The Truth About Emmeline escrita por Ster


Capítulo 1
Zero




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1

Meu nome é Emmeline Johanna Vance.

Eu nasci em 1959 e matei meu irmão gêmeo.

Há certas coisas que você precisa saber sobre mim: Tenho uma eterna e profunda repugnância por machismo (algo muito praticado onde eu moro), racismo, sexismo, músicas melosas e sapatos de bico fino. Não há explicação para esse ódio profundo pelas coisas citadas acima, apenas detesto.

Moro em uma casa com exatamente doze pessoas. Meus pais, meus tios, meus avós, eu, e meus três primos. Não é uma casa grande, pelo contrário, é extremamente pequena e desajeitada. Odeio levar pessoas à minha casa. Não quero que saibam meu telefone, meu endereço, muito menos meu bairro. Não é vergonha, simplesmente não gosto.

Aos onze anos, eu descobri ser uma bruxa.

Sem muitas surpresas, meus avós são bruxos. Porém eles não sabem disso, pois meu avô tem Alzheimer e minha avó nem sabe direito escrever seu próprio nome. Eles já estão muito velhos, mas é bom tê-los por perto.

Tenho decadência direta com Delphine LaLaurie. Ela foi uma psicopata viva em 1800, matou cerca de 96 escravos. Gosto de contar isso as pessoas para que pensem que sou racista, mas não há nada no mundo que eu odeie mais que racismo. Meu pai tem ligação com a máfia italiana. Ele pensa que eu não sei disso, mas eu não sou idiota.

Quando ele foi me levar à estação King Cross, ele estava muito desconfiado, por isso levou seus amigos. Meus avós frequentaram uma Academia para bruxos na Itália, como todos da família, mas eu decidi ir para Hogwarts. Eu sei falar italiano, inglês e francês. Meus avós só falam italiano, e eu estudei por cinco anos em uma escola bilíngue, que também ensinava francês.

Após a dramática despedida dos meus parentes, eu finalmente embarquei. Devo deixar claro que em nenhum momento senti algo além de alívio ao ver minha família ficar para trás. Não significa que eu os odeie, apenas fico feliz de ficar longe deles por um tempo. É satisfatório o doce gostinho da independência. Por alguns minutos, eu fiquei totalmente sozinha na cabine, observando o ambiente. Até a porta se abrir.

– Será que eu posso ficar aqui? – a garota parecia ser uma completa idiota. Inofensiva. Apenas dei de ombros, em silêncio. Seu sotaque era forte, o que deixava claro que ela era do interior da Inglaterra. Ela sorriu enormemente, entrando na cabine. Ela tinha roupas muito coloridas e seu cabelo parecia podre de tão embaraçado e sujo. Enruguei o nariz de nojo, voltando meu olhar para a janela. – Meu nome é Dorcas Meadowes. É meu primeiro ano em Hogwarts!

Dorcas... Esse foi um nome muito importante na minha vida.

2

Havia um garoto em Hogwarts, que era obcecado em me perturbar.

Para onde eu olhasse, respirasse ou existisse, lá estava ele. Me chamando, cutucando, rindo, falando comigo por mais que eu fingisse que não havia ninguém ao meu lado. O nome dele era Sirius Black, e eu o detestava profundamente. Mimado, arrogante, petulante, mesquinho, calculista, prepotente, uma completa personalidade de dar nojo. Eu não fazia ideia de como uma pessoa como ele conseguia ser amigo de Remus Lupin.

Esse garoto... Ele fez algo comigo que eu nunca compreendi.

Algo nele chamava a atenção das garotas mais apegadas a detalhes. Tanto, que durante a seleção, Dorcas declarou seu amor eterno à ele. Se ela não tivesse apontado Remus, tão encantada, eu jamais saberia quem ele era. Os olhos cor de mel era a maior atração no total. O ralo cabelo cor castanho claro... O garoto era o conjunto da perfeição e ninguém podia negar. Do primeiro ao terceiro ano, eu fiz o possível e o impossível para fazê-lo me notar.

Eu até consegui, mas estar perto dele só deixava claro o quanto ele merecia melhor. Não tínhamos nada em comum, mas eu estava tão freneticamente apaixonada que nada me importava. Eu matava e morreria por Remus sem pensar duas vezes, tanto que não me incomodei em pisar nos sentimentos de Dorcas.

– Vocês estão namorando? – perguntou ela baixinho, no dormitório. Lílian Evans lançou aquele olhar extremamente petulante que ela tinha e continuou escovando seu cabelo, de queixo erguido.

– Sim. – repliquei, simplesmente.

– Não sei o que dizer. – revelou Dorcas, com os olhos marejados. – Felicidades?

– Obrigada, querida. – eu era falsa. Não me incomodo em revelar isso: Falsa da raiz do cabelo até os dedos dos pés. Lily sempre disse que eu cairia bem na Sonserina, mas lá é a casa dos fracos. E eu sou mais forte do que imaginam. Sorri dissimuladamente, folheando minha revista. Marlene e Lílian me fitaram e eu nem precisava olhá-las para saber disso.

– Já disse a Remus que sua melhor amiga gosta dele? – atiçou Lílian. Olhei-a lentamente, mortalmente séria. Apesar da face angelical, Lílian Evans era um demônio quando queria.

– Não, quer fazer esse favor por mim?

– Sabe Dorcas, amigas de verdade não fazem isso que Emmeline fez. Você deveria tomar cuidado com quem chama de amiga.

– Quem ela deve chamar de amiga, você? Francamente, Lílian, você? – debochei. – Você não tem amigos além de você mesma.

– Digo o mesmo para você.

– Então cala a boca. Somos iguais, e você sabe disso. – Lily até abriu a boca para responder, mas ficou tão vermelha que trancou-se no banheiro. Dirigi meu olhar para Marlene, esperando que ela se manifestasse. Fitei a parte contaminada pela varíola em seu rosto e ergui uma sobrancelha, desafiando-a. Mas tudo que ela fizera foi dar de ombros e fechar suas cortinas.

Você precisa saber algo sobre mim: Primeiro a mim. Sempre.

3

– O médico nos contou o quadro dos dois. – meu pai respirava fundo, quase incapacitado de olhar-me nos olhos. Eu não me importava. Queria olhar os olhos dele... Emanuel tinha seus olhos. – Disse que Emanuel tinha probabilidades mínimas de sobreviver, estava muito debilitado... Sua corrente sanguínea estava prejudicando a dele, estava... Tomando tudo para si mesma.

Egoísta desde o primeiro suspiro.

– Ele disse que a separação seria fatal para um dos lados. Podia salvar apenas um dos dois. Quando ele... Quando ele separasse você e Emanuel, ele teria que escolher qual dos dois salvar. Teria que escolher... Emmeline....

– Continue. – ordenei, seca.

– Por que faz isso comigo? Com nós? – indagou ele, desesperado. – Por que, Emmeline?

Continue.

– Sua mãe escolheu você. – sua voz estava trêmula. Eu conhecia a história de trás para frente, mas eu não conseguia me desfazer dela. – Apostamos todas as nossas fichas em você. Emanuel morreu... Morreu poucas semanas depois.

– Você se arrependeu da escolha? – Meu pai tinha os olhos marejados, como em todas as vezes.

– Eu queria os dois vivos. – repetiu pela milésima vez. – Queria meus gêmeos vivos.

– Mas eu matei Emanuel. – meu pai ficava em silêncio profundo após essa frase. Não sei porque faço essas coisas, eu nunca fui muito normal. Mas em vez de ficar me martelando com isso em mente, eu prefiro espalhar pelas pessoas. Dividir minha dor à força. Ou pior, reforçar a dor já presente. Então em todos os aniversários, eu torturo meu pai o fazendo contar-me detalhadamente como ele fez a escolha de salvar apenas um de seus gêmeos interligados por veias.

Emmeline e Emanuel.

Emmeline.

4

– Então princesa, do que você gosta? – sorri para o garoto. Era trouxas, da escola mais próxima do meu bairro, e era muito bonito. Gosto de pessoas bonitas, pois eu sou bonita e mereço o melhor. Aos quinze anos, eu queria mais do que beijinhos sem graça e molhados demais. Eu queria tirar minhas roupas e transar, simples assim. As garotas achavam aquilo um absurdo, mas a opinião alheia nem sempre penetra em minha mente.

– Longas caminhadas na praia, pintos grandes e frango frito. – repliquei, séria. Ele gargalhou, mas o seu riso morreu lentamente enquanto o meu crescia.

Você não me conhece... E nem vai.

Em poucos minutos nós já estávamos transando em meu quarto. Não me importo com os moradores da casa, normalmente está barulhenta demais para sequer notar o barulho incessante da cama contra a parede, as arfadas empolgadas do garoto e meus gemidos altos o suficiente para atravessar portas.

Eu tinha que ficar por cima. É uma regra. Primeiro que é mais prazeroso para mim, e segundo porque é mais prazeroso para mim. Após o sexo, eu enjoava da cara do garoto da vez. E brutalmente, tanto que eu não era delicado em expulsá-lo.

– Posso ao menos saber seu nome?

– Emma. – eu sempre inventava um nome diferente, mas esse era meu preferido.

– E... Eu posso voltar a te ver?

– Não, vou viajar para a África. – relatei, quase girando os olhos de tédio, com a porta aberta para que ele fosse embora logo.

– África? Puxa... Você volta?

– Não, vou dedicar o resto da minha vida à crianças com AIDS. Adeus... Seja qual for seu nome.

Sem contatos, não gosto de ninguém querendo saber muito da minha vida. Apesar de que eu esperava ansiosamente o garoto que tivesse a coragem de fazê-lo. De escancarar-me como se eu fosse um baú impossível de ser aberto. Entretanto a possibilidade disso acontecer era menos de zero. Após a decepção com Remus, eu tentei ter algo com aquele que me cobiçou a vida inteira. Mas Sirius também não era o escolhido. Eu estava destinada a ficar sozinha pelo resto da vida.

Então eu aproveitaria isso da melhor forma possível.

5

ANIMAL HOSPITAL - SAFE PLACE

– Você é linda.

– Eu sei.

Sorri para Remo, tirando minha camiseta às pressas. Ele parecia extremamente nervoso, me observando fazê-lo. Quinto ano, tempo novo. Remo me deu mais uma chance de mostrar o que eu não consegui no ano retrasado. Mas ele parecia se esquivar sempre, meio recatado até demais. Como naquele momento, em que eu estava desabotoando sua calça desesperadamente, enquanto ele fechava os olhos, assustado.

Peguei suas mãos colocando meus seios. Ele abriu os olhos, ainda apavorado. Reprimi um muxoxo e o beijei da melhor forma e eu pude, colocando sua mão por dentro de minha calcinha. Mas não demorou para ele tirar. Tudo bem... Tudo bem, eu posso fazer melhor! Abaixei suas calças, prestes a tirar sua cueca, mas Remus me parou.

– Acho melhor não fazermos isso... Não na escola, é errado. – Argh, Remus é tão certinho que chega a irritar!

– Por que não? É normal... Não tem nada demais! – tentei tirar sua cueca novamente, mas Remus pulou da cama, colocando suas calças às pressas. Irritei-me de vez. Garoto idiota! Todos de Hogwarts imploravam para poder sequer encostar em mim e eu estava ali, praticamente de pernas abertas, mas Remus dispensava como se fosse nada. – Qual o seu problema?

– Eu não quero... Não quero fazer isso. – entregou ele, vermelho.

– Vai morrer virgem? – Remus pareceu ofendido. – Pare de ser idiota, Remus. As pessoas transam, não precisam casar pra isso!

– A questão é que eu não quero transar com você. – O mundo pareceu pesado por um momento. Remus foi um único garoto que eu realmente tinha certeza de que eu sentia algo real. Algo além de um toque. Mas ali estava ele, dizendo que não queria me tocar. Não é um elogio, é uma afirmação: Eu sou bonita, e sei muito bem disso. Então por que Remus não enxerga isso?

– Por que não? – minha voz saiu trêmula. – Ninguém costuma dizer não para mim.

Você não pode fazer ou ter tudo só por ser bonita, Emmeline. – e saiu. Foi meu último encontro com Remus. É como se você vivesse no seu mundo particular e o mundo em que nós vivemos é pouco para você, pois você não pertence a ele... É uma maldita bolha.

Eu não consigo sair.


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Notas finais do capítulo

A fanfic é dividida em três partes com 15 fases da vida de Emmeline, A Assassina.

Lembrando que isso são informações cavadas e enterradas no core da odiada Emmeline de About Sirius Black, nenhum personagem além de Lílian, Dorcas, Marlene e Pedro sabem dessas coisas...

Enfim, espero que gostem.

Até.



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