Everything Has Changed escrita por Anne Atten


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Obrigada Maria Angélica por ter favoritado a história!
Boa leitura :)



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Quando coloco o pé pra dentro de casa, desejo não tê-lo feito. Katherin está no sofá junto com a minha mãe, e quando eu entro elas se viram para me encarar.
–O que você está fazendo aqui, Katherin? – pergunto, mas lá no fundo já sei a resposta e não gosto nada dela.
–Sua mãe me chamou.
Bato levemente na minha testa. O que eu fiz pra merecer isso?
–Ah, sério? Mas pra que? – faço-me de desentendida. A minha mãe com certeza chamou ela pra falar que eu saí com o Thomas.
–Você teve seu primeiro encontro! – diz ela e as duas riem. –Isso é demais, Lydia!
–Por que vocês não ficam quietas por pelo menos um minuto? Vocês são as pessoas mais sem noção que eu já vi na minha vida, sério mesmo. – falo me aproximando delas. –Eu só “saí” – faço aspas com os dedos. – com o Thomas porque ele estava muito mal. Agora, se vocês simplesmente não entendem isso, eu não posso fazer absolutamente nada.
Sento-me no sofá, para mostrar que não importo. Na verdade eu tenho vontade de dar belas almofadadas nelas por me encherem.
–Como foi? – pergunta Katherin mesmo vendo o quão irritada eu estou.
–Como assim “como foi”? Nós fomos ao parque dessa cidade. – falo revirando os olhos.
–Digo, o que vocês fizeram?
–Conversamos. – falo dando de ombros. –E comemos algodão doce.
Elas parecem desanimadas de repente. Dou risada.
–Ah, é claro. Tinha me esquecido que vocês estavam esperando que eu e Thomas tivéssemos feito um passeio romântico e nos beijado. – faço uma careta. –Sinto desapontá-las, mas isso nunca vai acontecer.
Minha mãe se levanta.
–A conversa estava ótima, mas eu preciso comprar a carne pro almoço. – diz ela já pegando suas chaves em cima da mesa. –Volto daqui a pouco.
Acenamos para ela e continuamos sentadas no sofá. Katherin vira-se para mim.
–Acabou com meu domingo. Eu estava tão esperançosa!
Dou um tapa em seu braço.
–Por que ao invés de se importar com a minha vida amorosa, que por sinal nem existe, você não cuida da sua? – falo mudando de assunto. –E o Peter, hein?
Ela fica vermelha como um pimentão. 1 para Lydia, 0 para Katherin.
–O que tem o Peter? – pergunta ela, mas o efeito já foi causado.
–Ontem no shopping vocês ficaram grudados.
–Pelo menos não foi ele que veio trazer o meu caderno de noite em casa, né? – diz ela sorrindo vitoriosa.
1 ponto pra ela.
–Já expliquei essa história. – falo completamente envergonhada e passo o constrangimento para ela de novo. –Sei que você gosta do Peter.
Mentira, não sei nada, mas é o que eu tenho.
–Eu não gosto do Peter. – diz ela com convicção. –Ele é só o Peter.
–Sei... – levanto-me do sofá e vou até a geladeira.
Pego o meu sorvete e aponto ele para Katherin, como que oferecendo. Ela faz que não com a cabeça. Abro meu sorvete e começo a tomá-lo.
–Terça-feira tem prova de química. – diz ela do nada. –Está preparada?
Meu coração começa a bater mais rapidamente. Claro que eu sei que a prova é terça, estudei muito, mas estou longe de estar preparada.
–Não.
–Lydia, você vai se sair bem. A gente estudou, lembra? E você revisou que eu sei.
Respiro fundo.
–Eu sei, mas... Ai, eu odeio química!
Ela vem até mim e senta-se na minha frente.
–Se quiser podemos estudar mais, o que acha?
–Valeu Katherin, mas a gente já estudou tudo que tinha que estudar. Eu sei a matéria, mas vai chegar na hora e eu vou me desesperar e não vou conseguir fazer.
Quem inventou a química ainda me paga.
–Seja positiva, vai dar tudo certo. – anima-me ela. –Acho melhor eu ir pra casa, Melissa veio ontem nos visitar.
Dou uma mordida no meu sorvete.
–Jura? Que legal.
–Nem tanto.
–Melissa não é legal? – pergunto um pouco confusa. Pelo jeito que Katherin falou dela, eu achava que Melissa era legal.
–Ela é, mas o assunto da medicina voltou. – diz ela cerrando os punhos. –E não sei bem de que lado ela está. Mas eu gosto dela apesar de tudo.
Faço que sim com a cabeça.
–Se quiser ir lá pra casa conhecê-la, pode ir. – convida ela. –Topa?
Penso nos meus planos para hoje. Tem uma tonelada de tarefas para fazer, provas da semana pra estudar, não vou mesmo poder ir.
–Não vai dar. – falo desanimada. –Deixa pra próxima.
–Tudo bem, ela vem praticamente todos os fins de semana. Acho que semana que vem o namorado dela vai vir. – Katherin faz uma careta ao falar dele. –Ele é tão fútil, mesquinho e idiota. Como ela pode gostar dele?
Dou um tapa na mesa com entusiasmo e ela fica meio assustada.
–O que foi isso?
–Eu entendo o que quer dizer! Uma das minhas melhores amigas está gostando de um cara idêntico ao namorado da sua irmã e ela não quer ouvir nem a mim nem a nossa outra melhor amiga. Ela vai quebrar a cara.
–Melissa também vai quebrar a cara, mas não foi por falta de aviso.
Termino meu sorvete e jogo o papel e o palitinho no lixo.
–Ela já é maior de idade, já pode tomar as decisões dela. – diz Katherin. –Antes eu até pegava no pé dela com esse namorado aí dela, mas agora finjo que nem ligo. Se ela não quer me ouvir, o problema é dela.
–Te entendo completamente.
Ela olha o horário no celular e depois o guarda.
–Tenho que ir, Lydia. Até amanhã. – ela dá um beijo na minha bochecha.
Lembro de uma coisa.
–Esqueci de te contar. Meu pai virá me visitar!
Ela dá pulinhos de alegria.
–Que bom, Lydia! Me chame para eu poder conhecê-lo.
Faço que sim com a cabeça e ela sai de casa.
Vou para o meu quarto e coloco a bolsa no cabide. Pego meu celular e sento-me na cama. Tem três mensagens da Jane e uma da Kriss. Respiro fundo e clico na Jane.
Jane: Lydia, amigos zoam amigos.
Dez minutos depois.
Jane: Larga de ser infantil.
Meia hora depois.
Jane: Cadê você???????????????
Eu: Eu estava dormindo.
Ignoro completamente o assunto Thomas.
Eu: Tenho novidades! Meu pai virá me visitar!
Essa é minha única novidade do momento.
Jane: Que ótimo isso, Lyd!!! Estou feliz por você.
Eu: Obrigada.
Jane: Sobre ontem
Ela começa a digitar e eu mando uma mensagem antes.
Eu: Vamos esquecer o assunto de ontem, fazendo o favor.
Jane: Okay.
Aleluia!
Eu: Tb com você?
Jane: Yep e com você?
Eu: Bem também.
Volto para a página principal e clico na Kriss.
Kriss: Toc Toc, cadê você?
Isso também foi ontem, meia hora depois que eu desliguei meu celular.
Eu: Estava dormindo, Kriss.
Eu: Meu pai virá me visitar!
Isso tá meio repetitivo, mas eu tenho que compartilhar isso com elas. Afinal, são minhas melhores amigas.
Kriss: Isso é muito bom!!! Lydia, você deve ter pirado.
Eu: Pirei mesmo.
Tiro a sapatilha dos meus pés.
Kriss: Vai ter um baile aqui na escola.
Todo ano tem um baile na escola, e sempre um tema diferente.
Eu: Legal. Quando vai ser e qual o tema?
Kriss: É no Halloween, então é sobre fantasia.
Lembro-me da foto que Jane me mandou ontem, de nós três juntas e chego a conclusão que esse será o primeiro Halloween delas sem mim.
Eu: Não estarei com vocês esse ano : (
Kriss: Ou estará!
Franzo a testa.
Eu: Como assim?
Kriss: É numa sexta-feira, dia 31 de outubro! Sábado não é dia de aula, você poderia vir!
É uma ótima ideia.
Kriss: E sua mãe e você poderiam dormir aqui em casa! Ou em algum hotel, ia ser muito legal ter você aqui.
Eu: Adorei o seu plano, mas nesse mês tem o aniversário da Jane e nós já iremos. Pelo menos acho que vou...
Espero que minha mãe deixe eu ir, estou com muita saudades das duas.
Kriss: Mas ainda temos um longo tempo até 31 de outubro, até lá muitas coisas podem acontecer nas nossas vidas.
Eu: Verdade.
Fico imaginando o que pode mudar na vida em três meses. Não parece muita coisa, mas são bastante dias e muita coisa pode mudar.
Kriss: E aí? Tá fazendo o que?
Eu: Falando com você e a Jane.
Eu: E você?
Volto para a página central e clico na minha outra amiga.
Jane: Ai eu to com frio.
Eu: Aqui está ventando, não tá muito frio não.
Jane: Sorte sua. Eu vou levantar e tomar banho, já volto.
Eu: Okay.
Clico de novo na Kriss.
Kriss: Ouvindo músicas.
Kriss: Me sugere uma fantasia?
Paro pra pensar.
Eu: Você podia ir de anjo!
Me sinto um gênio.
Eu: Isso!!! Anjo! Você é loira, é fofa, vai ficar muito bom em você, Kriss!
Kriss: Ótima ideia!
Kriss: Medo de ficar sem par... Jane já arranjou alguém.
E não me falou. Se bem que eu não perguntei nada a respeito.
Eu: Com quem ela vai?
Kriss: Com o Will.
Will é um menino da nossa sala que é loiro, olhos que não me lembro a cor. Ele é gente boa, pelo menos eu acho. Jane e Will sempre foram amigos, não como nós três, mas era amiga dele.
Eu: Ele é legal.
Kriss: Você acha que Jake vai me chamar?
Reviro os olhos.
Eu: Não sei, Kriss.
Kriss: Quanta positividade!
Só estou sendo sincera com ela.
Eu: Mas é a verdade, eu não sei.
Eu: Tomara que sim.
Torço o nariz com essa última mensagem que enviei. Espero que ele não a chame, para não iludi-la. Obviamente não falo isso para ela.
Kriss: Vai ter baile de alguma coisa na sua escola? Se tiver quero ir.
Eu: Provavelmente sim, mas ainda não estou sabendo de nada.
Eu: Vou perguntar pra Katherin, já volto.
Vou na página central e clico na minha outra amiga loira.
Eu: Katherin, sabe se vai ter baile de alguma coisa na nossa escola? Como sou nova não sei se tem ou não.
Dez segundos depois ela me responde.
Katherin: Todo ano tem, então nesse provavelmente terá, mas ainda não tenho informações sobre isso.
Eu: Ah okay, obrigada.
Volto para Kriss.
Eu: Vai ter sim, mas só não sabemos quando.
Minha mãe chega em casa e me chama. Dou tchau para Kriss, terei que lavar a louça e ajudar com o almoço. Ô vida!

Segunda-feira, começou tudo de novo. Levanto-me da cama e vou para o banheiro apressada, hoje é dia de lavar o cabelo. Mesmo que o chuveiro esteja quente, sinto frio. Eu devia ter lavado ontem de tarde, eu sei. Mas a preguiça me impediu.
Ontem a tarde fiz todas as tarefas da semana, estudei para todas as provas, especialmente física e química, as matérias que eu mais tenho dificuldade.
Ouço uma batida na porta.
–Lydia, anda logo! Já são seis e trinta e cinco!
Enxaguo o cabelo rapidamente, seco-me e entro no quarto como um raio. Coloco uma meia, calça jeans, uniforme e um casaco por cima. Calço meu tênis, penteio o cabelo. Eu seco-o, mas na verdade não seco praticamente nada. Ele está mais pra molhado do que pra seco. Coloco os óculos, jogo os materiais do dia na bolsa. Vejo que minha primeira aula é de inglês e bufo. Não que eu não goste de inglês, mas a professora é muito chata.
Abro a geladeira e pego quatro morangos e praticamente engulo-os. Abro um toddynho e tomo-o com rapidez. Adoro toddynho. Volto para o banheiro, escovo os dentes e estou pronta. Paro um segundo para normalizar minha respiração.
–Dez pras sete! – ouço minha mãe gritar e vou para a sala.
Ela destranca a porta e descemos pela escada mesmo. Chegamos à garagem e ela abre o carro.
–A gente está mal acostumada. – diz ela dando ré para sair da vaga. –Antes nós saímos mais cedo e não ficávamos tão afobadas com os horários.
Ela usa o controle para abrir o portão e estamos na rua. Para nossa sorte, hoje não tem muito trânsito. Lembro-me de Thomas, porque ele me deu carona na sexta feira.
Minha mãe acelera, mas não muito e chegamos na escola quando faltam dez minutos para bater o sinal.
–Boa aula. – diz ela e saio do carro.
Corro pelas escadinhas e ando rapidamente pelo corredor, passando a mão nos cabelos. Imagino que estejam bagunçados por conta da minha corridinha. Avisto Lurdes subindo a escada e passo correndo por ela. O que menos quero é chegar depois dela na aula.
Chego na sala e bato o olho no meu lugar, mas ele está ocupado. Como assim? É meu lugar, eu sempre sento aqui. Não podia estar ocupado por ninguém menos que Amanda. Chego até ela.
–Eu me sento aqui. – falo. –Será que poderia dar licença?
Ela solta uma risadinha.
–Não tem mapeamento e nem o seu nome, eu não vou sair.
Katherin se intromete na conversa.
–Fala sério, Amanda. Larga de ser boba. Se quer falar com o Thomas, fala depois e não aqui. Para de armar barraco.
O dono do nome chega e olha para mim, para Amanda e para Katherin.
–Você vai mesmo sentar atrás de mim? – pergunta ele para a rata.
–Vou. – diz ela sorrindo falsamente.
–Então eu vou mudar de lugar. – diz ele se sentando na outra fileira.
–Eu também. – diz Katherin indo atrás dele.
–E eu também. – falo e sorrio, vitoriosa.
Então na terceira fileira fica um menino que não sei quem é, Thomas, eu e Katherin. Nada de Amanda para nos encher a paciência a essa hora da manhã.
–Os donos dos lugares não vão ficar bravos? – pergunto para Katherin.
Ela dá de ombros.
–Qualquer coisa a gente fala que foi a Amanda que fez a confusão toda, o que não é mentira. – diz ela e faço que sim com a cabeça.
Tiro meu caderno, apostila de inglês e estojo da mochila e coloco na minha mesa. Não quero nunca mais arrumar briga com Lurdes. Falando na serpente, ela acabou de chegar.
–Abram na página 40. – diz ela secamente. -A coordenadora irá comunicá-los sobre nosso baile anual.
Katherin me dá uma cutucada com a ponta do lápis e a coordenadora entra.


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