Everything Has Changed escrita por Anne Atten


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, quero agradecer a todos que comentaram e um agradecimento especial para a Charlotte que indicou minha fic nas notas finais da dela. A fic dela é muito boa, vocês deviam ler http://fanfiction.com.br/historia/520829/The_One_That_Got_Away/
Boa leitura :)



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O sinal de intervalo bate e suspiro aliviada, a última aula foi de matemática e fala sério... matemática? Não gosto de matemática. E o professor não pareceu legal para mim.
Abro a bolsa e começo a me desesperar à medida que não consigo achar o dinheiro. Tenho certeza que coloquei na parte de dentro, mas não está. Vasculho toda a bolsa e nada.
–Droga! – exclamo.
–Tudo bem aí?
Só podia ser Thomas, o enxerido.
–Esqueci o dinheiro. – falo dando de ombros. Agora vou ficar com fome até a hora do almoço, ótimo isso.
–Por que não liga pros seus pais? – pergunta ele.
Solto uma risada.
–Meu pai mora em outro país e eu não o vejo desde... – paro para refletir. –Sei lá... Seis ou sete anos, por aí.
Thomas arregala os olhos.
–Sério isso? Mas vocês, tipo, tem contato né?
Quase mando calar a boca, mas chega de patadas.
–Sim, mas não é muito.
–E sua mãe?
–Ela está no trabalho, sem chances de ela me trazer o dinheiro.
Thomas coloca as mãos no bolso e eu sento-me de novo na mesa. Tiro o celular do bolso e mando uma mensagem para Kriss. Nem preciso mandar para Jane, porque sei que elas estão juntas agora.
Eu: Droga, esqueci de trazer o dinheiro. Vou passar fome.
Kriss: Pede pra alguém.
Eu: Tá maluca? Não conheço ninguém aqui, não sou cara de pau a esse nível né.
Kriss: Ligar pra sua mãe?
Eu: Sem chances.
Tiro os olhos do celular quando Thomas me chama.
–Quer emprestado? – pergunta ele.
–Hein? – pergunto sem entender, estou desligada.
–Dinheiro. – diz Thomas rindo.
Sério isso? O garoto enxerido que eu estou achando super irritante vai me emprestar dinheiro? Se bem que eu vou ter que pagar depois, mas mesmo assim.
–Tá falando sério?
–Se você me devolver o dinheiro amanhã, sim estou.
Faço que sim com a cabeça e saímos da sala. Passamos pelos corredores que tem alguns alunos. No pátio tem mais pessoas. Então de repente eu paro.
–Que foi? – pergunta Thomas.
Estou sem palavras. Essa escola tem tipo uma floresta atrás da quadra. Talvez eu esteja exagerando ao falar floresta, mas são várias árvores.
–Uau. – exclamo admirada.
Thomas sorri.
–Não vai muito longe, as árvores. Mas realmente, o lugar é bonito.
Ele continua andando e sigo-o. Nem preciso dizer que a cantina está com muitas pessoas na fila. Não me surpreenderia se eu não terminasse de comer quando o sinal batesse para voltarmos para a sala.
Passamos dez minutos preciosos na fila e finalmente é a minha vez.
–O que tem de bom aqui? – pergunto olhando para Thomas.
–Enrolado de presunto e queijo.
Peço isso e ele me passa o dinheiro. Pego uma fichinha e vou até a moça da cantina que dá as comidas e pego meu salgado. Dou uma mordida, pois estou faminta. É realmente bom.
Thomas pega seu próprio salgado e um refrigerante. Cruzo os braços.
–Que foi? – pergunta ele olhando para ele mesmo.
–Sério mesmo que você vai tomar refrigerante a essa hora da manhã?
Nossa como isso foi idiota. O que eu sou? A mãe dele? Ai que droga.
Thomas começa a dar risada e eu ignoro-o.
–Quer saber, não é da minha conta. – falo um pouco constrangida. –Quanto custou?
–Três e cinquenta.
Mas que roubo!
–Okay, amanhã trago pra você.
Nem espero ele responder e vou caminhando até a quadra. Estão jogando basquete, passo pelo canto para não atrapalhar o jogo e vou até a “floresta”. Chego lá e ando mais um pouco, então sento-m e encostada em uma árvore. Posso avistar muito bem os alunos daqui, então quer dizer que poderei ouvir o sinal. O que menos quero no momento é perder aula porque me sentei longe.
Como observando as pessoas. Todos eles parecem pelo menos ter um amigo, ou ao menos alguém para conversar. Eu estou afastada deles, sentada sozinha. Que novidade, só que não. Se não fossem Kriss e Jane eu sentaria sozinha na antiga escola. Pego o celular.
Eu:tá aí?
Menos de dois segundos depois ela me responde.
Kriss:Yep, Jane também.
Eu:Oi Jane.
Kriss: Ela mandou oi.
Vou sentir falta delas. É claro que nos veremos, mas vai ser raramente.
Eu: Consegui comida.
Kriss: Sério? Pediu emprestado?
Eu: É.
Se eu falasse que me ofereceram ia chover “hmmmmmmmmmmmmmmmm” nas minhas mensagens.
Kriss: Quem emprestou?
Eu: Aquele Thomas.
Por que eu falei isso? Isso mesmo, porque eu sou lerda.
Kriss: Nossa hein, hmmmmmmm
Reviro os olhos.
Eu: Fala sério, eu vou ter que pagar amanhã. Aliás, é um roubo. Três e cinquenta por um salgado? Absurdo!
Falo tentando desviar do assunto. Antes que ela possa responder, mando outra mensagem.
Eu: Falei com uma garota também e duas tias da cantina. É um progresso!
Kriss: realmente apskapskapsk a garota no caso é ume menina da sua sala? Pq tipo, as tias da cantina são garotas.
Eu:Sim, tava falando de uma menina da sala. O nome dela é Katherin, ela parece ser legal.
Falei para elas sobre as características de Katherin. Ela é loira e seus cabelos batem um pouco abaixo dos ombros. O cabelo é lisinho. Katherin tem olhos cor de mel.
Kriss: Estamos felizes por ter achado uma companhia.
Eu: Companhia? Pra informação de vocês, estou comendo sozinha.
Kriss começa a digitar uma coisa, mas então o sinal toca e levanto-me rapidamente. Jogo o papel do salgado fora, passo pela quadra e entro nos corredores. Quando chego na sala, sento-me. Daqui acho que uns dois minutos vai bater outro sinal, que é o que o professor tem que entrar na sala.
Kriss: Daqui a pouco você vai ter companhia.
Eu: Sla... tenho que ir, o professor vai entrar daqui a pouco. Bjs.
Kriss: Bjs.
E lá vem a tortura: aula de física.

O sinal de ir embora toca e levanto as mãos para cima, a última aula foi de matemática também. Coloco os cadernos de volta na bolsa e deixo um de fora, para não pesar muito. Ia segurá-lo quando vejo que estou recebendo uma chamada no celular. É minha mãe.
–Já estou na porta da escola, pode descer.
–Okay.
Desligo a chamada e desço as escadas. Logo, logo estarei em casa. Isso é bom. Na verdade, não tão bom. Dois professores passaram tarefas. Qual é o problema deles?
Avisto o carro de minha mãe e vou até ele. Abro a porta da frente e entro.
–Oi, querida. Como foi hoje?
–Não foi tão ruim.
Ela abre um sorriso.
–O que achou da escola?
–A escola é bonita, alguns professores são legais, tipo a de português e a de história. – falo sinceramente. –Nossa mãe tem uma parte atrás da quadra cheia de árvores. Achei bonito.
Ela se vira para mim.
–Deve ser bonito mesmo, essa é uma das melhores escolas da cidade. – diz ela e vira uma esquina.
–Onde vamos almoçar?
–É um restaurantezinho que me indicaram. A comida é barata e boa.
Ela estaciona o carro e vamos até o restaurante. Faço uma ótima refeição e quando dou a última garfada minha mãe já está pagando a conta.
–O horário é corrido, como eu te disse. – fala ela enquanto entramos no carro. –Vai ser uma loucura nessas primeiras semanas.
Balanço a cabeça afirmativamente.
–Como eu te disse, depois vai passar a pegar um trem e estou pensando em contratar uma empregada para ficar com você. O que acha?
Penso por um instante.
–Você só volta umas cinco horas para casa, não é? – ela faz que sim. –Eu teria que arrumar almoço e ficar sozinha a tarde toda. Acho que uma emprega é uma boa. Mas... nós temos dinheiro para isso?
Na outra cidade eu ficava sozinha em casa, às vezes uma moça ia limpar e passava a tarde comigo. Nos outros dias que eu ficava sozinha eu comia em restaurantes mais em conta perto de casa mesmo e passava a tarde em casa. As vezes Kriss e Jane me convidavam para ir na casa delas e se minha mãe deixasse, eu ia. As vezes elas iam em casa.
–É, tem a questão do dinheiro. – fala ela por fim. –É que não queria que você ficasse sozinha a tarde toda. Você fica sem ninguém lá, fico até meio preocupada.
Dou risada.
–Não é como se eu fosse colocar fogo no apartamento, mãe.
–Estou falando de ladrões, Lydia. Me preocupo com você.
Faço que sim com a cabeça.
–Mas até arranjarmos uma empregada, você terá que ficar sozinha.
–Tudo bem e tipo, se arranjar uma empregada não contrate para todos os dias, o apartamento é pequeno. Nós podemos manter a limpeza e tudo mais.
Ela assente. Chegamos na porta do prédio, me despeço dela e subo o elevador. Minha mãe já me deu uma chave.
Abro a porta de casa, depois a tranco e vou até o meu quarto. Jogo-me na cama e pego o celular, vou descansar um pouco e depois faço os deveres. Tem uma mensagem.
Jane: Tá aí?
Eu: Yep.
Jane: Você sabe que meu aniversário é mês que vem, certo?
Eu: Óbvio que sei.
Como eu não saberia? A menina é uma das minhas melhore amigas.
Jane: Então, ainda não sei bem o que vou fazer, mas é óbvio que vou te chamar. Só que vai ser aqui na cidade.
Eu: Eu sei né...
Jane: Já estou te avisando para você já conversar com a sua mãe sobre isso.
Já ia responder, mas Jane envia outra mensagem.
Jane: Ah, e seja o que for, vou chamar você pra dormir aqui em casa.
Vish. Minha mãe não gosta muito que eu durma na casa dos outros. Não que eu durma muito fora e tudo mais, só dormi algumas poucas vezes na casa de Jane ou de Kriss. E agora essa cidade é longe, não sei se ela irá deixar.
Eu: Okay, vou falar com a minha mãe quando ela chegar do trabalho.
Jane: Certo : ) A Kriss e eu vamos no cinema hoje.
Queria estar lá.
Eu: Sério? Primeiro cinema sem mim : (
Jane: : (
Jane: Mas sim, vamos ver Juntos e Misturados, aquele filme novo do Adam Sandler.
Nossa eu estava com vontade de ver esse filme, vou ver se consigo ir fim de semana.
Eu: Depois em diz o que achou, to querendo ver esse filme.
Jane: Aham, parece ser bom.
Eu: Parece msm.
Pego o meu computador e ligo-o.
Eu: Vou assistir Teen Wolf, até depois.
Jane: Cara, você é viciada.
Dou risada.
Eu: Sou mesmo aspapskapksas Mas tenho que por os episódios em dia.
Jane: Vai lá.
Bloqueio o celular, entro no meu site de séries e começo a assistir. Final do episódio 23 da terceira temporada = eu chorando muito.
Olho para o relógio, já é três horas. Respiro fundo. Hora de estudar.

Minha mãe chega de tarde, umas cinco e meia e trás consigo uma sacola da padaria. Ainda bem, eu já estava com fome.
–Filha, cheguei.
Saio do quarto e vou até a mesa, ela está colocando a toalha.
–O que fez de tarde? – pergunta ela.
–Falei com Jane, assisti minha série, estudei, – dou uma ênfase no “estudei” – e li um pouco. E você?
–Trabalhei. – diz ela com um sorriso.
Terminamos de comer e eu ajudo-a a tirar a mesa. Volto para o meu quarto. Não tem nada mais para fazer. Ligo a televisão e procuro canais. De repente, começo a dormir.

São oito horas e minha mãe me chama para jantar. Sim, tem gente que não janta, mas nós sim. Ela comprou uma pizza, ainda não deu tempo de fazermos as compras. Afinal, chegamos aqui ontem a noite. Só temos água e algumas bolachas por enquanto.
–Boa essa pizza, hein? – fala minha mãe enquanto dá mais uma garfada.
Vou para o meu segundo pedaço e estou satisfeita. Terminamos de comer e guardo o que sobrou na geladeira. Pizza amanhecida é gostoso, bom pelo menos eu gosto.
Agora são nove horas. Tiro os óculos e lavo o rosto, estou prestes a colocar o pijama quando ouço o tindon da campainha. Quem pode ser a essa hora?
–Lydia! – ouço minha mãe gritar. –É pra você.
–Pra mim?
Ela aparece na minha porta.
–Algum amigo seu.
–Mãe, eu não tenho amigos.
Ela dá de ombros e manda-me ir atender. Eu vou me perguntando quem pode ser. Quando estou bem perto da porta vejo quem é. É Thomas.
Ele acena com a mão e vou à porta.
–Vim trazer seu caderno.
–Que caderno?
Ele levanta a mão que está segurando o meu caderno que tinha tirado da bolsa para pesar menos.
–Você esqueceu na sala, Lydia.
Pego o caderno e fico encarando-o
–Ahn, obrigada Thomas, mas por que não deixou pra levar na aula amanhã? Tipo, já está meio tarde.
–A minha casa é caminho daqui, eu estava com a minha mãe e ela sugeriu que eu trouxesse o caderno. Então aproveitei e já vim te entregar. – fala ele dando de ombros.
–Como você sabe onde é minha casa? – pergunto assustada.
Thomas dá risada.
–Está escrito no caderno.
Por algum motivo, sinto-me meio digamos... envergonhada? Bom, pode ser essa palavra. Por que um garoto apareceu na minha casa às nove da noite com o meu caderno e isso nunca aconteceu antes. Thomas só foi uma boa pessoa e veio me entregar o meu caderno, mas se alguém mais fica sabendo disso daí a história mudará completamente.
Ele vai sair, mas falo para ele esperar um minutinho. Nem mando ele entrar.
Vou até meu cofrinho e pego os três e cinquenta.
–Aqui. – dou o dinheiro.
–Por que não entrega amanhã? – fala ele fazendo uma péssima imitação da minha voz.
Porque não quero ficar de papo com você.
–Você já está aqui mesmo e vai que eu esqueço.
–Valeu então... até.
Nem respondo e fecho a porta. Vou para o meu quarto e ouço minha mãe chamar.
–Quem era?
–Um colega da minha sala, pelo visto esqueci meu caderno na escola e ele estava passando por perto e decidiu entregar.
–Como ele sabe onde é a nossa casa? – minha mãe parece assustada também e começo a rir.
–Fiz essa mesma pergunta. – abro o caderno e mostro para ela onde escrevi o endereço. –Mas ele só viu aqui no caderno, ele não é um serial killer.
Eu e minha mãe rimos e eu vou para o meu quarto. Arrumo a cama, deito-me e durmo. Amanhã tem mais um dia de aula pela frente.


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Notas finais do capítulo

o que acharam? qualquer coisa que não tenham gostado, podem falar.