If Were a Boy escrita por Lils-way


Capítulo 3
Os brincos roubados


Notas iniciais do capítulo

Gente, por favor, comenta. ;/ Seria boa saber a opinião de vocês.
Beijocas.



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  Quando abri meus olhos naquela manhã, senti algo diferente. Me espreguicei, sentindo o calor do sol na minha pele entrando pela fresta da janela, e fitei o teto do meu quarto. A sensação de estranheza aumentou quando passei a mão na barriga, por hábito. Fiquei meio desconcertada. Quero dizer, primeiro: eu estava sem blusa. Ok, até aí, ok. Pensei estar de sutiã. Mas quando passei a mão por meu peito… não havia… nada. Tentei tatear meus seios, mas estava liso. Não tinham seios. Não. Tinham. Seios. DEUS! Como eu era uma garota sem seios!? Até ontem eu tinha seios!

 Não. Peraí. Tem algo errado. Sinto que estou verdadeiramente encrencada.

 Olhei para o meu tronco, e meus olhos se arregalaram. Não tinha nada! Digo, meus seios. Meus. Seios. Não. Estão. Lá. Levantei-me correndo e parei diante do espelho.

 - GAH! O QUE É ISSO?! – Eu berrei, entrando em pânico. Eu estava louca. Eu estava louca. Não era possível. MEU DEUS! O que aconteceu noite passada? Por que agora eu era… um garoto?

 Corri até o banheiro e tranquei a porta, convencida de que deveria estar sonhando, e parei diante do enorme espelho. Mas a imagem refletida era de, meu Deus, um cara alto, com olhos verdes, cabelo castanho claro, liso, na altura dos curto, pele clara…

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHH!

  Eu saí correndo para o banheiro. Certo. Um banho. Um banho! Um banho ia bem. Não, um banho ia super bem. Arranquei as roupas, liguei o chuveiro e…

- AH MEU DEUS! – Eu olhei aquela coisa nojenta entre minhas pernas. Estanquei no Box chocada. Não, não, não, não, não, NÃO!  – EU TENHO UM PÊNIS! MEU DEUS, EU TENHO UM PÊNIS! – Eu estava tão desesperada. Deus, eu tinha um pênis! COMO eu arranjei aquilo? O QUE DIABOS aconteceu? – EU TENHO UM…

 - EMILY! – Um berro alto me fez estancar no meio do banheiro – EMILY, CADÊ VOCÊ? Quem está gritando? O que está acontecendo aqui? – Ouvi a voz de Seth, meu irmão, dentro do quarto.

  Ferrou. Merda, merda, merda!

- Ai, o que eu faço? – Sussurrei, desesperada, e fiquei chocada de novo com minha voz. Eu parecia locutor de rádio!

- Emily! Pode ir aparecer, eu sei que tem um cara aqui dentro!

  Certo, eu tava mais do que ferrada. Se aquilo era um sonho, então tinha se transformado num pesadelo, porque eu tinha virado um cara e estava pelado dentro do meu próprio banheiro. Tipo assim: TÔ MORTA.

- Emily! – A mão de Seth bateu com força na porta do meu quarto – Abra já essa maldita porta!

  Me encarei de novo no espelho, e vendo que não tinha saída, olhei em volta me perguntando o que ia vestir. Por sorte meu roupão estava no banheiro. O vesti. Seth ia me ajudar, não ia?

  Abri a porta rapidamente.

- Escuta, eu posso explicar. Eu não sei como isso foi acontecer, eu… eu… apenas acordei assim, e… - Eu comecei a falar velozmente, desesperada, minhas mãos fazendo gestos no ar. – E… e… - Eu olhei para Seth, que me encarava perplexo, congelado. Senti uma vontade enorme de abraçá-lo e… assim o fiz. Voei no pescoço do meu irmão e o abracei.

  E o que recebi em troca?

- Me solta seu safado! CADÊ MINHA IRMÃ? – Seth me atingiu com força na boca, e eu caí no chão. Puta que pariu! Eu tinha abraçado meu irmão e tinha recebido um soco como resposta! E como doía, meu Deus! Parecia que Seth tinha esmagado minha boca! – Cadê… - Antes mesmo que eu me recuperasse, Seth me ergueu pelo tecido do roupão, e me fez ficar de pé, os olhos também verdes nos meus – MINHA IRMÃ! O que fez com ela?!!

- Se você me largar – Eu estava assustada. MUITO assustada. Caramba, eu tinha acordado homem, entrado em desespero e meu irmão tinha sentado a mão na minha cara – Eu juro que vou contar isso direitinho.

  Ele me encarou furiosamente, e sorriu malignamente. Nunca senti tanto medo de Seth, mesmo quando ele dizia que os irmãos mais velhos comandam.

- Diga – Ele murmurou, ainda me segurando pelo tecido grosso do roupão.

- Escute, ontem eu discuti com o papai, saí, depois voltei, dormi aí eu… eu… eu… eu… acordei assim – Botei tudo pra fora. – Sou eu, Emy!

  Ele continuou me encarando e então me lançou contra a parede. Bati as costas com força enquanto via Seth se aproximar com a mão fechada.

- Você vai apanhar pela história absurda que está contando, cara – Ele parecia revoltado. – Vai apanhar até ficar roxo!

- Não, por favor, me escuta, eu…

- Que história idiota é essa? – Ele parou diante de mim, irritado, tentando se controlar para não me encher de porrada – O que fez com minha irmã!?!!

- Eu juro, sou eu Seth!

- Ah! – Ele deu risada, ainda me olhando, e ergueu o punho no ar. Ficou sério do nada. – Pela última vez: Cadê a Emily!?!

  Suspirei, irritada. Minha boca sangrava, eu estava prestes a tomar uma surra, e era um homem…! Revoltei!

- Escute aqui, seu idiota imbecil ridículo bruta montes! – Eu comecei a berrar, o olhando com raiva – QUE DIABOS, eu estou dizendo a meia hora que EU sou a Emily! EU SEI que você tem uma marca de nascença na bunda, EU SEI que você já pegou a Esther na festa de Natal, EU SEI que você não vai estudar na casa do Lee, você tem uma banda, seu imbecil lerdo!

  Seth soltou o roupão imediatamente, chocado. Só eu sabia daquelas coisas.

- Que diabos…? – Ele perdeu a fala.

  Limpei o sangue da boca e suspirei. O olhei séria.

- Sou eu, Emily Collins Marshall, diante de você. Você é meu irmão mais velho, quando me abraça me chama de oitava anã.

  Seth balançou a cabeça negativamente e então me olhou dos pés à cabeça.

- Cara, fala sério…|! – Ele balançou a cabeça negativamente – Pelo amor de Deus…

- SETH, SEU BOSTA! SOU EU! – Berrei, e bati o pé no chão, meus olhos se enchendo de lágrimas.

  Seth me olhou chocado dessa vez.

- Meu Deus, é você – Ele deu alguns passos para trás, e caiu sentado na minha cama.

  Suspirei, enquanto nos encarávamos.

- Você vai me explicar o que tá rolando? – Ele quis saber, atordoado.

  Passei a mão por meus cabelos agora curtos, irritada.

- Estou tentando fazer isso há mais ou menos 20 minutos.

XxX

- Sra. Collins?

  Ouvi Peter me chamar e voltei-me para ele. Estávamos explorando algumas cavernas da China. Eu estava realizando um grande sonho! Veja só, eu, Livia Collins, explorando cavernas! Ser arqueóloga era minha grande paixão. Ainda sorrindo, pensei em Emily. Ela levaria jeito para seguir a profissão da mãe…

- Hai? – Brinquei, sorrindo.

  Peter continuou sério. Bati na minha saia para tirar o pó enquanto esperava pacientemente meu assistente começar a falar.

- Sra. Collins, eu tenho uma… má notícia. Na verdade – Daquele jeito meio estabanado, Peter passou a mão pela gola da camisa. – Uma notícia boa e outra ruim. Qual quer saber primeiro?

  Franzi o cenho.

- Diga a má, ande. A boa me confortará. – Pedi, sorrindo.

- Bom, sabe… hmmm… aqueles brincos? Das filhas do Faraó… um deles… foi roubado.

  Larguei a lupa que segurava chocada. Ela caiu no chão, provocando um estalido que ecoou pelas paredes de pedras.

- O… quê? – Perguntei, pasma. Demorei meses procurando aqueles pares de brincos! Espero que não sejam os brincos que estou pensando… – Q-q-ual?

- O da maldição. Aquele da filha mais velha do Faraó.

   Ouvi o grito de Peter chamando pelo meu nome antes que eu caísse de joelhos no chão, chocada. Se aquela era a má notícia, qual seria a boa? Peter correu para me ajudar a levantar. Suas mãos estavam suadas quando ele me ajudou a recuperar o apoio.

- E… qual… a boa… notícia?

- Bom… - Peter desviou o olhar. – Os outros não foram roubados.

   Quase perdi as forças nas pernas novamente. Que bela boa notícia…

- Peter – Eu respirei fundo – Arrume as malas: vamos voltar para o Egito imediatamente!

  Algo me dizia que tinha um coelho dos grandes naquele mato.


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