The Last Time escrita por Ana


Capítulo 2
Dois




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/528528/chapter/2

Depois do desembarque, os alunos foram levados a Hogwarts pelas carruagens habituais e foi lá que Corine encontrou enfim Grace. Depois de procurá-la por todo o expresso e não tê-la encontrado, voltou para seu vagão e sentou-se até o fim da viagem.

– Por sua falta de assunto, presumo que tenha se encontrado com Draco Malfoy – disse ela finalmente, puxando a mão de Corina para si e dando palmadinhas na mesma.

– Eu só o vi por um breve momento – continuou. Nada que mereça o assunto.

– Claro. Esse final de semana iremos a Hogsmeade, estou louca de vontade de comer alguns doces na Dedos de Mel.

– Maravilhoso, quem sabe então não esbarro em Draco.

– Você é tão obcecada por ele – riu Grace – Isso vai acabar te deixando doente Corine.

– Bobagem. Vejamos, vejamos. Mamãe me alertou que poderíamos ter aulas mais intensas de Defesa Contra as Artes das Trevas esse ano. Segundo ela, estamos em tempos sombrios.

– Ouvi dizer que Potter logo, logo terá de abandonar os estudos e se dedicar em aprender a se defender contra Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado.

– Quem te disse isso? Pura bobagem, Dumbledore nunca deixaria que tocassem em Potter, ele é o queridinho dele – falou uma garota loira de olhos verdes e maldosos, que até agora havia permanecido em silêncio. Suas vestes em verde e prateado estavam bem passadas e impecáveis – Potter é o amado de Alvo Dumbledore e aposto dez galeões de que ele morreria pelo garotinho. Ele mal sabe se defender, quem dirá derrotar Lorde Voldemort.

– E você é? – perguntou Grace com um sorriso sugestivo em seus lábios finos.

– Violet Murray – esticou a mão para Corine deixando uma de suas sobrancelhas arqueadas – Sonserina, sexto ano, bobeiras a serem ditas, elas não interessam. Vocês são?

– Corine Gouldfye – respondeu, segurando a mão de Violet – Grifinória, sexto ano e todas essas coisas que você disse não interessar.

– Não que importe muito, eu me chamo Grace Fitz e todas essas coisas aí – concluiu a garota, recebendo um sorriso rápido de Violet.

– Não costumo conversar muito, nem a ouvir a conversa dos outros, mas vocês falam de mais e eu realmente ouvi você falando de Malfoy.

Corine sentiu suas bochechas pinicarem e logo ficarem quentes e provavelmente vermelhas, tudo que conseguiu foi um grunhido em vez de palavras concretas.

– Ah, sobre isso... Não... Não é importante, é bobagem.

– Malfoy é um idiota – concluiu Violet com uma expressão de desdenho no rosto – Um completo idiota, mesquinho e arrogante.

Corine a estudou, mantendo um sorriso leve nos lábios. “Mesquinho e arrogante”, pensou, “Disse a garota que foi selecionada para a Sonserina por ser amável e grandiosamente simpática”.

– Porque você acha isso? – perguntou Grace, encarando-a.

– Porque eu convivo com aquele demônio loiro todos os dias da minha vida, por mais que não queira – ela revirou os olhos e olhou para os lados – Não recomendo que tente se aproximar dele, não vale a pena. Ele vai te fazer de tapete, de sapato, de qualquer coisa que ele possa estar em cima e se vangloriar por isso. Se ele não trata os colegas de casa bem, imagine uma aluna da Grifinória que vive andando por aí com os ruivos Weasley. Isso suja sua imagem.

A carruagem parou e vários alunos passaram por eles rindo, falando alto e brincando. Grace desembarcou e se colocou de pé ao lado da condução, arrumando suas vestes amassadas por estar sentada, esperando pela amiga que ainda estava sentada olhando diretamente para Violet.

– Cale essa boca! – Corine disse em um tom irritado, virando-se bruscamente para descer da carruagem – Você não tem o direito de falar que meus amigos sujam a minha imagem. E cale essa boca novamente! Draco não é mesquinho nem arrogante!

Violet sorriu e desceu da carruagem pelo lado oposto, passando as costas da mão na testa.

– Por isso não costumo conversar com alunos da Grifinória, eles só causam problemas.

Então virou as costas e foi andando, juntar-se ao grupo de amigos mais a frente.

Por ela passaram Neville Longbottom na companhia de Simas Finnigan, Gina Weasley, Rony e Hermione Granger, que os levaram juntamente com Grace para o castelo de Hogwarts em meio a gracejos de Simas e piadas de Rony.

**

Depois de os novos alunos do primeiro ano serem selecionados para suas respectivas casas, Corine então pode perceber que Draco Malfoy havia aparecido no Salão Principal em suas vestes comuns da Sonserina.

Ela não havia o visto durante todo o trajeto das carruagens, nem sequer nos portões. Calculou então que ele deveria ter se atrasado ou se enroscado em algo. Ou em alguém. O encarou e tirou da cabeça esse pensamento assim que Dumbledore iniciou seu discurso.

– A melhor das noites para vocês! – começou o diretor com os braços abertos, como de costume.

Hermione sussurrou algo sobre a mão de Dumbledore estar com um aspecto nada agradável, e de fato estava. Os murmúrios se espalharam rapidamente pelo salão e o diretor sorriu mais uma vez.

– Nada para se preocuparem – falou logo que percebeu as especulações vidas dos alunos – Agora... Para nossos novos estudantes, boas vindas. Para os antigos: bem-vindos de volta a mais um ano que vos espera com muita educação mágica...

Novos murmúrios sobre como Potter havia o visto no verão e como sua mão ainda continuara doente, e logo as atenções voltaram a Dumbledore novamente.

– E Sr. Filch, nosso zelador, me pediu para dizer que todas as Gemialidades Weasley estão banidas – silvos de descontentamento foram ouvidos em alguns pontos do salão – Os interessados em jogar quadribol pela sua casa, devem dar seus nomes para os diretores de suas casas como o usual – Minerva sorriu para a mesa da Grifinória, procurando por novos batedores, já que Fred e George Weasley haviam abandonado a escola no ano anterior – Nós estamos também procurando por novos comentaristas de quadribol, que deverão fazer da mesma forma – Dumbledore esboçou um sorriso e então continuou com seus comunicados infindáveis – Nós estamos dando as boas vindas também ao novo membro da escola nesse ano, professor Slughorn! – e então um homem de cabeços escassos e gordo levantou-se de sua cadeira na mesa dos funcionários sorrindo – É um grande colega meu que concordou em assumir o posto de mestre de poções.

A mesa da Grifinória, assim com a mesa da Sonserina, da Corvinal e da Lufa-Lufa respectivamente se entreolharam e perguntaram-se com as mesmas palavras: “Poções?”.

Corine nunca achou que Severo Snape deixaria o posto de professor de poções, já que o ocupara desde que ela havia entrado para a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, talvez até bem antes disso, mas era a verdade e tudo indicava para o apocalipse acontecer.

– Professor Snape, enquanto isso – Dumbledore aumentou o tom de sua voz para que pudesse ter atenção de todo o salão principal novamente – Irá estar dando aula de defesa contra as artes das trevas.

– Não! – gritou Harry Potter perto de Corine e muitas cabeças se viraram para observá-lo.

Hermione Granger murmurou algo para seu amigo e eles continuaram em seu assunto em um tom não tão audível de onde Corine estava sentada. Continuando, Dumbledore falou dos perigos de Lorde Voldemort (sim, ele não temia pronunciar o seu nome, até porque Hogwarts estava segura contra seus comensais e o próprio Você-Sabe-Quem), como as fronteiras foram protegidas com encantamentos poderosíssimos e também que se algo estranho, inesperado ou fora dos padrões viesse a acontecer, deveria ser notificado ao professores.

Mais tarde, todos os alunos deveriam ir para suas respectivas camas, mas Corine encontrou Grace nas enormes portas de carvalho do salão dando pulinhos de excitação.

– Mal posso acreditar que vamos nos aventurar pela escola de noite! – ela disse baixinho em meio a risinhos – Onde é que vamos?

– Achar o Salão Comunal da Sonserina sem sermos vistas, depois voltaremos para nossos respectivos dormitórios, dormiremos obviamente, e depois eu penso em algo.

– Você está tão obcecada – ela riu. – Não acha melhor investir agora? Draco ainda não saiu, trocou olhares a noite toda com o professor Snape, talvez esteja feliz por ele ter sido “promovido” a Defesa Contra as Artes das Trevas.

– Não sei se ele me daria atenção na frente de todos esses garotos. E Violet está mais a frente, está vendo? Não quero ser intimidada novamente por ela, muito menos dar um daqueles chiliques infantis na frente de Malfoy.

– Deixe de ser boba, Corine – Grace passou as mãos pelos fios de cabelo negros da amiga, com seus enormes olhos redondos e azuis brilhando em suas orbitas – Você é tão linda, não sei porque aquele idiota não olha pra você. Será que ele faz encantamentos pra deixar o loiro mais brilhante? Talvez isso esteja o deixando cego, desde sempre, porque até agora ele não te notou e sinceramente, até aqueles alunos fortes e bonitos da Durmstrang te convidaram pro Baile de Inverno, mas você preferiu ficar chorando no seu quarto porque o Malfoy te dispensou.

– Cale a boca – disse Corine entre dentes, tentando sorrir – Ele está vindo, meu Deus, o que eu faço?

– Aja naturalmente – Grace se colocou ao lado de Corine, olhando para Draco e esperando que ele dirigisse sua atenção a amiga.

– Boa... Boa noite Draco! – disse então Corine, num tom mais alto do qual desejava falar e pode sentir as bochechas esquentarem e as orelhas arderem de pura vergonha, vergonha ainda maior se ele a ignorasse.

Mas dessa vez foi diferente, ele dirigiu um breve sorriso para Corine, algo relativamente não encorajador, mas que no momento o pareceu e então o mundo parecia ter derretido e ela sorriu abertamente.

Grace dava risinhos audíveis ao seu lado, expressando a felicidade que a amiga queria reprimir.

Malfoy deixou o salão juntamente com seus amigos habituais, sem mais sorrisos e sem mais palavras, apenas deixou o salão e Corine para trás, quase morrendo do coração, rezando aos céus que fizessem com que essa cena se repetisse várias e várias vezes, até quem sabe, se transformassem em um “Olá Corine, há muito não te vejo por aí”.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários são realmente muito estimulantes, qualquer um. Eu gosto de saber o que vocês estão achando, se estão gostando, odiando ou qualquer coisa do tipo. Críticas sempre são bem vindas e aceitas de bom grado.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Last Time" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.