Que Droga, Cas! escrita por Tribitch


Capítulo 13
Badaladas, Escuridão e Luz


Notas iniciais do capítulo

NOTCHAS INICIALES!!! Ay Caramba! Meu espanhol é foda!
Para quem achou que o Sam ainda é caçador: Você errou. Errou feio, errou rude.
Tem um pequena história por trás(sem atropelar cachorros), não escrevi aqui pois é Destiel... então... Se eu conseguir encaixar no epílogo, eu coloco(Já até pensei em como, escrevendo esse parentese). Mas ele não parou junto com o Dean. ele ficou na estrada por mais um tempão até aquilo que irei contar, acontecer.
Meu Word bugou gostoso, não sei como e por que, mas o vinhado mudou palavras de lugar, uma zoeira só. E tive eu que corrigir. Mas minha dislexia não deixou eu corrigir 100%, pois eu já li do jeito que está na minha mente... Sinto muito se nasci bugadão.



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Dean sentia os primeiros raios de sol acordando-o. Junto havia uma gélida brisa que soprava em sua direção, fazendo seu rosto arder de frio. Não sabia que horas eram exatamente, mas sabia que dormira a madrugada toda ao lado de Castiel no balanço. Ao tentar levantar sem ‘’acordar’’ Castiel, percebeu que suas costas doíam. Ele estava ficando velho. E um balanço de madeira era um verdadeiro adversário.

Dirigiu-se até a sala, onde a TV ainda estava ligada em estáticas, em seguida para a cozinha para programar a cafeteira antes de chamar seu namorado para irem dormir na cama. Recostou-se no balcão da pia e passou a fitar o chão por alguns segundos. Em sua mente, passava a ideia de que daqui algumas horas, Castiel não seria mais um anjo. Daqui algumas horas, eles seriam apenas dois caras que moram juntos e seguem uma vida normal(e segura). ‘’ Isso se Castiel sobreviver... ’’ forçou a si mesmo a parar de pensar nisso. Ele iria sobreviver, Morte assegurou.

— Cas? Ei, vamos? — Castiel despertou de súbito, quase como se tivesse levado um susto.

— Pra onde?

— Pra cama.

— Dean, eu não estou interessado em sexo. Não agora...

— Depois eu sou o tarado! Eu disse cama, dormir. Não sei se você percebeu, mas estamos dormindo na varanda. — Castiel olhou em volta e percebeu que de fato estava deitado fora da casa, a mercê do frio. Depois foi a hora das lembranças da noite anterior invadir sua mente. O motivo por ele ter vindo aqui. E as anteriores também.

— Okay... Vamos.

Já na cama, Dean envolveu Castiel, aconchegando-o em seu peito. Castiel podia sentir o subir e descer do peito de Dean. O movimento calmo e tranquilizador que seu namorado fazia ao respirar. Se concentrando nesse movimento e deixando as más lembranças de lado, pode aproveitar as horas que se passaram até o loiro despertar de novo.

O sol já estava a pino fora das paredes que abrigavam o casal mais improvável do mundo. A brisa gélida de outrora fora substituída pelo calor quase insuportável. Calor que faria qualquer um atravessar uma rua cheia de carros só para entrar em uma loja com ar-condicionado.

Dean despertava lentamente em sua cama. Mesmo tendo largado a vida de caçador para trás, esses últimos dias tem sido cansativos para ele. Quando se passa uma vida inteira correndo, pulando e brigando com monstros, seu corpo fica firme e resistente. Mas nada que quase 4 anos de sedentarismo não arruíne. Se pedissem para Dean correr atrás de um metamorfo, com certeza o monstro levaria uma enorme vantagem. Até iria rir da cara do caçador, que provavelmente estaria sentado, quase enfartando.

Levantou e foi ao banheiro. Saindo de lá, desperta Castiel.

— Ei, Castiel? O café está pronto. — igual há todos os dias que Dean fazia esse ritual matutino, Castiel se sentiu meio zonzo e com os pensamentos nublados. Dean sabia que toda vez que iam para cama, seu parceiro viajava entre lembranças e expectativas, e que isso acabava com ele. Dean já havia pedido para ele deixar o mesmo dormir sozinho, assim o anjo não teria que acordar todo dia de manhã com dor de cabeça e pensamentos confusos. Mas Castiel era relutante. Dizia que não deixaria Dean dormir sozinho, mesmo que isso custasse umas pontadas pela manhã. Era o que os humanos faziam e era o que ele iria fazer.

— Dean... Eu já disse que não como.

— Você acha que depois de todo esse tempo, eu vou parar agora? — Castiel sorriu. Com os lábios e com os olhos.

Seguiram para a cozinha, onde o cheiro de café invadia as narinas. ­mesmo com todo o calor, Dean não abria mão de seu café. Era uma lembrança vaga e ao mesmo tempo profunda dos tempos em que rodava o país ao lado de seu irmão.

Irmão que já estava fazendo uma enorme falta na vida de Dean. Ele sabia que Sam agora estava tocando sua vida assim como ele. Mas depois de uma vida inteira ao seu lado... Não é fácil de esquecer. Dean nunca compartilhou isso com ninguém, mas, quando veio para Fairfield, logo pela manhã, ele sentia falta de duas pessoas. A primeira era Castiel. Não eram bem saudades, era mais preocupação se ele estava vivo ou não. Mas a segunda pessoa era Sam. Acostumado a acordar ao lado do mais novo em algum motel barato ou no banco do Impala, era difícil ver que acordara sozinho. O que significava que ele havia ido dormir sozinho. Mas ele sabia que ele não estava ali por um bom motivo, ao contrario de Castiel, ele estava em algum lugar seguindo sua vida do jeito que sempre quis. Mesmo tendo algumas cicatrizes aqui e ali. Cicatrizes emocionais.

Então sorria e saia pela porta em direção ao trabalho.

Sorria por ter largado a vida que no fundo, sempre odiou. Sorria por Sam. Ver seu irmãozinho continuar a viver... Dean não admitiria isso, mas não importa o quanto tempo passe, Sam sempre seria seu irmãozinho mais novo. Ele sempre sentiria a necessidade de estar ali quando Sam precisasse. Sempre será trabalho de Dean garantir que ele cresça bem. Que ele viva.

Mas esse sorriso era substituído por lágrimas à noite. O culpado? Um anjo de sobretudo.

— Faz quanto tempo que o Sam não aparece aqui mesmo? — Perguntou a Castiel, que estava sentado em umas das cadeiras à mesa. Estava finalmente sentindo a dor de cabeça indo embora.

— Dez meses. Por quê?

— Nada demais...

— Sente saudades dele não é?

— Já faz muito tempo que não o vejo. Telefone dá pro gasto, mas... Você sabe.

— Convide-o para a Ação de Graças. É uma ótima data para juntar a família envolta de uma mesa e comer um peru assado acompanhado de um delicioso suflê de pêssego.

— Andou assistindo o canal de culinária de novo não é? — Castiel riu.

— Eles fazem um ótimo suflê.

— Você não come!

­— Mas a apresentadora diz que é então confio nela. — Esse era um dos momentos em que Dean se surpreendia como quão próximos os dois se tornaram. Fazem piadas pessoais. Riam um com o outro de momentos bobos do dia-a-dia. Castiel já estava tão gravado a sua vida, que era impossível para Dean, vê-la sem ele.

— Dean... — A mudança de humor na voz de Castiel era notória. Dean ao perceber deixou o sorriso vacilar.

— Qual o problema Cas?

— Eu estou com medo. — Castiel disse de prontidão. Ao contrario de Dean, Castiel não via problemas em dividir os sentimentos. Já Dean, quanto menos se falar de sentimentos, melhor.

— Cas... Morte garantiu que não correrá nenhum perigo. Você se tornará um humano normal. Eu até prometo se você quiser.

— É exatamente isso que tenho medo. Nos meus ‘’sonhos’’, eu vejo Lúcifer. Ele se rebelou contra o Céu e olha onde ele está... De alguma forma, eu me sinto igual a ele. Largando minha verdadeira natureza... Não me leve a mal, mas eu sou um anjo. É difícil pra eu processar isso.

— Você não é como Lúcifer. Você não está fazendo mal a ninguém. Eu sempre lhe digo que se quiser desistir, eu entenderei e te apoiarei. Eu sempre vou... — Um segundo para convencer a si mesmo a dizer isso— te amar. Anjo ou humano. E eu irei estar lá. Com você. — Castiel pensava em algo pra responder, quando foi interrompido por Dean.

­— Não precisa responder okay? Quando Morte chegar, você diz se vai se tornar um humano ou continuará um anjo. Até lá a gente pode ficar vendo TV. Tudo bem pra você? — Castiel concordou com uma aceno de cabeça.

O relógio badalava marcando que eram 18h30 da noite. E junto ao som do relógio, ouve-se batidas na porta.

Dean levantou de supetão, já sabendo quem era. Mas surpreso por ele bater ao invés de aparecer do nada sentado na cadeira da cozinha.

Morte entrou sem dizer nada, e continuou assim até chegar à mesa da cozinha, porem permanecendo em pé ao seu lado. E disse:

— Castiel? Posso afirmar que já tem uma resposta? — o anjo trincou o maxilar, deu um passo a frente, como se quisesse afrontar Morte e dizer a ele que não estava nem um pouco com medo. Mesmo isso não sendo muita verdade...

— Sim. A minha resposta é sim. Eu quero me tornar um humano.

— Que ótimo. Mas e quanto ao Jimmy? — Dean sabia que ouvira esse nome em algum lugar há muito tempo. Mas não associava o nome à situação.

— O que tem ele? — aparentemente Castiel ainda lembrava-se dele.

— O que pretende fazer com a alma dele? — Castiel ficou confuso com as palavras de Morte a ele. — Não me diga que acha que ele está morto?

— Mas eu não consigo mais senti-lo... Pensei que já tivesse partido há muito tempo. — Mais uma vez a cabeça de Castiel girava.

— Alguém pode me dizer quem é Jimmy?

­—Eu. Bem, minha atual casca. — Não era só Castiel que achava que o homem tinha partido. Para Dean, ele havia deixado de viver entre uma luta e outra que sua casca foi obrigada a estar por causa de Castiel. Não fazia a menor ideia de que ele ainda podia estar vivo.

— Mas ele... Eu não o sinto. Há anos!

— Depois de muito tempo suportando dividir uma casca com um anjo, que opção ele tinha a não ser se encolher ai dentro? É como colocar um elefante e um rato numa pequena caixa de sapato. Não tem como duas almas dividirem o mesmo corpo. Não por uma vida inteira. Vocês terão que escolher entre deixar Jimmy ser ceifado ou Castiel arrumar outra casca. — A calma na voz do Cavaleiro era irritante. Ao contrário dos outros dois que falavam cada silaba em um tom diferente, Morte sempre assumia um tom calmo e com tedio na voz. Era como um pai que, pela milésima vez, explica algo ao filho, para minutos depois ele retornar e fazer a mesma pergunta.

— Então para Castiel viver, ele tem que morrer? É isso que você está me dizendo? — Os nervos de Dean começaram a aflorar.

— Se é que ele teria uma vida se saísse desse aperto ai dentro. Coisas horríveis aconteceram não só na vida desse homem. Como na das pessoas que ele amava.

— O que quer dizer com isso?

— Castiel, se importaria de deixar essa casca por um breve momento? Obrigado. — Num estalar de dedos, uma fumaça branca saiu da boca do receptáculo de Castiel. Como um demônio deixando um corpo, mas ao invés de fumaça negra, havia uma bonita luz prateada. O corpo que Castiel habitava há poucos segundos, caiu no chão com o baque de 80 kg no chão de madeira. Aos poucos o corpo ia se mexendo e fazendo grunhidos baixos de dor.

Dean estava pasmo em ver o corpo de seu namorado no chão estirado, mas sem seu namorado dentro. O que diabos Morte fez com ele?

— O que você fez? — Bradou Dean a Morte.

— O que precisa ser feito.

— Matando Castiel?

— Não seja tolo. Eu não o matei. Apenas o expulsei do corpo por um tempo. Ele voltará. Se Jimmy permitir é claro. — Dean queria socar o velho de terno preto até a morte. Como ele conseguia ficar calmo com tudo isso? Ou melhor, como ele não podia fingir pelo menos um pouco de complacência na voz. Podia fingir um sorriso triste ou um suspiro de pesar. Já estaria ótimo.

— Me escute Jimmy. — o Cavaleiro falava em direção ao homem no chão, que com custo conseguira se virar e sentar. — Como se sente? — Dean suspeitava que ele não ligava à mínima.

— Como se estivesse dormido séculos. O que aconteceu comigo?

­­— Eu lhe mostrarei. — Mais um estalar de dedos de Morte e Dean se encontrava dentro de um redemoinho de imagens, sentindo flutuar entre elas. E antes que pudesse distinguir qualquer uma delas, batera com os pés no chão firme novamente.

Quando sua visão voltara ao normal e pode assimilar direito, viu que não estava mais em sua casa. Não estava nem se quer dentro de uma.

O lugar estava mal iluminado, mas podia se ver arvores aqui e ali, com uma vasta visão de grama verde que se estendia por tudo ali. O céu estrelado e com a luz do luar, revelou pequenos quadrados cinza no chão, que pareciam refletir o brilho da luz quase como um espelho. Precisou se concentrar mais para perceber que as arvores ao redor, junto com a grama verde e os pequenos quadrados no chão, pertenciam a algum cemitério em algum lugar.

Morte o trouxera para um cemitério.

Dean olhou em volta e não localizou nenhum deles. Nem Jimmy nem Morte. Com seus pensamentos ainda embaralhados pela viagem com Morte, no estilo tele transporte, também o deixara com enjoo. Entretanto, continuou a olhar em volta na busca por alguma silhueta difusa na escuridão.

Pessoas normais teriam medo em visitar um cemitério à noite, pois estava completamente escuro o lugar e por ser um cemitério. O que era irônico. Fantasmas não assombravam cemitérios. Ali é um lugar de descanso para milhares de almas. Fantasmas preferem casas, fabricas ou até mesmo ruas. Mas cemitério mesmo...

Com os pensamentos quase cem por cento no lugar e com a visão já acostumada com o breu, Dean pode vislumbrar duas silhuetas ao longe, perto de uma daquelas ‘’casinhas’’ onde guardavam antigos soldados mortos, que Dean esquecera o nome. Seguiu em direção a eles, tomando cuidado para não tropeçar.

Na medida em que ia chegando mais próximo deles, podia ouvir fragmentos da conversa. Escutara algo como ‘’Eles as pegaram dois dias depois de sua ida’’, depois ‘’Não foi culpa deles’’ entre outros pequenos.

Quando finalmente chegou ao lado dos dois, pode ouvir a proposta final da Morte.

— Não resta mais ninguém para você aqui Jimmy. Você será infeliz e amargurado ao longo dos anos. Eu posso lhe assegurar que pra onde vai, as verá. — Jimmy que estava sentado na frente de uma lapide cinza com escritas nela, mas pela luminosidade era impossível ler. Mas Dean fazia ideia de quem podia ser. Depois da ultima frase do Cavaleiro e mais os fragmentos de conversa minutos atrás, podia entender o que havia acontecido. Jimmy não tinha mais a mulher nem a filha. Ambas foram mortas dias depois de sua partida...

— Eu não estava lá para protegê-las. Eu não devia ter as deixado partirem... É tudo minha culpa! ­— ‘’Não, não é! É minha culpa’’ era isso que Dean queria dizer, mas não conseguiu. Dizer aquilo e naquele momento não iria ajudar em nada. Mas fora ele que aconselhou Jimmy a deixar sua esposa e filha seguirem para longe. Por culpa dele ele as perdera.

— Lamentar não vai trazê-las de volta. Você pode passar uma eternidade num lugar melhor, com elas. Ou, passar o resto de sua vida com essa sensação dentro de você. — Jimmy passou os dedos na pedra fria da lapide a sua frente, acompanhando a escrita de seus nomes, já nem segurava o choro mais. Lágrimas e soluços brotavam do fundo de sua alma.

— Eu topo... Eu topo. — Jimmy respondeu pouco decidido.

— Só precisa prometer mais uma coisa. Que seu corpo possa ser usado como receptáculo pelo anjo Castiel.

— Esse corpo não vale nada mesmo... Assim como ele.

— Pois bem — Morte ergueu a mão no ar, fazendo um semicírculo no ar e pronunciou algumas palavras que Dean não sabia que língua era. Uma fina cordinha de luz branca saiu de sua boca, tranquilamente, ao contrario da violenta saída de um demônio. E foi se elevando ao céu, como se fosse soprada por uma leve brisa, até sumir de vista.

Dean já estava em sua casa antes mesmo de perceber. E o efeito redemoinho veio logo em seguida. Mas dessa vez menos agressivo.

No chão havia o corpo de Jimmy. Vazio. Sem alma ou anjo dentro. Parecia um fantoche sem uma mão para controla-lo por dentro.

— Castiel, está na hora. — Morte falou olhando para frente como se Castiel estivesse ali parado. Uma rachada de vento entrou pela janela, trazendo a luz branca de novo que se pôs a possuir o homem desfalecido no chão. Castiel estava de volta.

— O que vocês fizeram com ele? — Ele disse olhando para si mesmo, como se estivesse observando os detalhes da roupa nova. Dean explicou o que pode e o que sabia a ele.

— Então eu não só matei a sua filha e esposa, como ele também? — Isso só o fazia querer desistir mais ainda. Não queria ter que matar um homem só para se tornar humano.

— Você o poupou Castiel. Pôde dar um final para ele. Ele merecia um descanso finalmente.

— Não é bem isso Castiel... Você não é culpado por tudo. A culpa é uma vadia, não a deixe tomar conta de você. Acredite em mim, eu sei muito bem como é.

— Bela frase Senhor Winchester, mas está na hora. Você está pronto Castiel?


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Notas finais do capítulo

VOCÊS TEM DEDOS DE SALSICHAS GORDAS
E como vocês esqueceram do Jimmy?
~~~~~~SPOILER(da nona temporada, não muito forte, mas...)~~~~~~~
Para aqueles que dizem que ele levou uma facada antes de ser possuído pelo anjo: Vocês já assistiram o ep em que Gadreel possuí Sam e o cura? Aconteceu o mesmo com Jimmy. Ele não está morto... pelo menos não estava.