Everything Has Changed escrita por Anne Atten


Capítulo 32
Especial de Natal


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, sei que hoje ainda é véspera, mas mesmo assim FELIZ NATAL! Esse capítulo é narrado pela Lydia, mas como eu disse no último capítulo, foi no passado. Pra ser específica, dois anos atrás, quando ela tinha 14 anos. Espero sinceramente que gostem e por favor, comentem. No outro capítulo só tiveram três comentários, mas eu prometi postar e aqui está. Boa leitura e não sei se vou voltar antes do ano novo, então feliz ano novo também



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Natal. Eu gosto do Natal, mesmo que não como antes. Quando você é criança tem mais graça, porque se acredita em Papai Noel e essas coisas, e isso torna tudo mais mágico. E também você ganha mais presentes quando é criança, pelo menos em casa é assim. Agora o Natal não me deixa mais animada, é só uma festa comum em que seus parentes veem, comem e deixam louça pra você lavar no outro dia.
Termino de tomar banho e desligo o chuveiro, me enrolando na toalha logo a seguir. Me olho no espelho, meu cabelos estão muito longos, terei que cortar. Vou para o quarto e olho pra roupa que deixei separada. Nada demais, uma jardineira jeans, blusa branca e sapatilha, por mais que eu vá ficar descalça depois.
–Lydia, a Jane chegou! – grita minha mãe de algum lugar dessa casa. Provavelmente a cozinha.
Falta uma hora pra cambada chegar em casa e ela tá terminando de fazer as comidas. Vou até lá e vejo Jane falando com ela.
–Tia, obrigada por deixar eu passar o Natal aqui. – fala ela.
Minha mãe sorri.
–Imagina!
Os pais da Jane se separaram há algum tempo e digamos que a mãe dela não está num dos melhores momentos. Ela simplesmente viajou e deixou a menina. Jane não quer passar o Natal na casa do pai, por causa dos primos chatos e também porque está brigada com ele. Na verdade ela está brigada com a mãe e com o pai, mas isso é outra história. E como ela já é da família, eu e minha mãe chamamos ela pra passar a ceia de Natal aqui em casa.
–E aí? – falo e aceno encostada no batente da porta.
Vejo que ela tem uma sacola da Boticário em mãos.
–Oi! – fala ela e vem até mim, me dando um abraço. –Feliz Natal!
–Pra você também. – falo e ela me entrega a sacola.
Vou até a minha mãe e observo. No forno tem um Peru, o Pernil já foi assado. O arroz já está pronto, a farofa minha avó vai trazer. No momento ela está enchendo as forminhas de Petit Gateau, e vejo que a torta já está na geladeira. Vou me empanturrar.
–Mãe, fez sardela?
Sardela é um molinho muito bom que você come com pão, uma delícia.
–Cara, você é magra de ruim. – fala a Jane rindo.
Reviro os olhos, rindo também e me viro para a minha mãe aguardando uma resposta.
–Assim que eu terminar isso, eu faço. Liga pra sua tia e pede pra ela trazer duas cocas fazendo o favor.
Solto um resmungo, porque eu vou ter que ligar pra pedir as coisas e eu queria era ficar fazendo nada. Me arrasto até meu quarto, puxando a Jane junto e disco o número da tia Cláudia.
Alô?
–Tia, é a Lydia. Você pode comprar dois refrigerantes, por favor?
–Tá bom, já vou aí.
Desligo o telefone e sento na cama. Ouço o som da chuva caindo, parece estar forte. Vou abrir o presente, mas Jane dá um tapa na minha mão. Olho pra ela sem entender.
–Só abre meia noite, sua coisa. Cadê a tradição?
Faço uma careta, mas dou risada.
–Também comprei uma lembrancinha pra você e pra Kriss, só que ela vai ter que pegar amanhã.
A Kriss vai se reunir com a família dela, então não vem.
–O primeiro Natal que passo sem os meus pais. – fala a Jane parecendo estar triste. –Eu sei que eu disse que prefiro eles separados, mas eles também me magoaram, poxa. Não podiam fazer uma coisa mais pacífica? Achei que minha mãe ia quebrar a cadeira na cabeça dele. – ela diz e solta uma risadinha.
–Jane, o meu pai não é o melhor exemplo de pai, faz cinco anos que eu não o vejo. Eu sinto muita falta dele, pelo menos o seu tá por perto.
–É, mas o que adianta ele tá perto e estar fazendo burrada? E a minha mãe então? Como que ela vai viajar e me deixa em pleno natal? Era pra eu estar na casa do meu pai, mas eu não quis obviamente. Meus primos me irritam, além de eu ainda estar triste pelas coisas que ele fez.
O pai da Jane era uma alcoólatra, agora eu não sei como ele está. Os pais dela viviam brigando por conta desse vício e um dia a coisa pegou fogo mesmo e se separaram. Mas foi uma confusão, eles ficaram brigando sobre quem iria ficar com o que, quem ia ter a guarda da Jane e não foi nada agradável.
A mãe dela quase não para em casa e agora deu de viajar sem levar a Jane junto.
–Eu acho que ela tem algum namorado. – fala ela de repente.
–Mas eles se separaram a pouco tempo. – digo meio sem pensar e me condeno. –Quero dizer, eles tem que seguir em frente.
–Eu sei, só que é muito cedo, não acha não? Não fazem nem seis meses! – fala ela indignada.
–Mas por que você acha isso?
–Sei lá, só acho. – diz ela dando de ombros e respira fundo. –Mas então, a sua prima vem?
Reviro os olhos. Minha prima Katherin é um ser muito chato, sem exagero. Ela se acha e as amigas dela são todas umas patricinhas.
–Sim, ela vem. – resmungo.
Sinto o meu celular vibrar avisando que chegou uma mensagem. Abro-o e é uma mensagem no grupo da escola. A Olivia desejando feliz natal e feliz ano novo.
Eu: Pra você também!
E é quando eu bato o olho na outra pessoa que responde e meu coração acelera. O Daniel, ou Dan, como queira chamar. Ele é um menino da minha sala, que digamos que eu acho que eu gosto. Repetindo: eu acho que gosto. Jane vê o meu estado e logo descobre o motivo.
–Hmmmmmmm, o Dan! – fala ela rindo.
Dou um tapa em seu braço.
–Não tem graça!
–Fala com ele. – diz ela.
Só de pensar na ideia, fico nervosa.
–Não tem o que falar com ele, Jane.
–Dá feliz natal!
–Mas eu já dei no grupo... – falo tentando fugir.
–Cara, o Daniel é legal.
Bufo e clico nele, pensando no que posso mandar. No fim, mando uma coisa simples.
“Feliz natal, Dan.”
Fico batendo o pé no chão, esperando uma resposta. Ele visualiza e quase caio pra trás.
“Pra você tbm, Lyd”
Quase tenho um ataque do coração. Ele me chamou de Lyd?
–ELE ME CHAMOU DE LYD! – praticamente grito na cara da Jane.
A minha amiga apenas se joga na cama e começa a rir que nem uma louca.
–Depois diz que não gosta dele...
–Eu só acho, não tenho certeza. – rebato.
E de verdade, eu não tenho certeza se gosto do Dan ou não e isso me irrita profundamente. Ele é uma pessoa muito insuportável quando quer, mas é gente boa. Sem sentido, eu sei. Acontece que no churrasco da turma que teve esses dias eu tava resfriada e não podia entrar na piscina, mesmo assim um imbecil me tacou na água de roupa e tudo. Acontece que o Dan também tava resfriado e me ajudou a sair da água. Eu me sequei e ficamos conversando por bastante tempo já que as meninas estavam na piscina e ele é legal. Legal e bonito, daí complica.
–E como vai o Will? – pergunto levantando a sobrancelha.
A Jane se senta na hora com um olhar mortal, mas suas bochechas estão meio rosadas.
–Como eu vou saber?
–Tem que saber, né Jane. – falo segurando uma risada.
–Ele é meu amigo, se toca. – diz ela dando de ombros. –E eu não gosto dele mais do que isso.
Fiz que sim com a cabeça, mesmo não acreditando.
–Pelo menos não gostamos do Jake. – fala Jane.
–Nem me fale, o que a Kriss vê nele?
Jake é um ruivo que tá na outra sala, ele é bem idiota, mas a Kriss morre de amores por ele só por ele ser bonitinho.
–Não sei, ela tem probleminha. – fala Jane.
Concordo com a cabeça. Ficamos conversando sobre comida, decoração de natal, roupas, presentes e do cheiro da comida. Ouvimos a campainha e logo minha avó chega no quarto.
–Oi, vó. – falo me levantando e dando um beijo na bochecha dela.
–Lydia, como você tá grande! – fala ela.
Jane dá um aceno ainda na cama.
–Essa é a minha amiga. – falo mesmo minha avó já tenho visto ela no mínimo umas mil vezes.
–Eu sei. – diz ela com um sorriso. –Lydia, comprei um presentinho pra você. Depois você abre. – fala ela e me entrega o pacotinho não tão pequeno.
–Obrigada, vó. – falo e deixo em cima da minha mesinha.
–De nada. Vou lá falar com a sua mãe, feliz natal!
–Pra senhora também. – fala a Jane e minha avó sai do quarto.
As pessoas começam a chegar e somos obrigadas a ir pra sala. Como eu previa, acabei tirando minhas sapatilhas na sala mesmo e comecei a andar descalça. É bem melhor. Minha prima se juntou a nós duas, mas ficou com a cara praticamente enfiada no celular.
Minha mãe tirou o peru do forno e colocou em cima da mesa no instante em que a campainha tocou. Ela olha automaticamente pra mim e entendo que é pra eu ir atender a porta.
–Não mereço. – falo e Jane solta uma risadinha.
Abro a porta e dou de cara com a prima da minha mãe, a Clarisse. Seus cabelos castanhos claros que deviam estar arrumados, agora estão grudados na cara. Seu vestido que bate nos joelhos está molhado. Resumindo, ela está toda encharcada.
–O que aconteceu com você? – pergunto.
–Tá tendo maior chuvão, esqueci a sombrinha daí fiquei assim. – fala ela e aponta pra si mesma.
Sua maquiagem também está borrada.
–Tá muito ruim? – pergunta ela.
–Quer que eu seja sincera ou não?
Clarisse solta uma risada.
–Melhor não. Escuta, esqueci de comprar o pão na padaria que sua mãe pediu. Quer ir comigo?
–Por que não foi direto? – pergunto.
–Bom, pra ser sincera eu esqueci, mas não podemos comer sardela sem pão. – fala ela.
Ponto. Ela sabe que eu amo esse molho.
–Tá, eu vou. Só vou chamar a minha amiga.
–Não fala que eu cheguei, to péssima. – pede ela.
Abro um sorrisinho.
–Pode deixar. – falo e fecho a porta.
Volto pra sala.
–Quem é? – pergunta minha mãe.
–Clarisse, vou comprar pão com ela. – falo. –Jane, vem comigo?
–Vou. – diz ela já se levantando.
Nós duas vamos pra fora e pego a sombrinha pra não ficar no mesmo estado da minha prima. Ela tem vinte e oito anos e é uma das pessoas mais legais que eu conheço. Ela é divertida, me leva em lugares legais, paga meus ingressos do cinema e me defende quando minha mãe me xinga.
Abro a sombrinha e nós três atravessamos o pequeno jardim correndo. Clarisse abre a porta do carro e se joga nele.
–Você podia ter trazido uma toalha. – fala ela.
–Nem pensei nisso. – confesso.
Vou atrás com a Jane. A chuva está forte mesmo e as ruas começando a ficar alagadas. Clarisse não tem um carro novo, seu carro é um fusquinha amarelo que era do pai dela. Ela não pensou em comprar um novo ainda, mas o problema é que o carro é baixo e não duvido nada se ele parar de funcionar no meio do caminho.
Clarisse pega o celular e coloca as músicas. Começamos a cantar que nem doidas enquanto ela dirige. Tá tudo as mil maravilhas, só que daí o vidro do carro dela fica todo embaçado. Ela liga o para-brisa, mas ele não parece estar funcionando.
–Lydia, limpa aí. – pede ela.
–Eu não, vou me molhar toda. – reclamo.
–Prefere ficar molhada ou morrer por bater em alguma coisa? – questiona ela.
Bufo e abaixo o vidro do carro dela, colocando a cara pra fora e recebendo a chuva no meu rosto. Passo a mão no vidro e ela vai andando.
–Tem alguma coisa? Minha mão não ta adiantando!
Logo puxo a jaqueta que estava no colo da Jane.
–Lydia, minha jaqueta! – berra a Jane.
–Prefere molhar a jaqueta ou morrer por bater em alguma coisa? – pergunto pra ela.
Jane bufa e me entrega muito a contra gosto. Clarisse continua andando e eu recebendo a tempestade na minha cara enquanto dou um jeito no vidro.
–Pode entrar, já tá bom. – diz ela.
Entro encharcada no carro e morrendo de frio. Também tenho vontade de dar uns tapas na Clarisse. Taco a jaqueta na cara da Jane e ela solta um xingo. Fecho o vidro do carro, porque ele já tá começando a molhar.
–Você tem que trocar esse carro, sério. – falo e torço meus cabelos, que antes estavam bonitos.
–A padaria já tá chegando, daqui a pouco já estamos em casa. – diz Clarisse.
Ela não poderia estar mais errada. A padaria que ela vai é meio longe sim de casa e a rua está bem alagada. A chuva não para de cair.
–Clarisse, cadê a padaria? – pergunta Jane.
–Calma, a gente tá quase...
E então o carro dela para de andar. Reviro os olhos.
–Não acredito.
–Sempre pifa, mas sempre volta. Esse carro é de ferro. – fala Clarisse parecendo ter lá suas dúvidas.
Ela acelera e o carro não faz nada.
–Ai não. – diz ela e dá um tapa na testa. –Tá sem gasolina.
–Tu tá de brincation with me né? – pergunta Jane.
Clarisse faz que não com a cabeça.
–Ok, o que a gente faz agora? – pergunto depois de uns minutos de silêncio.
–Não dá pra simplesmente voltar pra sua casa nessa chuva. – diz a Clarisse.
–Pior. Vamos ter que ficar aqui até a chuva passar.
–Não dá pra ligar pra alguém não? – pergunto.
Clarisse pega o celular dela e desliga a música.
–Droga, dois por cento de bateria! – ela grita com raiva. –Ninguém trouxe o telefone?
Eu e Jane fazemos que não com a cabeça e ela diz que vai ligar pra minha mãe.
–Alô? – diz ela. –Seguinte, o carro tá sem gasolina, estamos paradas no meio da rua alagada. Mesmo que tivesse gasolina estaríamos atoladas, eu acho. Mas enfim, será que...?
E ela para de falar. Só acho que acabou a bateria e ela não parece nada feliz.
A janela do carro está entreaberta e acho que ela faz isso sem pensar, mas de repente só vejo seu celular voando pra fora e caindo em algum lugar.
–Não aguento mais esse celular! – grita ela e quando percebe o que fez, nos olha desesperada. –Quais são as chances de ele ainda estar funcionado?
–Zero em quarenta e sete bilhões. – responde a Jane.
Clarisse bufa e se reencosta no banco. E então estamos passando a noite de natal num fusca amarelo sem rádio, sem um celular, sem gasolina. Isso que é natal. De repente estou rindo mesmo da nossa situação. Estamos longe de casa e da padaria, não temos como pedir ajuda e essa é a noite de Natal. As duas me olham como se eu fosse idiota.
–Qual é a chance de isso acontecer com alguém em plena ceia de natal? – pergunto rindo.
As duas balançam a cabeça, mas logo começam a rir do nosso estado.
–Lydia, seu cabelo tá péssimo. – fala Jane.
–Gente, quem aí tá com fome? – pergunta Clarisse.
Nós duas levantamos as mãos.
–O que a gente vai ficar fazendo? – pergunto.
–Acho que nada. – responde a Jane.
Ficamos brincando com o farol, ligando e desligando. É nossa diversão. Ficamos contando piadas e fazendo isso. Até que o farol para de funcionar. Nós três bufamos, irritadas.
–Ok, agora eu quero ir pra casa.
–Eu já queria antes. – fala Clarisse.
–Vamos cantar alguma coisa. – sugere a Jane.
–Tipo o que?
O dia que eu sai de caaaaaaasa, minha mãe me disse – puxa a Clarisse nada afinada.
Filhoooo vem cá – completamos – Passou a mão em meus cabelos, olhou em meus olhoos e – então a gente se entreolha.
–Alguém sabe o resto? – pergunto.
–Nah. – diz Jane.
Ficamos em silêncio por alguns segundos, pensando em alguma outra música.
Alô? – começo. –Qual é foguenta? Quem tá falando?
As duas soltam risadas.
–Sou eu bola de fogo. – fala a Clarisse. –E aí, está de bobeira hoje?
Não sei qual o nosso problema, mas sabemos de toda a letra dessa droga.
Tô. Vamos dar um rolé na praia? – fala Jane.
Nós alternamos o jeito da voz dependendo se é o homem ou a mulher que falam. E então:
Piririm, Piririm, Piririm, alguem ligou pra mim...
Piririm, Piririm, Piririm alguem ligou pra mim...
Quem é? Sou eu bola de fogo, e o calor ta de matar,
Vai ser na praia da barra que uma moda eu vou lançar.
Vai me enterrar na areia?
Não, não, vou atolar.
Vai me enterrar na areia?
Não, não, vou atolar.
Começamos a rir, e daí continuamos:
To ficando atoladinha.
To ficando atoladinha.

To ficando...
Alguém bate na janela da frente, a de Clarisse e nós três soltamos um grito fenomenal, morrendo de susto. A pessoa dá duas batidinhas na janela e Clarisse abaixa meio hesitante. Mas é só um policial. Suspiramos em alívio.
–Problemas com o carro? – pergunta ele.
Fazemos que sim com a cabeça.
–Vou levá-las pra casa e chamar um guincho pro carro. Não tem telefone não?
–O meu não presta. – fala Clarisse e aponta pra nós duas. –E as belezinhas não trouxeram.
Ele ri e aponta uma lanterna pra nossa cara.
–Conheço vocês duas, são da escola do Dan, não são?
Meu coração acelera. Como ele sabe do Dan?
–Somos. – responde Jane por mim. –O senhor é pai dele?
Ele faz que sim com a cabeça. Ótimo, quando conheço o pai do cara que eu talvez goste estou horrível.
–Ele tá na viatura, vai ter que se encolher, mas cabe todo mundo.
Ai não.
–Por mim tudo bem, só quero sair daqui. – diz Clarisse e abre a porta do carro.
Eu e Jane também saímos.
–Sua lata velha estúpida! – fala Clarisse e dá um chute no carro, com raiva.
Ela senta na frente da viatura e eu atrás. Jane me empurra na frente, ela me paga. Dan vai para a ponta e me sento ao lado dele. Que vergonha. Eu estou péssima.
–Oi. – fala ele.
–Oi. – falo meio sem jeito.
Dan afasta um fio do meu cabelo que estava batendo nos meus olhos e só isso, já faz eu quase morrer. Mas pra ele parece uma coisa totalmente normal.
–Que chato hein, ficar preso por causa da chuva. – comenta ele.
–Pois é. – falo.
No caminho pra casa eu não falo nada, estou muito ocupada estando sentada do lado do Daniel, sentindo como se meu coração fosse sair pela boca. Penso em falar alguma coisa pra ele, alguma coisa a mais que um feliz natal, qualquer coisa. Puxar um assunto. Na hora que abro a boca pra perguntar se ele vai continuar na escola o ano que vem, o pai dele para o carro.
–Estão entregues. – diz ele e se vira para nós.
Me contenho pra não bufar.
–Obrigada. – diz Clarisse. –Tenha um bom natal. – e desce do carro.
–Tchau meninas. – diz o policial.
Dou um aceno e um feliz Natal. Jane abre a porta e sai. Fico meio hesitante, estava tão bom ficar do lado dele.
–Hum, tchau. – falo por fim.
–Tchau, Lydia. – diz ele e me dá um beijo na bochecha. –Bom natal.
Não falo nada, porque se não minha voz estaria um fiasco. Desço do carro e bato a porta. Fico na chuva mesmo, observando o carro se distanciar.
–Lydia, vai ficar doente menina! – fala Clarisse e me arrasta.
–Mas você fez eu limpar seu vidro. – lembro a ela.
–Ok, mas deixa eu fingir que sou responsável. – diz ela.
Solto uma risada e entramos em casa.




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Notas finais do capítulo

Pra quem achou que não tinham outros meninos na vida da Lydia, se enganou. Prevejo Thodya's shippers me estrangulando depois de falar do Dan mas kkkkkkkk O que acharam?



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