“Fim de Fevereiro, 2013.

Senti-me bem contando aquelas histórias, fazendo aquelas belas imagens... Depois de muito tempo escondido nas sombras as pessoas finalmente olharam pra mim. Mas não era isso que eu queria. Eu a queria. Huuh, mais uma noite em uma praça. Mais uma noite sem ela. Mais uma noite... E o mês já está acabando...”

Sua mescla de caderno de desenho com diário parecia não ter fim. Escrevia, desenhava, pensava. Nem isso mais saciava sua vontade de encontrá-la. A chuva mais uma vez se fez eminente e caiu sobre todos os desenhos que fez dela. Sem exceção. Não deixou um só pra trás, e os que resistiram à água foram rasgados pelos ventos fortes. “Seria essa uma época típica de chuvas e ventos fortes? Nem mesmo sei a estação em que estamos...”. Tudo o que desenhou se tornou um grande borrão, assim como sua mente. A imagem que segurava se derretia feito metal em fogo incondicionalmente ardente. Estava com medo de passar mais meses e mais meses sem encontrá-la. Afinal, já iria fazer um mês de procura. Não sei você, leitor, mas eu acho que ele não aguentaria. E se passasse a vida procurando? Você aguentaria isso? Bem, esse pensamento o preocupava bastante. Mas, como sempre, o amor é maior que qualquer coisa.

Assistiu a cena dramática de seus desenhos se tornarem poças negras de sonhos perdidos. Sempre que se sentia perdido, olhava para os céus que lhe acalmavam. Dessa vez a chuva que vinha era uma das fortes. Uma das mais grosseiras, mais terríveis. E a mesma nuvem continuava sobre sua cabeça, lavando-a, deixando apenas a esperança lhe manter em pé e respirando.