Não dei conta de ele me por na cama, só quando acordei é que reparei que ainda estava agarrada a ele, quando ele sentiu que acordei disse, na sua voz mais suave

- Kayra, querida, eu já devia ter ido. Tens que me largar, eu prometo que volto amanha, e alem do mais a tua mãe já chegou.

- Hum! – Perguntei confusa. Aquela conversa não estava a fazer sentido nenhum.

- Não te lembras? Quando eu disse que me ia embora agarraste-me e não mais me deixaste! – Disse convencido.

Nesse momento corei e escondi a cara no peito dele.

- Não te envergonhes, eu não sei se iria conseguir ir! – Confessou-me ruborescendo

E nessa altura o meu coração falhou uma batida. Ele baixou-se ate mim e deu-me um beijo como nenhum dos outros anteriores, tinha um tom de urgência e desejo. A sua língua depressa pediu passagem na minha boca e pôs-se a brincar com a minha. O desejo do beijo foi aumentando, ele rolou para cima de mim, e assim ficamos a beijar-nos pelo que pareceram segundos, mas na realidade tinham-se passado horas.

Fomos trazidos de novo a realidade do meu quarto por três batidas na porta, tinha trancado a porta quando entramos e ainda bem, era a minha mãe de certeza. Sai debaixo dele e quando ia a correr para a porta ele acenou-me com uma blusa, notei que era a que eu tinha vestida, quando e que ela saiu do meu corpo, pensei assustada com o rumo que o beijo estava a tomar. Se a minha mãe me visse assim nem quero pensar. Vesti a blusa e com o olhar fiz-lhe sinal para ele se sentar na mesa de estudo.

Assim que ele estava e a minha blusa vestida, destranquei a porta. A minha mãe entrou e olhou para nós, desconfiada de que algo se passava, mas não comentou.

- George já e tarde. Poderia acabar a aula por hoje? – Perguntou a minha mãe.

Tive a certeza que a minha mãe sabia de alguma coisa, pelo tom da voz dela, e sabia também que quando o George se fosse embora iria ter direito a interrogatório acerca daquela porta trancada, por isso tive uma ideia.

- Mãe o George pode cá, por favor! – Pedi na mais inocente das vozes.

- Não sei querida, o George pode já ter coisas combinadas. – Respondeu-me com um ar matreiro.

Virei-me para George e perguntei-lhe:

- Podes cá jantar?

- Se os teus pais não se importarem, claro que sim! – Respondeu-me na sua voz mais suave que eu tanto amava

- Claro que não nos importamos, George! – Disse a minha mãe retirou-se fechando a porta atrás dela.

Encostei-me ao seu peito, o meu lugar favorito em todo o mundo, e sussurrei-lhe ao ouvido:

- Não quero que me deixes sozinha! – Quando disse estas agonizantes palavras uma lágrima caiu pelo meu rosto e foi apanhada pela sua mão quente, no fim da minha cara mesmo junto a minha boca.

- Querida, eu também não me quero separar de ti – senti-lhe a voz embargada com o mesmo sentimento que me fazia verter aquelas lágrimas, a tristeza que eu sentia sempre que ele saia pela porta.

Ficamos sentados na cama, de mãos dadas, ate a minha mãe nos chamar para o jantar, descemos e sentamo-nos a mesa.