— Eeer, deixa pra lá. Eu vou dormir, boa noite.

— Boa noite, Jujuba. — disse Marshall.

— Jujuba?

— Seu cabelo rosa, olhos rosa, pele rosada. Você parece mais uma jujuba rosa do que uma pessoa. — Corei, mas dei uma risada baixa.

Deitei na minha cama e comecei a dormir.

~^^~ Eu Te Amo, Idiota. ~^^~

5:00 da manhã, e meu celular me acorda com um “Do You Wanna Build a Snowman?”, mensagem da Íris. Sento-me na cama, pego minha bolsa, que está pendurada na cabeceira da cama, pego meu celular, e vejo a mensagem:

“A Marcy me contou, fala tudo AGORA!!!!”

Olhei para Marceline, aquela ingrata. Minha vontade foi de bater nela com um gato morto, até ele miar. Mas respirei fundo, contei até 10 e enviei uma resposta pra Íris.

“Te falo no intervalo ;)”

Ainda estava com vontade de estrangular aquela garota, mas respirei de novo, peguei o meu livro do “Maze Runner” e comecei a ler. Quando era 5:45, decidi á me aprontar para as aulas, então separei minhas roupas na cama, e fui tomar banho. Sai do banho, pus minha roupa, coloquei uma maquiagem básica, e então voltei para a cama, ainda eram 06h30min, então lembrei que ainda era quarta-feira, sendo, ainda era a “Semana das Pegadinhas”, abri minha caixa de maquiagem, peguei meu “Batom 24 horas”, e já ia passar na boca do Marshall, quando eu disse:

— Hm, melhor não. Vou passar depois, que tal... Na bochecha?

E comecei a lambuzar o Marshall de batom na cara, e, o melhor é que, são 24 Horas, sendo, vai ficar até amanhã, não vai sair, nem se ele lavar.

Ainda tinha 1 hora, então peguei meu celular e comecei a escutar “The Only Exception” do Paramore, então olhei para o Marshall e pensei:

— Por que você não sai da minha cabeça, idiota? — Fiquei o fitando até que meu despertador tocou, me fazendo voltar em si — Que tolice...

Desliguei o despertador, e, como ainda eram 7 horas, ainda teria quarenta minutos sem fazer absolutamente nada. Até que eu ouço um bocejo, e vejo uma juba negra levantando da cama de cima do beliche, é Marcela.

— Bom dia, Bela Adormecida.

— Bom dia... Hã, que horas são? — diz ela caindo na cama de novo.

— Bem, — Eu olho no despertador — 07h00min.

— Grande merda...

Passaram-se uns 5 minutos sem dizer absolutamente nada, Marceline ainda não havia saído do lugar e Marshall estava dormindo ainda.

— Ei, Marcela.

— O quê?

— Você falou daquilo pra Íris?

Ela sentou na cama e me olhou.

— Depende, o que seria “aquilo”?

A encarei, depois olhei pro chão, corada.

— Você sabe... Ontem á noite...

— Depende, isso seria uma coisa ruim?

— Claro que seria! — Eu gritei.

— Então, nesse caso, não. Não contei.

Voltei a encará-la, dessa vez com um olhar dizendo “Sério?”.

— Eu te odeio.

— Também te amo.

Ela finalmente levantou da cama e foi ao banheiro tomar banho, eu consegui ouvi-la cantar “Move” do Little Mix, então comecei a rir. Ouvi Marshall começar a rir também, olhei pro lado e falei:

— Tá acordado há quanto tempo?

— Tempo suficiente.

— Tempo suficiente pra que? — Arqueei uma sobrancelha.

— Para ouvir sua risada. — Disse ele. — Eu amo ela.

Eu deitei na cama, encarando o teto e bufei.

— Mas é a primeira vez que você ouve minha risada.

— Não é não.

— É sim. — Disse, me virando para ele. — Então, se não foi, quando foi a primeira vez que ouviu minha risada?

— Quando nos conhecemos. Você riu quando eu bati minha cabeça na porta.

Ao me lembrar dessa cena, comecei a rir de novo. Ele sorriu de lado, encarando o chão.

— Eu realmente amo sua risada.

Seus lindos olhos negros encontraram com os meus, fiquei os encarando por um bom tempo até que ouço Marcela me chamando dentro do banheiro:

— Bonnie, acho que acabei de acabar com um momento muito fofo de vocês dois, mas... Esqueci minha toalha em cima da escada do beliche.

Levantei da cama pra pegar a toalha, mas Marshall a pegou antes e deu-a para Marceline. Olhei o relógio, 7h35min, cinco minutos para a aula. Peguei minha mochila e fui para a sala de Física, mas antes falei para Marshall:

— Melhor lavar esse batom da sua cara.

— Esse o quê? — Ele disse espantado.

— Tchau, Marsh.

— BONNIE! — Ele gritou

Depois de duas aulas de Física, duas de Matemática e uma de Gramática, fomos para o intervalo. Peguei meu almoço e sentei numa mesa que estava a Íris e todas as suas amigas. Quando me sentei à mesa, Íris virou para mim e disse, batendo na mesa:

— Me conta agora! — Ela disse, dividindo o “agora” em sílabas.

— O quê?

— A coisa que você me falou que ia me contar.

— Eu não falei o que eu ia falar, exatamente. Eu disse que iria te falar, mas não falei o que. — Eu disse. — Então eu posso falar qualquer coisa.

— Ok, então. — Ela virou para Marcela. — Me conta você então.

— Bem, por onde começar? — Ela disse. — Vamos dizer, em poucas palavras, que eles quase se beijaram.

Íris gritou como uma fangirl quando o Justin Bieber lança uma música nova. E lá vieram todas as perguntas que você possa imaginar; “É sério?”, “Aonde?”, “Como?”, “Vocês se beijaram?”, e assim vai.

— Olha, ela falou “eles”, ela não citou nomes. — Eu disse. — Então, sendo assim, poderia se qualquer um. Poderia ser até meu lápis e minha borracha, eles fazem um belo casal.

Ela riu e depois me falou:

— Fala sério, não precisa ter vergonha. Até porque você e o Marshall são um casal nota onze numa escala de zero a dez.

— Eu o conheço há quatro dias!

— Então por que quase o beijou? — Ela disse.

— Por que quer saber?

— Por que, como eu já disse, vocês são um casal...

— Nota onze numa escala de um há dez. — Eu disse a interrompendo.

— Exatamente.

“Olá Diário!

Hoje realmente não ganharia uma nota onze (numa escala de zero há dez). E sabe por quê?

A resposta é simples, porque Íris ta me mandando SMS toda hora falando que eu e o Marshall somos o casal perfeito. Realmente Diário você acha isso?

Ótimo, agora estou começando a perguntar coisas para este caderno estúpido. Eu realmente deveria ir a um psicólogo.

Bem, hoje Marshall me falou que ama minha risada. Não sei por que, já que minha risada parece uma capivara parindo gêmeos. Ontem eu falei que seria a última vez que eu escreveria aqui, mas meio que eu não consegui dormir e pensei em escrever aqui.

O QUE NÃO FAZ O MENOR SENTIDO! Não sou escritora, quero ser médica, escrever não deveria ser um hobby. Esse caderno deve ter alguma magia negra, já que não consegui passar um dia sem escrever nele.

Outra coisa: Eu descobri que Marshall lê esse caderno toda noite, então faz menos sentido ainda escrever aqui. Marshall, se estiver lendo, vá para o inferno.

Então, continuando. Uma coisa que não te contei ontem; ganhei um novo apelido, Jujuba. Pois Marshall acha que eu pareço mais uma jujuba rosa do que uma pessoa de verdade.

O que eu concordo.

São duas horas da manhã, Diário. Eu seriamente deveria estar dormindo agora.

Então tchau, Diário!”

Guardei o caderno em minha bolsa, deitei em minha cama e comecei a dormir.