O Herdeiro das Trevas escrita por Bruna Weasley


Capítulo 6
Primeiro dia de aula


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas;
Sei que não postei na semana passada, mas é porque eu tinha um trabalho de português bem grande e eu não tive tempo pra postar um capítulo. Eu vou tentar postar outro capítulo nesse feriado, mas as minhas primas de são Paulo vieram me visitar aqui em Florianópolis e eu acho que talvez não tenha muito tempo pra postar outro. Mas vou tentar!

O capítulo é narrado pela Rose.



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Naquele dia, acordei com tanta energia que pareceu que havia dormido doze horas. Levantei duas horas mais cedo do que qualquer outra pessoa, para rever se todos os meus materiais estavam organizados na ordem das aulas que teria. Chequei se todos os meus livros estavam na mochila, se tinha organizado tudo o que precisava para as aulas daquele dia.

Pois é, eu era desse jeito, toda problemática. Na verdade, sempre fora. Arrumando tudo repetidas e repetidas vezes, com medo de que esquecesse alguma coisa, que alguma coisa não seja perfeita. Sentia um certo prazer nisso, em deixar tudo em sua devida hora e em ser a pessoa perfeita. Sempre sou muito estudiosa e responsável, e sempre me falavam que eu parecia a minha mãe quando jovem.

Enquanto esperava alguém do dormitório da Grifinória acordar, relia um livro trouxa pela quinta vez. Era o primeiro livro de Sherlock Holmes, que acabou sendo um dos meus favoritos. A ficção trouxa, para mim, sempre fora melhor do que a ficção bruxa. Tudo que eles imaginavam sobre o sobrenatural me fascinava, além de, é claro, suas vidas cotidianas e como eles viviam sem magia.

Depois de mais ou menos uma hora, comecei a me aprontar. Botei o uniforme feminino da Grifinória, penteei os meus ruivos cabelos lisos e botei uma fraca maquiagem (rímel e batom). Depois que já estava pronta, as pessoas começaram a acordar. Lily foi a primeira, descendo do dormitório das meninas do quinto ano, e com ela, aos poucos, outras pessoas foram acordando, preguiçosas e sonolentas, com certeza com menos entusiasmo que eu em meu primeiro dia de aula do ano letivo.

Quando me viu, Lily deu uma risadinha e foi ao meu encontro.

– Há quanto tempo você está acordada? – perguntou.

– Hã, agora são... – Parei para pensar por um momento. – Uma hora e cinquenta minutos.

– Uau – ela disse. – Rose Weasley, você não tem jeito.

Sorri.

Depois de um tempo, todas as pessoas já estavam acordadas, todas sonolentas e insatisfeitas por estarem acordando tão cedo somente para ouvirem pessoas cursadas falarem um monte de besteiras que não lhes interessavam. Todos eles pareciam tão indiferentes, tão estranhos ao meu ver. Como alguém poderia ouvir alguém palestrar sobre feitiços e poções sem se sentir maravilhado e curioso?

Descemos para o Salão Principal e sentamo-nos na mesa da Grifinória. Como sempre, Scorpius, Connon e Luke sentaram-se na mesa da Grifinória. Por algum motivo desconhecido, eles não faziam amizade com muitas pessoas da Sonserina. Acho que de algum modo não conseguiam se adaptar com as pessoas de lá, e nunca entendi por que foram postos naquela casa. Na verdade, com Scorpius e Luke eu entendia. Scorpius era um sociopata idiota e Luke era um tanto egoísta e bastante ganancioso, por poder ou por qualquer coisa. Já Connon era tão querido e inocente... Eu poderia imaginar qualquer casa para ele menos a Sonserina. Mais provável era a Corvinal, ou Lufa-Lufa. Mas Grifinória ou Sonserina? De jeito nenhum.

Para mim, a Sonserina era uma casa de covardes e pessoas que só pensavam em si mesmos, sem ligar para os sentimentos dos outros. Só preciso pensar em Scorpius; a pior pessoa que alguém poderia imaginar. Irritante, narcisista, insuportavelmente cheio de si... Só pensar nele me deixava vermelha de raiva. O modo como ele achava que poderia encantar qualquer pessoa, que ele poderia ter o mundo inteiro em um estralar de dedos. Acho que eu era a única que lembrava que ele não conseguia ter tudo. Afinal, ele não podia me ter.

Alvo também costumava se sentar conosco. Não porque ele não gostava da Corvinal, muito pelo contrário, ele amava lá. Mas a mesa da Grifinória era como nosso ponto de encontro. Em todas as ocasiões em que se era permitido, as pessoas do nosso grupo imigravam para aquela mesa.

Assim que Scorpius sentou-se na mesa, ele piscou para mim e disse:

– E aí, ruiva?

Suspirei e fiz uma careta.

– Oi, Malfoy.

Ele soltou a cabeça para trás, impaciente.

– Ruiva, você tem que parar de me chamar pelo sobrenome!

– Eu paro de te chamar pelo sobrenome quando você parar de me chamar de ruiva – retruquei, olhando-o nos olhos.

Ele fez um sorriso travesso.

– Acho que é justo – disse.

O resto da refeição ocorreu de um jeito estranhamente calmo. Scorpius reclamava de como as férias passaram rápido, e eu o criticava, como sempre, chamando-o de preguiçoso e outros nomes maldosos. Quando o fazia, ele simplesmente sorria daquele jeito que me tirava do sério, fazia algum comentário irônico e continuava a falar. Não sabia como ele fazia isso. Como ele conseguia me tirar do sério, como ele conseguia me deixar tão estressada, e como ele sentia prazer naquilo. Ele parecia sentir prazer a cada xingamento que eu falava para ele, a cada vez que meu rosto ficava vermelho, a cada vez que discutia ou brigava com ele. Só não sei por que.

Depois do café da manhã, nossa primeira aula seria História da Magia. Eu gostava de todas as aulas, mas até eu tinha que admitir que era impossível levar a aula de História da Magia a sério. Era um fantasma que nos ensinava. Dizia que nem mesmo a morte o impedira de ensinar. Essa aula especificamente era a aula em que todos dormiam e conversavam. O professor nem notava. Ele estava muito ocupado tagarelando sobre a guerra dos gigantes ou algo assim para prestar atenção em seus alunos e reparar que nenhum deles está prestando atenção no que ele está dizendo. Constantemente, eu perguntava a mim mesma se foi a morte que o deixou com a voz tão tediosa e melancólica ou ele era assim mesmo vivo.

Depois dessa aula, vinha a aula de herbologia. Eu achava aquela aula uma das mais divertidas. Sempre gostei de plantas. Até mesmo as do mundo dos trouxas me fascinaram. Elas eram tão independentes e inteligentes! Pareciam ter seu próprio cérebro ou núcleo que fizesse elas terem consciência do que lhes acontecia. Já tentei achar milhares de vezes uma resposta para a inteligência das plantas em diversos livros, de bruxos e trouxas, mas nunca achei nenhuma teoria que me parecesse aceitável.

Logo depois, teve a aula de poções. Ela era ensinada por um homem com rosto enrugado como uma tartaruga, gordo e com um olhar simpático chamado Slughorn. Ele sentia uma certa admiração por mim, provavelmente porque eu era a melhor e mais esforçada aluna da sala. Essa era uma das aulas, além de História da Magia, que a Grifinória dividia com a Sonserina, e, por algum motivo desconhecido, quando o professor nos dividia em grupos, eu sempre ficava com Scorpius. Por estranho que pareça, em algumas aulas de poções eu sentia uma certa admiração por ele. Eu conseguia perceber que ele tentava bastante parecer relaxado e rebelde, não ligar para os estudos nem para a vida para parecer descolado. Mas naqueles momentos eu percebia que, por trás daquela máscara que ele teimava em usar, ele era inteligente e gentil, e eu conseguia, nem que fosse só um pouco, apreciar sua companhia.

É claro que tinha aquelas aulas que ele não era tão agradável, como quando eu descobria que ele estava saindo com algumas das minhas amigas ou quando ele falasse ou fizesse algo que me desagradasse. Nessas aulas, que eram basicamente todas as aulas, nós brigamos o tempo todo, e eu acabo fazendo os trabalhos de poções totalmente sozinha pelo simples fato de que não conseguia ficar perto dele.

A aula mais adorada pelos alunos é Defesa Contra As Artes Das Trevas. Meu pai me dissera que no tempo dele achavam que aquela matéria era amaldiçoada, pois nenhum dos professores que ensinaram-na duraram mais que um ano. Mas, depois da guerra dos bruxos, somente um professor ensinou a matéria e ficou: o professor Montgomery. Ele era um completo gênio. Havia viajado o mundo todo combatendo e estudando as Artes das Trevas. As histórias que ele tinha para contar... eram fascinantes. Surpreendentes. Era quase impossível acreditar no que ele contava. Histórias sobre gigantes, e centauros, e bruxos famosos e habilidosos, seguidores das trevas, seguidores de Voldemort (Você-Sabe-Quem)... Ele era simplesmente um dos melhores professores que Hogwarts já tivera.

Depois de um dia de aulas seguidas, voltei para o dormitório da Grifinória com poucas tarefas e trabalhos. Claro, era sempre assim no primeiro dia. Depois de fazê-las, eu, Lily e Dominique conversamos um pouco no dormitório do quinto ano, que estava vazio. Lily estava nervosa para aquele ano, por causa dos NOM’s. Parece que James havia posto na cabeça dela cedo demais o peso das provas.

– James é um idiota – Dominique a acalmava. – As provas não são nada demais. Não é para você ficar se torturando por causa delas. Aliás, você sabe como ele gosta de te provocar, não é?

– É, ele gosta. Mas muitas vezes ele está certo. Sobre quase tudo, na verdade – Lily respondeu, abalada.

– Lily, cada coisa em seu tempo – eu disse. – Deixe os NOM’s para quando eles chegarem. Hoje é o primeiro dia de aula. Os NOM’s estão bem distantes.

– Rose está certa – Dominique afirmou, deitando-se com as mãos apoiadas atrás da cabeça. – Vamos falar sobre coisas mais importantes. Tipo, quadribol. Quando você vai se alistar como goleira? – ela perguntou para Lily.

– Ah, acho que não participarei do time de quadribol esse ano.

– Você está brincando, não é? – disse Dominique chocada. – Lily, você é a melhor goleira que eu já vi em toda a minha vida! Aliás, quadribol é a sua paixão. Por que diabos você não participaria do time?

Antes que ela pudesse responder, eu disse:

– Espera. Não me diga que tudo isso é por causa dos testes!

Lily respirou fundo, frustrada.

– Eu sei que vocês acham que eu estou agindo de modo dramático e exagerado, mas eu estou realmente preocupada com esses testes! Em muitos momentos eu poderia não comparecer em treinos ou jogos porque estou estudando para eles.

– Eles não fazem jogos nos períodos dos testes – informei.

– Mesmo assim... – ela deu de ombros. – Sei lá. Estou preocupada.

Eu ri levemente.

– Não fique. Os testes são tranqüilos – Tentei soar bem mais sincera do que realmente estava sendo.

– Para você, talvez tenham sido. Você é a inteligência em pessoa – Ela escondeu o rosto com as mãos de modo dramático e cansado. – Mas para mim? Você sabe como minhas notas são.

– Elas não são ruins – disse Dominique carinhosamente.

– Mas elas não são boas também.

– Pare de se torturar! – Dominique disse. – Deus, da próxima vez que James falar coisas assim para você, eu arranco a cabeça dele com um bastão.

Lily riu.

– Ah, faça isso, por favor – ela pediu.

Ficamos conversando mais um pouco sobre isso, até que o assunto acabou e nós começamos a conversar sobre assuntos aleatórios e insignificantes. E então chegou uma hora em que simplesmente não havia mais nada para conversar, e que as garotas do quinto ano começaram a se preparar para dormir, em que decidimos que cada uma iria ao seu dormitório e, enfim, dormir.

Eu, como sempre, tive insônia, e só dormi muito depois da meia noite, causando que no dia seguinte eu não tenha o mesmo entusiasmo que eu tivera no dia anterior, assim como eu não tivera nos dias seguintes.


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Notas finais do capítulo

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