Doux Rêves, Amère Réalité - Interativa escrita por Mitsu D Thanatos


Capítulo 2
Toujurs Amis




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Doux Rêves, Amère Réalite

Toujurs Amis

Os olhos claros e nebulosos observavam, sem nenhum interesse aparente, a monotonia daquele parque arbústeo. Sentada em um dos bancos frios do lugar, a sombra de uma árvore, já tinha perdido a noção de quanto tempo estava ali, apenas sentada, poucas vezes fazia algum movimento; parecia uma estátua. A estátua de um anjo solitário.

Seus pensamentos não eram os mais felizes, mas também não eram os mais tristes. Sua mente insistia em recapitular a cena que acontecera a três dias atrás, quando ela deu a notícia que havia sido inscrita em uma escola de elite. E mais, havia sido, por um milagre na opinião sua, aceita entre milhares. Não era algo que acontecia todo dia, poder ter a chance de estudar em uma das melhores escola do país, e ainda ter uma bolsa de quase noventa por cento. Principalmente, se visto para alguém como ela, uma pessoa com uma renda familiar muito baixa.

E seus pais, que mesmo não sendo os melhores, estavam preocupados com ela, com o que ela iria passar por ser quem era. Todos os argumentos deles eram contra a sua entrada, nem um incentivo ou apoio, apenas críticas de suas escolhas. Mas ela já estava mais que habituada, sempre que poderia tentar uma coisa nova, algo que possa trazer mais liberdade para si, era sempre parada, sem o direito de seguir em frente.

Ela sabia que seus pais tinham medo, um grande medo por sinal. Medo que ela se decepcionasse. Medo que ela caísse e não conseguisse se reerguer novamente. Medo de que ela se magoasse. Medo que ela os abandonaria. E por mais que a jovem entendesse os motivos dos pais, não conseguia aceitá-los.

A vida não era assim? Cheia de realizações e decepções? Dias bons e felizes, outros dias ruins e tristes?

Não é sempre que podemos ter tudo o que desejamos.

Ela sabia disso. Sabia muito bem como era sentir essa sensação de incapacidade, de derrota. Mas não era isso que a impediria de seguir em frente, sempre com a cabeça erguida e os olhos centrados no horizonte; com uma nova força de vontade. E fora essa força combinada com o desejo de liberdade crescente em seu peito, que a adolescente deixou claro suas intenções. Ela estava decidida e não era nem seus pais, nem ninguém que a impediriam de seguir em frente desta vez.

Ela estaria partindo em dois dias para o internato, e já estava com as suas poucas coisas embrulhadas e prontas para a viagem. Seria sua primeira vez fora de casa por um longo período, só voltaria - por sua escolha apenas - nos finais de semanas, feriados e férias. Ela admitia para si mesma que estava apreensiva com a partida, não sabia nem como se despediria dos pais, principalmente de seu irmão. Seu pequeno e doce irmão Caleb, a única pessoa que ela considerava em se importar. Não que ela não amasse seus pais, longe disso, mas para ela seu irmão era o único que valesse a pena em se preocupar, cuidar.

Um suspiro escapou-lhe dos lábios, seus olhos vagando para o parque. Ele está atrasado, pensou a pequena com o cenho levemente franzido em aborrecimento. Odiava atrasos e por causa disso, seus finos dedos passavam por entre seus longos cabelos rosados claríssimos, como se os penteassem. Uma das muitos manias - irritantes na sua opinião - que aparecia quando estava irritada com algo; e nesse momento, o dono da sua irritação era seu amigo. Seu único e melhor amigo.

Já estava começando a fazer uma trança com suas mechas, em uma maneira de se distrair, quando sentiu alguém tapar-lhe a visão. As mãos grandes eram bronzeadas e quentes e a adolescente não pode deixar de sorrir, colocando suas mãos em cima das maiores. Ouviu alguém atrás de si soltar uma risada rouca e divertida.

— Adivinha quem é? - perguntou a pessoa, a voz grossa e risonha.

— Uma pessoa atrasada e, possivelmente, muito ferrada. - respondeu ela, destampado seus olhos e escutando passos andarem na grama.

— Ah, você não é divertida, Pollyanna! - disse o garoto a sua frente, amuado por um instante, para então esboçar um grande sorriso.

— Oh, falou a pessoa mais divertida do mundo! - gozou, sorrindo também e vendo o amigo sentar-se ao seu lado. Este, sorrindo matreiro, despenteou os cabelos da companheira fazendo Pollyanna exclamar indignada: - Hey, Arzhel!!

— Eh, você mereceu, admita! Sou a pessoa mais engraçada desse mundo! Além de lindo, é claro! - brincou, passando as mãos nos cabelos desgrenhados, sorrindo sarcasticamente. Ambos não contiveram a risada que surgia.

— Modesto também, eu vejo.

Momentos como esse, onde Pollyanna poderia sentir um gostinho de liberdade, eram os preferidos dela. Quando estava com Arzhel, se esquecia de suas obrigações e problemas. Ela o adorava e sentia um grande carinho pelo mesmo. Pensando agora, ela não conseguia imaginar como antes os dois no começo poderiam se detestar, a ponto de ambos começarem a pregar peças um no outro. Ela inda se lembrava com nitidez todas as vergonhas que passaram por causa do outro. Ah, não se pode esquecer as detenções que recebiam; por sorte eles se acertaram antes de terem o currículo manchado. Mas, vendo agora como era a amizade deles, parecia tudo algo bobo.

Pollyanna sabia que tinha sorte de encontrar um amigo tão bom quanto Arzhel, mesmo que ainda houvesse algumas divergências entre eles; eram sempre levadas na brincadeira. E pensar que agora iria se separar de seu mais precioso amigo, o seu peito apertava e a tristeza a abatia. Sua dor transpareceu em seu rosto, sem poder se conter, assim sendo percebido pelo mais alto. O mesmo assumiu um semblante mais sério e preocupado, passando os dedos longos na face da outra, como um afago. Ele a conhecia tão bem, com um simples olhar sabia o que acontecia a ela, era até um pouco assustador. Mas era algo que ela era muito grata.

E sem nenhuma palavra ser proferida, Pollyanna fora puxada para os braços fortes de seu melhor amigo. O rosto descansando no peito largo de Arzhel, escutando o coração do mesmo bater em um ritmo que a acalmava. Seus braços finos abraçaram o tronco do garoto, sentindo mãos acariciarem sua cabeça e um beijo ser depositado no topo da mesma. A garganta começara a fechar, a vista embaçar, os lábios tremerem, as lágrimas finalmente começaram a escorrer por sua tez. Soluços aos poucos apareceram, pequenos e baixos, contidos pelo constrangimento e orgulho. Às vezes se sentia tão fraca e imponente, que a vergonha a dominava.

— Está tudo bem, mon bijou.— ouviu ele sussurrar ao pé de seu ouvido. - Tudo bem, tudo bem.

Isso só serviu para aumentar o fluxo de cristalinas lágrimas e os soluços apenas aumentara a intensidade em que se iam. Fazendo daquele abraço o mais forte que podia, sendo correspondida prontamente. E sem notar o tempo passar, deixou as amarguras e dores que sentia se irem através de seu pranto. Aos poucos, os soluços se tornarem poucos, até pararem e as lágrimas parando, deixando como lembrança os olhos vermelhos e inchados da garota. A mesma afrouxou o abraço, se distanciando um pouco do corpo quente e olhando para Arzhel, sendo recebida por um dos lindos sorrisos do ruivo.

— Está melhor, Polly? - perguntou, secando os poucos vestígios das lágrimas que ainda estavam presentes, olhando atentamente para a menor. Ela acenou, esboçando um fraco sorriso.

— Obrigada. - disse, a voz rouca e um pouco quebrada. Se desvencilhou dos braços do outro, tendo sua testa beijada brevemente pelo os de cabelos ruivos.

— Estou aqui sempre que precisar. - por um momento a garota pode ver um sentimento brilhar nos olhos claros do outro, mas foi tão momentâneo que não pudera identificar o que era. Mas isso não era importante agora.

Assim, um silêncio se estabeleceu entre eles, Polly percebendo que o outro parecia imerso em seus pensamentos. Ela não tinha a intensão de incomodá-lo, por isso começou a observar o amigo e seu jeito, em como seus olhos pareciam distantes. Reparando em como ele tinha uma beleza invejável e sendo possivelmente, uma das pessoas mais bonitas que ela havia conhecido em sua curta vida. Sem perceber, perdeu-se em divagações sobre o outro, assim não notando quando Arzhel a chamara. Só então saindo de seus pensamentos, quando o garoto balançara de leve um de seus ombros. Voltando imediatamente para a realidade e tornando-se consciente da linha de pensamentos que sua mente estava seguindo. Sem poder evitar, sentiu sua bochechas queimarem em constrangimento, abaixando a cabeça sem a coragem de olhar para o amigo. Este, com uma de suas sobrancelhas arqueadas, olhava intrigado e confuso pelo súbito comportamento estranho de Polly. Mas sem poder conter-se em reparar em como a garota ficava fofa com as bochechas em carmim.

— Está tudo bem, Polly? - indagou por fim, quando o silêncio entre eles começava a ficar incomodo, o que raramente acontecia. Arzhel estava preocupado.

Oui.— ouviu ela responder, olhando finalmente para ele.

Arzhel não parecia muito satisfeito ou ter acreditado na resposta da outra, mas também não insistiria para saber mais. Conhecia Polly muito bem, assim sabendo que a outra não gostava quando se intrometessem em seus assuntos, ou que insistissem para que ela falasse o que a incomodava. Quando ela estivesse bem e com vontade, ela mesma o contaria, por isso o que restava era esperar que eventualmente a garota se pronunciasse por si mesma. O que ele sabia que poderia demorar.

Suspirando, Arzhel balançou a cabeça em concordância e então deu mais um de seus sorrisos, mostrando, assim, que estava tudo bem. Mais uma vez o silêncio pairou sobre os dois, parecendo que nenhum do dois tinha nada a falar. Se passou por alguns segundos até que Polly quebrasse o silêncio que se tornava incomodo, novamente.

— Eh, eu o chamei aqui com um objetivo e acabou que não aconteceu o que eu queria. - disse, soltando uma risada nervosa.

— Ah, sim, sim. Então, o que é que você queria de mim, Polly? - era óbvio a curiosidade na voz animada dele, o que fez a menina soltar mais uma risada. Esta mais verdadeira que anterior.

— Eu queria ter um passeio com você. Já que estarei indo em dois dias, queria passar um tempo com o meu melhor amigo. - contou, inclinando a cabeça para o lado e os lábios curvando-se em um sorriso maroto.

— Então vamos! - Arzhel se pôs rapidamente de pé e colocando-se em frente a rosada, a mesma o olhou um pouco surpreso.

— Mas já está ficando tarde. - disse, com uma careta de aborrecimento aparecendo em seu rosto, observando o céu ficando alaranjado e com pingos de vermelho no meio.

— Não, não, isso não importa. - dizendo isso, puxou Polly por suas mãos, a colocando de pé, para depois passar um de seus braços na cintura estreita da garota.

— Arzhel...

— Eu a levo para casa depois. E se seus pais a chatearem, eu digo que foi minha culpa. - Polly suspirou ao ver a animação do adolescente.

— Não precisa faz- fora cortada quando um dos dedos longos do ruivo pousou em seus lábios pequenos.

— Eu insisto. Quero passear e me divertir com você. - ela não conseguia dizer não a ele quando o mesmo dava um de seus mais brilhantes sorrisos. E ele sabia muito bem disso.

— Tudo bem. - murmurou em derrota, o que só fez o sorriso do outro alargar, recebendo um beijo em sua testa.

Os dois, então, se puseram a caminhar em uma marcha lenta, com o braço de Arzhel ainda na cintura da garota; mas isso não parecia incomodar nenhum dos dois. Andando pelo parque de sua pequena e pacata cidade, eles aproveitavam o máximo a companhia do outro. Ambos sabiam que nos próximos dois dias que antecederiam a viagem da garota, a mesma se dedicaria a passar algum tempo com sua família. Então, Arzhel só a veria novamente quando fosse a hora da sua partida, e eles seguissem caminhos diferentes. Coisa na qual ele não estava muito ansioso para que acontecesse.

Arzhel não queria se distanciar da preciosa amiga que Polly era para si, mas infelizmente, os dois não iriam para a mesma instituição. Antes, o plano deles era irem juntos, mas os pais do garoto haviam resolvido que seria muito bom ele fazer intercâmbio. Iria estudar em uma dos melhores internatos da Inglaterra. Não era uma notícia que deixou os dois felizes, mas Arzhel não queria contrariar os pais e Polly o convenceu a ir, também. Ele cedeu no final.

Quando a tarde dava lugar a noite, Arzhel deixou Polly em casa, fazendo uma promessa silenciosa para si mesmo. Quando ele voltasse, ambos se veriam novamente, então, poderiam finalmente seguir caminhos juntos.


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Notas finais do capítulo

Hello, sweet cupcakes!
Então, esse capítulo vocês puderam conhecer mais da minha personagem, antes dela e das outras irem para o Internato. É uma parte importante, sim?
Enfim, vocês querem saber das vagas, entendido! Mas antes vamos esclarecer algumas coisa, okay?

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REGRAS DE ENVIO E CONDUTA:
—-> Eu não reservo vagas! Então não me venha cobrar nada em relação a isso!
—-> Não escolho por ordem de chegada, mas sim pela qualidade da sua ficha e se meus pedidos forem atendidos! Então, vocês tem tempo!
—-> Façam com calma e atenção, não se preocupe em demorar!
—-> Gostaria de ser avisada por comentário quando você enviar sua ficha e não se esquecer de colocar o nome da personagem!
—-> Eu avisarei por, e somente por, MP! Se as vagas forem preenchidas e você não receber nada, não fique triste! Tenho planos de abrir mais vagas futuramente!
—-> Eu, ao longo da estória, pedirei mais informações, estarei sempre avisando nas notas finais, então peço que prestem a atenção!
—-> Não sou fã de erros gramaticais ou ortográficos! E não se esqueçam de colocar parágrafo quando necessário! Isso deixa tudo mais organizado!
—-> Imagem da IA (Vocaloid) está indisponível, e se houver outras pessoas com imagens iguais, pedirei que mude (claro, apenas se você for aceita!).
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Então, acho que era só isso mesmo, qualquer dúvida, me mande uma MP!
Finalmente a ficha:

https://docs.google.com/forms/d/1DpHiRLY-j28XXbndngR65-JFQH9BjclBe8JERgXYB_g/viewform


Boa sorte a todos vocês!
Até logo,
Mitsu D.T.