Dean caminhava pela aquela floresta sombria, mesmo essa palavra sendo clichê, ela realmente era sombria, parecia que as cores se desvaiam do lugar. Como se ali tudo tivesse o aspecto de doente. Plantas eram menos verdes, as arvores tinham tons mais escuros de marrom e o céu, bem... Sabe-se lá se aquilo era realmente um céu de verdade. Pelo menos ele não estava sozinho, tinha a companhia de um anjo já conhecido e a mais recente companhia de um vampiro. Dean Winchester com um vampiro no encalço? E ele ainda continuava com a cabeça no lugar? Milagres do Purgatório. O nome dele era Benny, um chupa-sangue que se mostrou ser legal, ajudando-os a fugir daquele lugar, mesmo dizendo que com a companhia do amigo angelical de Dean seria muito difícil sobreviver a cada dez metros. Benny afirmava que Castiel era um farol, holofote, atraindo monstros a eles como moscas numa lâmpada. Dean tentava ver no melhor ângulo possível. Com a ajuda de um anjo e um vampiro, conseguiriam sair dali inteiros, com vida pelo menos. Fora a ajuda de Sam, que com certeza estava revirando o mundo à procura de Dean. Era isso que ele pensava.

Dean caminhava com os ouvidos atentos a qualquer movimento, já que a falta de luz atrapalhava muito as coisas. Como no dia em que caíra aqui com seu amigo de sobretudo, estava escuro. Não se via nada a um metro à frente. Realmente dependiam da audição para sobreviver a aquele lugar, ou como Dean apelidou: Umbigo de Deus. ’’ Se ele quisesse que ninguém encontrasse aquele lugar, devia ter escondido melhor e vetado a entrada de qualquer coisa que não fosse um monstro, como um anjo e um humano! Esse lugar com certeza fora mal projetado!’’

– Cass – sussurrou. – ouviu esse barulho?

– Sim. – devolveu o sussurro. Eles se prepararam para qualquer ataque possível. Em vão. Ninguém os atacou. Decidiram continuar andando, era bom mudar o holofote de lugar.

Passaram horas andando até finalmente clarear, clarear no estilo Purgatório. Ao contrario de Castiel, Dean estava exausto, precisava dormir mesmo que alguns minutos.

– Ouça Castiel, eu preciso dormir ou eu desmaio no meio da luta. Apareceu algum monstro, nem hesite, ataque e corte logo a cabeça! Se for, eu disse se for preciso me acorde, okay?

– Okay Dean. Eu cuidarei de você.

– Não diga desse jei... Esquece. - Ele se ajeitou num lugar mais plano e dormiu. Como uma pedra. Acordou ainda estava de dia. E Cass estava de pé ao lado dele.

– Me diga que você não estava me olhando dormir? – Dean disse levantando como podia. Suas costas, pernas e braços doíam. Afinal, dormir no chão do Umbigo de Deus não era nada luxuoso. Castiel continuou a encarar Dean com seus olhos azuis sem responder a pergunta feita.

– Cass, eu já disse que isso é assustador. – Ele fingiu um arrepio.

– Desculpa, mas não tinha o que fazer. Não apareceu um monstro desde que você dormiu.

– Da próxima vá caçar uns bichinhos por ai, não sei! Espera, você disse que nenhum monstro apareceu?

– Sim Dean, nenhum. – Ele ficou surpreso. Nenhum! Ao contrario do dia anterior que a cada dez metros um monstro idiota vinha. Talvez estivessem concentrados em outra coisa. Era melhor pensar assim concluiu ele.

– Então vamos continuar a procurar uma saída daqui.

– Mas Dean, e esse não existir uma?

– Olha Castiel, sempre tem uma saída. Sempre. Não é porque quem fez isso seja Deus que esteja 100% a provas de fugas ok? Do inferno escapam milhares de coisas, aqui não pode ser diferente! – Castiel concordou com o loiro apenas para não desmotiva-lo ainda mais. Por ele, os dois achariam um lugar menos perigoso e passariam o resto da vida. Lutando contra todos os monstros desse lugar que não era digno de um anjo e um humano. Mas o dever dele era proteger Dean, não só proteger, mas como cuidar também. Mesmo ele não intendendo muito bem o porquê que o loiro ficava com raiva dele quando dizia isso em voz alta.

– Vamos continuar andando antes que anoiteça de novo. – andaram por mais algumas horas. Até uma parte mais baixa do lugar, onde passava um pequeno riacho. Que por incrível que pareça, era normal. Pelo menos parecia normal. Dean, ao contrario de seu amigo com asas, precisava de água de vez em quando. Se arriscou a abaixar e beber um pouco. ‘’pelo menos a agua é agua por aqui!’’

– Olha o que o gato trouxe para a casa... – uma voz diferente da de Cass falou logo atrás de Dean. O mesmo se virou e sacou sua espada/osso e esperou pelo ataque. O que falou, ou melhor, quem falou aquilo, era um homem do tamanho de Dean. Tinha barba e usava um chapéu estranho, talvez uma boina.

– O que você quer?

– Só queria avisar que está vindo uma porção de coisas que você não conseguirá matar sozinho. -Falou ele debochado.

– Não estou sozinho, eu tenho o meu amigo Castiel... Mas cadê aquele filho da mãe? – ele havia sumido, sem nem comunicar com ele.

– Olha aqui sua aberração, se você fez alguma coisa com o Castiel eu vou...

– Eu não fiz nada com o seu namoradinho. - ’’Até aqui dizem isso?’’

– Se você quer ajuda, eu estou aqui.

– E como irei confiar num ser que esta aqui embaixo? – o homem riu sarcasticamente.

– Digo o mesmo.

– Eu sou humano pelo menos, e o que você é? Algum lobisomem imundo? Um metamorfo?

– Quase, um vampiro. E sugiro que aceite minha ajuda logo. Eles estão vindo. – Dean não iria aceitar a ajuda, pois ele podia estar mentindo sobre algo estar vindo e querer apenas se alimentar e usar o seu crânio como penico. Porem desde que veio aqui, era o primeiro ser a oferecer ajuda. Iria aceitar a ‘ajuda’ e resolveu que se ele tentar fazer uma gracinha cortaria sua cabeça fora sem ao menos hesitar.

– Benny.

– Dean.