Middle Gods escrita por Bewitching24


Capítulo 2
Uke desconhecido, morcego mortifero e leão gigante!


Notas iniciais do capítulo

Oie pessoas lindas, vai ai meu (legitimo) primeiro capitulo. Essa e a minha escrita de verdade. Tomará que vocês gostem!! Comentem para me deixar feliz! (ou não).



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Dias atuais

Estava em um sono profundo, quando de repente um som agudo de uma guitarra elétrica me acordou, era o celular que eu tinha ganhado ontem (“Katarine você não acha que ganhou um celular tarde de mais”. Acho sim, mas isso ai você discute com a minha mãe) me avisando que se eu não levantasse em quinze minutos eu perderia a carona dela.

O sono foi mais forte do que o volume da musica. Quando eu acordei faltavam três minutos para minha mãe sair:

—Puta que pariu, não vai dar tempo. — Levantei da cama correndo, fui ao guarda roupa, peguei uma das minhas varias blusas pretas, um short Black Jeans, uma meia calça rasgada a minha bota e minha jaqueta de couro larga.

Fui para o banheiro e me olhei no espelho, uma menina de cabelos castanhos escuros e embaraçado e olhos grandes um pouco puxados para cima da mesma cor com a pele clara. Deduzi que a menina era a minha pessoa (ela usava o mesmo colar artesanal com ametista que eu tinha encontrado em minha casa, mas como ninguém sabia de quem era, fiquei para mim), “O que os meninos veem em mim? Só sei que sou bonita porque eles me cobiçam muito, talvez seja a minha bunda... e com toda certeza e a minha bunda”. Lavei o meu rosto escovei os dentes e peguei uma banana da fruteira para tomar de café da manha. “Merda, minha mochila e meu celular ficaram para trás”. Voltei no meu quarto e peguei os dois.

Desci a escada e passei por dento da padaria (eu morava em uma sobre loja). Desci o morro lateral onde ficava a garagem. ISSO, o Ford Ka vermelho com batidas e amassados na lateral da minha mãe ainda estava lá:

— Bom dia mamãe.

— Entra filha, e já estou atrasada? Você penteou o cabelo? Lembra que a ideia de você ter esse celular não e só entretenimento, e para te dar responsabilidades... —Minha mãe era baixinha, gordinha e chatinha. Eu não parecia nada com ela, ela era mestra e educação matemática, toda certinha, cabelos extremamente cacheados. E imagine só? Eu tinha repetido um ano em matemática!!!

Ela era a pessoa que eu mais amava, e a pessoa mais compressiva apesar de tudo.

A propósito, eu só Katarine Meyer.

Tenho catorze anos de idade e nasci e cresci em Minas em uma família de classe media que se baseava em: minha mãe, eu, minha vó e meu gato. Meu pai, ou como eu gosto de chamar, “doador de sêmen” vinha uma vez por ano, comprava um livro e via um filme comigo e ia embora para uma cidadezinha fudida que não tem nem cinema.

Estudo em uma escola alternativa que e do outro lado da cidade. Por que uma escola alternativa? Por que eu tenho TDAH e minha inquietude não e muito bem vista pelo resto do planeta.

Cheguei à escola avistei Alicia, uma menina alta e magra com a pele pálida e o cabelo preto enrolado nas pontas, seus grandes olhos verdes me avistaram. Ela era tímida (com as pessoas que ela não conhecia) e ficava vermelha facilmente.

Seria um ótimo alvo para as meninas da minha escola que pagavam de “sexo, drogas e rock n roll”, mas eu defendia muito as minhas amigas, então elas não mexiam muito comigo, nem com elas.

Eu cheguei perto da Ali:

— Ei branquela!!! — ela esta sentada em uma das mesas da cantina, a que ficava na frente da quadra, desenhava alguma coisa no seu caderno.

— Oie Kat.

—E ai como ta a vida?

— Com essa vista, esta ótima.

Olhei para quadra, alguns dos meninos do ensino médio estavam jogando futebol sem camisa.

— Humm, que vista em. — Eu virei à cabeça e encarei a arquibancada, um menino que eu nunca tinha visto antes com o cabelo preto e liso, uma touca preta e uma calça jeans boca de sino. — Ali, quem e aquele.

— Drrr e o Uke, né amor?

— O nome dele e Uke? Hahahahahah, mentira.

— Kat, você ta com amnésia. Ele ta aqui na escola desde Fevereiro. O nome dele e Jace, ele veio de Nova Iorque o chamamos de uke porque ele e magrelo e não parece ser seme. Mas e... Decepções da vida.

— Hamm— Nunca tinha visto a peça, mas estamos no final de agosto e se ele entrou em Fevereiro e eu não me lembrava dele, meu problema e mais grave que pensava.

O sino tocou.

— Hora de subirmos para sala.

As mesas retangulares com quatro cadeiras cada uma. Sentei-me à mesa perto da janela, ao lado de Ali, minha outra amiga Laura e o tal de Uke. Que conversava comigo como se fossemos grandes amigos. Primeiro horário de aula e historia. Peguei o livro e comecei a fazer a coisa mais divertida. Ler.

Ok ok era historia, mas eu gostava, o texto falava da primeira guerra mundial e as causas. E um trabalho de respostas em grupo, então eu teria que esperar o resto do povo lerdo ler. Enquanto isso eu fiquei olhando a janela.

Vi uma gaivota que estava vindo em minha direção, quando mais chegava perto mais a ave crescia e eu via que não era uma gaivota. As asas eram negras e viscosas como de um morcego, ela pousou em uma árvore próxima, e eu não sabia distinguir mais o que ela era:

— Seu cheiro e enjoativo como uma filha de Afrodite, mas tem também tem o cheiro da maresia de Poseidon. — A voz não era humana, era esganiçada e o seu som doía os ouvidos.

Eu estava louca ou um morcego gigante estava conversando comigo?

— Vai ser ótimo te matar, com seu irmão eu falhei, mas você esta desprotegida. Minha senhora terá tanto orgulho de mim. — A criatura abriu as asas e mostrou seus dentes afiados. Ela iria levantar voo e eu estava pasma de mais para reagir

Quando ela levantou o voo em minha direção uma coisa realmente incrível aconteceu, uma coisa parecida com um leão de três metros de altura empurrou o morcego para baixo.

Dei um grito estrondoso sem pensar no que meus colegas de classe iam pensar, ajoelhei na cadeira para poder ver melhor o que estava acontecendo no pátio que devia estar uns vinte metros abaixo de mim. E vi: que sim, era um leão e alem de enorme tinha duas asas grandes e brancas, e ele estava atacando o morcego. Então o leão deu o golpe final, uma patada na garganta do grande morcego, a criatura se converteu em pó. O leão então levantou o voo e sumiu.

Então eu desmoronei aliviadamente na cadeira. Uke era o único que olhava pra mim:

— Porque você gritou? — As outras pessoas não pareceram notar, mas ele me olhava com uma cara de preocupação.

Eu tinha que pensar em alguma resposta plausível cientificamente. Se não, me tirariam de uma escola alternativa e me mandariam direto para o manicômio!

Eu era conhecida como “a rainha do improviso” (apelido que ganhei por sempre ser pego fazendo algo de errado de surpresa pelos professores, e sempre arranjar uma resposta que me livrava do castigo), tinha que pensar em algo. Certo? Certo:

— Eu pensei ter visto uma barata voadora desse tamanho — abri bem os braços para sinalizar o porte da barata. — Mas era apenas uma folha grande.

— Uke você sabe como ela e exagerada. — Disse Alicia

— Claro, claro. — Disse ele depressa, ficando vermelho por conta de nervosismo.

Aquele garoto era estranho, ele andava esquizito, e seus dois dentes da frente eram mais pra frente do que deveriam.

***

Depois daquele episodio, minha cabeça começou a palpitar. Eu realmente gostava controlar as coisas que estavam em meu redor, sabia de todos os meninos que queriam ficar comigo, sabia de cor quem fingia que gostava de mim, conseguia decifrar o sentimento das pessoas apenas pela postura delas. E agora estava tudo fora do controle, eu pensava em base de fatos, e fato nenhum explicava o que eu acabei de ver. E isso me assustava.

Duas aulas de pura dor de cabeça se passaram e o intervalo finalmente chegou. Eu não gostava de comer nessa hora da manha então eu fui para o “pufão”, uma sala que tinha um pufe enorme, no recreio todo mundo saia correndo para conseguir um lugar nele, e no final ficávamos todos amontoados encima um do outro.

Eu fui a primeira a entrar na sala do pufão. E quatro patricinhas da minha escola (garotas “Sexo, drogas e rock n roll”) estavam ocupando todo o espaço de um pufe que cabiam trinta e tantas pessoas. Gabriele Neves uma loira tingida que estava usando um short com suspensório e um top preto levantou e chegou bem perto de mim:

— E então membro da rale! Esta feliz com a nossa visitinha? — As outras três amigas dela deram uma risada esganiçada.

Que merda, agora seria meu momento de paz, o momento que eu iria refletir o episodio e compreendê-lo. Ate isso tinha saído dos meus planos!!! Comecei a mexer na pedra do meu colar rapidamente, como sempre faço quando fico nervosa.

As pessoas que geralmente ficavam no pufe começaram a chega e a discutir com as garotas. Bons e maus argumentos dos dois lados. Eu queria prestar atenção em todos ao mesmo tempo mais ate pra mim foi difícil de acompanhar:

—CHEGAA — Gritei, eles se calaram imediatamente — Vocês ficarem aqui, esta fora de cogitação. Entenderam clã da Gabi Neves?

Surpreendentemente elas pareciam atentas a mim, então eu continuei:

— Vocês vão levantar AGORA e sair. E se vocês realmente quiserem ficar aqui no pufão, vamos combinar um dia de vocês virem para cá. Entendido?

Elas abaixaram o tom de voz e disseram “Tudo bem Katarina.” e saíram. Todos me olhavam pasmos:

—Como você fez isso.

Eu não sabia, eu não gostava de mandar desse jeito, mais meu dia já estava suficiente confuso. Então eu excluo aquela pergunta da minha mente e deito no pufão.

Comecei a refletir: o morcego ou sei lá o que e aquela criatura falou alguma coisa sobre deuses gregos, Afrodite e Poseidon se não me engano. Eu tinha estudado isso alguns anos atrás, mas eu lembrava que Afrodite era deusa do amor e Poseidon da água... Ou do mar. E sobre meu irmão que ela tentara matar... QUE IRMÃO PORRA? Meu pai tinha um filho com outra mulher, mas ele tinha apensas seis anos. Duvido muito que ele tenha conseguido se proteger daquele bicho.

Desisto, quando mais eu penso nesse assunto mais minha cabeça dói.

***

Minha mãe buscou mais cedo, por conta da minha dor de cabeça.

Ela foi fazer alguma coisa na UFMG e minha vó tinha saído para o "Encontro das idosas católicas", eu fiquei em casa sozinha com meu gatinho alaranjado.

Eu o achei quando tinha sete anos. Ele estava todo machucado na rua e veio ate perto de mim e deitou. Ele era tão pequeno, e tão magrelo que o levei (com ajuda da minha mãe, claro) ao veterinário. E depois que ele melhorou, fiquei com ele.

Todos falavam que ele tinha me escolhido como dona, ele sempre me seguia para onde eu fosse. Parecia sempre tentar me proteger.

E agora eu estava sentada no quintal da minha casa, olhando Mike (meu gato) comer sua ração. Ele comia e dormia... Muita gente falava que ele parecia o Garfield por causa do seu peso elevado, eu respondia que eu gostava dele assim.

Como o tédio predominava no local, resolvi mexer no meu celular. Peguei-o na minha mochila e novamente eu sentei no quintal. Comecei a conversar com uma das minhas amigas pelo face. E quando o Mike viu ele começou a miar desesperadamente, e a andar para o lado e para o outro.

— O que foi Mike — Ele colocou as duas patas na minha perna e começou a morder a ponta do meu celular. — Para Mike! — Disse eu levantando de pressa — Gato maluco!!!

E para complementar meu dia de maluquices, de repente o Mike começou a inchar e crescer exageradamente. Nesse processo duas assas apareceram em suas costas. Quando atingiu um tamanho de mais ou menos três metros de altura e mais ou menos dois metro de largura, uma juba de leão surgiu e ele rugiu mostrando seus dentes caninos imensos. Era o leão que atacara o morcego gigante.

Comecei a andar para trás de pressa, ele andava em minha direção de vagar como se fosse avançar, mas seu foco não era em mim. E sim em meu celular. Abaixei de vagar e coloquei o no chão. Imediatamente ele começou a ataca-lo. Deixando assim meu celular completamente destruído.

Sai correndo para a porta, a atenção dele veio em minha direção. Tentei abrir a maçaneta, ela estava travada “Porra, as maçanetas sempre são tão difíceis de abrir nessas horas” pensei.

Ele estava chegando perto, eu estava encurralada. Espremi meu corpo na porta, de forma que minhas costas estavam totalmente coladas nela enquanto uma mão tentava abrir a maçaneta. Quando ele chegou bem perto à porta abriu e eu caio no chão, antes mesmo de levantar e fechar a porta o leão morde a ponta do meu sapato e me trás sentado no quintal novamente. Começou a cheirar meu cabelo, e depois a grande língua áspera dele me deu uma lambida tão forte que me fez ficar em pé.

Minhas pernas tremiam e minha visão embaçava. Aquilo não era racional, minha cabeça doía por não entender o que estava acontecendo, o leão virando o Mike foi a ultima coisa que eu me lembro de ter visto antes da escuridão preencher todo o local.


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Notas finais do capítulo

Então e isso, demorei um pouco para escrever porque meu dia teve alguns imprevistos. Mas pretendo postar diariamente. Pretendo. Porque eu também tenho que estudar. E a coisa não tá fácil pra ninguém!!!



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