Estava a sonhar que estava no mar, a nadar com algum tipo de peixe que nunca havia sido descoberto. De repente, quando dei por isso, senti que levitava e o peixinho fugiu, acordei com a sensação de que estava sozinha no meu sonho, abri os olhos e vi que também estava sozinha no meu quarto, e que a porta do meu quarto estava a fechar-se, levantei-me a correr e fui atrás do George, era ele que tinha saído, eu tinha a certeza. Naquele momento senti-me traída, ele prometeu que ficava comigo. Por outro lado eu compreendia, ele não podia ser apanhado a dormir junto de mim, pelos meus pais.

Alcancei-o na sala, ao pé da lareira, com a casa silenciosa, não o consegui surpreender, ele ouviu-me antes de chegar e virou-se para mim, olhamo-nos por momentos e não dissemos nada, somente ficamos a contemplar o nosso amor reflectido “ no espelho da alma ”, estava tão perdida nos seus cristalinos olhos azuis, quando ele começou a falar.

- Não queria acorda-te, anjo! – Sussurrou-me, para não acordar os meus pais.

Agarrei-lhe na mão e puxei-o para mim.

- Fica só mais um pouco comigo - Olhei-o nos olhos ficando a sonhar na profundidade do seu olhar - por favor...

- Querida, tu sabes que não devia...

Aproximei me mais dele, olhando ainda mais nos seus olhos com as pontas dos nossos narizes quase a tocar. Consegui sentir o seu respirar e o bater constante e sonoro do coração dele. Ele passou os seus braços firmes pelos meus ombros aconchegando-me.

- Tu sabes bem como ser persuasiva - Afirmou ele com um meio sorriso no rosto.

As suas mãos desceram para a minha cintura, entrelacei as minhas nas dele, puxando-o para o sofá. Ele sentou-se e puxou-me para o seu colo. Ele parecia ter sido feito a minha medida, era o lugar mais confortável para mim, a pessoa que me fazia mais feliz, mais segura, mais confiante, mais mulher.

Aproximei-me dos seus lábios, olhando-os intensamente, com o meu polegar fiz o contorno deles. Naquele momento senti um desejo enorme de nunca mais abandonar o seu colo, tão forte que me fez derramar uma série de lágrimas quentes.

Senti um par de olhos, preocupados, pousados em mim. Olhei para ele e já sabia o que ele ia fazer, vinha, da parte dele, um monte de perguntas sobre o meu estado, então calei-o com um beijo apaixonado, quando me separei dos seus lábios doces disse simplesmente.

- Tenho medo de te perder e nunca mais ter momentos assim!

Disse olhando-o nos olhos, por isso vi a lágrima que surgiu no canto do seu olho, inclinei-me ainda mais sobre ele, como se fosse possível, e recolhi a sua lágrima salgada com os meus lábios quentes. 

Ele embalou-me nos seus baços fortes e ainda suaves, sussurrando-me que nada nos iria separar e que aquele sempre seria o meu lugar. Senti o meu corpo a ser invadido pela uma onda de calma que lentamente me levou a inconsciência.