o corpo de Téo e verificava os batimentos.

– Está. – Grim assentiu, soturna.

– E ela? – Calebe perguntou.

– Viva. – Grim respondeu. Ela arrancou os cateteres do corpo de Eva e tentou a levantar. – Ela não está acordando.

– E o que faremos? – Calebe perguntou.

– Eva, você pode me ouvir? – Andrômeda perguntou. – Não custa tentar, né.

– Vá em frente. – Grim assentiu.

– Eva, acorde. – Andrômeda disse, reunindo todo a sua concentração.

Com muita dificuldade a mulher abriu os olhos. Piscou muitas vezes, como se não acreditasse que estava viva. Estava mais magra do que era, e seus belos cabelos cinzentos secos.

– Você está bem? – Daphne perguntou.

– Ah... – Eva não conseguiu responder. Ela precisava de água. Grim entendeu o recado e procurou por um copo de água. Não tinha nada ali, mas ela lembrava de que haviam passado por um bebedouro por ali.

– Vou buscar. - Ela disse. Quando saiu, Daphne e Andrômeda tentaram levantar Eva, mas Eva dispensou.

– Eu só... Só preciso de água crianças.

Grim rapidamente voltou com um copo d'água, que Eva bebeu inteiro.

– Vocês estão todos aqui? Eu não posso protegê-los do lado de fora da Área 51. – Eva explicou.

– Sim. Menos Charlie e Cath. Mas não se preocupe, elas devem estar chegando. – Hugo disse.

– Elas estão para chegar? - Eva perguntou, desesperada.

– Sim. - Calebe respondeu, confuso pela reação da mulher.

– Há diversas armas apontadas para a entrada, Uriah dominou esse lugar aqui. - Eva contou. - Assim que elas colocarem o pé dentro do galpão serão bombardeadas.

– Ah meu deus. - Daphne disse, nervosa.

– E o que a gente faz? - Hugo perguntou.

– Temos que chegar até a minha sala. Eu posso fazer o alarme ser desarmado. – Eva disse. Ela deu um passo para frente, mas quase caiu, fazendo com que Grim a agarrasse antes que ela caísse para o chão.

– Nos diga a direção. - Andy pediu.

Com a orientação de Eva, eles saíram atrás da sala dela, aonde tinham que chegar antes de Charlie e Cath.

Não demorou muito para eles chegarem no corredor. Estranhamente, havia aproximadamente duas dezenas de homens armados guardando a sala de Eva. Ela recuperou o fôlego e andou até eles.

– Eu preciso chegar na minha sala...

Assim que ela apareceu, os homens se viraram para pegá-la.

Eva estava fraca, mas a adrenalina pulsou nas veias. O homem que veio a atacá-la primeiro, levou uma joelhada no estômago, depois um soco no rosto e um chute nas partes íntimas, tudo em sequência.

– Meu deus... - Calebe ficou sem fala.

Havia muitos agentes ali. E do jeito que não responderam Eva quando ela pediu, eles ainda eram leais a Uriah.

– Peguem eles! – Eva pediu.

Os quatro saíram correndo fazendo todos os guardas saírem da frente.

– Desistam! – Andy mandou. Todos os guardas pararam de lutar. Ficaram desnorteados, sem saber o que fazer. – Se ajoelhem.

Todos os homens se puseram de joelho, nos dois lados das paredes.

– Você não vale nada. – Daphne sorriu para a amiga.

– Eu sei. – Andy riu. – Pode passar senhora.

Eva deu um pequeno sorriso antes de sair andando no corredor.

– Me sinto uma princesa. – Andy disse, quando terminou de passar pelo corredor. A sala de Eva era simples. Tinha uma janela que tinha uma vista perfeita para a ala de ciência lá embaixo. Daphne se debruçou na janela e viu os amigos lá embaixo. Ela começou a acenar pra eles, os chamando.

– Hey! Conseguimos! – Daphne gritou.

Grim deu um sorriso raro. Eva correu para o computador, para desativar as armas que poderiam matar Cath e Charlie. Andy começou a rir. Calebe abraçou Daphne, coisa que fez ela estranhar, mas não reclamar. Ela era tão baixinha que só os olhos ficavam na altura do ombro de Calebe. Foi quando ela viu algo que fez seu sangue gelar.

– Grim! - Daphne berrou.

Não tinha muito que fazer. Grim gritou de dor. Ela caiu para o lado, desabando. Uma facada nas costas, era isso que havia sido. Havia um homem ali na sala de Eva, um agente que não fora domado por Andy. A roupa de Grim logo se manchou de vermelho enquanto Daphne corria em vão para tentar socorrê-la.

– Fique com isso. - Grim pediu, entregando a corrente de hexágono que sempre usava. - Obrigada.

Então a garota revirou os olhos e morreu. Daphne começou a chorar. Grim era sua melhor amiga. Havia morrido tanta gente nessa aventura ridícula. Daphne se sentiu culpada por não ter conseguido salvá-la.

– Alguém mata esse covarde. - Calebe apontou para o homem que havia dado uma facada nas costas de Grim. – Ah, deixa que eu faço isso.

Calebe apontou a arma para o homem e deu um tiro no peito dele.

– Daph... - Andy se abaixou ao lado de Daphne. - Ei, ela morreu nos salvando. Ela foi uma heroína.

– Eu sei. – Daphne disse. Calebe a pegou pela mão e a levantou.

– Nós vamos ficar bem. – Ele a tranquilizou.

~~☆★~~

Quinze minutos depois de conseguirem salvar Cath e Charlie, todos eles estavam reunidos na sala de Eva, que nunca vira tantas pessoas lá dentro. Ela estava sentada na sua cadeira, observando os garotos rindo e conversando, felizes. Era tamanha inocência que Eva não queria perturbá-los.

– E os nossos pais? – Cath perguntou.

– O que vai acontecer agora? - Maison perguntou a Eva.

– Agora tudo acabou. – Eva respondeu. – Eu ainda comando essa parte da Área 51 e vou apagar a Experiência X-079 dos arquivos. Vocês poderão viver suas vidas.

Os garotos explodiram em vivas. Mal podiam acreditar nisso. Finalmente livres.

– No entanto... Vocês terão que perder essas memórias se quiserem viver em paz. Esquecer-se de tudo.

Silêncio total enquanto todos analisavam a situação. Então eles precisariam esquecer de tudo o que viveram ali para continuar vivendo “em paz”? Eles se sentiram como se o tapete tivesse sido puxado de seus pés.

– Por favor, não percam a cabeça. - Eva se adiantou.

– O que você está pedindo é completamente impossível! - Andrômeda gritou. - Esquecer?

– Vocês nunca nem mesmo irão lembrar de que estiveram aqui ou que fizeram isso. - Eva continuou. - Vai ser como se nada tivesse acontecido. Como se tivessem recém saído do acampamento. Introduziremos memórias falsas.

– E como exatamente você faz isso?

– Desativamos a parte do cérebro onde ficam as memórias. E depois a invadiremos pelo computador. É um processo rápido, vai ser fácil. - Eva respondeu.

– Mesmo assim, são nossas memórias, você está pedindo demais! - Daphne gritou.

– Ninguém nunca disse que o preço da liberdade era barato. - Eva retrucou.

– Então não nos lembraremos de nada do que aconteceu? - Charlie questionou. - Nada mesmo? E a nossa família?

– Suas memórias também serão apagadas. Os amigos que vocês viram no acampamento serão um problema, mas não se preocupem. O governo irá apagar cada uma das informações com o nome ou o rosto de vocês da internet. Porque acreditem, podemos fazer isso.

– Mas... - Maison gaguejou.

– Vocês tem uma escolha crianças. - Eva continuou. - Mas se não esquecerem serão obrigados a ir embora.

– Mas como nossos pais vão ficar se disserem que nós fomos embora? - Luke perguntou, curioso.

– Bem, diremos que vocês morreram. Ou que vão ir embora estudar, muito, muito longe. E depois morreram na viagem. - Eva respondeu.

Isso chocou a todos. Bem, todos menos Calebe, que não estava se importando muito. Mas ele sentia algo. Um pouco de medo. Mas não era por causa da mãe ou do irmão. Era por outra pessoa. Que se decidisse ficar seria a última pessoa com que ele se permitiu não ser... Bem, do jeito que era.

– Nunca mais poderemos ver nossos pais? - Daphne perguntou, ainda sem entender.

– Não. - Eva respondeu, triste. - Mas podem ganhar o mundo.

– O mundo pode ser bem grande. - Uma voz familiar chegou a eles. Mariana, apenas com um jeans e regata, sem seu traje de espiã.

– Mariana! - Cath correu para abraçar a amiga. Ela poderia chamar Mariana de Mari, lógico. Mas a única vez que ela chamara, Mariana pediu para que não fizesse. De acordo com ela, só havia uma pessoa que podia a chamar de Mari. Cath calculou que fosse Téo.

– E então Graminha... Seus pais ou o mundo? - Mariana perguntou.

– E sobre você? - Catherine desconversou.

– Eu sou uma agente do governo. E o meu pai tá morto. - Mariana deu de ombros. - E agora eu serei finalmente admitida no esquadrão de elite de espionagem. Vai ser épico.

– Tenho pena dos seus futuros colegas. - Cath deu de ombros.

Eva recebeu uma mensagem por seu ponto eletrônico.

– Ah, seu amigo Allec Campbell está bem. Acabou de chegar. - Eva contou.

A porta se abriu e ali estava Allec, com as mãos sangrando, certamente por ter usado seu poder. Cath e Mariana correram para abraçá-lo.

– Ah que maravilha. - Mariana suspirou. - Abraço em grupo!

Elas abraçaram Allec, que sorriu meio envergonhado.

– Podemos voltar ao assunto, por favor? - Diana pediu. - Eu não sei o que escolher.

– Eu fico. - David disse, atraindo a atenção de todos. - Olha, não que eu não tenha gostado disso tudo. Eu adorei descobrir meu poder, adorei conhecer vocês, mas... Eu vi pessoas morrerem. Eu matei pessoas. Isso é... É um trauma que eu quero esquecer. Eu tenho pesadelos com o primeiro homem em que eu acertei uma bala até hoje. Eu não quero isso, não é pra mim. Eu quero esquecer isso. Quero esquecer Clary sendo atirada como se não fosse nada no meio de umas pedras. Eu quero esquecer isso.

Houve um silêncio mortal depois disso. Diana olhou para Hugo.

– Eu amo você, mesmo. - Diana disse, quase chorando. - Mas eu tenho que ir com ele. Ele é meu irmão. Eu não suportaria... Nunca... Vê-lo andando na rua sem se lembrar de mim. Isso seria um pesadelo, Hugo.

– Tudo bem. - Ele respondeu, passando a mão nos cabelos dela. - Eu vou estar aqui. Quem sabe um dia?

Ele beijou ela, e depois a abraçou forte.

– Eu amo você.

Eles se separaram e Diana foi andando até ao lado do seu irmão, que a abraçou.

– Vocês ainda podem mudar de ideia. - Eva disse.

– Eu vou ficar. - Andrômeda falou. - Eu vi Aaron, Grim e Pietro morrerem na minha frente. Isso é simplesmente a pior coisa que já aconteceu comigo. Eu tenho família, amigos, uma vida. Eu não posso abrir mão disso, eu... Eu não posso.

– Tudo bem. - David a consolou também.

– Eu vou ficar. - Allec continuou. Cath e Mariana o olharam.

– O quê?

– Há coisas que eu gostaria de esquecer. - Allec justificou. - Eu ajudei a matar meu pai. Ele era um monstro, mas sangue é sangue. Meu irmão vai precisar de alguém além da minha mãe para cuidá-lo e... Eu matei Rafael. Isso é uma coisa que não se esquece, mesmo que não tenha sido eu. E dei um tiro em você, Mariana. Isso é imperdoável.

– Todo mundo já me deu um tiro, Allec. Você não foi o único. - Mariana o interrompeu.

– De qualquer jeito, eu vou ficar. - Allec sorriu. - Minha família precisa de mim.

– Eu também vou. - Cath aceitou a proposta de Eva. - Meus pais... Eu sou filha única. Por mais que eu não seja a filha perfeita, eles me amam, e eu a eles. Não estou preparada para dizer adeus.

– Ugh. - Mariana resmungou. - Tá bom gente, já entendi que vocês querem me esquecer.

Cath e Allec a abraçaram de novo. Então sobrou apenas Daphne, Calebe, Charlie, Maison e Luke.

– O que você acha, patricinha? - Luke perguntou, nervoso.

– Eu amo meus pais. De verdade. Minha irmã era tudo pra mim. - Maison disse. - Mas faz algum tempo que ela já não é mais a única coisa pra mim. Se você quiser ir Luke, eu vou com você.

Luke a pegou no colo.

– Essa é a minha garota! - Ele riu. - A gente vai. Meu pai é um filho da puta. Minha mãe vai conseguir dar um jeito nele, eu sei que vai.

– Eu vou. - Calebe respondeu. - Eu realmente não ligo pra minha família, não tenho nada que me prenda a esse lugar. Quer dizer, além da...

– Eu entendi, garoto. - Daphne falou. - E... Eu... Ah...

Ela pegou os óculos nas mãos. Lia a mente de todos ali. Menos a de Calebe. Por algum motivo não tinha coragem de lê-la. Então ela jogou os óculos no chão e o pisou.

– Quer saber? Dane-se. - Ela agarrou Calebe e o beijou. Luke deu um berro, seguido pelos amigos, todos animados.

– Agora só falta você, Charlotte. - Eva olhou para a filha.

– Eu fico. - Charlotte disse, firme. Parecia tanto com Eva que era difícil distinguir alguma diferença. Além da boca e do nariz, que pertenciam ao pai. - Eu tenho amigos, uma família.

– Fechou então. - Luke terminou o assunto. - Nós quatro vamos e o resto fica.

– Muito bem. Quem for ir, por favor, fiquem aqui na sala, logo eu voltarei para falar com vocês sobre os termos. Quem quer ficar, venham comigo.

Eva os guiou para fora daquela sala, para um laboratório. Havia vários leitos vazios. Ela orientou cada um a se deitar para aplicarem a morfina. Então se aproximou de Charlie.

– Eu sei que o que eu fiz com você foi errado, Charlotte. - Ela disse. - Mas acredite quando eu digo que preferiria ter tido você. Eu fui tão fraca. Eu não posso fazer nada além de providenciar a você e sua família a melhor vida possível. E eu vou fazer isso. Eu quero que você seja feliz. Por mais que você não me considere, eu tenho orgulho de você. Tenho orgulho de você ter o meu sangue. Você é uma Lavigne Alighieri. Você é minha filha.

Eva parecia estar quase chorando. Charlie sabia que ela falava sério. E por mais que o que ela tinha feito com a própria filha fosse errado, Eva tentara salvar a menina. Mas no fim quem conseguira fora Téo. Mas todos mereciam uma segunda chance. Até mesmo Eva.

– Você pode me chamar de Charlie se quiser. - A garota respondeu, com a voz relaxada devido a morfina estar fazendo efeito. Eva deu o primeiro sorriso de verdade em anos.

– Claro... Charlie. - Ela disse. Deu um beijo na cabeça da filha e abanou para todos, saindo da sala. Sabia que a garota iria esquecer tudo o que ela dissera. Mas ter dito aquilo enquanto podia era bom. Era maravilhoso.

Enquanto andava para dar as instruções para os que se iam, ela só pensava na terrível vida que tivera até ali, mas que aquele momento compensava tudo.

Porque tudo tem um propósito. E ter chegado até ali significava algo.


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Notas finais do capítulo

Oh yeah. Matei Ollie e Grim e mataria de novo.
Estou feliz em dizer (ou não) que a temporada de assassinatos acabou! Quem não morreu até hoje não morre mais. O que é bom para vcs eu acho (tá bom, nem todos).
Eu não terminei de responder todos os reviews do último capítulo, desculpem, eu estive ocupada. Agora (ou amanhã) eu respondo. Eu estive doente esses dias e agora estou ficando melhorzinha (DETESTO FICAR DOENTE).
Daqui a três dias tem o próximo, estejam preparados!
P.S. AGE OF ULTRON VAI ESTREAR NA MINHA CIDADE DIA 29 À MEIA NOITE E QUARENTA DE UMA QUARTA FEIRA. SABEM QUEM ESTÁ PUTA DA CARA COM ISSO? EU. E QUEM VIU O TEASER TRAILER DE BATMAN VS SUPERMAN? MEU DEUS GENTE.
P.P.S. Seria pedir demais quem não recomendou a fic recomendar antes do fim? Me deixaria muito feliz.
OUTRO P.S. SEM SPOILERS DE AGE OF ULTRON GALERA, SEJAM BONDOSOS COM MINHA PESSOA.
Bjs meus pinguins.



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