Quatro semanas se passaram depois do ocorrido do Shopping, mas parecia que tudo tinha acontecido no dia anterior. As palavras que Chris disse para mim rodeavam meus pensamentos todos os dias, mal me concentrava no trabalho e tudo ao meu redor me fazia lembra-lo, levava a carta escrita por ele, mas nunca tive coragem de abri-la. Talvez eu devesse confiar mais nele, mas meu orgulho não deixava, sei que eu e Jeremy não passaríamos de amizade, mas eu comecei a sentir que deveria deixar isso bem claro para Chris.

Era uma quinta-feira, e eu estava saindo do serviço, como havia ''perdido'' minha melhor amiga para aquele tal de John, então resolvi passar naquela locadora, a mesma em que conheci Chris, e não preciso dizer que aquilo me machucou, mas eu não tinha nada para fazer e era a única que eu conhecia por perto, então resolvi ir lá mesmo assim. Procurei alguns filmes, e ao mesmo tempo em que procurava, acompanhava o movimento do local, esperando encontrar Chris por lá, por mais que eu soubesse que ele não ia aparecer. Fui direto à sessão de terror, eu geralmente pegava comédias românticas, ou até mesmo romances, mas não estava com o psicológico para assistir esses tipos de filmes, e talvez terror não me deixasse tão perturbada como o amor estava me deixando com tanta intensidade. Enfim, peguei os DVDs e fui em direção ao caixa, ainda na esperança de vê-lo entrando por aquela por, mas nada aconteceu.

Chegando a minha casa, notei que meu pai havia saído, não gostei, não queria ficar sozinha em casa, ainda mais que iria assistir a um filme de terror. Eu então peguei uma pipoca e pus para estourar, enquanto arrumava tudo para poder assistir, estava “com o cu na mão”, mas ainda sim iria assistir. Eu retirei os filmes da sacola, e optei por assistir “Invocação do mal”. O meu celular toca em seguida, era um nº desconhecido, atendi mais por curiosidade de saber quem estava me ligando.

– Alô?- Disse.
– Oi Katy, sou eu, Cindy.

Eu não esperava que Cindy ia me ligar, logo ainda depois de 4 semanas que eu e Chris terminamos.

– Oi Cindy, o que houve?
– É que hoje vai ter uma apresentação da minha turma no colégio as 8 horas e gostaria muito que fosse.
– (Breve silêncio) Cindy, eu gostaria muito de vê-la cantando, mas eu não posso, não diante essa situação.
– Olha, entendendo sua situação com meu irmão, mas não quero que faça isso por ele, quero que faça isso por mim. É muito especial essa apresentação para mim e eu já guardei um convite para você. Gosto muito de você e quero que venha.

Fiquei em silêncio, não sabia o que responder e também não sabia se era a coisa certa a se fazer.

– Por favor, Katy. Essa noite será muito especial para mim, se quiser arranjo um convite para seu pai.
– Tudo bem, eu vou.
– Obrigada Katy, vou ficar muito feliz em vê-la.
– Não precisa me agradecer Cindy.

Eu então desliguei o celular, e fui tomar um banho rápido, já eram 7 horas da noite, e fiz tudo adiantado para dar tempo, mesmo que fosse perto o colégio. Alguns minutos depois meu pai chega e me vê pronta para ir.

– Aonde vai? – Perguntou.
– Há uma apresentação, quer ir comigo?
– Não, obrigado. Preciso arrumar algumas coisas minhas. Divirta-se.

Eu então me despedi do meu pai e fui para apresentação. Chegando lá, me deparei com Cindy me esperando na porta, ela percebeu que eu estava chegando e então sorriu ao me ver.

– Que bom que você veio. – Ela diz, me abraçando. – Aqui está o convite, depois nos falamos, tenho que me arrumar.

Ela então de despediu de mim, e entrei no colégio e fui em direção à sala de teatro. Eu olhava o cenário em volta, do palco e me distrai ao ver as pessoas se preparando para assistir a tão esperada apresentação. De repente vejo Kristen entrando, ela me encarou bom um bom tempo e eu encarei da mesma forma, estava acompanhada de um cara, e não parava de olhar e fazer comentários, e a minha maior vontade era de me levantar e socar a cara dela até dizer chega. Cinco minutos depois, vejo Chris e Logan chegarem, e assim que o vi, meu coração disparou aceleradamente, e ao mesmo tempo em que torcia para ele me ver, torcia para ela não me ver, e ele foi sentar justamente na minha frente, até então não percebeu minha presencia, até Logan falar comigo.

– Oi Katy, não sabia que viria.
– Oi Logan. – Foi a única coisa que consegui dizer na hora.

Chris ficou surpreso a me ver, e via a tristeza em seu olhar, e aquilo com certeza me cortou o coração.

– Senta aqui do lado do Chris – disse Logan.
– Ah, não tudo bem. Estou bem aqui. – Neguei, por mais que quisesse me sentar lá.
– Tudo bem, pode sentar aqui. Não vou te encher o saco. - Disse Chris.

Eu então assenti com a cabeça e me sentei ao lado de Chris, estava nervosa e minhas mãos soavam, dava o melhor de mim para não demonstrar tamanho nervosismo. A apresentação então começa, e a irmã de Kristen, foi a primeira a se apresentar. Lembrava-me bem dela, de quando a peguei maltratando Cindy, por mais que fosse nojenta, ela tinha talento. Enfim chega a vez de Cindy de cantar, ela simplesmente ofuscou a todos, principalmente a Hayley, com sua voz, e por um momento pensei no sacrifício de Cindy dividir o mesmo palco com a pessoa que ela mais detestava, e não desejava nem um pouco estar na pele dela.

Mais algumas apresentações foram feitas, e tive que admitir, Cindy foi a que mais de destacou durante a apresentação toda. Enfim acaba a apresentação e ela vem falar conosco, logo me abraça quando me vê. E volta para o palco para falar com um responsável pela montagem do cenário. Ela então pega o violão, e começa a falar ao microfone.

– Antes de todos irem embora, peço que fiquem mais um pouco. Eu gostaria de dedicar uma canção da minha cantora favorita, Avril Lavigne, que há algumas semanas trás eu cantei para meu irmão mais velho, Christopher. Eu a dedico a ele e sua atual ou ex- namorada, sei lá. Katy Mahone.

Na hora, olhei para o Chris sem entender o que se passava, e surpresa pela ação de Cindy, e Chris teve a mesma reação que a minha, mas com certeza isso não seria bom, pelo menos não para mim, eu estava ferida e não estava preparada para o que estava prestes a acontecer. Até então consegui conter minhas lágrimas, mas não consegui fazer o mesmo quando chegou o refrão. Eu então saio do local, não podia mais ficar ali, não chorando na frente de Chris e de todo mundo. Eu então fico encostada em uma parede próxima ao colégio, ainda chorando muito. Eu não sabia o que fazer, eu estava com medo de ser rejeitada por Chris se eu corresse atrás, mas se eu não fizesse alguma coisa, poderia perdê-lo de vez. Eu então noto que não estava sozinha, e quando me viro, vejo que Chris estava me observando.

– Me deixa sozinha, por favor.
– Nessa rua deserta? Nem ferrando.
– O que você quer?

Ele então me puxa pelo braço,e deixa meu corpo bem próximo ao dele.

– Eu quero você. – Sussurrou.

Nós estávamos prestes a nos beijar, mas notamos a presença de Logan e Cindy. Decidimos ir embora, e então fiquei quieta o caminho todo, pensando no que estava prestes a acontecer há alguns minutos atrás. Após mais alguns minutos, chegamos em sua casa, Logan e Cindy entraram em seguida, e ficamos no portão, um bom tempo em silêncio.

– Bem, é melhor eu ir para a casa, já está tarde. - Disse, quebrando o silêncio.
– Fica mais um pouco, eu te levo depois, se quiser.
– Ficar para que?
– Isso a gente pode resolver.

Eu então assenti com a cabeça e entramos. Ficamos um bom tempo sentados no sofá, Cindy cozinhou algumas salsichas e fez alguns cachorros quente para nós, ela ainda estava excitada com o show que havia apresentado e só falava daquilo, ouvíamos com atenção sobre a próxima apresentação que ela iria fazer, que contaria prêmios e tudo mais. Depois de alguns minutos, Logan e Cindy finalmente foram dormir, e então eu e Chris ficamos sozinhos.

– Gostou da apresentação? – Perguntou, puxando assunto.
– É, gostei. Sua irmã canta e dança muito bem.
– (Breve silêncio) Puxou minha mãe. Ela também cantava em sua adolescência.
– Nunca me contou isso.
– É que, não gosto muito de falar sobre meus pais.
– Entendo.

Ficamos mais alguns minutos em silêncio, ainda sentados no sofá. Ele me observava atentamente e eu mal conseguia olhar na cara dele, sem graça dele ficar me observando e nervosa, talvez esperando que acontecesse novamente o que era pra acontecer (ou não). Olho no relógio e vejo que eram 11:30 da noite, eu precisava ir embora, senão meu pai ia ficar preocupado.

– Chris, é melhor eu ir, já está tarde.
– (Breve silêncio.) Tudo bem, só vou pegar minhas chaves e minha jaqueta.

Ele então finalmente fez o que disse e eu fiquei esperando ainda sentada no sofá. O que eu não esperava é que ele se sentaria bem próximo de mim, pegando em minha mão, que começa a soar de nervosismo e o coração começa a acelerar, seus olhos se encontram com o meu e eu estava com medo, mas também queria que acontecesse algo a mais do que troca de olhares.

– Não é melhor ficar por aqui hoje? – Perguntou.
– Não sei se é certo. – Respondi.
– Por que não?
– Não sei também.

Meu pai então me liga, perguntando onde estava, e então disse que estava com Chris, ele entendeu e pediu para avisar caso não dormisse em casa. Assim que desliguei voltamos a conversar sobre o nosso termino de namoro, ele ainda jurava que não havia ficado com aquela mulher e eu estava começando acreditar nele, talvez porque a falta que eu sentia dele ao meu lado, me dando carinho, me dando amor, me fazendo rir, era maior do que qualquer sentimento de raiva. Ele então se aproxima mais de mim, e dessa vez, sem medo, faço o mesmo, nossos rostos começam a se aproximar, e finalmente nos beijamos. Foi uma sensação incrível, não acreditava que eu consegui ficar 4 semanas sem beijar aqueles lábios carnudos e deliciosos, e aquele beijo foi mais intenso do que qualquer outro que nós tenhamos dado.

– Eu te amo, Katy. – Ele diz, interrompendo o beijo.
– Eu também te amo, Chris.

E então voltamos a nos beijar e o calor começa a aumentar, de um beijo suave foi ficando cada vez com mais intensidade e começamos a soar um pouco, Chris então me pega no colo, de frente para ele, e me leva para cima, onde fica seu quarto. Chegando lá, ele me deitou em sua cama, e logo em seguida apagou as luzes de seu quarto e deixou a luz da sacada acesa. Não queria ir embora de jeito nenhum, estava tudo tão lindo e nós não nos importávamos do fato de trabalhar o dia seguinte, ficamos um bom tempo trocando beijos e carinhos, sem dizer ao menos uma palavra.

– Me perdoe. – Eu disse, finalmente puxando assunto.
– Não precisa pedir perdão, sei como se sentiu, talvez eu fizesse o mesmo.
– (Breve silêncio) Foi tão difícil ficar sem você. Não tive coragem de abrir aquela carta.
– Você ainda não leu?
– Não. Ainda preciso ler?
– Se quiser ler, tudo bem. Não há necessidade agora que estamos juntos novamente. Ou não estamos juntos?
– Estamos juntos sim, meu amor.

Nós então sorrimos e começamos a nos beijar, mas dessa vez de uma forma mais calorosa. Ele então põe meu corpo sobre o dele, e suas mãos começam a deslizarem pelo meu corpo, e o clima foi ficando cada vez mais quente. Ele então tira a minha camisa levemente, e eu faço mesmo, e o nosso beijo ficava cada vez mais caloroso, sentia suas mãos soando de nervosismo, e via ansiedade estampada em seu rosto. Eu então desabotoei sua calça levemente, e deixei com que ele fizesse o mesmo. Finalmente ficamos despidos, voltamos a nos beijar e nos acariciar novamente, até que finalmente, fizemos amor e foi incrível. No inicio fizemos de forma suave, até que então o clima ficava cada vez mais quente, e eu estava disposta a fazer tudo que ele queria naquele momento.

Depois de fazermos amor, ficamos ainda nus, deitado em sua cama com o cobertor por cima do nosso corpo, eu estava deitada em seu peito enquanto ele me acariciava.

– Você me perdoa? Mesmo que você tenha entendido errado?
– Isso ainda me machuca de certa forma.
– Amor, eu te amo. Eu jamais te trocaria por qualquer mulher do mundo.
– Acha que Kristen afirmaria isso?
– Claro que não, ela é um ser humano muito filho da puta, obviamente ela iria falar que eu fiquei com ela para a gente se separar logo de uma vez.
– Eu só queria confiar em você.

Eu então noto a decepção em seu olhar, ele então para de me fazer carinho, virou para o outro lado da cama, bufando.

– Eu também queria muito que você confiasse em mim.

Eu então o abracei e dei uns selinhos em sua nuca, mas o que eu não eu esperava era que Chris ia me perguntar algo... Inusitado.

– Está apaixonada por Jeremy, ou ele por você?
– O que? Claro que não, Chris. E creio que ele não esteja apaixonado por mim, ele gosta da Liana. Por que me fez essa pergunta?
– Só não quero perder o amor da minha vida, ainda mais para meu melhor amigo.
– Ei, você não vai me perder.
– Como não? Você mal confia em mim, parece que tudo que eu faço pra provar que te amo não é o suficiente.
– Amor, está tudo tão bem, não quero brigar.
– Eu também não quero brigar, a única coisa que eu quero é sua confiança que perdi injustamente. Apenas isso.
– Ok, vamos deixar para discutir isso amanhã. Eu ainda to com saudade, preciso de você.

Ele então assentiu com a cabeça, e começamos a nos beijar, e um tempo depois, fizemos amor pela segunda vez. Era difícil acreditar em alguém sem alguma prova, mas eu não conseguia não me entregar para Chris, nosso amor era forte demais, e essas 4 semanas que ficamos separados, foi o suficiente para ver, que eu não posso mais ficar sem nenhum segundo sem ele na minha vida.