O Namorado Que Eu Fiz escrita por lubizinha


Capítulo 5
Capítulo 5: Dizem que vermelho é a cor do amor


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! O ano começou, eba! Eu espero que 2015 seja um ano incrível para todos nós!
Percebi que há pessoas acompanhando, mas não estão comentando... E eu só tenho uma coisa a dizer: sem pressão, mas comentários são o combustível para a continuação.
Boa leitura.



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Cheguei à sala de aula e logo fui interrogada por umas meninas patricinhas metidas que eu detesto e que é um sentimento mútuo.

– Quem era o seu amigo na Ferrari? – perguntou uma garota loira magricela com uma voz finíssima e irritante de taquara rachada.

– Não é da sua conta fofa. – respondi me dirigindo a cadeira ao lado de Emma.

– Como foi seu domingo à noite? – perguntou Emma com aquele sorriso malicioso.

– Normal, comi lasanha e fui dormi. – respondi colocando a mochila atrás da cadeira.

– Chata. – falou Emma emburrada. – Ok, não precisa me contar.

– Emma se liga! Você acha que eu ficaria com um cara que eu acabei de conhecer e que apareceu do nada? Eu ainda não acredito que isso esteja acontecendo... – disse colocando a mão na cabeça.

– E quando vai acreditar? – perguntou Emma. – Quando o papai Noel for vim te beliscar? Ah, a propósito... O garoto da Ferrari não seria ele não é?

– Sim, é ele. Ele tem uma Ferrari vermelha. – Emma abriu o maior sorriso do mundo e só faltou dançar ali de felicidade.

– Aposto que vai levar algum dia a sua melhor amiga para passear na Ferrari com você não é? – perguntou Emma animada. Revirei os olhos e disse:

– Essa não é a parte mais estranha do meu dia... – ela se aproximou mais para poder ouvir melhor. – Ele tem... Pais.

– Paz?

– Não, pais! – quase gritei. Olhei para os lados. Ninguém parecia estar prestando atenção em nós, ainda bem.

– Pais de papel? Espera, você escreveu sobre os pais dele? – perguntou Emma.

– Sei lá, eu estava bêbada. Como vou saber...? – me esforcei para lembrar. – Espera... Me lembro de ter escrito que eu me daria bem com os pais dele. – falei me recordando.

– Viu? – falou Emma como se fosse um gênio.

– Todos se sentando! – disse a voz autoritária da professora de matemática enquanto entrava na sala de aula.

– Estudou para a prova surpresa? – perguntou Emma, baixo para só eu escutar.

– O quê? – gritei chamando a atenção de toda a sala para cima de mim.

Depois de tudo o que eu passei nesse final de semana a última coisa que eu pensei ou lembrei foi à prova surpresa de Matemática.

No intervalo fui com a Emma sentar em uma mesa perto de uma pilastra no refeitório onde o Charles estava sentado. Na aula ele senta lá no fundo da sala, um pouco longe da gente, porque ele diz que de lá tem “uma visão melhor das garotas” então só falamos direito com ele no intervalo.

– E ai garotas? – falou Charles quando nós sentamos. – Meg você continua vendo o psicopata perseguidor?

– Como é que é? – perguntou Emma rindo, dei uma cotovelada nela na barriga debaixo da mesa. – Ai!

– Você tinha razão Charles, é tudo coisa da minha cabeça. – disse e Charles sorriu vitorioso. Eu poderia muito bem provar que era verdade, mas isso acabaria muito mal e não valia a pena correr o risco. Ele acharia que eu fiquei doida. – Podemos mudar de assunto?

– Claro! – falou Charles dando uma mordida no seu sanduíche.

– Que tal falarmos sobre a garota que eu encontrei no seu apartamento? – perguntei, ele se engasgou com o sanduíche e começou a beber o suco de uva da Emma.

– Ei! Meu suco! – criticou Emma.

– Prefere que eu morra engasgado? – perguntou Charles.

– Depende, vai pegar outro suco pra mim? – perguntou Emma e ele revirou os olhos.

– Não muda de assunto Charles. – falei cruzando os braços. – O que estava fazendo com aquela loira, magricela, siliconizada no seu apartamento?

– Quer mesmo saber? – perguntou Charles rindo, lancei um olhar para ele. – Talvez, aja uma pequena probabilidade – ele afinou a voz, sinal de que estava mentindo. – de eu estar namorando ela. – essa última parte ele falou com a voz normal, mas quase como um sussurro para que eu não ouvisse. Só que eu ouvi.

– O quê? – gritei. – Charles, você sabe muito bem que ela é o tipo de garota que eu detesto!

– Eu sempre fiquei com garotas assim e você nunca se importou. – disse Charles.

– É diferente “ficar” de “namorar”. Significa que eu vou ter que aguentar essa garota se agarrando com você na minha frente! – falei irritada.

– Concordo com a Meg. – disse Emma de boca cheia. – Você sabe que essas garotas não prestam Charles. E nunca nós nos importamos porque você nunca teve nada sério com nenhuma delas.

– Querem parar? Talvez eu tenha encontrado a garota certa para mim e invés de me apoiarem vocês se viram contra mim? – perguntou Charles irritado. Engraçado, me parece familiar isso... Tipo quando eu fui pedir ajuda na sua porta e você disse que eu estava vendo coisas!

– Queremos o melhor para você. – expliquei.

– Talvez ela seja o melhor para mim. – falou Charles.

– Eu duvido muito. – murmurei.

– Ok, podem falar o que quiserem, podem pensar o que quiserem, porque nada vai mudar. Eu vou continuar com ela! – falou Charles se levantando e indo embora irritado.

– Não deveria ter contado para ele que você tem um novo namorado? – perguntou Emma.

– Calada Emma. Eu não tenho namorado, teoricamente falando.

Depois da escola eu fui de metrô até o meu trabalho. Eu trabalho em um restaurante no centro da cidade, só gente rica vem aqui e é grande, bem decorado, tem lustres por todos os lados. Eu sou garçonete e apesar de isso ser considerado vergonha para muita gente, eu tenho orgulho porque qualquer um que aparece ali e vê o meu trabalho, vê que eu estou me esforçando e dando tudo de mim para poder sobreviver em uma grande cidade como Nova York.

– Oi Megan. – disse um dos garçons quando eu entrei na cozinha.

– Oi Megan. – falou outro. Todos me cumprimentavam quando passavam por mim e me viam.

O pessoal que trabalha aqui é bem legal, quer dizer, todo mundo menos o gerente, que vive pegando no meu pé (no começo achei que era por ser o trabalho dele, mas depois percebi que talvez – só talvez – ele não vá com a minha cara).

Botei o meu uniforme no banheiro, saia azul longa até os joelhos, camiseta branca com o nome do restaurante no peito, um avental preto que também tinha o nome do restaurante. E amarrei os meus cabelos em um rabo de cavalo, era um das regras: cabelo amarrado.

Fui atender as mesas, pegar os pedidos, deixá-los na cozinha, depois levar os pratos as mesas e assim foi transcorrendo o meu dia.

Sinceramente eu não queria que o meu trabalho acabasse porque eu sabia que teria que voltar para casa e encarar o senhor bonito-e-encantador.

– Megan, o que ainda está fazendo aqui? – perguntou um dos garçons. – Já passou da sua hora, você pode ir pra casa.

Desde que botei o meu uniforme do trabalho eu me recusei a olhar para o relógio, porque eu tinha medo de olhar e ver que já encerrará o meu expediente e teria que voltar para casa. Por isso não vi quando a hora passou.

Já são quase sete horas e eu termino o meu expediente às seis horas, normalmente volto pra casa, faço a lição, como miojo, tomo banho e vou dormir, mas eu acho que hoje seria diferente e eu não acredito que vou sentir falta daqueles dias tediosos e cansativos.

Cheguei em casa e não havia ninguém na sala. Presumi que Peter estivesse na cozinha e lá estava ele, sentado na cadeira mexendo no celular. Quando me viu abriu um sorriso e se levantou para afastar a cadeira para que eu pudesse sentar. Sentei na cadeira e olhei para o prato, era salmão, também havia camarão, salada, purê, batatas e arroz.

– Imaginei que fosse chegar com fome. – disse Peter. Olhei para o seu prato, ele ainda não havia comido. Ele me esperou? Nossa! Como ele pode ser tão cavalheiro? Ah é, eu escrevi ele, literalmente. – O que você comeu no almoço?

– Como eu saio da escola e vou direto para o trabalho ou eu como algum cachorro-quente no caminho ou eu petisco alguma coisa na cozinha do restaurante escondida, mas normalmente não como nada. – contei enquanto cortava o peixe.

– E hoje qual dessas opções foi? – perguntou Peter.

– A última. – respondi.

– Eu deveria brigar com você, mas não consigo. – disse Peter tentando ficar sério. – Mas se isso voltar a acontecer eu vou ser obrigado a levar o seu almoço até o seu trabalho. Estou falando sério Meg!

– Não, nem pensar! – falei preocupada. Não queria que as pessoas do trabalho soubessem que eu estava de namorado novo, sei lá, depois isso se espalha. – Pode deixar que eu como, mas não faça isso, por favor.

– Tudo bem. – disse Peter. – Me dê a sua palavra.

– Hã, ok. – falei. – Dou minha palavra. – ele sorriu satisfeito e começou a comer.

Como se não bastasse esse prato farto, tinha a sobremesa: torta de maça com chocolate. Comi uns dois pedaços, mesmo estando cheia demais depois do prato principal.

– Desse jeito vou ficar gorda. – disse levando os pratos para a pia, mas sendo interrompida no meu percurso.

– Deixa que eu levo. – falou Peter pegando os pratos e levando até a pia.

Decidi assistir alguma coisa na TV antes de ir dormir. Procurei de canal em canal até encontrar um filme bom. Olhei ao redor da sala para ver se Peter também ia querer assistir, mas ele havia sumido. Dei de ombros e continuei assistindo até olhar no relógio. Já eram quase dez horas! Desliguei e me levantei já indo para o meu quarto.

Peguei meu pijama e fui em direção ao meu banheiro. Quando abri me deparei com Peter seminu, só de toalha por baixo. Acho que nunca fiquei tão vermelha na minha vida e pior de tudo era que ele não parecia nem um pouco envergonhado com a situação. Perguntei-me até quanto nos éramos íntimos na cabeça dele?

– Você vai querer usar o banheiro Meg? – perguntou Peter balançando os cabelos molhados de um jeito que me deixou sem ar.

– Hã, eu... E-eu posso esperar. – respondi olhando para todos os lados menos para ele. A missão falhou porque foi impossível não olhar para aquele abdômen definido e aqueles braços tão...

– Meg. – chamou Peter me acordando para a vida. – O que você está olhando? – ele se aproximou mais de mim e deu um meio sorriso, sabendo exatamente para onde eu olhava.

– N-nada. Eu só estava pensando que eu preciso comprar mais abdôm... Toalhas! Eu preciso comprar mais toalhas, é isso. – falei desconcertada.

– E para que você precisa de mais toalhas? – perguntou Peter arqueando uma das sobrancelhas. Ah, odeio quando ele faz isso!

– Porque claramente você precisa de mais toalhas nesse local aqui. – disse tocando os meus ombros até a cintura como uma representação.

– Ah, você quer dizer aqui? – ele pegou a minha mão e colocou sobre o seu peito. Por um segundo eu pensei em deixar a minha mão ali, mas... O que eu estava pensando? Tirei minha mão ainda com o rosto vermelho.

– É, definitivamente aí. – falei cruzando os braços. – Eu posso usar o banheiro agora?

– Claro, eu vou me trocar lá na sala mesmo. – disse Peter. – Boa noite. – ele se aproximou para me beijar, eu me afastei e fui de encontro à porta batendo a minha cabeça.

– Ai! – gritei alisando a minha cabeça.

– Você está bem Meg? – ele se aproximou para analisar o meu machucado que provavelmente viraria um calombo e ficamos centímetros um do outro.

– S-sim. – respondi. – Boa noite. – e empurrei-o, logo depois fechando a porta do banheiro.

Eu espero que não tenha sido muito grossa. Eu poderia ir à sala e me desculpar. Não que eu queira ver ele trocando de roupa, é só por educação mesmo, claro.

– Ai Megan, lógico que você não deve ir. – falei dando uma tapa na minha testa. – Que ótimo! Agora estou falando sozinha.

Tomei um banho (fechei a porta por precaução), coloquei o meu pijama e me joguei na cama caindo no sono em alguns minutos.

Eu tive muitos sonhos bons.


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Notas finais do capítulo

Nada melhor do que começar o ano apimentando as coisas. Enfim o prato do dia foi salmão. Comentem para que eu possa postar mais rápido!



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