A canção do lobo e da leoa escrita por Moonwing


Capítulo 2
Capítulo 1-O príncipe esquecido


Notas iniciais do capítulo

1-Os eventos se passam cinco anos antes do prologo e portanto na época em que Davos vai para Skagos buscar Rickon.
2-Muito pouco nos é dito sobre Skagos e seus habitantes, sabemos apenas que é um terreno inóspito, rochoso e montanhoso. Portanto, esta sujeito a diversas interpretações. Essas é a minha espero que gostem.
3-Se você estiver lendo esse capítulo e Martin já tiver nos mostrado como Skagos é e for OBVIAMENTE diferente desta apresentada você sabe o motivo.



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Todo novo dia em Skagos parecia um misto de benção e maldição para Davos Seaworth. Uma benção estar vivo em um lugar tão inóspito e uma maldição por mais um dia que ele e o que restou de sua tripulação teriam que lutar para sobreviver. Os homens que o acompanharam eram homens de Wyman Manderly, na verdade, mas, Davos se afeiçoou pelos companheiros de viagem e lamentou a perda deles. Restavam apenas cinco bons homens e o seu návio jazia destroçado na baía de Skagos como um macabro presente de boas-vindas da ilha.

"Tudo nesse lugar quer nos matar"

Após as tempestades que antecederam sua chegada as fortes correntezas tragaram o návio para a rochosa costa de Skagos. Davos e os outros mal tiveram chance de se recuperar quando foram atacados por um bando de selvagens, felizmente, estavam armados e o bando era menor e conseguiram ser recharcidos. Não pareciam falar a língua comum e atacaram sem a menor explicação racional. O grupo então seguiu buscando abrigo. Conseguir comida era uma tarefa ainda mais ingrata. Os ursos de Skagos pareciam ainda maiores do que os de Westeros e mais ferozes.Felizmente, haviam conseguido encontrar um Alce gigante e definitivamente mais fácil de se abater. Enquanto assavam o alce fizeram uma fogueira e os cinco sobreviventes se reuniram para conversar.

–Estamos em uma missão impossível-Disse o Paulie, um dos homens de Porto Branco-

–O que sugere então? Não vê que nosso návio foi destruído?-Respondeu Karl Vermelho sempre com seu mau humor-Talvez vá sugerir que nademos para Porto Branco.

–Que os outros o carreguem, Karl! estamos mortos aqui e o garoto também-Praguejou Darius, o membro mais novo do grupo comapenas dezenove anos-Como uma criança poderia sobreviver a isto?

As palavras de Darius gelaram a espinha do ex-contrabandista mais do que os ventos frios da traiçoeira ilha. Instintivamente ele tocou no lugar onde o saco com os restos de seus dedos deveria ficar, mas, nada encontrou. Ele havia perdido sua sorte na água Negra junto com quatro de seus filhos, entretanto, as verdes chamas da água-negra não foram ardentes o bastante para queimar a lealdade daquele homem simples. Resgatar Rickon era vital para a causa de seu rei Stannnis. O lorde Wyman afirmara "Contrabandeie meu suserano e jurarei fidelidade ao seu rei" e o ex-contrabandista sabia que todos os outros senhores do Norte iriam jurar fidelidade ao seu rei Stannis se trouxesse o filho de Ned Stark com ele. O Norte amava os Stark e Rickon era o ultimo deles pela linhagem masculina. Mas Rickon era apenas uma criança em uma ilha governada por feras.

–De um jeito ou de outro, estamos presos aqui-Respondeu o imediato Tamer enquanto comia um pedaço do alce morto-

–Certamente tem algumas aldeias aqui-Disse Davos tanto para os companheiros quanto para si mesmo-E um deles deve falar o idioma comum. A ilha ainda é vassala do Norte.

–Tem merda na cabeça, cavaleiro das cebolas?-Karl respondeu irritado-Esses canibais só aceitam ser governados por si mesmos.

–Ainda assim o plano do Sor cebolas é o melhor até agora-Ponderou Darius-Amanhã podemos começar a procurar por aldeias. Se continuarmos nesses estado logo vamos apertar a mão do estranho.

A discussão não prosseguiu muito depois disso e depois eles se revezaram para descansar e dormir, mas, Davos estava agitado para o sono então ficou de vígia primeiro. Resolveu fazer preces silenciosas pela segurança do garoto.
No dia seguinte Davos teve certeza de que os deuses não escutaram suas preces pois logo foram emboscados por um grupo de aproxidamente dez selvagens liderados por um homem truculento de espessas barbas castanhas e trajando mantos com pele de alce gigante. Davos e os outros homens estavam cercados por eles e largaram suas armas em sinais de rendição. Não sabia se isso daria certo, mas, enfrentar os homens seria inútil. De um jeito ou de outro pareciam condenados. Sua sorte havia se perdido.

–Westerosi?-Grunhiu o homem que parecia liderar os selvagens-

–Sim! De Westeros-Respondeu devagar um aliviado Davos Seaworth-

–Faz tempo que Yadrion não vê ajoelhador. Ajoelhadores não põe os pés aqui em Skagos-O homem exibiu um sorriso tão malicioso que tirou de Davos toda a confiança que havia adquirido-Yadrion pergunta o que fazer aqui, ajoelhadores? Yadrion acha que vieram ajoelhar para o Magnar de toda a Skagos.

–Não, senhor! Eu procuro alguém.

–Yadrion não bobo é! Procuram o filhote que se diz príncipe. Procuram o filhote Westerosi. Procuram o filhote de Órion.

"Que os sete nos proteja. Será que ele fala de Rickon?"

A conversa não fluía bem para Davos e cada vez mais aquilo parecia caminhar para um desatre. Não sabia se era melhor perguntar pelo garoto ou fingir que procurava por outra pessoa pois o homem definitivamente não inspirava confiança alguma. Darius interrompeu seus questionamentos quando falou.

–Procuramos por Rickon Stark, o príncipe do norte.

O homem então olhou de forma agressiva para Darius e depois cuspiu no chão. Grunhiu qualquer coisa em uma língua desconhecida e tratou de responder em seguida com toda a rispidez possivel.

–Yadrion sabia que ajoelhadores procuravam o filhote de ajoelhadores. Filhote de ajoelhador não ser príncipe de Skagos. Mas Yadrion levar ajoelhadores até seu filhote.

Em seguida Davos e os outros foram amarrados e levados como prisioneiros de Yadrion e seu grupo de selvagens. Os levaram por uma caverna para alimentá-los e estranhamente não foram maltratados nem feitos de comida. Talvez Skagos não tivesse canibais de verdade ou talvez a necessidade deles de encontrar o tal Órion supera-se seu apetite por carne humana. Três dos selvagens foram enviados até o encontro daquele misterioso homem em um lugar conhecido como "Salão de troncos" enquanto Yadrion amolava seu machado bem na frente deles limpando suas espadas.

"Mas a cabeça de quem ele pretende cortar com essas armas? A nossa ou a de Órion?"

Davos não estava animado para descobrir e seus companheiros partilhavam do mesmo temor e com razão. No dia seguinte os companheiros retornaram à caverna e então imediatamente levaram Davos e seus companheiros para fora dela. A primeira visão que encheu seus olhos era a mágica criatura em sua frente. Por um instante Davos se esqueceu dos horrores daquela ilha, esqueceu-se da água negra, esqueceu-se até de sua missão ao ver o belo unicórnio cor de creme com olhos azuis e seu alto e vistoso chifre. Haviam cerca de dez homens do outro lado também mas só três unicórnios.

–Pelos deuses! Eles existem mesmo aqui-Paulie respondeu bestificado com a visão da lendária criatura-

Então o cavaleiro notou o homem que montava o unicórnio e concluiu que aquele deveria ser Órion. Era alto, com negros cabelos e um rosto endurecido por batalhas, um queixo quadrado e uma barba para fazer. Em sua cintura o homem carregava uma longa espada. Certamente parecia ser um guerreiro formidável.

–Yadrion consegue ver você, Órion-meia-perna. Mas Yadrion não vê seu filhote.

–O príncipe esta em casa treinando-Falou um anão de nariz grande e uma uma barba negra com cabelos emaranhados contendo alguns cabelos grisalhos e uma expressão de mal-humor. O anão parecia mais hisurto e corpulento que os anões costumavam ser e montava um unicórnio menor do que um cavalo-E você deveria treinar também, Yadrion! Ou quer continuar essa patética imitação de guerreiro que é?

O selvagem pareceu se enfurecer com o insulto do anão. Davos se perguntava o que o anão seria de Órion para ter tamanha certeza de que seria protegido por ele. Yadrion respondeu com um cuspe e brandiu seu machado de duas pontas para o anão.

–Pensa que Yadrion tem medo de você, Órion meia-perna? Yadrion matou homens mais perigosos do que você, ajoelhador.

Davos ficou surpreso ao ouvir aquilo então o anão era o tal Órion? Nunca imaginaria isso pela forma como falavam de Órion. Sempre havia um misto de raiva e respeito por parte de Yadrion e de seus colegas selvagens. Os outros homens de Westeros pareciam igualmente surpreso e Darius estava segurando seu riso.

–Imagino que não tenha mesmo medo de mim, Yadrion, você é burro demais para isso. Agora diga-me logo que quer de mim, ao contrário de você, sou um homem com afazeres. Diga logo.

Yadrion nada respondeu, ele apenas sacou um punhal e fez um corte na palma de sua mão e lançou o punhal sangrento ao pés da montaria de Órion enquanto este limitou-se a franzir o cenho resmungando logo em seguida.
–O selvagem enlouqeuceu?-Perguntou Karl-

–Desafio!-Respondeu um dos companheiros de Yadrion-

O anão desceu de sua Montaria enquanto o alto homem ao lado dele desceu junto e colocou nele um capacete junto com dois pequenos escudos de metal redondos que ficavam cada um em um de seus braços. Órion em seguida tirou dois machados curtos de lamina única. Para homens de tamanho normal eram quase uma machadinha, mas, funcionavam como machados para o pequeno homem.

–Vamos acabar logo com isso, eu tenho afazeres.
Os homens dos lados berravam, faziam sons, Batiam suas armas e seus escudos uns contra os outros para fazerem mais barulhos ainda. Um dos selvagens trazia para Yadrion uma lança cuja a ponta era feita com chifre de unicórnio. Davos jamais havia visto uma arma daquelas em sua vida. Ele caminhava em direção ao anão.

–Uma lança de unicórnio-Observou Órion-Para minar ainda mais meu alcance. Incrível como ninguém nunca havia pensado nisso. Ou será que pensaram e você esta sendo mais tolo?

–Cale-se, ajoelhador! Yadrion não gosta de palavras, Yadrion gosta de lutar.

Yadrion, então, começava desferindo um ataque com sua lança contra o pequeno homem que apenas desviava o corpo para o lado esquerdo e quando Yadrion retornava com a lança para atacar do outro lado, Órion limitava-se a jogar seu corpo para o outro lado.

"O pequeno homem é bastante ágil. Parece mais ágil do que a maioria dos homens"

Repetiram esse movimento mais três vezes até que Yadrion jogou seu corpo para frente para aumentar o alcance da lança, mas, tudo o que conseguiu foi que Órion movimenta-se para esquerda e desferir um golpe contra o cabo da lança partindo-a instantaneamente.

"Ele calculou perfeitamente a distância que poderia acertar com o machado e sabia que o formato da lança só permitira ao inimigo atacá-lo de frente. Será algum tipo de cavaleiro?"

Davos passou a respeitar o pequeno homem após isso. O irritado selvagem praguejou jogando o que restou da lança longe e puxando seu machado de duas pontas enquanto o segurava com as duas mãos. O cavaleiro começou a ser perguntar o que o pequeno homem faria para se defender daquilo.

–Homenzinho, Yadrion vai deixar ainda mais pequeno.

Yadrion avançava ferozmente contra o pequeno homem que permanecia parado, calmo como uma floresta, e com a velocidade de um rio ele se deslocou para diagonal esquerda tomando impulso de suas pequenas pernas. Grunhindo, Yadrion tento novamente dessa vez o selvagem tentou cortar o inimigo pela horizontal. Mas, o golpe foi lento demais para o diminuto homem que projetou seu machado esquerdo contra o meio do machado de duas faces de Yadrion lançando este ao chão antes que pude-se atingi-lo. O segundo golpe com o machado direito foi desferido contra o cabo do machado e lançou ele para longe das mãos de Yadrion, que por muito pouco não perdeu os dedos.

"Pelos sete, esse homenzinho é um guerreiro impressionante. Tem os melhores reflexos que eu já vi"

O machado esquerdo do pequeno homem se projetava contra a coxa de Yadrion, mas, devido ao curto alcance dele só pode fazer um corte superficial nele quando este jogou-se para trás. Os homens do lado de Órion faziam mais barulho enquanto os do lado de Yadrion começavam a se silenciar. O rosto do selvagem mais alto estava vermelho de fúria. O homem então puxou duas espadas curtas, uma em cada mão.

–O guerreiro abençoou o homenzinho-Disse Darius sorrindo-

Para Davos, o anão não parecia afortunado em nada. Mas Davos lembrou-se de um outro anão chamado Tyrion Lannister e da batalha da Água Negra. Um anão nunca deve ser subestimado.

Agora, ambos os guerreiros mantinham distância e circulavam um em volta do outro. Até que Yadrion desferiu um golpe com sua espada esquerda enquanto Órion usava o escudo para defende-lo do ataque. Repetiu o movimento dessa vez com a espada e escudo direitos e em seguida o alto selvagem avançava com um corte diagonal na espada direita. Órion tomou impulso para trás em um salto e depois saltou para a diagonal direita, saltando e "dançando" em volta de Yadrion com uma velocidade que só uma criança poderia ter. O selvagem mais alto parecia irritado e confuso, pois Órion, mexia-se demais e a distância não permitia um ataque por parte do homem mais alto. O anão então mexeu-se rapidamente dando uma volta pelo seu inimigo que foi forçado a virar seu corpo para tentar acompanha-lo. Sua raiva o cegou para o fato cruacial de Órion se aproximava cada vez mais dele e na segunda volta, Yadrion já estava desonrientado e tonto demais. O alto selvagem não conseguiu virar a tempo de acompanhar seu pequeno inimigo que tomou um forte impulso em direção a ele.

O primeiro golpe do machado direito foi projetado na horizontal contra a espada direita em posição vertical de Yadrion e arremessou longe a lamina do alto selvagem. Ele tentou revidar usando a ponta de espada restante para acertar o anão. Contudo, seu escudo de ferro narrou a passagem da ponta da lamina e antes que Yadrion pude-se se dar conta, Órion desferia um golpe com o machado direito contra o tornozelo esquerdo do homem seprando-o da perna imediatamente.

Os gritos de agitação dos homens de Yadrion cessaram, mas, os gritos de dor e agonia dele somente começaram. O homem estava deitado no chão agora sem nenhuma arma e com a perna sangrando. Órion deu uma cuspida no chão e soltou o machado direito enquanto segurava o esquerdo com as duas mãos decendo com toda a força que aqueles braços pequenos poderiam colocar contra o pescoço do inimigo e o decapitou.

–Duvido que alguém vença este aí nas liças de anões-Comentou Darius-

Órion agarrou a cabeça de Yadrion com uma mão pelos cabelos e a ergueu para frente dos companheiros do homem exibindo ela e o machado que a decapitou. Soltou algumas palavras na língua de skagos e os homens soltaram Davos e os outros.

–Agora digam-me o que querem ou enfrentem o mesmo destino. Meu sangue já esta fervendo por batalhas. E agora somos dezenove contra vocês cinco. Não deve ser difícil.

–Dezenove?-Foi então que Davos compreendeu: Os homens de Yadrion agora eram homens de Órion-Senhor! Viemos em paz. Sou Davos Seworth, mão de Stannis Baratheon, o legítimo rei de Westeros.

–Nunca ouvi falar-O anão lançava a cabeça de Yadrion como se fosse um trapo velho-E só respondo a um rei.

–Deve saber que Robb Stark esta morto.

–Que os deuses antigos o tenham em bom lugar e dêem boas batalhas a ele no outro mundo. Sim, eu sei, homem. Mas, seu irmão não esta então ele agora é o rei do Norte.

Aquilo não estava saindo como Davos planejara. Órion não parecia disposto a entregar seu suserano para um homem que queria que o transformaria de príncipe para lorde. Uma outra abordagem se fazia necessária.

–Deixe-me ver o garoto e falar com ele. Os vassalos dele nos enviaram aqui para resgatar o garoto. O Norte sangra e o retorno dele poderá por fim a esta ferida.

–E como fará isso? Derramando o sangue dele.

–Pelos sete deuses, não! Wyman Manderly nos enviou aqui ele nunca iria querer mal ao garoto.

–Um vassalo dos Stark é verdade. Porém, se o que ouvi é verdade o rei foi traído por seus próprios vassalos, não é? Os tais Freys, certo? Então diga-me, cavaleiro, como saberia que esse tal Manderly não é também um traidor?

Davos não tinha uma resposta para essa pergunta, e na verdade, no lugar de Órion ele faria o mesmo. Seu receio era totalmente compreensível.

–Deixe-me ver Rickon Stark. Apenas falar com ele. Podem nos levar amarrados se for necessário, entregaremos nossas armas.

O anão ponderou alguns instantes e finalmente respondeu

–Se tentar alguma coisa contra ele, acredite, eu farei você invejar o destino de Yadrion.

Eles foram amarrados e seguiram Órion e seus homens enquanto os homens de Yadrion ficavam para enterrar seu antigo líder. Órion tomava para si o chifre de unicórnio usado pelo antigo inimigo. Seguiram o dia todo até uma floresta repleta de árvores secas e longas. Davos viu então um castelo em ruínas no meio delas ostentando uma bandeira cujo símbolo era um tronco seco e ao seu lado o lobo gigante dos Stark. Alguns guardas iam recebe-lo. As vestes daqueles homens se assemelhavam mais a vestes comuns de Westeros do que as dos homens de Yadrion. Embora embalada por peles de animais e outros adornos selvagens. Junto com ele, duas garotinhas gêmeas de cabelos escuros e olhos cor-de-mel corriam em direção ao anão.

–Órion voltou!

–Como foi a luta?-Completou a outra-

–Fácil! Aonde esta Rickon?

–Treinando...

–Ele só faz isso

As duas fizeram uma careta ao mesmo tempo e olharam com curiosidade para os estrangeiros. As meninas não deviam ter mais que doze ou onze anos. Órion as despachou para treinarem também e as duas foram com muito contra-gosto. Davos entendia cada vez menos aquele lugar. Ao adentrarem no castelo os olhares eram todos para eles. O castelo era rústico e as pessoas que os habitavam ainda mais rústicos. Chegaram ao pátio do castelo aonde diversos homens e crianças treinavam com armas tanto de madeira quanto de aço. Um jovem rapaz de cabelos escuros caminhava em direção á eles com grande fascínio nos olhos.

–Você são cavaleiros, senhores?

–Eu sou! Sou sor Davos Seaworth. E com quem tenho a honra de falar?

–Eu sou Aramyr, Sor-Os olhos do garoto brilhavam de fascinação-É uma enorme conhece-lo, Sor Davos!

–A honra é toda minha, Aramyr.

Davos deu um sorriso para o garoto que os acompanhou até Rickon. Extremamente cortês, o garoto perguntava se Davos havia participado de liças, feito missões pelo rei e se ele trajava uma armadura. Davos respondeu todas educadamente. No pátio eles encontraram um garoto com aproximadamente oito anos usando um bastão de madeira para enfrentar três adultos armados com bastões também. Nunca daria adivinhar que aquele era o príncipe deles pela forma como eles o atacavama e o acertaram. Mas o garoto não deixava por menos e revidava sempre que podia acertando um dos três sempre que podia e até derrubava um mas abria sua guarda para o ataque dos outros. Davos ficou horrorizado.

–Como pode dizer que ele é seu príncipe, tire-o dali imediatamente antes que ele que se machuque-Ele gritou para Órion-

–Ótimo! Que se machuque então na próxima vez lembrará dos machucados e fará melhor.

O garoto se levantou mas Órion sinalizou que já era o suficiente. Rickon manteve-se de pé respirando ofegantemente enquanto limpava o sangue e o suor olhando para os homens ali.

–Quem são eles?-O menino olhava para eles os observando e analisando friamente-São homens de Yadron?

–Não! Eles são de Westeros, segundo dizem, vieram aqui por você.

O menino então olhava para eles surpreso enquanto os companheiros de viagem de Davos se curvaram para o menino. "Homens dos Stark" Davos pensou. Mas o pequeno Rickon olhou para Davos primeiro. Repentinamente um garoto, não muito mais velho que Rickon e de cabelos acobreados chegou armado com duas espadas de madeira.

–Vamos treinar, Rickon?-Disse ele até por fim notar os visitantes-Quem são eles? e por que estão ajoelhados?

–Eles são de Westeros, Ray! Da nossa casa.

O rapaz arregalou os olhos e deixou cair sua espada de madeira ao chão. Os colegas de Davos se levantaram novamente enquanto o garoto se apresentava.

–São de Westeros? É um prazer conhece-los, então. Eu sou do Oeste de Westeros.

–Oeste? Qual é o seu nome?

–Sou Raymond! Raymond Reyne de Castamare.

Um choque abateu tanto Davos quanto os outros homens e o ex-contrabandista pensou que o garoto era um mentiroso e Órion o havia levado para uma armadilha. Mas então da sala uma selvagem chegou trazendo consigo a fera mais assustadora que Davos já viu. Ele já havia ouvido falar dele, mas, ver aquela criatura era uma coisa completamente diferente. Agora ficava claro para Davos como o garoto sobreviveu em Skagos não havia fera na terra que não teme-se se defrontar com aquele lobo negro gigante. Rickon correu para abraçar seu animal como se ele fosse um cãozinho.

–Quem são esses?-Perguntou a mulher ao lado do lobo-

–Creio que são amigos, Osha! Ou então são homens mortos.

Davos tocou o lugar aonde ficava sua sorte enquanto sua espinha gelava e as palavras lhe faltavam. Talvez sua sorte não tivesse sido arrancada como um todo afinal. Mas então ele se lembrou das palavras dos Stark "O inverno esta chegando". Davos olhou para o anão Órion e o machado que ele usou para matar Yadrion. Olhou para o jovem leão vermelho de Castamare, olhou para Rickon e seu lobo á rosnar e os olhares acusadores de Osha.

"O inverno não esta chegando, o inverno esta aqui. E em Skagos, a morte não possuí direitos"


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo foi longo, desculpe mas não pude cortá-lo ou resumi-lo demais. Espero que apreciem a curta jornada de nosso cavaleiro das cebolas atrás de Rickon. Alias, o anão do capítulo anterior que matou Walton Frey é Órion(Dã). Enfim, no próximo capítulo vamos até Dorne para apresentarmos a história para a outra protagonista dessa fanfic. conseguem adivinhar quem ela é?



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