Everything Has Changed escrita por Anne Atten


Capítulo 47
Capítulo 47


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, estou de volta!
Capítulo 47 já :o
Quero agradecer a Slipcom, PaulaSantos e Ana Paula por tem favoritado ♥
Boa leitura :)



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São duas e vinte quando minha mãe bate na porta do meu quarto.
–Lydia, seu pai chegou e...
Ela para por um momento olhando o meu estado.
–E você tá parecendo uma mendiga!
Reviro os olhos.
Eu decidi que não quero ir no cinema com o meu pai e com a Claire. Não quero, não vou.
–Eu não vou.
–Como é? – pergunta ela como se não tivesse entendido.
–Você ouviu, eu não vou.
Ela bufa.
–Lydia, por favor né, para de birra.
Solto uma risada.
–Birra? Birra nada! Queria ver como seria se você descobrisse que seu pai escondeu que tinha uma nova mulher num outro país e que praticamente adotou a filha da outra! – respiro fundo pra não gritar. –Você não sabe como é, então não julga. Eu não vou.
Minha mãe respira fundo e vem até mim, sentando ao meu lado na cama.
–Lydia, eu não vou fingir que eu entendo o que você tá sentindo, mas por favor, não arruína esse reencontro com o seu pai. Eu sei o quanto você ama ele, o quanto sentiu falta dele. Sei disso mais do que ninguém. – ela passa uma mão sobre o meu ombro. –Então não arruína isso, filha.
Balanço a cabeça.
–Por que você quer isso? Não entendo você, sinceramente.
Ela abre um sorrisinho.
–Porque eu quero te ver feliz.
–Me deixa dormindo então que eu juro pra você que fico feliz. – resmungo.
–Quer que eu chame o Thomas pra vir em casa? – pergunta ela se levantando e dou um pulo.
–Que? Não! Claro que não!
Meu estado está bem caótico, ele não pode me ver desse jeito!
–Mãe, não faz isso por favor! – peço já desesperada.
Minha mãe coloca a mão no queixo, pensativa.
–Se você se arrumar direito e for com o seu pai, eu não chamo o Thomas pra vir aqui.
Faço uma careta.
–Não vou sair!
–Então vou chamar o Thomas. – diz ela já saindo do meu quarto.
Respiro fundo.
–Tá, eu vou. – resmungo. –Manda meu pai esperar.
Eu não quero ir, mas não quero ver o Thomas desse jeito péssimo.
Minha mente já é meio bipolar, agora está mais ainda. Eu disse que não ia ficar brava com o meu pai, que não ia ter raiva da Claire, mas não tá dando não.
Tiro a minha blusa de pijama (sim, eu estou de pijama) e coloco uma camiseta meio desbotada. Não to nem aí pra minha aparência.
Daí lembro do Thomas. Vai que ele está lá embaixo? Duvido nada.
Só por causa disso, coloco uma roupa mais bonitinha. Prendo meu cabelo com um elástico e vou de óculos mesmo. Pego uma bolsa, minha mãe me deixou um dinheiro e guardo-o dentro dela. Escovo os dentes e vou com a cara mais emburrada do mundo pra sala.
–Seu pai tá lá embaixo. – avisa minha mãe. –Não volta tarde.
–Por mim eu nem ia. – retruco e saio de casa.
Desço pelo elevador pensando no que fiz pra merecer ser obrigada a ir num shopping. Geralmente eu gosto de shoppings, mas hoje to mais irritada do que nunca com o mundo todo.
Na hora que saio do elevador dou de cara com o enxerido e meu coração acelera.
To falando que a coisa tá difícil pra mim.
Ele sorri.
–Nossa, tá indo pra guerra? – alfineta ele.
Reviro os olhos e passo reto.
–Os guerreiros vão até esquecer o que tão fazendo lá quando virem você. – ouço ele falar, mas não me viro já que meu rosto está esquentando.
Thomas e a habilidade de me deixar mais sem graça que a porta.
Peço pro porteiro abrir o portão e dou de cara com um carro, o vidro aberto. Vejo o rosto do meu pai e ou é impressão minha, ou a Claire não tá mesmo aqui. Não sei se isso é bom ou ruim.
Entro no carro e meu pai sorri. Não retribuo e ele fica sério.
–Como vai? – pergunta ele.
–Cadê a sua filha? – rebato olhando pra ele com certo sarcasmo.
Vejo meu pai engolir em seco.
A Claire tá no apartamento.
–Ah, ela não quis vir?
–Eu pedi pra ela não vir, porque queria passar um tempo a sós com você. Pensei muito e temos bastante pra conversar.
–Jura? – irônica mais uma vez.
Meu pai faz que sim com a cabeça e começa a dirigir.
Durante o caminho eu não falo nada, fico calada olhando pro lado de fora.
–Como foi seu dia? – pergunta ele em certo momento.
–Normal. – respondo dando de ombros e me viro pra ele. –Mas você não deve saber como é isso.
Ele me olha sem entender.
–Quero dizer, ficou tanto tempo longe que nem deve mais saber o que é normal pra mim.
Meu pai me lança um olhar bravo.
–Não é porque eu fiquei longe que deixei de ser seu pai, entendeu? Me trate com respeito. Eu sei que você está chateada, mas não irei ficar aturando desaforo vindo de você!
Calo a boca depois dessa e ele respira fundo.
–Já pedi desculpas, o que mais eu preciso fazer Lydia? O que aconteceu já aconteceu. Você disse que ia esquecer esse negócio todo.
Rio.
–Claro, até porque é muito fácil esquecer uma coisa dessas! Eu disse que eu ia tentar, não prometi nada e não consegui nada! – falo brava. –E se alguém está errado no modo de agir aqui, é você, não eu.
Agora é ele que fica quieto. Chegamos no shopping, nem sei como ele sabe o caminho mas enfim, e ele estaciona o carro.
Tiro o cinto de segurança e saio do carro. Ele sai logo em seguida.
–O que você vai querer fazer? – pergunta meu pai.
–Tanto faz...
Meu pai bufa.
–Se você não quer andar comigo, tudo bem. Eu te levo de volta pra casa e volto pra minha lá na França.
Gelo ao ouvir isso.
–Você o que?
–Você não é surda, Lydia. Eu vim aqui porque eu estou com muitas saudades de você, mas se não me quer por perto eu posso ir embora.
–Isso é uma ameaça? – pergunto com a sobrancelha levantada.
–Não é ameaça, mas se não me quer aqui, avisa.
Respiro fundo.
–Pai, é lógico que quero você aqui... Mas não consigo esquecer a ocultação da Claire.
Meu pai faz que sim com a cabeça.
–Eu sei, eu sei. Mas eu continuo te amando, ela não vai ocupar o seu lugar nunca. Jamais. – ele segura os meus ombros e me abraça.
Fico meio sem saber o que fazer, então abraço-o de volta.
Sinto um pingo na minha nuca e ouço um fungar. Ele tá chorando?
–Pai? Você tá bem?
Ele se afasta de mim e passa as mãos no rosto.
–Desculpa. Eu só to feliz por te ver. É que você cresceu tanto.
Depois eu sou a estranha.
–Certo... – falo e lembro de uma coisa. -Pai, tem alguma coisa que você tem pra me contar?
Ele franze a testa.
–Não. – continuo olhando pra ele e meu pai parece se tocar. –Ah, sim. Tem uma coisa. Mas isso pode esperar. – vejo que ele fica meio nervoso.
Continuo encarando-o. Não quero mais nenhuma coisa escondida de mim. A Claire já me disse ontem sobre o casamento, mas agora eu quero ouvir dele.
–Lydia, não é nada importante.
–Pai, fala agora. Não vou aceitar ser dobrada de novo não.
Ele passa as mãos nos cabelos.
–Eu queria te contar depois, mas já que quer tanto ouvir, vou ser sincero com você. Eu vou me casar com a Sophie.
Eu tinha uma pequena esperança que fosse invenção da Claire.
–Ah. – é a única coisa que eu penso em falar.
–Ah? – repete meu pai.
–Ah. – repito.
Ele fica sem saber o que falar e eu também. Acho que eu preferia ter tido tempo pra esquecer do que a ruiva me contou e daí eu não teria que viver com a ideia que meu pai vai se casar com outra pessoa mesmo.
Assim, eu não sou contra meu pai e minha mãe seguirem em frente. Não sou mesmo. Não tava dando o certo o casamento, entendi eles se separarem. Mas por algum motivo, eu não quero mesmo que ele se case com essa tal de Sophie. Nome de gente fresca.
–Hum, você quer falar sobre isso ou...?
–Vamos ver um filme fazendo o favor. – peço sem nem deixar ele completar a frase dele.
Vou tentar seguir minha vida normalmente depois dessa. É o que me resta. É muita coisa na minha cabeça. Eu não devia ter perguntado. Pois é, sou burra mesmo, lerda mesmo quero beijar o Thomas mesmo...
Pera o que?
Começo a tossir e meu rosto fica vermelho.
Meu pai dá tapinhas nas minhas costas.
–Filha, tá tudo bem?
Dou mais uma tossida e me recomponho.
–Sim, tudo certo.
Não, nada certo.
Caramba, por que eu fui pensar no Thomas agora? Tipo, do nada. To precisando bater um papo com o meu cérebro.
Chegamos na fila dos ingressos e eu vejo o Peter com a Jennifer saindo de uma loja.
Dou um aceno e ela me vê, fazendo o filho olhar pra mim também. Ele sorri e os dois se aproximam de nós.
–Quem é esse? – vejo que meu pai está mais sério e me seguro pra rir.
–É um amigo meu, o Peter.– é o que falo antes dos dois chegarem.
Jennifer sorri.
–Oi, Lydia. – então ela olha pro meu pai. –Andrew?
Ele analisa o rosto dela e parece se lembrar.
–Jennifer? Da turma do terceiro ano?
Peter e eu nos entreolhamos.
–Que foi madrinha do casamento e que ia em casa de vez em quando? – completa meu pai.
Ela sorri.
–Isso.
Pelo que eu sei meu pai é muito ruim de fisionomia, palmas por ele ter conseguido se lembrar da Jennifer.
Os dois se abraçam brevemente.
–Ah, esse é o meu filho. O Peter.
Meu amigo sorri e estende a mão. Eles apertam as mãos e as soltam.
–Eu estava querendo te conhecer, a Lydia falou muito do senhor.
Meu pai olha pra mim e de novo, quase dou risada. Eu e Peter é a coisa mais absurda. Nós nascemos pra sermos parceiros de crime, não namorados. Mas parece que meu pai não enxerga isso.
–Falou é?
–Falei. E falei pra metade do mundo que você vinha. – viro-me pra Jennifer. –Querem ver o filme com a gente?
Ela sorri.
–Obrigada, querida, mas não dá. O Peter tem compromisso.
Olho pra ele.
–Onde você vai?
–Vou na casa da Katherin ajudar ela com os deveres... – diz ele ficando vermelho por falar dela.
Sorrio.
–Manda oi então.
–Pode deixar. – diz ele.
Jennifer me dá um beijo na bochecha.
–Diz pra sua mãe que vou ligar pra ela mais tarde, não deu pra falar com ela ontem. – fala a Jennifer. –E foi bom te ver, Andrew.
Meu pai sorri.
–Igualmente.
Peter dá um aceno breve pra nós dois e vira-se. Estou pronta pra virar pra frente também, mas ele dá meia volta.
–Ah, esqueci. O senhor já conheceu o Thomas? – pergunta o Peter com um sorriso sacana.
Filho da mãe!
Meu pai faz que não com a cabeça.
–Não ainda. Por que?
Peter ri.
–Porque ele é...
–Um amigo nosso. Melhor amigo do Peter. – corto-o.
Nossa, eu vou matar o Peter depois. Ele que me aguarde.
O fuzilo com o olhar e ele ri.
–É, ele também queria conhecer você.
–Ele e a Katherin. – corrijo. –Mas isso não será possível porque ele tá com dengue.
Peter me olha com os olhos arregalados. Nem eu sei de onde tirei isso.
–Nossa. – diz meu pai. –Ele tá bem?
–Tá tudo ótimo com ele, só não tá muito bem. Mas já tá sarando, né Peter? Daqui uns dias ele tá bom, mas não sabemos quando ainda. Tadinho do Thomas. – dou uma piscadinha.
Peter faz que sim com a cabeça e vai embora.
Motivos pra eu não querer que meu pai conheça o Thomas:
1- eu ia ficar muito vermelha, porque eu gosto do Thomas
2- altas chances do Thomas fazer gracinha, porque ele gosta de encher
3- já disse que ia ficar vermelha porque eu gosto do Thomas?
–Hum, então... Já estudou com a Jennifer? Dessa eu não sabia. – falo pra nem deixar o assunto cair no Thomas.
–Sim, estudamos bastante tempo juntos. Mas o terceiro ano foi quando eu e sua mãe começamos a namorar e ela e a Jennifer eram muito amigas.
Meu pai parece meio desconfortável ao falar de quando conheceu minha mãe, deve ser porque ele vai casar com outra.
Compro os ingressos, pego pipoca e coca cola. Nós dois entramos na sala do cinema e nos sentamos mais pro fundo.
Lembro de uma vez que eu era pequena e sentei no fundo junto com o meu pai. Ele tinha dito que era ruim pra enxergar, porque eu era muito baixinha, mas eu queria mesmo assim.
Consegui enxergar já que ninguém sentou na minha frente e achei o máximo aquela tela gigante na minha frente.
O filme era “A Fantástica Fábrica de Chocolate” e no final eu sai dançando enquanto descia as escadas. Pois é, rainha desde pequena. Só que não.
Dou risada dessa lembrança e taco um monte de pipoca na boca.
–Pai, tá sem sal.
–Comer muito sal faz mal.
Faço uma careta e bebo um pouco da coca.
–Vai começar. – diz ele.
Meu pai não é muito fã de filmes, mas eu o arrastava já que minha mãe também não curte muito. A diferença é que ele usava essa desculpa de vir no cinema comigo pra não ter que lavar louça e eu fazia a mesma coisa, dizia que eu precisava ver tal filme porque sim.
Depois que eu fui ficando maior, vir no cinema com o meu pai diminuiu, mas eu sempre gostei. Era meio uma tradição.
Só morei com ele até os nove anos, então nem cresci muito assim dizendo, mesmo assim paramos de sair um pouco.
Sinto uma coisa na minha mão e vejo um saquinho de balas de gelatina de ursinho. Eram as minhas preferidas.
–Nossa, eu nem lembrava mais delas. – confesso abrindo o saquinho.
Meu pai sorri.
–Eu resolvi comprar, já que você fazia um escândalo se não tinha dessas.
Sorrio e começo a comer as balinhas, vidrada na tela do cinema como sempre acontece.

Eram dez horas da manhã quando recebi uma mensagem no facebook do professor de teatro.
Ronaldo: Lydia, nosso teatro está chegando e você perdeu o ensaio de quinta feira. O Thomas também perdeu alguns ensaios, então preciso que os dois treinem juntos. Leiam as falas juntos, façam o que puderem. Está chegando!
Sim. Está chegando. Hoje é dia seis, catorze dias.
Eram ainda dez horas da manhã do sábado, dava tempo de falar com o Thomas.
Como sou um ser preguiçoso, não iria até o apartamento dele, então cliquei pra mandar mensagem.
Eu: Thomas, você tem que vir em casa hoje ensaiar as falas.
Thomas: Han?
Dei risada, pessoa lerda.
Eu: Falas. Teatro. Peter Pan. Lembrou?
Thomas: Ah sim. Que foi?
Eu: Ronaldo mandou mensagem mandando a gente treinar, já que falta pouco tempo. Meu pai via me buscar pra gente sair de tarde, mas eu posso ficar com você até às três e meia.
Reli a frase. Eu tinha dito “ficar”.
Eu: Ficar que eu digo é estar no mesmo local, não outra coisa.
Já podia até ver ele rindo da minha cara.
Thomas: Eu entendi.
Thomas: Blz então, vou aí duas e meia tá bom pra você?
Lydia: Ta ótimo.
Lydia: NÃO ESQUECE SEU TEXTO!!!!
Thomas: pode deixar
Agora faltam dois minutos pras duas horas e eu to tentando deixar o meu cabelo descente, mas de um jeito que não fique muito chamativo. Quero uma coisa imperceptível. Estranho, eu sei, mas o Thomas me deixa estranha o que é extremamente estranho!
–Lydia, que tanto você se olha no espelho menina? – pergunta minha mãe. –Toda hora que eu passo você tá aí!
–Foi mal, é que o Thomas tá vindo pra gente treinar as falas.
–Entendi.
Eu fiz ela ficar no quarto dela pra não ouvir o texto. Ela ainda não sabe que é Peter Pan.
–Seu pai vem às três e meia, não esquece.
–Pode deixar.
Ela vai sair do quarto, mas parece se lembrar de algo.
–Não pode ficar escondendo o Thomas do seu pai.
–Que? Eu não to escondendo ele. – faço fazendo cara de desentendida.
Ela revira os olhos.
–Não imagina...
–Tudo bem, confesso, to escondendo. Mas é só porque talvez meu pai perceba que eu gosto do Thomas e eu não quero isso.
Minha mãe vai responder, mas a campainha toca e meu coração dispara.
–Deixa que eu abro. – falo. –E nada de ficar ouvindo o texto!
Ela ri e faz que sim com a cabeça.
Vou até a porta e respiro fundo, abrindo-a em seguir.
Thomas sorri.
–E aí? Sentiu minha falta?
Reviro os olhos e ele entra. Fecho a porta.
–Só te chamei porque o professor pediu. Mais nada.
Ele ri.
–Eu sei.
Vou até o meu quarto e faço ele pegar uma cadeira pra ele sentar, eu que não vou pegar. Não sou escrava.
O tonto do Thomas esqueceu de trazer o texto e agora vai ter que ler comigo.
–Pelo amor, Thomas! Eu te avisei.
–Relaxa, você tem o texto. Pra que mais um?
Nem respondo nada.
Começamos a treinar. A maioria das coisas já gravamos, então falamos olhando um pro outro, só que a distância entre nós dois está bem curta, por conta disso eu olho pra um ponto fixo sobre o ombro dele. Nada de olhar nos olhos. Olhar nos olhos faz mal pro meu cérebro.
Tem uma parte que não gravamos e temos que olhar pro papel, e como é um texto só e é pequeno, nossas cabeças acabam ficando encostadas uma na outra.
E então chega o finalzinho.
–Nós nunca mais vamos nos ver. – diz Peter/Thomas ainda olhando pra folha.
–Nunca é muito tempo.
Peter/Thomas dá um sorriso triste.
–Mas posso te fazer um último pedido? – pergunta ele olhando pra mim e segurando o meu rosto.
Meu coração acelera.
–Thomas... A gente combinou de não treinar essa parte, lembra? – falo nervosa.
–A gente não combinou nada. – protesta ele.
Eu me levanto, deixando-o sentado e passo as mãos nos cabelos. Thomas se levanta também e puxa meu pulso, fazendo-me ficar de frente pra ele.
–O que você...? – começo, mas ele segura minhas duas mãos e me puxa pra ele.
–Que isso agora, Lydia? Não quer treinar uma falinha?
–Que? Claro que não! – protesto tentando me soltar dele.
–Então vamos ensaiá-las. Tá nervosa por que?
Porque eu acho que você vai me beijar, idiota!
–Não to nervosa! Termina logo com isso.
Ele dá um sorrisinho e eu quase tenho um ataque do coração.
–Mas posso te fazer um último pedido? – sussurra ele bem perto da minha boca, nossos lábios quase se encostando.
Minhas pernas ficam bambas e eu acabo fechando os olhos.
–Pode. – sussurro.
Abro um pouco os olhos e olho pra boca dele. De repente, parece que o mundo vai acabar se eu não beijar ele agora mesmo.
–Lydia, eu che...
Eu e o Thomas viramos o rosto na direção da porta na mesma hora, como aquela menina do exorcista. É meu pai.


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Notas finais do capítulo

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