Everything Has Changed escrita por Anne Atten


Capítulo 41
Capítulo 41


Notas iniciais do capítulo

Carambaaaa, 41 capítulos já :o
Bom, quero agradecer a Bia pela recomendação, adorei ♥ ♥ ♥
Boa leitura :)



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Na hora que a tia da Jane nos deixa na casa dela, vamos direto pro quarto e colocamos pijamas. Como se a gente fosse dormir. Vamos ficar conversando e vendo filme até tarde.
–Lyd, sabe o que lembrei agora? Você disse que tem uma coisa importante pra dizer pra gente. – diz a Kriss.
Jane faz que sim com a cabeça.
–Verdade, tinha quase esquecido.
Engulo em seco. Quero adiar isso o máximo possível, mas parece que eu to mesmo encurralada.
–Ahn, vamos ver algum filme. Falamos disso depois. – olho pro teto rezando pra que elas deixem isso pra lá.
–Não mesmo, Lydia. Você vai dormir na metade do filme só pra não ter que contar.
–Bom ponto, Jane. – concorda a Kriss. –Daí vai ficar enrolando e vai embora sem nos contar.
Respiro fundo e me sento em um colchão. No outro senta-se a Jane deita e coloca a cabeça no colo da Kriss.
–Okay, eu conto. Mas a gente pode pegar as coisas de comer antes? – pergunto tentando só ganhar mais um tempinho.
As duas se entreolham. Kriss bufa, Jane revira os olhos.
–Tá, tá, a gente pega as coisas. Vai ser até melhor, depois ficaria com preguiça de ir pegar mesmo. – fala a Jane. –Vocês duas vão.
Cruzo os braços.
–Como é?
Kriss também se manifesta.
–Nossa, Jane, que folga. Vai atrofiar essas pernas! – nós três rimos.
Jane faz um sinal com a mão pra gente ir logo.
–É meu aniversário. – justifica ela. –Vão lá, vão.
Kriss se levanta e estende a mão, me ajudando a me levantar. Descemos as escadas e vemos a mãe dela na sala, no telefone.
–As amigas dela estão aqui. – não era minha intenção ouvir, mas ela tá falando alto e sinto muito se tenho ouvidos. –Eu sei, eu sei que temos que contar pra Jane. – a mãe dela bufa. –É o aniversário dela, deixamos isso pra outro dia. – então desliga.
Eu e Kriss nos entreolhamos e descemos o restante das escadas conversando, como se não tivéssemos ouvido nada.
A mãe de Jane sorri.
–Vieram pegar as coisas? Tá tudo na cozinha.
Assentimos com a cabeça e vamos até lá.
–O que foi aquilo? – sussurro pra Kriss.
Ela dá de ombros.
–Não faço ideia, mas coisa boa não é. – sussurra ela de volta. –Acha que devemos pra contar pra Jane?
Paro pra pensar e chego a uma conclusão.
–Acho que não, quero dizer, a gente nem sabe o que é. Cedo ou tarde a mãe dela vai contar o que quer que seja.
Ela concorda e pegamos umas seis latinhas de coca cola, batatinhas, balas de goma e confetes de chocolate.
–Depois a gente faz pipoca. – fala a Kriss. –Não vamos ver o filme agora mesmo.
Nós duas voltamos pro quarto da Jane, ela continua deitada no mesmo lugar, dessa vez olhando pro celular. Quando chegamos, ela coloca o celular em cima da cama dela.
Ponho as coisas no chão, no meio dos dois colchões e me sento no mesmo lugar. Jane dessa vez se senta também, com olhos curiosos.
–Então, o que aconteceu? – pergunta ela.
Respiro fundo, meu coração batendo forte, meu rosto esquenta. Droga, devia ser mais fácil falar essas coisas. Mas pra mim não é não.
–Eu to com muita vergonha de falar, de verdade. – confesso. –Me desculpem não ter contado antes, mas eu estava nervosa e com muita vergonha.
As duas assentem.
–Lydia, estamos com você. – fala a Kriss. –Não precisa ter vergonha.
Jane concorda com a cabeça.
–Ok, vou falar. – respiro fundo.
Pego uma porção de confete e coloco na boca.
O que eu falo é “Eu beijei o Thomas”, mas por conta de estar comendo saiu mais como:
–U rurrei ro romas.
As duas começam a rir, completamente confusas.
–Você o que? – pergunta a Jane. –Você surrou o Leonas? Quem chama Leonas?
–Não, ela rugiu com o Jonas.
–Quem é Jonas? – pergunta a Jane e começa a rir. –E por que rugiu com ele?
–É um tigre? Na sua peça você faz som de tigre por um acaso?
Ai palhaças essas meninas. Mesmo assim, rio.
–Agora fala. – diz a Kriss.
Coloco a mão no potinho de confete, mas a Jane o puxa.
Não me resta alternativa.
–Eu beijei o Thomas. – falo e coloco as mãos no rosto, envergonhada. –Na verde, a primeira fez foi ele que me beijou...
–Pera, foram quantas vezes? – pergunta a Jane. Abro os olhos e vejo que as duas estão com sorrisinhos nos lábios.
Droga!
Faço dois com o dedo e as duas meio que se jogam em cima de mim.
–Vocês tão me sufocando! – reclamo, mas elas não saem.
–Eu disse que gostava dele! – diz a Kriss.
–Eu também! – diz a Jane. –Quando isso aconteceu?
–Se as duas me deixarem respirar, eu falo.
As duas voltam pro outro colchão e passo as mãos no cabelo.
–Uma vez ele mandou eu calar a boca, porque ele tava com dor de cabeça e eu não parava de falar. – acabo rindo e as duas também. –Daí sem pensar eu disse “vem calar”, e bom, ele foi mesmo me calar. Isso foi à duas semanas.
Kriss abre um sorriso bobo e a Jane só ri balançando a cabeça.
–Essa foi a primeira vez, foi só um selinho. Semana passada, eu tive um pesadelo com ele e fui de manhã na casa dele. – as duas sabem que ele mora no mesmo prédio. –Daí também tagarelei e ele me interrompeu me beijando. – meu rosto esquenta. –Só que dessa vez...
–Dessa vez? – insiste a Jane.
Bufo.
–Dessa vez eu beijei ele de volta. Pronto! Agora deixa eu me enterrar num buraco por favor. – falo e coloco as mãos no rosto de novo.
As duas riem.
–Lydia beijou alguém, anota aí Kriss.
–Anotando.
–Foi a primeira de nós três. – fala a Jane.
Que vergonha.
–Desculpa a pergunta, mas o beijo foi bom? – pergunta a Kriss.
–Kriss! – falo sentindo as bochechas queimarem.
Taco um travesseiro na cara dela, mas começo a rir junto com elas.
–Ainda não respondeu. – fala ela.
Fecho os olhos me lembrando. Se aquilo não é beijar bem, juro que não sei.
–Ah, foi maravilhoso. – falo suspirando.
–Aehooo! – fala a Jane animada.
–E as mãos dele acariciando o meu rosto... – suspiro de novo.
–Alguém tá gostando de alguém aqui minha gente! – anuncia a Kriss.
Meu telefone começa a tocar. Vejo que é e meu coração dispara. É o Thomas. Não falo com ele desde ontem, quando ainda não sabia que gostava dele.
–Não vai atender?
Faço que não com a cabeça. To nervosa. Tenho medo de gaguejar, sei lá. Não posso falar com ele agora.
–Não.
–Passa o telefone. – pede a Jane. Olho pra ela implorando que não. –Relaxa, falo que foi pro banho. – suspiro aliviada. –E depois me explica porque esse nervosismo todo.
Faço que sim com a cabeça e entrego o telefone pra ela, que diz que vai colocar no viva voz.
–Alô?
–É do celular da Lydia?
Só de ouvir a voz dele meu estomago embrulha. Reviro os olhos.
–Oi, é sim. Aqui é a amiga dela, ela foi tomar banho. – diz a Jane.
–Ah, sim. Pode pedir pra ela retornar amanhã?
–Claro. – diz a Jane.
–Valeu, vou desligar. Manda um beijo pra ela.
Abro um sorriso com isso.
Kriss parece que vai dar uns pulinhos.
–Mando sim. – diz a Jane e ele desliga. Ela me entrega o celular. –Menina, acho que ele gosta de você, hein.
–Você acha? Tenho certeza!
–Okay, okay, vamos mudar de assunto por favor. – peço. –To morrendo de vergonha, por favor, chega disso.
Jane e Kriss assentem.
–Ei, vocês duas! – a Jane fala parecendo meio brava. –Que história é aquela de me obrigarem a sair com o Oliver? O que deu em vocês?
Solto uma risada.
–Não sei o que deu na Kriss, mas eu quero que saia com ele pra parar de pensar um pouco no Will. – falo com sinceridade.
–Fiz pelo mesmo motivo. – fala a Kriss. –Você tá quase toda vez triste, quando olha pra ele com a Malu quase chora, e tem vez que chora mesmo. – Kriss respira fundo. –E outra, que mal faz sair com o Oliver?
–Ele até parece ser legal. – dou um palpite.
Jane solta uma risada de deboche.
–Legal? Ele é um babaca, isso sim! – diz a Jane e se joga no colchão. –E não é como se eu fosse parar de pensar no Will tão cedo, quero dizer, ele ainda é meu amigo. Eu ainda falo com ele, menos agora por conta da namoradinha dele. – ela faz uma careta de desgosto. –Mas enfim, eu ainda tenho bastante contato com ele. Não vai ser fácil.
Faço que sim com a cabeça.
–Por isso mesmo deve sair com o Oliver. Conhecê-lo melhor. – diz a Kriss.
–Não estamos dizendo pra namorar o Oliver, só o conheça. Que mal faz? – falo tentando convencê-la a não desmarcar com ele.
–Exatamente. – reforça a Kriss. –Só estamos tentando fazer você parar de ficar chorando pelos cantos por causa do Will.
Jane fica de cara amarrada, mas acaba concordando. Conversamos sobre outras coisas e quando vemos, já é dez horas da noite.
–Ok, vamos ver os filmes. – Jane se levanta. –Vou pegar a pipoca porque sou uma pessoa boa. – diz ela e desce as escadas.
Eu e Kriss rimos.
–O Adam é seu amigo? – pergunto e ela faz que sim com a cabeça. –Eu fiquei até meio assustada de ver o Oliver e ele lado a lado, são exatamente idênticos.
Ela ri.
–São, mas só na aparência mesmo.
–Aquele amigo deles, o James, pediu pra tirar foto comigo. – falo rindo. Ela concorda com a cabeça. –Queria fazer ciúmes numa garota.
–Ou queria pedir mesmo seu facebook. – diz ela e eu faço uma careta.
–Nop, Kriss. Viajou dessa vez.
Jane logo está de volta com três potes de pipoca. Cada uma se senta no seu colchão.
–Que filmes vamos ver? – pergunto.
–Os Estagiários. – bato palminhas. Gosto do filme e tem o Dylan O’brien, maravilha. –Harry Potter e o Cálice de Fogo. – amo também. –E se não dormirmos, “A Fera”.
Vemos os dois primeiros e acabamos dormindo.

Acordo nove horas, às dez vou pra casa da Clarisse e passamos o dia juntas. A festa da Isabelle é sete e meia da noite.
–Lydia? – chama a Clarisse.
Estou com a calça jeans e a blusa que comprei.
–Oi. – falo com um sorriso. –To quase pronta.
–Ia vir te perguntar que horas quer que eu te leve pra casa da Kriss.
Termino de passar o gloss e dou uma penteada no cabelo.
–Pode ser agora. – falo e ela sorri.
Vamos pra casa da Kriss e ela diz que vai me buscar na festa meia noite, o que pra mim tá ótimo.
–Oi. – diz a loira quando abre a porta. Entro em sua casa. –A Jane vai vir daqui a pouco, minha mãe vai levar a gente.
Faço que sim com a cabeça e ficamos na sala mesmo, sentadas no sofá.
–Ah, já ligou pro Thomas? – pergunta ela.
Dou um tapa na minha testa. Esqueci completamente. São sete horas, ele me ligou ontem de noite.
Respiro fundo e clico pra ligar. No quarto toque eu já vou desligar, porque não atende, mas isso muda:
O que você quer?
Engulo em seco.
–Nossa, oi pra você também. O que eu te fiz pra falar comigo desse jeito? – pergunto.
Ele dá uma risada seca.
–O que me fez? Nada, Lydia, nada mesmo. Poderia ter falado que tinha um namorado, mas não, ficou aí se fazendo de durona e sendo grossa comigo! Agora entendo porque não retornou minha ligação antes e nem atendeu o telefone, tava ocupada com o seu namoradinho.
–Não to te entendendo.
–Serei claro. Eu vi sua foto com o menino lá, o tal de James. Você acha que sou idiota?
Solto uma risada.
Ele é amigo de um amigo das minhas amigas.
–E quer mesmo que eu acredite?
–Quero! – falo ofendida. –Eu nem o conheço, ele só estava... – bufo. –Quer saber? Eu to te dizendo que eu não tenho nada com aquele garoto, agora se você não acredita em mim, sinto muito!
Desligo na cara dele e me seguro pra não jogar o celular na parede. Estou brava com ele. Como ele duvida assim de mim?
–Lyd? – fala a Kriss se sentando ao meu lado. –O que aconteceu?
Falo pra ela sobre o que acabou de acontecer.
–Ele não acredita em mim, Kriss! Isso é absurdo. E outra, se eu tivesse namorado, isso não é da conta dele, mas eu falaria do mesmo jeito. – conto até dez mentalmente pra não explodir de raiva. –Agora ele me chama de mentirosa e não confia em mim?
Estou muito chateada com ele, de verdade.
–Ainda quer ir na festa? – pergunta a Kriss.
–Quero. – falo. –Não vou ficar assim por causa dele. Nem toque mais no nome dele hoje, por favor.
Ela faz que sim com a cabeça e logo a Jane chega e vamos pra festa.
Fico com as duas, mas totalmente sem animação. O Jake tá viajando, então não veio. Ótimo. O Will chega pra nos cumprimentar de mãos dadas com a Malu.
Olho pelo canto do olho pra Jane.
–Oi. – diz ele.
Dou um aceno. A Malu também dá um “oi” e os dois vão dançar. Jane revira os olhos.
–Vou pegar uma água pra mim, alguma de vocês quer? – pergunto. As duas fazem que não com a cabeça e vou pro balcão. –Quero uma água, por favor. – peço pro moço.
Ele me entrega o copo e alguém chega do meu lado, mas não me viro pra ver quem é.
–Nossa, Lydia, você tá diferente.
Quase cuspo a água. É o Daniel.
Termino o meu gole de água. Não gosto mais dele, já disse disso, mas mesmo sim fico incomodada com a presença dele.
Forço um sorriso.
–Oi, como vai? – pergunto. Quero mais que ele se exploda!
–Bem e você? – só dou de ombros. –Você tá mais bonita, sabia que senti sua falta na escola?
–Sério? Que pena. – falo com tom de deboche. –Eu nem lembrava de você, pra ser sincera. E eu até poderia dizer que estou feliz em te ver, mas seria uma mentira.
Ele força um sorriso.
–Engraçada você, uns anos atrás era apaixonadinha por mim.
Solto uma risada e faço que não com o dedo indicador.
–Acho que superestimou o que eu sentia por você, Dan. – falo com ironia o apelido dele. -Estava bem longe de estar apaixonada por você. Agora, se me dá licença, minhas amigas tão me esperando.
Vou sair, mas ele faz sinal pra eu esperar.
–Tivemos nossas brigas, mas eu terminei com a Jessica e...
Dessa vez eu faço sinal pra ele parar.
–Não quero saber da sua vida.
Ele ri.
–Qual é, Lydia. Agora to livre, você já pode namorar e...
Interrompo-o:
–Namorar você? – olho de cima a baixo e balanço a cabeça em reprovação. –Dispenso. – falo e saio andando.
Sorrio. Foi ótimo pisar nele.

POV Thomas

Minha prima Ana Elisa meio que me arrastou pra uns shoppings, hoje tem uma festa de uma amiga lá dela e ela quer porque quer que eu vá.
Chegamos no apartamento de Matthew, que onde eu e minha mãe estamos ficando enquanto meu pai faz exames e ela se senta no sofá.
–Estou exausta. – diz ela deixando as sacolas no chão.
Dou risada.
–Também, você andou tanto nos shoppings. Até eu cansei.
Ana Elisa revira os olhos.
–E você queria que eu fosse com o que na festa? Enrolada num lençol? – perguntou ela balançando a cabeça em negativa. –Ela é minha amiga, mas não posso aparecer com um trapo. – diz ela. –E nem você! Com que roupa esperava ir?
–Eu trouxe várias roupas. – falo na defensiva.
–Nenhuma delas era adequada pra festa, pra ser bem clara.
Sorrio e pego o meu celular. Liguei pra Lydia ontem a noite, quem atendeu foi uma amiga dela dizendo que ela estava no banho e me retornaria depois. Até agora nada e já são seis e meia.
–Esperando ligação? – pergunta Ana com um sorrisinho. –Sua “ficante”? – ela faz aspas com os dedos.
–Nem perto. – falo rindo. –É só uma garota da minha cidade que digamos, que eu estou gostando.
–Hmmmm.
Reviro os olhos.
–Mas faz pouco tempo que a gente se conhece, nem entendo porque me sinto assim sobre ela. – falo e suspiro. –Enfim, ela não ligou.
–Sabe, você devia ligar e dizer o que sente. – fala a minha prima me olhando com seus olhos verdes.
Olho pra ela como se ela fosse louca.
–Não mesmo, Ana! Não faz ideia de como ela é comigo, toda na defensiva, nunca abaixa a guarda.
–Vai que ela gosta de você, ué? – pergunta ela.
–Acho que ela não gosta de mim e mesmo que eu goste dela, não quero assustá-la. – dessa vez ela que me olha sem entender. Respiro fundo. –Amanhã faz um mês que nos conhecemos, não posso simplesmente virar e dizer “Hey, Lydia, eu acho que estou gostando de você.” – falo como se fosse óbvio. –Bom, agora vou tomar um banho e dormir.
–Que? Dormir nada, a festa é mais tarde!
–Ana, de verdade, não to afim de ir nessa festa.
Ela me olha meio que suplicando e acabo rindo.
–Tá, eu vou, mas se não tiver curtindo volto pra casa.
Minha prima faz que sim com a cabeça e vou pro meu quarto, deixando-a na sala mesmo. Sei que ela vai ligar a televisão e ver algum programa de moda. Ô menina consumista.
Pego o computador do Matthew e ligo-o. Entro no facebook e fico olhando a timelime, até que aparece naquele quadradinho que fica na direita da tela:

Lydia Miller foi marcada em uma foto”.

Obviamente eu clico e minha garganta fica seca. É ela. Ela e um garoto. Ele se chama James pelo que está escrito e está com a mão na cintura dela. Esses sorrisos...
Eu devia saber. Ela é linda demais pra não ter tido nenhum namorado na outra cidade, ou pelo menos alguém que gostava.
Fecho os olhos, sentindo meu coração ficar apertado.
Droga de sentimento. Droga de coração. É tudo uma droga!
Dou um tapa na mesa, me sentindo mal pra caramba. Por que ela tinha que ter voltado pra outra cidade? Por que eu não disse logo pra ela o que sinto?
Uma lágrima escorre pelo meu rosto. Dou um tapa na minha testa me xingando.
Olho a foto de novo. Outro cara ao lado dela, outro cara olhando pra ela. Então deve ter sido por isso que ela não retornou minhas ligações. Eu acho que vou vomitar.
Passo a mão no rosto. Ana Elisa vem até o quarto.
–Thomas, que aconteceu?
Aponto pra foto.
–Essa foto pode não significar nada. – fala ela tentando me tranquilizar.
–Não, significa tudo. Eu fui tão idiota! – praticamente grito.
Ficamos quietos por alguns minutos.
–Escuta, vamos na festa e daí, amanhã você fala com ela. – fala minha prima. Continuo sentado olhando pra bendita foto. Aquela bendita mão do bendito James! –Thomas! – grita ela batendo palmas e me puxa pelo braço. –Anda, se arruma!
Me levanto totalmente desanimado.
–Eu não to afim de ir.
–Mas você tem que ir! Não vou deixar você ficar aqui chorando não! – abro um sorrisinho amarelo. –Vai, toma seu banho! Vão ter várias garotas lindas lá, aproveita e esquece dessa Lydia! – ela me joga a roupa que comprou pra eu usar.
O prédio dela é só atravessar a rua.
–Vou pra casa me arrumar e passo aqui às oito, é bom estar aqui!
Vou lentamente até o banheiro e me encaro no espelho. O que eu vejo é um covarde e um cara se sentindo infeliz. Sou mais um pra lista dos corações partidos. Sério que falei mesmo isso?
Balanço a cabeça.
Lembro de quando ela me beijou de volta. Foi o melhor momento da minha vida. Será que pra ela não foi nada? Será que eu não passei de uma distração pra ela?
Tomo meu banho e vejo que a Lydia está ligando. São sete horas. Decido ignorar, mas não para de tocar. Conversamos por menos de dois minutos e brigamos. Odiei ter brigado com ela e acho que fui duro com ela, mas agora já era. Estou chateado com ela.
Vou até a porta já que está tocando a campainha e vejo a Ana Elisa. Seu cabelo cor de mel está preso em uma trança e ela usa saia roxa e uma blusa de alcinha branca. Tem um monte de pulseiras no braço.
–Não vai sentir frio, não? – pergunto.
Ela apenas dá de ombros e vamos a pé até a casa da amiga dela, já que é daqui dois quarteirões. Na volta teremos que pegar um táxi. Chegamos na casa da tal amiga dela.
Uma loira bonita de cabelos cacheados, parecem ser falsos, mas enfim, essa menina abre a porta e sorri.
–Oi, Ana. Vejo que trouxe seu priminho. – ela me analisa de cima a baixo.
Sério que temos uma Amanda aqui também?
–É, esse é o Thomas. – diz minha prima.
–Oi. – falo e dou um breve aceno.
A amiga dela sorri pra mim.
–Que gracinha. – me forço pra não revirar os olhos. Mal chego e a outra se joga. –Bom, aproveitem a festa.
–Duvido... – murmuro.
Do jeito que eu to, vou ficar parado num canto olhando pro além. Entramos na casa da menina e vejo vários adolescentes. Vejo até umas garrafas de cerveja.
–Divirta-se. – fala minha prima e vai pra algum lugar.
–Nossa, você é uma ótima prima! – grito, mas a música tá bem alta.
Bufo e a amiga dela aparece na minha frente com uma garrafa de cerveja. Ela me oferece.
–Não bebo. – falo.
Ela passa a mão no meu braço.
–Se é medo de alguém te pegar bebendo, não liga não, meus pais estão fora de casa.
Respiro fundo pra não xingar, mas tá difícil.
–Eu não bebo mesmo. – grito por conta do barulho.
Ela sorri.
–Ok, então. Mas e beijar? – ela coloca as mãos na minha nuca. –Isso você faz?
O fato é que eu poderia muito bem ficar com essa menina. Ela é bonita, bem bonita mesmo. Mas tem uma certa garota de olhos castanhos que eu não consigo parar de pensar e por mais que ela esteja com outro garoto em uma foto, não acho que seria certo eu ficar com alguém.
Tiro as mãos da garota de mim e ela me olha sem entender.
–Sei, mas não quero e não vou beijar uma garota que eu mal conheço.
Procuro um lugar pra sentar e assim faço. A Ana Elisa me vê e faz uma careta ao perceber que estou parado. Ela até mim.
–A Tiffany disse que você esnobou ela. Pra que isso? Você tem que esquecer essa Lydia, Thomas! Você mesmo disse que ela não tá nem aí pra você!
–Só tenho olhos pra uma garota, mesmo que ela não esteja afim de mim. Agora, se me derem licença, eu vou voltar pra casa. – saio sem esperar uma resposta.
Passo pela porta e pra minha sorte, tem um táxi passando. O motorista para e me leva pra casa. Subo pro apartamento e me jogo no colchão do quarto totalmente infeliz. Minha mãe e irmão ainda não voltaram na rua. Vou aproveitar meu momento de tristeza sozinho.


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Notas finais do capítulo

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