No dia seguinte, Gina foi trabalhar normalmente, só que estava com uma coisa em sua mente que lhe atormentou a noite toda. Era uma decisão aparentemente fácil para os outros, mas não para Gina.

O caso do violão mexeu muito com Gina, e ela queria de algum jeito recupera-lo, mas não teria como fazer isso sem dinheiro. E como conseguir esse dinheiro era o que lhe atormentava. Então, foi conversar com Lindsay, sua melhor amiga e colega de trabalho.

– E então? O que acha? – perguntou depois de contar tudo.

– Ahm, Gina... Você tá falando serio? – disse Lindsay, perplexa.

– Eu quero muito ficar com Tommy, e aquele violão significava muito pra ele, e...

– Gina, você já fez isso antes de conhecer o Tommy e ele nunca soube do seu passado. Você vai realmente fazer isso?

Gina se lembrou de quando disse à si mesma que estaria disposta a tudo pra ter Tommy para sempre, e teria que deixa-lo feliz para poderem ser felizes.

– Sim. – disse ela confiante – Minha maior alegria é vê-lo feliz.

– Ele vai querer saber de onde veio o dinheiro, e...

– É por amor, Lindsay... Você não entenderia.

– Realmente. Eu nunca entenderia. – disse ela, decepcionada com a melhor amiga.

Mas é muito difícil para os outros entenderem quando não estão na nossa pele. Gina sabia o que era certo e o que era errado, pois ela foi criada na igreja. Mas agora, ela colocava Tommy na frente de tudo. Eles foram criados um para o outro, Gina tinha certeza disso. Faria tudo por ele.

Por amor.

...

Do outro lado da cidade Tommy estava em um beco. Ele já tomara sua decisão.

A vida não estava facilitando as coisas para ele, então, teria de virar o jogo a seu favor.

Tommy cobriu o rosto com a máscara de meia calça e tirou a faca do bolso. Uma arma de fogo seria mais eficiente, mas, como não tinha dinheiro para comprar uma, pegou uma faca de cozinha. Aquela não era a primeira vez que Tommy assaltava alguém, mas isso não o deixava menos nervoso.

Acalma Tommy pensou você tem que fazer isso. Pela Gina. Por amor.

Ele ficou meditando nisso até a vitima perfeita aparecer. Ele se jogou contra a parede de tijolos quando um velho de aparentemente 65 anos apareceu.

Pode parecer covardia, mas os velhos são os que carregam mais dinheiro. E Tommy não podia arriscar voltar com dez dólares. Então ele tomou coragem e pulou atrás do homem. Colocou a faca em seu pescoço e disse:

– Passa a grana.

O velho ficou sem reação por um momento, mas logo depois disse:

– Calma. Está no bolso de trás. Por favor, não me mate.

Tommy apalpou rapidamente o bolso de trás até achar a carteira, e tirou rapidamente. Antes de sair correndo, Tommy sussurrou no ouvido do velho:

– Desculpe.

...

Mais tarde, Gina inventou que não estava se sentindo bem e pediu para sair mais cedo. Entrou em um beco e trocou de roupa. Vestiu a peça mais curta que tinha e saiu para o famoso ponto das garotas de programa.

Com os cabelos castanhos voando ao frescor do vento de verão, ela andou como uma profissional que já sabia todas as técnicas para levar um homem aos delírios.

Quando entrou no meio daquele bando de prostituta, todas pararam e olharam para ela.

– Vá procurar teu ponto, boneca! – gritou uma.

– Saia daqui agora se não quiser levar uma facada nas costas! – gritou outra, já tirando uma faca da bolsa. Gina se perguntou se ela ficava ameaçando os homens com aquilo, mas mesmo assim, ela não perdeu a pose.

E o primeiro carro que apareceu a chamou para entrar.

...

O homem que pegou Gina era alto, magro, calvo e de meia-idade. Parecia um daqueles coroas solitários que assiste filme pornô.

Ele a levou para um motel barato, e assim que entrou no quarto ele a jogou na cama, pulou em cima dela e ficou beijando seu pescoço enquanto sua mão rastejava para debaixo da minissaia de Gina, e, sorrateiramente, puxava a calcinha.

– Vou te deixar toda relaxada – sussurrava o homem – e vou gozar na sua cara toda.

O estômago de Gina embrulhou ao ouvir isso, e quase vomitou quando o homem começou a pegar em sua vagina.

– Sabe de uma coisa? – sussurrou Gina em seu ouvido – Eu quero que você goze em tudo. Quero que você me deixe molhadinha a ponto de escorregar na sua porra.

O homem foi à loucura. Rasgou a blusa de Gina e a deixou de quatro no chão. Gina estremeceu quando sentiu o pênis dentro de si.

Agora era ela quem não acreditava no que estava fazendo.

– Toma vadia! – gritava o homem – Isso é só o começo!

Gina não poderia continuar com aquilo. Ela achava que seria fácil, pois já foi prostituta ante de conhecer Tommy, mas agora, sentia como se estivesse sendo estuprada.

– Agora, chupe minhas bol... – exigiu ele.

Antes que ele pudesse terminar a frase, Gina se levantou e chutou seu estômago. Enquanto ele se contorcia de dor no chão, ela pegou sua velha roupa na bolsa e a vestiu. Vasculhou a calça do homem e tirou de lá uma carteira cheia de dinheiro.

– Onde você pensa que vai com isso? – perguntou ele.

Gina pegou o abajur de porcelana em cima do criado mudo, e sem dó, o quebrou na cabeça do homem, que imediatamente desmaiou.

– Para loja de penhores. – disse ela, enquanto saia pela porta.