Hate That I Love You escrita por Iris Cristine


Capítulo 1
Capítulo 1 - O acidente com o pé




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E lá estava eu mais uma vez, discutindo com Castiel por conta de um cartaz no corredor, o qual ele simplesmente rasgou. Incrível a capacidade desse garoto de irritar a todos em sua volta. 

— Você não cansa de fazer isso? - perguntei ríspida.

— Fazer o que? - ele tinha um sorriso irônico no rosto, eu odiava aquele sorriso.

— Me irritar! Eu já to cheia de você, Castiel!

— Eu não tenho culpa se você se sente atraída por mim. - ele disse chegando mais perto - Perde o controle toda vez que me vê!

— Você sabe que isso não é verdade! - me afastei.

— Eu não sei. - Castiel continuava a me encarar.

— Se você não enchesse tanto meu saco eu não perderia o controle. Tchau Castiel! - olhei fixamente pra ele e depois saí.

Enquanto andava pelos corredores de Sweet Amoris acabei esbarrando em alguém e caí. Ótimo, só faltava ser aquela insuportável da Ambre! Me virei e fiquei feliz por não ver a cara daquela garota. Era Nathaniel, usando sua típica camisa social branca com uma gravata de listras, segurava um romance policial em mãos. 

— Nathaniel? Você não estava arrumando uma papelada no Grêmio?

— Sim, mas já acabei. E você, por que está tão irritada? - ele disse enquanto estendia a mão para me ajudar.

— Ah, não é nada. - respondi, cruzando os braços.

— Castiel? - Nath bateu levemente em meu ombro, ajeitando minha blusa amassada.

— Adivinhou, aquele garoto é insuportável! 

— Eu não sei porque você ainda liga pra ele. Sério, ele não merece sua atenção! - Nathaniel sorriu.

— Verdade, vou tentar praticar a arte de ignorá-lo. Obrigada Nath! - sorri e ele sorriu de volta, foi quando o sinal de fim da aula tocou, me despedi de Nathaniel e fui embora.

Peguei minha mochila no armário e antes que pudesse atravessar o portão ouvi alguém me chamando, era a diretora. O dia não poderia ficar pior.

— Onde a senhorita pensa que vai? - ela estava com uma cara pior que de costume.

— Pra casa, não é isso que as pessoas fazem após a aula? - dei uma risadinha.

— Pare com as gracinhas e vá limpar a escadaria, ou não se lembra da sujeira que causou? - ela falava enquanto dava uma boa olhada no corredor, se certificando que ninguém mais perturbaria a paz da escola. 

— A senhora vai me desculpar mas quem começou aquela confusão não foi eu!

— Eu não quero saber, aqui estão as coisas. Quando terminar deixe no Grêmio! - ela me entregou um balde azul junto com um esfregão e eu nem tive tempo de responder. 

Voltei minhas coisas para o armário e me dirigi pra escadaria do segundo andar. Não havia mais ninguém nos corredores, a escola estava vazia e silenciosa e o sol de fim de tarde iluminava o piso cinza. A escadaria e as paredes ainda tinham vestígios de tinta, a qual Ambre tentou jogar em mim mais cedo. 

Depois de muito limpar consegui com que aquela sujeira sumisse. Meu estômago roncou, dei uma olhada no relógio e me dei conta de que já haviam se passado duas horas, eu estava morrendo de fome e precisava de um lanchinho. Deixei o balde na sala do Grêmio e enquanto pegava minhas coisas no armário escutei uma música abafada, devia ser Castiel e Lysandre ensaiando.

Coloquei a mochila nas costas e sai correndo pra lá, seguindo o som. Me deparei com uma porta marrom embaixo da escada entre o subsolo e o térreo, um lugar bem escondido na escola, não era atoa que ninguém tivesse desconfiado. A banda deles sempre ensaiou escondido na escola, e eu numa soube onde. 

Abri a porta e fiquei escondida atrás de um pilar para que eles não me vissem. A sala era como um porão abandonado, escura com uma pequena janela no topo, havia alguns instrumentos espalhados e pôsteres nas paredes. Castiel estava de olhos fechados tocando sua guitarra, tão profundo em suas notas que mal parecia ele. A música era linda, me perdi tanto que acabei não percebendo quando terminaram. Eles estavam vindo em minha direção, então me apressei a correr, assim que me virei acabei tropeçando em alguma coisa ali, caí e não consegui segurar o grito.

— O que você está fazendo aqui? - Castiel apareceu acompanhado por Lysandre.

— Você se machucou? - Lysandre me olhou preocupado. Meu pé estava doendo tanto que eu não distinguia suas palavras.

— Nisso que dá espionar os outros! - Castiel fechou a cara.

— Será que vocês podem me ajudar invés de falar?  - me alterei.

Castiel hesitou mas logo estava me levantando junto de Lysandre, eles me carregaram até o degrau da escada, onde me sentei.

— Seu pé está começando a ficar inchado. - Castiel disse sem expressão e Lysandre fez uma careta - Se quiser ir tudo bem, você está atrasado. Eu ajudo ela! - Ele estava mesmo sendo gentil?

— Tudo bem Amy? - Lysandre continuava preocupado.

— Tudo sim Lysandre, pode ir!

Ele se abaixou, me deu um beijo na bochecha e saiu apressado.

— Vem, eu te levo pra casa. - Castiel se adiantou e pegou no meu braço.

— Eu não preciso da sua ajuda Castiel, pode parar de fingir compaixão! - me levantei e  quando tentei pisar acabei caindo - Ai!

— Ótimo, então vai mofar no chão! - ele me encarou por um segundo, a dor piorava - Para de ser idiota, vou te levar pra casa!

Castiel colocou minha mochila em suas costas, me ajudou a levantar e seguimos em direção à saída. Foi uma sorte a diretora não ter aparecido com toda essa confusão.

Permanecemos em silêncio o caminho todo para minha casa, que não era muito longe dali. Eu estava com o braço em volta dele enquanto ele segurava minha cintura. A dor no pé não cessava, eu estava mancando e parecia que nunca íamos chegar. A situação era totalmente desconfortável.

— Por que você está me ajudando? - perguntei, na tentativa de quebrar o gelo.

— Por acaso eu tenho outra escolha?

— Você é um idiota sabia? - bufei - Não consegue ser uma pessoa normal por alguns minutos?

— E você é uma mal agradecida! - Castiel continuava sério, olhando pra frente

Castiel era uma pessoa enigmática, mas apesar de tudo, estava me ajudando. Eu precisava ter uma relação normal com ele pelo menos até chegar em casa.

— Vocês tocam bem! - puxei assunto.

— Não era pra você ver a gente tocando!

— Mas eu vi, e gostei. - ele então abriu um tímido sorriso de lado - Pode virar aquela esquina! 

— Sabe, quando eu toco eu me sinto livre, me sinto diferente! - sua voz então mudou.

— Eu percebi...Nem te reconheci! Sabe, se você só abrisse a boca pra cantar talvez eu até gostasse de você. - eu ri.

Foi quando reparei que já estavamos em frente minha casa.

— É aqui Castiel, obrigada! - ele não disse nada, apenas me levou até a porta.

— Vou precisar levar você pra dentro não? - ele encarou a janela - Ou você consegue andar?

— Realmente...vai ser complicado eu conseguir andar. Mas acho que meus pais estão em casa! - toquei a campainha, ainda segurando em Castiel e vi a luz da sala acendendo.

— Então é isso. Está entregue! - Castiel se adiantou.

— Obrigada! - me soltei dele e agarrei a maçaneta, esperando que abrissem a porta - Tchau Castiel!

Ele me olhou e se virou sem dizer nada, quando se distanciou um pouco se virou novamente e acenou. 


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