Clair de Lune escrita por Carol Chase Lovegood


Capítulo 6
Capítulo 5 - A Manhã de uma Lufana




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– Flora, acorda.

– Só mais cinco minutinhos, mãe. - a lufana se remexeu na cama e percebeu que a responsável por perturbar seu sono era Charity Burbage, sua única amiga. Ao menos até conhecer as duas Alyssa e Charlotte.

Chari era a amiga mais antiga de Flora. As duas tinham se conhecido no primeiro ano, enquanto embarcavam no trem de Hogwarts pela primeira vez. Ambas eram nascidas trouxas e mal podiam conter a emoção ao saber que estavam indo para uma escola de magia.

Com o passar do tempo, as duas não se falavam como antes. Enquanto a loira era super sociável, conhecia quase todos os alunos de sua série, Flora tinha alguns problemas para fazer amizade e no geral era muito reservada. Mas, apesar de não se verem com frequência, a amizade das duas estava mais forte que nunca.

Notando que a sonolenta morena não iria se levantar, Chari puxou a varinha e encostou de leve na cabeça da garota.

– Se não levantar agora, não terei outra escolha que não seja usar Aguamenti.

– E aquele papo de "Nascidas trouxas permanecem unidas"? - Flora riu esfregando os olhos.

– Vai levantar ou não?

A morena levantou as mãos em sinal de rendição e obrigou seu corpo sonolento a ficar de pé. Foi ao banheiro fazer sua higiene matinal ainda pensando no moreno que mexia com sua cabeça: Sirius Black. Ela sabia que todas as alunas eram apaixonadas pelo moreno e que ela era apenas uma em um milhão de garotas mais gostosas e atraentes que ela, mas ela gostava de sonhar. E se ela conquistasse o cachorro de Hogwarts? Com certeza sua vida social mudaria.

A questão era: quais as chances de ele ver algo nela? Como ela mesma dissera, era uma em um milhão.

– Anda logo, Flora! - era Chari batendo na porta do banheiro - Para de pensar no cachorro Black e vem cá pra eu te dar uma ajuda com essa sua juba!

– Não estava pensando no Black! - retrucou a morena saindo do banheiro, mas seu rosto vermelho de vergonha a denunciou - Talvez só um pouquinho...

– Você não tem jeito mesmo. - a loira conduziu a amiga até a penteadeira que tinha no quarto e começou a escovar os cabelos da amiga - Flora, você tem direito de gostar de quem você quiser, mas eu te imploro: não vá atrás do Black. Você sabe como ele é cachorro.

– Eu sei, eu sei. Mas ele é tão...

– Flora... - Chari começou a fazer uma trança no cabelo da amiga - Eu sei sobre essa sua paixonite desde... desde sempre. Mas, se seus sentimentos por ele se transformarem em algo maior que uma paixonite, ele vai te magoar exatamente como ele faz com todas as outras garotas com quem ele fica. Só não deixe que ele te faça de boba.

– Pode deixar, mamãe. Não vou deixar.

As duas desceram juntas as escadas que levavam a área comum da Lufa-Lufa, mas havia uma castanha esperando por Chari do lado de fora do dormitório que as duas dividiam. Flora, que sequer fazia ideia de quem era a tal castanha, apenas atravessou passagem secreta que a levaria para um corredor próximo a cozinha.

Florence adorava os mecanismos para entrar no Salão Comunal Lufano. A passagem ficava escondida atrás de uma lareira apagada, na qual ficavam empilhados sete tocos cilíndricos de madeira. Para entras, deveria-se tocar os tocos com a ponta da varinha, seguindo uma sequência. Diziam por aí que, caso o aluno errasse a senha, um barril de vinho despencava magicamente em cima do intruso.

Quando chegou no Salão Principal, Flora notou que o falatório não era pouco. Muitas cabeças estavam viradas para suas duas novas amigas. Aparentemente as francesas não ligavam nem um pouco para a rixa entre as casas, pois estavam sentadas juntas na mesa da Grifinória e acompanhadas dos famosíssimos marotos.

Quando Charlotte viu a lufana entrar, começou a acenar freneticamente, sinalizando um lugar fazia entre ela e James. Ignorando os muitos olhares que se voltaram para ela, Flora caminhou até onde suas amigas estavam.

– Bom dia, pessoal.

– Bom dia, Flora. - Lyssa e Lottie entoaram em coro.

– Como foi sua noite? - perguntou a loira.

– Hum, foi uma noite... - Flora fingiu ter dificuldades para descrever a chegada a Hogwarts - Eu jantei no Salão Principal... Eu dormi... É, acho que foi isso. E vocês?

– A melhor noite de nossas vidas! - elas cantarolaram juntas outra vez.

– Parem de fazer isso. - pediu Black - Estão me assustando. Parecem até gêmeas psicopatas de filme de terror.

– Obrigada. - novamente, elas responderam juntas.

– Prazer, James Potter. - o moreno ao seu lado estendeu a mão para Flora - E esses são Remus Lupin, Peter Pettigrew é Sirius Black.

– Florence Taylor. - a garota o cumprimentou, sentindo-se nervosa por dentro.

Mas, a medida que a conversa se desenrolava, Flora percebeu que não havia nada de tão impressionante no famoso Sirius Black. Ele era realmente bonito, isso era algo que ela não podia negar. Mas o que o tornava tão especial entre as mulheres? O que ele tinha de tão diferente dos outros garotos?

– Flora! - a morena sentiu alguém trazê-la de volta a realidade por uma mão que acenava para ela a exatos dois centímetros de distância de seu nariz.

– Ahh! O que houve? O que eu perdi?

– Eu perguntei se você está se sentindo bem. - disse Lyssa parando de acenar - Você está muito pálida.

– Pálida?

– É. - confirmou Lottie - E seus olhos estão ficando vermelhos. Parece até que você andou chorando.

– Meus olhos...? Aí, merda.

– O que houve? - perguntaram as francesas juntas, mas Flora apenas se levantou bruscamente e correu para a enfermaria.

Tinha uma coisa sobre Florence que apenas Charity sabia: Flora tinha uma doença incrivelmente rara conhecida como Febre do Diabrete*. A doença era transmitida através da mordida de um diabrete infectado e podia causar hemorragias ocasionais. Nunca haviam descoberto uma cura para esta enfermidade. Para evitar ser pega de surpresa pelos, Flora tomava toda manhã uma poção que controlava impedia que os sintomas se manifestassem.

Mas naquela manhã, ela esquecera a poção.

E as hemorragias que não a incomodavam a alguns anos lhe atingiram com força total.

– Mas o que é isso? - perguntou Madame Pomfrey descrente ao ver Florence chegou na enfermeira já tossindo sangue e completamente tonta - Achei que já tínhamos passado da fase de esquecer seus remédios.

A morena tentou responder, mas o gosto de sangue em sua boca não a deixou falar nada.

A habilidosa enfermeira cuidou rapidamente da lufana, fazendo ela beber a maldita poção com gosto de carvão e liberando a aluna alguns minutos depois de verificar que não havia nenhum dano grave interno.

Agora a morena tinha dez minutos para correr para a primeira aula, que seria poções com o Professor Slughorn. Mas no caminho, presenciou algo que não esperava: Severus Snape estava pendurado de ponta cabeça na logo na saída do Salão Principal.

Detalhe: ele estava desacordado e usando roupas femininas.


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Notas finais do capítulo

* Gente, entendam, o nome é tosco porque eu inventei essa doença e a minha criatividade não estava ajudando, então ficou isso aí mesmo.



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