“Fique com ela!”, esbravejou a mulher com um beber no colo.

O homem à frente dela, ao lado de sua esposa, totalmente assustado negou. “Não posso, quer dizer... Você é a mãe dela!”

A mulher com o bebê queria desabar no chão e chorar, mas por tudo que ela passou – perseguições de monstros e de outros seres – ela decidiu entregar a filha. Era tudo que ela podia fazer. Ela não conseguiria conviver com o fato de que a filha poderia morrer a qualquer momento. Seria o único jeito fácil.

“Ela vai morrer se ficar comigo! Eles... Eles estão atrás dela. Por favor, cuidem dela como se fosse uma pessoa normal!”, ela implorou enquanto se ajoelhava. “Por favor, ela é tudo que eu tenho.”

Eles estavam em um beco deserto em Nova York e o tempo estava nublado e ameaçava a chover. Eles não podiam deixar aquela moça e o bebê ali na chuva e fugindo de monstros.

A esposa do homem se ajoelhou para a mulher.

“Tem certeza?”, ela perguntou.

A mulher com o bebê ergueu o rosto e assentiu.

“Por favor. É tudo o que eu peço. Não conte a ela sobre mim e seu pai”, a mulher tentou não chorar. “Se ela souber mais monstros irão persegui-la. Eu não aguentaria vê-la morrer. Por favor, Elizabeth... Cuide-a!”

O esposo fechou os olhos e suspirou. Assim que os abriu, disse:

“Ok, prometemos que ela não saberá de nada.”

A mulher com o bebê sorriu. O sorriso dela era de alívio. Ao saber que a menina teria uma chance de levar uma vida normal, para ela nada podia ser melhor. Deu um último beijo na testa do bebê que dormia enrolada em um lençol rosa, e a entregou a Elizabeth.

“Por favor…” a mulher disse. “Eu ficarei muito agradecida.”

Elizabeth envolveu a bebê nos braços e olhou para o rosto de porcelana da menina que tinha pouco cabelo ainda – já que a bebê só tinha alguns meses –, mas eram negros que quando crescessem, ficariam da cor das asas de um corvo.

O marido de Elizabeth se ajoelhou ao lado da esposa e pôs uma mão no ombro dela. Eles não podiam ter filhos, Elizabeth era estéril. Aquilo era um grande presente, na verdade, o melhor presente que eles poderiam receber. Mas ela tinha a mãe verdadeira e que estava viva. Como um homem que gostaria de ser pai, não queria tirar uma criança dos braços da mãe, mesmo que seja para o bem dela.

Ele ajudou Elizabeth a se levantar e logo depois, a mãe verdadeira do bebê.

“Eu prometo que não intervirei na sua vida”, a mulher disse limpando as lágrimas.

Ela deu um sorriso tão lindo que Elizabeth e o marido realmente sentiram que o que ela fazia era pelo amor de mãe. “Eu só quero que ela viva.”

“E ela vai”, Elizabeth disse com um grande sorriso.