O Herdeiro das Trevas escrita por Bruna Weasley


Capítulo 4
Uma revelação


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores;

Desculpe (de novo) por ter demorado tanto para postar!!! Tive tantos trabalhos e provas nesses dias, além de meu computador ter quebrado. Mas estou de volta com um novo capítulo para vocês!



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Estava sentado naquela cabine de trem, cheia de pessoas risonhas e alegras com um ar completamente fora do clima deles. Sentado pelo lugar da janela, pensava sobre as coisas que havia descoberto naquele dia mesmo. Como havia visto meus pais e sua “gangue” conversando seriamente na sala de jantar.

Lily me olhava preocupada. Parecia ser a única que notara o meu estado estranhamente quieto e pensativo. Mas não era de se espantar; todos naquela cabine falavam de alguma coisa. Ao meu lado, Scorpius estava discutindo com o que eu julgava ser seu verdadeiro amor ruivo, Rose Weasley.

– Não importa quais eram os seus motivos, Malfoy! – Rose falava, furiosa – Elise era minha amiga, e agora ela ficou obcecada em você porque ficou com ela e agora nem mais se importa com ela!

– Você não tem nenhum direito de se meter na minha vida pessoal – retrucou Scorpius.

– Quando se trata das minhas amigas, sim!

Elise sentava com Rose na aula de Poções, e, depois que Scorpius destruiu o coração dela, não pensa em outra coisa a não ser nele, não presta atenção nas aulas e ainda sente um raiva voraz de Rose pois acha que ela e Scorpius estão namorando. Não era a toa que a ruiva estava reclamando.

Por mais que possa parecer estranho, me divertia com as discussões de Rose e Scorpius. Sabia que, no meio de todas as provocações, havia algum sentimento que com certeza não era raiva. Por ser o melhor amigo dele, sabia que Scorpius gostava de Rose. Não porque me contou; Scorpius é orgulhoso demais para dizer que tem sentimentos por alguém. Mas pelos seus gestos e falas, ele deixa isso meio óbvio.

Eles continuaram brigando e Lily me encarava curiosa. Por fim, se curvou e perguntou:

– Você está bem? Parece um pouco distraído.

– Estou.

Mas agora a atenção de Scorpius havia saído totalmente de sua discussão com Rose e se voltou para mim. Ele me olhou com uma expressão completamente preocupada. Desde que tinha descoberto que eu era o herdeiro do Senhor das Trevas, começou a se preocupar bastante com minha vida, tanto com minhas ações quanto com minha situação em casa.

Não quis que ele soubesse da origem de minha família; claro que não. Tudo começou no terceiro ano e eu tinha esquecido alguns livros no dormitório da Corvinal quando fomos estudar com Alvo. Scorpius recebeu uma carta de meus pais por mim (eles nunca mandavam no horário, mas sempre furtivamente, temendo que alguém checasse as cartas) e, curioso como era, resolveu abri-la e lê-la. Quando voltei, descobri que ele tinha descoberto, pela carta, minha missão.

Demorou um pouco para Scorpius voltar a confiar em mim. Tive que explicar várias vezes que sim, eu era o herdeiro de Slytherin e que minha família queria os puro-sangues governando novamente, além de ter um plano para que isto se reerga, mas que discordava deles, com todas as minhas forças.

Mas ainda havia muitas coisas que Scorpius não entedia. Por que não os impedia? Por que não fugia? E a resposta dessas perguntas e muitas outras é a mesma: Por medo. Tenho medo das consequências que isso pode trazer, medo de que podem me abandonar, medo de morrer de fome, ficar sem uma residência e sem conforto, ou pelo menos o máximo que conseguia em casa. Mas principalmente, no topo de qualquer lista de motivos, o mais importante de todos os medos, é que temia terrivelmente e absurdamente o que meu pai poderia fazer comigo.

A preocupação de Scorpius sempre me incomodou. A pena de eu pertencer a uma família tão pouco amorosa, de ser cuidado com tanta ignorância. Mas não poderia culpá-lo. Mesmo sendo ex-comensais da morte, os pais dele eram dos mais gentis e amorosos que poderiam conhecer. Era invejoso ver como a família dele poderia ser melhor que a minha.

Enfim, Scorpius me puxou pelo braço, com a sua cara de “O que aconteceu agora” enquanto Rose resmungava coisas a ver de como ele fugia das discussões.

Passamos pelo corredor, que já não tinha tantas pessoas além de uma mulher sorridente gritando “Doces! Alguém quer algum doce? Doces!” e um casal conversando em um canto. Senti-me tentado a pegar algum doce, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa Scorpius me puxou para uma cabine desocupada.

– Connon, o que está acontecendo? – perguntou.

– O quê? Nada está acontecendo – menti.

– Você não consegue me enganar, Conn – disse. – É algo a ver com sua família?

Suspirei.

– É.

– O que aconteceu?

Ficamos em silêncio por um momento. Scorpius me olhava preocupadíssimo. Ele era uma pessoa bastante estranha. Olhando para ele, me perguntava constantemente como alguém poderia ser um completo sociopata e ainda se importar tanto com as pessoas.

– Eu estava em meu quarto, arrumando minha mala. Faltava apenas um dia para ir para Hogwarts. E desci as escadas. Tinha esquecido minha capa da Sonserina no andar de baixo. Então fui para a lavanderia e me deparei com minha família e os amantes das Artes das Trevas no andar de baixo.

“‘A espera acabou’, meu pai disse. ‘Hoje começaremos a vencer em nome do Lorde das Trevas, vamos lutar pelos sangue-puros e acabar com os sangue-ruins e os sujos trouxas que nos cercam. Renunciaremos a revolução em nome da raça bruxa!’, ouvi gritos de aprovação. Todos na mesa estavam gritando em aprovação, menos minha mãe, que estava encolhida no acento ao lado do meu pai.

“Sempre soube que esse dia chegaria, mas quando finalmente chegou... Admito que senti medo. E nunca havia visto todo o grupo de papai ali. Parecia ser uma coisa séria.

“‘Vamos atacar em segredo’ disse ele, ‘e aos poucos. O Ministério tem registros de todos os bruxos no Reino Unido e sua situação sanguínea. Teremos que roubá-los e escondê-los em algum lugar seguro. Depois cuidaremos dos trouxas...’. Não consegui ouvir mais. Fiquei tão assustado que peguei minha capa e fui para o quarto. Tranquei-me e lá fiquei por horas. Até que meu pai abriu minha porta. Olhei para ele, paralisado. Meu pai me encarou de volta e sentou na beira da minha cama. ‘Você ouviu’ disse. Não consegui responder, pelo menos não em palavras. Só assenti. ‘Não fique tão apavorado’ falou. Engoli em seco. ‘Como?’ perguntei. Porque você trabalhará para nós, então não sofrerá, ele respondeu.

“Então chegou a parte que realmente me assustou... Meu pai olhou para mim, fundo e severo, e disse que, se havia alguma hora que deveria ter mais a confiança dos Potter e Weasley, a hora era aquela. Quando perguntei por que, ele disse que, para seu plano funcionar, deveria... tirá-los de seu caminho.”

Scorpius me olhava fixamente, com uma expressão de perplexidade. Ficamos um tempo em silêncio, até que Scorpius abriu a boca e disse, com a voz rouca.

– Você deve contar a Professora McGonagall.

– Você está brincando? Não! – respondeu ele. – Você não sabe do que o meu pai é capaz. Se eu contar...

– O quê? Você vai estar sobre a custódia do Ministério, ele não pode fazer nada!

– É claro que ele pode!

– Então você está com medo – concluiu ele. – Seria capaz de sacrificar seus amigos e o mundo mágico por medo.

– Não tenho medo do que ele pode fazer comigo! – disse, frustrado. – Se meu pai for traído, principalmente pelo próprio filho, seria capaz de fazer o possível e o impossível para me atingir. Não acabaria só com os trouxas e os nascidos trouxas, mas também com qualquer um que me apoiasse e que tivesse qualquer significado para mim.

Scorpius me olhou por um longo tempo, mas então suspirou e disse:

– Mesmo assim você tem que contar para a Professora McGonagall.

Bufei. Será que ele não entendia? Eu não podia contar. Era uma ideia impensável. Meu pai poderia fazer coisas horríveis.

– Vamos. Devem estar sentindo nossa falta na cabine – disse.


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Notas finais do capítulo

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