Estávamos em Mystic Falls de novo, em uma área perto da escola. Paramos porque eu vim me despedir de Matt e esclarecer as coisas finalmente.

Elena e Damon iriam nos acompanhar - Stefan e eu - ao aeroporto.

– Eu o amo, eu amo Stefan! E te amo, Matt. Este sentimento é real. Eu olho pra você e vejo um homem completo, onde eu posso amar em tudo, mas... Mas você olha pra mim e não sabe o que amar.

– Não, Caroline. Eu sei. Eu te amo porque você é linda, legal, esperta, divertida, um pouco tagarela, mas eu te amo!

– Não, Matt! Você ama a Elena! – eu gritei, jogando meu corpo para frente e me entregando às lagrimas. Ele parou de falar, me olhou assustado e deu dois passos para trás.

– Caroline, essa era a questão? O seu ciúme! – Seu tom saiu de zombaria. – Esquece ela, O.K.? Eu gosto dela, mas como amigo. Caroline foca na gente, eu te amo.

– Mas não me aceita como eu me tornei! – argumentei.

– Eu aceito, eu preciso de você. – Ele me abraçou forte, eu abaixei os ombros. Ele estava perturbado, antes eu corria atrás e antes também desejava que ele corresse, mas...

– Matt, pare. – pedi.

– Não, não. Eu te amo, fica comigo. – Seu rosto estava vermelho, a boca roxa. – Me transforma. – Ele jogou o pulso em minha face.

O batimento. A sede.

– Você merece um futuro, merece casar e ter filhos, Matt. Você merece ver seus netos crescerem, você merece se olhar no espelho e ver seus cabelos brancos. Merece acordar com alguém que não quer te matar, Matt. Porque acredite, eu quero. Seu sangue... Matt, eu odeio dizer isso, mas você não merece sofrer. Ser vampiro é ótimo, eternidade, força, poderes sobrenaturais! Deslumbrante! Mas Matt, mais deslumbrante ainda é viver e você precisa disso. Você quer isso! Nós nunca teremos filhos Matt, você seria um ótimo pai. Eu só quero te deixar a salvo, eu não quero matá-lo. Mas eu corro risco de fazer isso. E comigo você estaria morto, como vampiro seria a mesma coisa. Então, viva. – Elena chorava e Damon parecia concentrado em meu discurso, Stefan esmagava a testa no carro. – Matt, eu descobri coisas horríveis sobre o passado da minha família, ficarei com isso na minha mente para sempre. Você não... Você pode esquecer. – Voltei a chorar. – Você pode concertar. Eu não. Eu não posso me concertar!

Ele deixou o pulso cair, mas ainda chorava. - Matt, pare. – Eu o empurrei de leve e mesmo assim ele caiu. – Eu vou ficar mais uns dias fora, só vim para esclarecer a situação, deixá-lo livre e protegido, meu querido. – Alisei seus cabelos enquanto meu ex-namorado levantava, ele me olhava com ternura. – Matt... – Eu voltei a chorar, minha boca tremia. – Matt você ainda toma verbena?

Eu ainda o amava. Eu ainda o queria. Eu queria beijá-lo, mas algo me impedia de fazer aquilo e eu gostaria de tê-lo para sempre, mas eu não queria transformá-lo, eu não podia. Eu poderia viver com o ódio dele, já vivia com o de minha mãe, eu aguentaria.

O conflito em meu coração entre Stefan e Matt me deixava louca, mas amar também é proteger e eu só estava amando o Matt.

– Não, Caroline, não faça isso. – Ele retornou ao seu modo de Matt sensato. – Eu não quero esquecer. Fica. Por favor. Caroline eu te aceito como vampira, apesar de saber que um vampiro matou minha irmã, eu sei que não foi você, não posso culpá-la. Caroline, eu...

Eu o beijei. Ele agarrou minha cintura e movíamos nossos lábios enquanto eu deixava a lágrima rolar. – Não diga isso.

– Caroline, faça-o esquecer. – disse Elena agarrada com Damon. – Retire essa dor dele.

– Sim, vá logo. Ele não toma mais verbena, quando soube que você estaria vindo para cá, verifiquei isso. – Damon incentivou também. – Vá logo, estou doido pra beber wisky!

Olhei nos olhos de Matt e comecei:

– Você esquecerá que tivemos essa briga, você apenas lembrará que nós terminamos em uma noite de fogos no Grill! Apenas apertamos nossas mãos e dissemos juntos que acabou.

– Eca! – Damon grunhiu.

– Você saberá que o que tivemos foi verdadeiro. Mas você não me quer mais, Matt, nós nos esgotamos. Você está livre.

Nossos corpos foram jogados para trás quando a hipnose acabou, ele parecia confuso e depois relaxou. Olhou para todos nós e sorriu para mim.

– O que estou fazendo aqui?

Eu dei um suspiro e tentei fingir estar animada. – Nos esbarramos. – respondi, levantando os ombros.

– Ah, então... – Ele olhou para chão e viu sua jaqueta jeans.

– A gente se vê por aí. – me despedi, acenei e entrei no carro junto com Stefan, Elena e Damon.

Ele virou as costas e foi caminhando e eu observei até ele virar a esquina.

Livre da dor, Matt. Livre de mim.