Garoto Errado - Diecesca escrita por Beyhive Diecesca


Capítulo 27
You took the life right out of me




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/528494/chapter/27

POR DIEGO

Não rolou nada entre eu e a Aline, mas não consegui fechar os olhos com minha vontade de invadir o quarto de Yuri e fugir pra longe com a namorada dele. Meu coração apertou, levante-me devagar para não acordar Aline e desci em direção a cozinha, parei por um minuto para confirmar se não era um sonho.

Fran: Vida de merda – disse batendo no balcão –

Diego: Sem sono – disse entrando na cozinha –

Fran: Não.. é.. já vou dormir.. – disse saindo mas eu segurei seu braço e senti ela se arrepiar junto a mim quando senti o toque de sua pele. Ela voltou ficando na minha frente –

Diego: Você não sabe... – suspirei – Ahh caralho – disse apertando os olhos para segurar o choro e vi que ela fazia o mesmo –

Fran: É melhor eu ir.. – disse com a voz embargada e tentou ir mas eu a puxei pelo braço fazendo ela ficar na minha frente outra vez –

Diego: Não – ela me olhou – Eu senti sua falta, na verdade eu.. – dei uma pausa – Onde você estava?

Fran: Eu... Tava no México – Ela disse seca –

Diego: Cadê meu filho? – ela arregalou os olhos –

Fran: Que? – disse surpresa –

Diego: Você não pode tirar ele de mim – disse entredentes, ela se virou, se apoiou no balcão e começou um choro – Francesca..

Fran: Cala a boca, não fala comigo! – disse entre os soluços de seu choro –

Diego: A gente precisa conversar – disse irritado –

Fran: A gente não tem nada pra conversar – disse saindo e eu a puxei novamente –

Diego: Francesca, por favor– Ela me olhou – Por favor! Eu preciso te pedir uma coisa, ta bom?! É importante – ela limpou as lágrimas e eu pude ver que ela prendia o choro –

Fran: O que você quer? – disse deixando escapar as lágrimas –

Diego: Preciso pedir o seu perdão.. – disse segurando o choro também e ela balançou a cabeça incrédula pensando como dizer não sem deixar cair as lágrima, logo eu olhei pra baixo soltando as lágrimas que eu prendi por anos – Você não faz ideia do quanto isso ta remoendo dentro de mim todos esses anos – ela respirava ofegante, não conseguindo soltar as lágrimas presas enquanto franzia o cenho – Eu.. eu ainda penso no que disse pra você e que você foi embora buscando uma vida melhor longe de mim e ... – fui interrompido –

Fran: Cala a boca! Cala essa boca! – disse alterada e se policiando pra não falar alto – Cala essa merda de boca! Você não faz ideia de tudo que eu passei por sua culpa – disse chorando desesperadamente batendo em meu peito, me fazendo querer entender aquela situação –

Diego: Então me conta, Francesca – disse segurando seus pulsos e ela me olhava chorando – Vai... me fala! O que aconteceu? O que você passou? – soltei seu pulso e ela deu um tapa em meu rosto, fazendo-o arder. Logo ela apoiou suas costas no balcão e passou as mão no rosto –

POR FRAN

Fran: Quando descobri que tava grávida, eu... passei a noite em claro. Tentando achar um jeito... sei lá, alguma coisa. Uma maneira de te contar isso – eu disse mais calma – Quando consegui cochilar eu tive um sonho...

*Flashback On*

“Eu estava no carro com Ludmila, numa estrada estreita e estranha, ela me olhou assustada ao ouvirmos gritos vindos do final da estrada, uma lágrima quente e pesada desceu dos meu olhos... quanto mais nos aproximávamos, mais meus olhos se escureciam de dor e desespero... eu queria sumir ao passar por isso! Chegamos mais perto das pessoas e vimos cerca de 20 pessoas com placas de luto gritando

–Parem de matar bebês”

Acordei com o coração acelerado, levantei-me e olhei o relógio! Eram 7:30! Meu coração ainda estava apertado pelo sonho, então decidi fazer minha higiene matinal, me vesti normalmente e passei pouca maquiagem para ir a casa de Diego. Decidi não acordar a Fernanda! Então desci as escadas do prédio, peguei o carro e dirigi em direção a casa dele, quanto mais perto estva, mais meu coração acelerava! Até que cheguei... eram exatamente 8:50! Toquei a campainha desesperadamente e senti meu coração aumentar o rítimo mais ainda.

*Flashback Off*

Fran: Ai quando cheguei na sua casa..

Diego: Eu sei o que aconteceu – eu limpei as lágrimas – O que você fez depois?

Fran: Eu... – voltei a chorar – Fui no aeroporto e mudei minha passagem da Itália pro México e... – já chorava outra vez-

*Flashback On*

Depois de resolver tudo da viajem no aeroporto, fui em direção da minha casa e me deparei com Fernanda ainda dormindo! Arrumei minhas coisas silenciosamente, com cuidado para não acorda-la. Coloquei tudo no quarto e fui em direção da minha próxima missão, uma casa velha , na beira de uma estrada pouco movimentada. Era lá que vendia os remédios para aborto, que minha amiga de escola, Gabriela havia tomado aos seus 15 anos. Tal vez ainda encontrasse uma resposta naquela casa. Assim que cheguei, bati na porta e me abriu um homem de mais ou menos uns 43 anos que se apresentou como Álvaro

Fran: É que quando eu era mais nova minha amiga disse que veio aqui pra tomar um remédio e.. – Fui interrompida –

Álvaro: Como ela se chama?

Fran: O caso é que agora, eu que to precisando desse remédio! - Olhei pra baixo um pouco sem jeito –

Álvaro: Você tem certeza?

Fran: Sim!

Álvaro: Você ta sozinha – o olhei assustada, por que ele estaria perguntando isso –

Fran: Sim, estou sozinha!

Álvaro: Ok... Então vou te dar a pílula e você toma quando chegar em casa e vai direto repousar. – Sorri fraco em sua direção –

Fran: Ok!

Ele saiu para outro compartimento, enquanto isso eu observava o velho casebre com cara de abandonado. O que eu estaria fazendo alí? Passei a mão na minha barriga e uma lágrima correu meu rosto. Eu estaria matando meu próprio filho, não podia fazer isso! Mas o que seria pior? Faze-lo perder a vida antes mesmo de te-la, ou deixa-lo sofrer com a ausência de um pai? Não poderia criar uma criança naquela condição, as palavras de Diego me machucaram muito e não poderia ter sequer uma lembrança, eu estava carregando um pedaço dele dentro de mim e teria que tira-lo, antes que esse pedaço dele estrague tudo, todo meu recomeço iria por água abaixo se eu tivesse um filho agora. Meus pensamentos foram interrompidos por Álvaro quando chegou com duas pílulas em mão me entregando! Eu o agradeci e fui em direção da casa que eu morava antes. Tirei as coisas do carro a as coloquei na sala de casa. Peguei as pílulas da minha bolsa, um copo d’agua e tomei as duas pílulas, porem uma de cada vez.

*Flashback Off*

Diego: Você o que? – ele passava a mão no cabelo, impaciente, chorando junto comigo –

Fran: Eu não podia ter um filho que... ah – as palavras prenderam – Se o pai rejeitava... – ele segurou forte meu braço –

Diego: Como você pode ter sido tão insensível. Pensou nas pessoas ao seu redor, você matou um filho meu, Francesca! – soltou meu braço –

Fran: Que? Você mandou eu sumir porque eu era um desgosto na sua vida?

Diego: Mas... – eu o interrompi –

Fran: Mas o que? Se eu tivesse me jogado no chão, implorado e chorado, isso mudaria o céu pra mim, Diego? Daria alguma luz no meio da escuridão? – suspirei – Eu tinha que chegar em casa e esperar você ligar?

Diego: Eu liguei...- o interrompi –

Fran: ligou quando já era tarde. Eu não podia ter alguma esperança quando minha vida já estava perdida.

Diego: Me perdoa... quando eu penso em você, eu reconheço que nunca estive presente, fui egoísta Fran, não me importei com o que você sentia.

Fran: Mas você nunca vai poder dizer que eu não tentei, Diego. – ele chorava junto comigo – eu não dormi procurando um jeito pra te falar e depois de tudo ainda me perguntei se eu estaria fazendo a coisa certa, se você acharia isso certo.. E sabe qual foi a reposta? –Balançou a cabeça negativamente – Que não importava o que você iria achar, porque você não estava comigo quando eu precisei. Não impotava o que a Fernanda iria achar, nem minha mãe, nem meu pai... porque vocês não tavam passando por isso! Não era uma decisão de vocês, era uma decisão minha! – passei as mãos no rosto –

Diego: Você não tem nem remorso, por causas de algumas palavras você matou nosso filho.

Fran: Sabia que não era pra me deixar influênciar, mas eu era uma pessoa diferente naquela época. – disse chorando fraco olhando pro nada –

Diego: Fran.. – ele se aproximou –

Fran: Não chega perto de mim – disse chorando – Eu tenho que ir – disse saindo mas outra vez ele me impediu –

Diego: Fran... – ele se aproximou – por que? – passou os lábios no meu pescoço e cheirou o mesmo – Por que eu amo seu cheiro? – nesse momento eu não conseguia mais me controlar, fechei os olhos ao sentir minha pele se arrepiar – Por que eu te amo? – agora ele beijava todo meu rosto – Eu te amo, Francesca Reys!

Fran: Eu te amo, Die... – nem consegui dizer seu nome, seus lábios já estavam grudados nos meus, era um beijo calmo, cheio de saudade, não tinha paixão e sim amor. Era como se o mundo parasse e eu voltasse a ser a garota de 18 anos que ele conheceu, mas.. não era essa garota. Ele estrava traindo sua noiva dentro da sua própria casa e eu, meu namorado. O empurrei separando o beijo, quando eu já estava sentada no balcão com sua mão direita apertando minha coxa e a esquerda subindo a camisola – Isso ta errado!

Diego: Mas eu te amo!

Fran: Este amor não foi o suficiente para nós dois. Eu juro.. juro que tentei. Mas não deu, você tirou a vida de dentro de mim, Diego. Mas eu sei que sou mais do que me tornei por sua culpa, agora eu aprendi que não devo acreditar em você, não devo me deixar levar pelo sentimento. Eu mudei, Diego. Agora se me da licença... preciso ir! – desci do balcão – boa noite! – disse saindo –

Diego: Hey! – o olhei – te amo, bobona! – não consegui prender um sorrisinho, arrancando seu sorriso também! Subi para o quarto do Yuri, sorrindo como boba e adormeci depois de um tempo –


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!