Nem Tudo Parece Ser o que é escrita por lalinha_luf


Capítulo 1
Tudo tem um começo


Notas iniciais do capítulo

Ah... Não vou coloca nada porque é pra vcs lerem ADIAMO!



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Estavam todos a bordo do expresso de Hogwarts. Hermione, Harry, Ron e Gina estavam na mesma cabine.

Não sabiam o porquê, mas, na cabine, pairava um grande silêncio. Harry havia tido as férias mais estranhas de sua vida e Hermione já não sentia aquele “grande amor” por Ron.  Sem contar que, por mais que Harry tentasse, não conseguia parar de olhar para sua melhor amiga que estava sentada na sua frente.

Quando a mulher das guloseimas passou, Ron foi o primeiro a se levantar para comprar alguns sapos de chocolate.

-- Alguém quer algo? – Perguntou, enquanto tirava algumas moedas do bolso.

-- Me dá... Um sapo de chocolate... – Harry falava ainda hipnotizado. Mione já não era a pequena, pelo menos não de corpo. Por ela ainda não ter vestido o uniforme e estar apenas com a calça jeans e blusa branca, Harry podia notar sua beleza. E parte dentro dele agradecia por ninguém prestar a atenção no que estava fazendo. Gina lia um exemplar da mesma revista de Hermione, deitada no colo da amiga. E Ron estava no canto vendo as garotas passarem.

-- Rony... Pega pra mim uma varinha de alcaçuz... Por favor... – Hermione falara com ron sem tirar os olhos da revista enquanto entregava as moedas ao mesmo.

O resto do caminho foi em silêncio.  Quando chegaram a Hogwarts, Harry e Ron estavam um pouco atrás das garotas, quando elas toparam com certa sonserina de cabelos negros. Gina já havia brigado com Pansy Parkinson, mas dessa vez, a morena se irritou.

-- Além de pobretona é cega?!

-- Cala a boca Parkinson!

-- Ninguém me manda calar a boca!

Hermione fora separar a briga.

-- Gina... Deixa para lá... Não vale a pena... – disse, enquanto puxava a amiga pelo braço.

-- Ora... Ora... A pobretona precisa de guarda-costas agora?!

-- Não se meta comigo Pansy!

Nesse exato momento, surge um sonserino de cabelos loiros que lhe caiam à face.

-- Vamos Pansy. Não discuta com uma sangue-ruim.

-- Quem é que precisa de guarda-costas agora, Pansy?! – Hermione falou irônica.

Draco pegou a castanha pelos pulsos.

-- Não se meta com ela! Você não passa de uma sangue-ruim estúpida...

Mas ele não conseguiu terminar, Ron e Harry apareceram e Rony logo puxou a varinha para defender a amiga.

-- Solta ela, Malfoy! 

Agora era Pansy que estava cansada da ceninha que estavam fazendo. Sem contar que já havia se juntado bastante gente para ver a briga e logo Hagrid estaria ali para separá-los.  Adoraria brigar mais um pouquinho e humilhar a Granger e aqueles amiguinhos idiotas dela. Porém...

-- Vamos Draco... Não precisamos discutir com essa gentinha... – o tom que havia usado era de desprezo total.

Draco, com um olhar raivoso, fitou Rony e, depois, soltou Hermione bruscamente de modo que a fez cair em uma poça de água. Os sonserinos foram embora e Rony pôs-se a frente da amiga.

-- Você está bem?

A castanha levantou-se, sentindo seus olhos marejados de raiva. Seu rosto estava muito vermelho, o corpo trêmulo, ambos pelo nervosismo.  Seus pensamentos vagavam de modo que não pudesse ouvir Rony.

-- Mione...? – Harry sentiu a inquietação da amiga e, passando o braço ao redor do ombro da garota, a abraçou. Com a aproximação, conseguiu sentir o perfume doce da garota e, como reação instantânea, percebeu seu coração se acelerar.

-- O que foi? – Hermione disse por fim ao sentir o toque dele.

-- Você está bem? – Foi Rony quem repetiu a pergunta.

-- Sim, Sim. Agora vamos ou vamos perder o último barco. E além do mais estou com frio e com fome... – Hermione se soltou do abraço do amigo e seguiu andando na frente de todos enquanto pegava a varinha e pronunciando um feitiço para secar o uniforme. Quando já estava a passos a frente dos outros completou com um sussurro:

-- E com fome...

 

 

Infelizmente, a mesa da Grifinória era ao lado da mesa da Sonserina. E a todo instante, durante a refeição, Draco fazia questão de fazer uma piadinha sobre o que havia ocorrido.

-- A sangue-ruim mal consegue se manter em pé... Caiu feio, não é?! – As risadinhas nojentas abafavam o resto da fala de Malfoy.

Hermione estava sentada num modo desfavorável que fazia que ficasse cara- a- cara com Malfoy. 

-- Cala a boca Malfoy! – Harry já não agüentava mais as piadinhas daquele loiro azedo. E não estava nem um pouco preocupado se levaria uma detenção por bater naquele idiota, desta vez não iria se controlar.

-- Ui! O senhor Potter- testa- rachada está estressadinho! – Draco falava com um grande e notável tom de deboche e um sorriso cínico. - .. O que é, Potter?! Vai chamar o Alvo para te defender?!

Hermione escutava a conversa atentamente.

-- Deixa Harry! – esticou o braço para que pudesse tocar o braço do amigo. E o olhou com o olhar dócil, um olhar que Harry adorava. – É típico dele...

 

No dia seguinte, na aula de transfiguração, Rony e Hermione se sentaram juntos. Infelizmente a aula era com a sonserina e Draco não perdeu a oportunidade.

-- Santo Casalzinho!

-- Já não basta o que fez ontem, Malfoy?

-- Ta irritadinha, Granger?

A garota simplesmente o ignorou e olhou para o lado.

Mais tarde, enquanto Rony, Harry e Hermione andavam pelos corredores, perceberam certo tumulto e, quando se aproximaram, puderam ver do que se tratava: eram Gina e Pansy brigando a tapas.  Hermione e Harry foram rapidamente separar a briga sem pensar duas vezes.

Gina estava sobre Pansy de modo que a prendesse entre suas pernas. Dava tapas e arranhava o rosto da outra que, por sua vez, tentava se desviar sem sucesso puxando os cabelos da ruiva. Elas já estavam ofegantes e sentiam cada parte de seus corpos latejantes, mas não paravam as investidas, uma contra a outra, dificultando cada vez mais a ação de Harry na tentativa de separá-las.

Depois de algum rápido intervalo de tempo em tentativas frustradas, Harry conseguiu separar as duas, segurando Gina pela cintura e a erguendo no ar ainda com dificuldade por a garota continuar a se debater.

-- Sua piranha! – Gina não ficava satisfeita e se debatia feito uma louca querendo ansiosamente voltar a acertar Pansy e dessa vez deixar estragos ainda maiores.

A morena se levantou rapidamente, tentando acertar o cabelo e ignorar a dor que sentia em todo seu rosto. Seu rosto estava cheio de marcas feitas pelas unhas da ruiva e com outros hematomas dos tapas. Em Gina se podia ver, mesmo ela com os cabelos no rosto, marcas de arranhões e tapas no rosto e ambas estavam com a cabeça latenjando pela raiva e a dor.

-- Haha! Até parece que sou eu que troco de namorado a cada dia e saio com todos os garotos da escola! Quem é a piranha aqui ô pobretona! – Por um momento os olhos de Pansy brilharam com uma idéia se passando por sua cabeça.  E logo, cinicamente, ela levou uma das mãos até a boca seu sorriso era difícil de disfarçar. - ... Ou é sua profissão?! Será que faz isso por dinheiro?!

Realmente a fala teve o efeito esperado. A ruiva empalidecera e parara um instante de se debater encarando a morena por um instante enquanto todos em volta  ficavam em silêncio, aquilo fez com que Parkinson sorrir maliciosamente a expressão da pobretona lhe dava certo prazer.

-- Ah sua... – Gina deu uma cotovelada em Harry que o acertou em cheio no estomago de modo que o fez soltá-la. Como a marionete daquele loiro azedo ousava falar aquilo?! Ainda mais perto do Harry! Não iria deixar barato e agora iria arrancar o rosto dela a moda trouxa. Quando Harry caiu no chão e a soltou, a garota investiu contra a morena. Por poucos instantes a sonserina sorria se divertindo com a situação, realmente ela havia provocado no assunto certo. Porém, Gina, como um tigre, a atacou e derrubou no chão.

E logo a sonserina parara de sorrir, colocando as mãos no rosto para se defender dos socos que a ruiva lhe dava. Hermione, que já não aguentava as atitudes da amiga a puxou pelo braço forte o suficiente para colocá-la de pé. Com isso, pediu a Harry, que se recuperava aos poucos do golpe que levara, para acompanhar a amiga para a torre da Grifinória. Logo Draco se apressou para ajudar sua “namorada”. O loiro não queria deixar barato:

-- Isso não acaba aqui sua sangue-ruim! Sua amiguinha ainda vai ter troco!

-- Você não vai encostar um dedo na Gina, Malfoy!

Assim que Pansy saiu caminhando com a ajuda de outras garotas de sua casa, Malfoy aproximou-se de Hermione. Agarrou seu pulso com força, pressionando o anel da sonserina no pulso da mesma que, por ter a pele branca, ficou marcada.

-- Você não passa de uma sangue-ruim, uma trouxa estúpida que vive à sombra dos seus amiguinhos!

-- à sombra dos meus amiguinhos?! Olha quem fala Malfoy!

-- Não ouse me insultar Granger! – Fazendo ainda mais força sobre o pulso da garota, Malfoy a olhava nos olhos e a castanha podia sentir a raiva em seu olhar. Mas ela não teve tempo de revidar, Draco soltou seu pulso e foi embora atrás de Pansy.

Assim que a multidão começou a ir embora, a professora McGonagall resolveu tomar parte do que acontecera.

-- Mas o que aconteceu aqui? Exijo informações!

Antes que a grifinória pudesse abrir a boca para se explicar, uma sonserina gritou por trás de todos.

-- Professora é tudo culpa da Granger... Ela que começou tudo!

McGonagall não sabia o que pensar sobre tal afirmação ou responder a mesma. Virou-se para Hermione, com uma expressão vaga intrigante no olhar.

-- Senhorita Granger... Isso é verdade?

-- Profess...

Antes que pudesse terminar a frase e se defender, a professora segurou sua mão e a puxou para mais perto de modo que pudesse ver melhor.

-- Granger... Quem estava com você na briga?!

O braço da castanha estava vermelho pelo fato de Malfoy tê-la apertado. E parte do anel, também ficara marcado.

-- Na verdad... – Ela pensou um instante no que falar. Não iria falar que a culpa era de Gina e Pansy, mesmo não querendo aliviar a barra para Pansy, pensou duas vezes antes de dedurar Gina e juntou com o fato de estar nervosa com Draco. Fora o suficiente. -... Eu sinto muito... Mas foi Malfoy...

-- Como...? – Mesmo com a calma na voz McGonagall parecia não conseguir controlar sua bronca por muito tempo. – Falarei com Severo neste exato momento! Agora... 40 pontos a menos para cada casa pelo comportamento animalesco! Por amor a Merlim! Vocês estão numa escola não em um ringue de luta! Têm de se comportar!

A garota abaixou a cabeça, afinal, era vergonhoso levar tal bronca ainda mais pelo fato de não ter feito nada. McGonagall logo se retirou levando embora todos os garotos em volta. Com isso, Hermione pôde correr para a torre da Grifinória, Gina poderia estar precisando dela.

 

 

Ao chegar, se deparou com sua amiga sentada no sofá em frente à lareira e Harry ao seu lado tentando improvisar um curativo, passando um pano molhado nas feridas da garota que o olhava com certo brilho nos olhos. Quando perceberam a chegada da amiga Harry se levantou e a olhou com um olhar do tipo: “estamos precisando de você”, enquanto Gina corava levemente.

-- Ai, ai Harry... – Hermione se aproximou até a amiga tirando a varinha do bolso e pronunciando um feitiço que fez com que os ferimentos em seu rosto se fechassem e curassem.

-- Ah Mione! Você sabe que não consigo fazer esses feitiços de cura... Não quis arriscar...

-- Não Harry... Você... Fez um bom trabalho com os ferimentos... – A voz de Gina era baixa e levemente rouca.

-- E então?!

-- E então o que Harry?!

-- Como foi?!

-- Ah! Nada de mais... Já resolvi tudo!

-- Quantos dias de detenção vou ter? – A ruiva olhou a amiga já mordendo o canto do lábio inferior com medo da resposta.

-- Na verdade... Eu vou fazer... Esse favor... Sabe...

-- O que?!

-- Não tudo bem...

-- Não Mione! Não ta bem! Afinal, a culpa é minha! Amanhã vou falar com a McGonagall e vou resolver tudo...

-- Não gente é sério... Ta tudo bem...

-- Mas Hermione... – Harry abaixou a voz e desviou o olhar para o pulso da amiga. Estreitou os olhos, percebendo a vermelhidão no pulso da mesma -... Que marcas são essas...?

-- A causa da detenção...

-- Não Mione... Quero saber quem fez...?

-- Bom... Ah que isso... Não foi nada de mais... Sabe... Nada de mais – Ela fitava os amigos com um sorriso bobo no rosto. O mais forçado que conseguiu fazer.

Harry a olhava com um olhar que quem queria respostas e logo Gina percebeu a frieza do local.

-- Bom gente... Obrigada por tudo... Mas vou ter que tomar um banho e me trocar, já está tarde e daqui a pouco é o jantar! – A ruiva se despediu de todos e subiu para o quarto, deixando Harry e Hermione sozinhos com um grande silêncio, tão inoportuno que fez com que a castanha se sentasse. O amigo fez o mesmo.

-- Ainda não esqueci...

-- Aff, Harry! Já disse que não precisa se preocupar!

-- Fala agora! – Harry estava com um olhar sério.

-- Ok! Calma... Foi o... Malfoy... Feliz?!

-- Aquele...!

--Calma Harry! Não precisa...

-- Ah! Mas precisa sim! Ele te machucou... – Harry, exaltado, se levantou e a garota fez o mesmo por não saber o que fazer. Estavam próximos um do outro e frente-a-frente. Ambos conseguiam sentir a respiração um do outro.

O perfume dela era tão bom e doce e se misturava ao ar que respirava. Harry não conseguia mais se controlar. Afinal, Hermione estava mais bonita e tão próxima dele que já não conseguia raciocinar direito. Enquanto mantinha seus olhos fitando os dela, ele ergueu a mão até o rosto da mesma, apoiando-a no queixo dela. Assim inclinou a cabeça dela levemente para trás e seus lábios ficaram próximos. Com isso, Harry pôde sentir a respiração da amiga ofegante e nervosa enquanto tocava de leve seus lábios no dela.

Iniciando um beijo calmo, lento e apaixonado do qual a garota não conseguia resistir. Enquanto se beijavam não tinham consciência de que alguém os assistia. Gina não sabia o que fazer, seus olhos estavam marejados e as lágrimas lutavam para sair e rolar pelo seu rosto. Como Hermione tivera coragem de lhe fazer aquilo! Depositara todas as suas confianças na garota e ela a apunhalara pelas costas!

Realmente dúvidas vinham... Porém, respostas... Não. A ruiva saiu correndo para o quarto sem querer pensar em olhar para trás. Nesse meio tempo Harry e Hermione interromperam o beijo. Se separando e procurando fôlego.

-- H- harry... – A castanha levou a mão direita até a boca, tocando os lábios de leve.

-- Desculpa... Hermione... Eu... Preciso falar com você...

-- Não Harry! – Ela sentia o perfume e o fato de se sentir tentada a deixava enojada e estranha. Realmente era muito novo e louco para ela. -... Não!

-- Mas...

-- Não! Por favor! Olha... Eu amo o Ron... E... Ele é seu amigo! – Nem ela mesma sabia se o que dissera era verdade. Algo mudara entre ela e o ruivo. Algo que não sabia explicar.

-- Mione... Eu não vou desistir... – Aquelas palavras e o olhar que Harry a lançou embaralharam toda sua mente e a assustou. E a garota pensou que a melhor solução seria sair dali. E foi o que fez. Pegou seu livro e saiu correndo.

     

Hermione correu para o lago era o único lugar em que se sentiria calma para pensar. Tinha que saber como explicar a Ron que tudo fora um mal entendido e que ambas as partes não tinham culpa de nada. Abriu o livro e tentou se concentrar, mas não teve tanto sucesso em tal processo.  Por que Harry tinha feito aquilo?

A garota desistiu de tentar saber e principalmente de tentar ler o livro que trouxera consigo. Já estava escurecendo para se conseguir ler, então se levantou e voltou para a torre. Depois que atravessou o quadro da mulher gorda, ela olhou em volta e viu que a sala estava vazia. Era hora do jantar, por isso decidiu subir para o dormitório, não estava nem um pouco com fome. Também estava vazio. Deitou na cama e ficou olhando para o teto tentando achar alguma explicação. Quando estava quase caindo no sono ouviu alguém entrando no local. Era Gina. A ruiva estava sem a tradicional capa da Grifinória e a gravata afrouxada. Hermione levantou-se e, a única palavra que saiu de sua foi:

-- Gina! – A outra simplesmente fitou a cama da amiga com um olhar de brilho raivoso e triste.

-- Olá, Hermione.

-- Está tudo bem com você ?

-- Sim... Está. – A ruiva sentou-se ao lado da amiga, ainda olhando nos olhos da mesma - ... Hermione... Se me permite... Por que beijou o Harry?!

-- C-como você sabe disso? – A castanha gaguejava enquanto olhava para o rosto da amiga um tanto assustada.

-- Eu vi!

-- O que?!

-- EU VI, HERMIONE! – Gina explodiu. Não conseguira segurar a raiva na situação. Agora aquela garota se fazia de sonsa? Não para cima dela...

-- Gina... Eu.. Não queri...

Não pode continuar, a outra simplesmente se levantou bruscamente, a raiva sem conseguir controlar.

-- Tudo bem, Hermione! Já sei que tipo de amiga você é! – a ruiva olhava para cada reação no rosto da outra, e não sentia nem um pouco de pena ao ver os olhos dela marejarem pelas acusações.

-- Mas... Não é isso que você está pensando!

-- Ah não?! Vai me dizer que vocês estavam trocando apenas um beijinho de amigos!? Arg! Poupe-me, tá?! – A ironia era o que mais acabava com a castanha. Sentia sua garganta pegar fogo e seu coração parecer parar pela dor e se retorcer. Realmente aquilo acontecera, mas ela não tinha culpa de nada. Mas mesmo assim tinha que levar a bronca.

-- Claro que não Gina! Foi o Harry quem me beijou!

-- Pare de mentir! Você queria mesmo era fazer ciúmes no meu irmão!

O som do tapa estalou pelo dormitório. Hermione olhava para ela ainda mais assustada com aquilo. O cabelo de sua amiga estava parte no rosto virado. Como fizera aquilo?! Não sabia. Tal insulto a fez se descontrolar e acabar naquilo.

-- Desc... – começou a pronunciar, mas também com pouco sucesso.

-- Você é uma idiota! Sinceramente, Draco tem razão! Você não passa de uma sangue-ruim metida a inteligente!

-- Como ousa Gineva?! – Hermione sabia que não iria se controlar, porém tentava ao máximo manter a voz alta e forte.

-- Não me chame assim! – A garota já sentia as lágrimas rolarem pelo seu rosto, enquanto Mione tentava segurar até o ultimo momento, rezando para que aquilo terminasse o mais rápido.

-- Gina... Foi apenas um mal entendido! – a voz já não era presente na voz da castanha. E isso já não era algo perceptível.  – Por que essa tempestade?!

-- PORQUE EU O AMO! E você destruiu tudo que era importante para mim!

Hermione queria consolar a garota que caíra no chão e escondia o rosto entre as mãos trêmulas. E foi o que iria fazer se ela não a repelisse com um esbarrão.

-- ME DEIXA! NÃO TOCA EM MIM! SAI DAQUI! – Gina gritava o mais alto que podia e mione sentiu que nada poderia ser feito. Então saiu. E, quando estava acabando de descer as escadas do dormitório, avistou Harry e Rony concentrados na partida de xadrez.

A fúria tomava conta de seu corpo como algo difícil de não ligar. Sua maior vontade era de pular em cima de Harry e bater nele até não poder mais, e seu corpo quase fazia aquilo ao se aproximar dos dois.

-- Parabéns, Potter! Você simplesmente conseguiu!

-- Eu o que?! – Os dois garotos olharam para ela, com uma expressão curiosa.

-- Acabou com minha amizade com a Gina!

-- Mas eu não sei o que eu fiz?!

-- Você sabe muito bem o que fez! VOCÊ SABE SIM!

A castanha saiu da torre da grifinória como um vulcão prestes a entrar em erupção. Aquela noite realmente acabara com seu psicológico. Mas percebeu que tudo estava longe de acabar. Logo percebeu que Harry a seguia e tentou adiantar o passo, em vão. O garoto era muito mais rápido e logo a alcançou.

-- Mione! Espere... Será que pode me explicar o que ta acontecendo fazendo o favor...?

-- Ah... O santinho Potter! Então, eu, como uma boa amiga, vou relembrar o santinho que tem perda de memória, ta bom?! Foi simplesmente quando, do nada, você resolveu me beijar! A GINA VIU TUDO! E agora acha que eu sou a culpada – Hermione não parava de andar enquanto falava. Logo completando com ironia -... Claro, porque... O Santinho Potter nunca tem culpa de nada, não é?!

--Você está colocando toda a culpa para mim! Você também tem culpa!

-- Ah é?! Então é melhor você se distanciar... Talvez eu acabe te agarrando de novo.

Conseguiu andar até o primeiro andar sem ao certo saber o porquê de seguir tal direção, mas, só conseguia pensar, é silencioso. Mas isso foi por pouco tempo, afinal, seus pensamentos foram interrompidos por uma voz atrás de si.

-- Granger! Como ousou dizer que eu estava metido na briga?!

-- Ah não – Sussurrou apenas. E se virou. Ele estava nervoso e seus olhos pareciam faiscar de raiva. -... Na verdade...

-- Cale a boca, sua sangue-ruim nojenta! Agora vou ter que ir para detenção e a culpa é sua.

O restante da frase não interessou a garota. Sangue-ruim. Gina a  poucos minutos atrás, a chamara assim. Lembrara de toda a briga e todo seu esforço para fugir dela tinha sido em vão. Seu corpo estremeceu com o poder da palavra e Malfoy pode sentir quando a pegou pelo braço. Seus olhos começaram a marejar e tudo o que estava entalado em sua garganta parecia querer explodir e sair. Todo o choro que conseguira segurar perto da ruiva estava preste a começar agora e na frente do Malfoy.

Para a surpresa de Malfoy, a garota a sua frente, estava realmente chorando. Estreitou os olhos para fitar as lágrimas que soltavam parecendo rios. Aquele comportamento fez com que sua garganta queimasse. Nunca fora assim.

-- Você... Está... Chorando?!

-- NÃO! – a resposta saíra antes que pudesse pensar e sabia que era em vão graças às lágrimas que a denunciavam.

-- Está sim... – Draco sentia a angústia aumentar. Não! Definitivamente não estava nem um pouquinho com vontade de ver tal cena. Ela estava chorando por sua causa. Pelo o que disse e isso era estranho, toda vez que falava qualquer insulto, Hermione lhe respondia com alguma fala áspera e saía, o deixando sozinho. Mas dessa vez, ele fora longe demais. Percebia disso e percebia também que seu corpo agia por impulso. Simplesmente, sem ter consciência de seus atos, puxou a garota para si, passando o braço em volta de seu ombro, querendo consolá-la. -... O que aconteceu...?

A resposta não veio. Hermione ficou paralisada e toda sua cabeça não conseguia pensar e raciocinar numa resposta sensata. Ao perceber que a garota parara de chorar, Malfoy acordou e a soltou rapidamente. Virou o rosto para não olhá-la.

-- Granger! Você me paga! – disse, se afastando rapidamente deixando a garota confusa.

Mas... Como...? E Por quê?

Não sabia. Só sabia que estava longe de conseguir uma resposta. Ficou parada durante alguns segundos que mais pareceu uma eternidade, enquanto sentia o perfume dele ainda no ar. O choro havia parado. Pelo menos isso...

 

 


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Notas finais do capítulo

Gostaram .. Reviwes Please T_T