Vivendo, Aprendendo e Se Fodendo escrita por Raphs


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Então, eu tava afim de escrever uma coisa assim, espero que gostem.



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Odeio, odeio, odeio gostar dele. Na real, eu nem sei por que exatamente eu gosto dele, Caio é um babaca muitas vezes, ele nem é tão bonito, nem tem nada de mais, mas eu continuo gostando dele... e o pior é que ele sabe. Pior ainda é sermos amigos, melhores amigos.
Paro, paro de pensar nisso! Ai, por que o Caio tem que demorar tanto no banho, nem eu demorei tanto.
Eu estava deitada na cama dele há uma meia hora, íamos para um churrasco de uns amigos dele.

Escutei a porta do banheiro ser aberta, aleluia.

—Você demora demais – Gritei do quarto dele.

—Você é muito chata! — Caio apareceu no quarto, só com a tolha na cintura, ele faz de propósito, não é possível.

— Custa colocar uma porra de cueca e uma calça?

—Até parece que não gosta, Luna – Ele disse enquanto por baixo da toalha colocava a cueca, fiquei tentada a olhar para o corpo dele, mas virei a cara.

— É questão de bom senso com a amiga aqui!
—Pronto, pronto, to vestido! —Ele se sentou do meu lado – Daqui uma hora a gente vai, beleza?

—Você que manda.

Eu e o Caio temos uma amizade muito sólida, quero dizer, nada abala o que temos um com outro, nem mesmo a minha declaração para ele há um mês atrás. Ele aceitou bem, na verdade isso não foi um empecilho em nosso relacionamento, ainda bem. Mas ambos somos ciumentos, eu não demonstro porque se fizer isso ele fica puto, só que ele faz questão de falar mal de qualquer cara que mostro para ele. Ele é irritante.
Ficamos deitados conversando até a hora de sair, nos despedimos dos pais dele e fomos a pé até a casa do amigo dele.

—Eu seria muito grata se você não bebesse que nem um alcoólatra. — Disse enquanto caminhávamos.
– E eu se você não pegasse pia bosta hoje – Ele retrucou – Fica susse, tá? Quando a gente vai junto eu não bebo muito pra que não role nada de ruim com você.

— Aww, que fofo e como assim “pia bosta”?

—Luna, sabe que os amigos dos meus amigos são um bando de bosta, e eles caem em cima quando bebem.

Eu e o Caio somos de colégios e idades diferentes (ele tem 18 e eu 16), conheço poucos amigos dele e só por causa de festas que vamos juntos, então não sei considerar os tais “pias bosta” só de olhar para eles.

—Você deveria considerar fazer uma lista de caras que a Luna pode pegar antes de me levar pras festas.

— Eu faço isso, só que apontando pros caras ou tirando você de perto deles, é mais eficaz.

— Colocar uma placa no meu pescoço escrito “pergunte para o Caio antes de vir baixar em mim” também pode ser eficaz.

— Não é uma má ideia, pequena! —Ele disse isso e me pegou no colo, adoro quando ele faz isso.

Não sei se o Caio sabe que sempre que ele faz uma coisinha fofa como essa, faz com que meu coração derreta cada vez mais por ele.
PARO! Foco, ele é seu amigo, coração idiota, abaixa esses batimentos!

Chegamos no churras lá pelas dez horas, Caio pegou duas garrafas de cerveja para nós e fomos cumprimentar os amigos dele. Nesse meio tempo, ele apontou uns cinco cara que eu NÃO deveria em hipótese alguma ficar, por vários motivos, desde “é um tarado” a “é um tapado”. Eu também apontei para ele pelo menos umas três meninas que ele deveria ficar longe, isso considerado pelas roupas (se é que posso considerar aquelas saias, roupas) e o jeito delas.

—Já sabe né, mesmo sendo galera conhecida, bebida só de mim ou de um dos caras. —Quando Caio se referia a “um dos caras” eram os amigos mais íntimos dele, que também já eram meus amigos.

—Ta bem, eu sei me virar – Disse levantando minha garrafa de cerveja para que ele fizesse um brinde comigo.

— Uhum, qualquer coisa dá um grito. —Ele bateu a garrafa dele com a minha e foi em direção a alguns amigos que eu não conhecia.

Vaguei por uns minutos pela casa, a música não estava muito alta, mas abafava o som das conversas. Mesmo com o que Caio disse, fui até a cozinha e peguei um copo com vodca, virei, para que caso eles estivesse vendo, não brigasse comigo.
—Tudo bem se eu te acompanhar? —Um cara, bonitinho chegou do meu lado, sobre esse, o Caio não falou nada.

—Claro que não – Lhe dei um sorriso de canto de rosto.
— Como se chama? —Ele pegou um copo com vodca e bebeu um gole

—Luna, você?
— Paulo, está sozinha ou veio com alguém?

—Vim com um amigo.

—Ele não deveria deixar você sozinha – O cara não é bom de cantada, mas o sorriso compensa!
Saímos da cozinha e fomos para a sala onde tinha uma pista de dança improvisada, paramos por ali, conversando. Paulo começou a se mexer no ritmo da música, fiz o mesmo e ele sorriu para mim. Olhei para os cantos para ver se achava o Caio, nenhum sinal dele, deveria ter achado alguma menina para ficar.

— Procurando alguém? —Ele perguntou se aproximando um pouco

—Meu amigo, já faz um tempinho que não o vejo – Disse olhando para ele

—Quem é?

—Caio, conhece? —Quando disse o nome, ele fez uma careta engraçada e soltou um riso baixo.

—Sim, sim, se conheço bem o cara ele deve estar com alguma guria pelos cantos – Paulo continuava a sorrir.

—Também desconfio disso. — Revirei os olhos e ri.

Continuamos a dançar e ele começou a se aproximar cada vez mais, até estar a pouquíssimos centímetros de mim, perguntou se podia colocar as mãos na minha cintura, eu assenti, também não é nada de mais... Não exitei em passar minhas mãos pela sua nuca, quando fiz isso ele me deu um olhar um tanto sedutor, o qual retribui. Paulo começou a aproximar seu rosto do meu, sem pensar fiz o mesmo e ele sorriu, abri um pouco a boca e ele encaixou os lábios no meu, deslizando sua língua para encostra na minha. Ele puxou minha cintura até se bater com a dele, segurei com mais firmeza sua nuca. Quando eu e Paulo paramos de nos beijar, rolei meus olhos para o lado e vi Caio me olhando, furioso. Eu estava fodida!

—Vem – Ele me pegou pela mão – Vamos embora.

—Ei, calma! — Me soltei de Caio – Desculpa por ele...

—Tudo bem, antes de ir se puder me passar seu número – Paulo disse me entregando o seu celular, escutei Caio bufar do meu lado, enquanto discava.

—Terminou? Agora vamos! —Caio foi me empurrando para fora da casa.
No caminho de volta me recusei a dizer uma única palavra direcionada a ele, eu estava furiosa. Pra que? Pra que me tirar da festa daquele jeito, não ficamos nem uma hora e meio direito lá e ele me arrasta pra fora. Chegamos em casa e ele abriu a porta, entrei batendo os pés e bufando em direção ao quarto dele.

—Já voltaram? —O pai do Caio estava na sala junto da mãe dele vendo TV – O que aconteceu?

— Seu filho é um idiota! —Entrei no quarto e sentei na cama. Por ser muito amiga do Caio, eu tinha total liberdade de insultá-lo na frente dos pais dele, tanto que eles muitas vezes concordavam comigo.

— Bem eu, né? —Escutei-o dizendo da cozinha – Fica de boa tá mãe, eu sei o que fazer, ela tá sendo estúpida.

Ele entrou no quarto, eu peguei minha mala e sai sem olhar para ele, entrei no banheiro e tranquei a porta.
Tirei minhas roupas e da minha mala peguei um short de pijama e uma blusa, prendi o cabelo deixando a franja solta e tirei o rímel que restava nos meus cílios. Fiz isso tudo bem rápido, mas fiquei pelo menos mais dez minutos no banheiro, tentando aliviar minha raiva, joguei um pouco de água no rosto e sai. Caio estava deitado na cama, só de bermuda, olhando pro teto, somente desviando seu olhar para mim por uns centésimos.

— Me explica que merda foi aquela – Fechei a porta atrás de mim e me apoiei nela.

—Falei pra você não pegar pia bosta, porra! —Ele gritou e se sentou

—Não grita comigo! —Disse séria—e eu lá ia saber que o Paulo era considerado um desses?

—To pensando seriamente em colocar aquela placa em você. —Tipico dele, fazer piadinha pra fugir da briga.
É comum eu e ele termos discussões, por qualquer motivo, mas não é sempre, só quando estamos de cabeça quente.

—Não troca de assunto! Por que me arrastou daquele jeito? —Me sentei na frente dele

— Eu faço as coisas pra te proteger e saio como vilão! Que merda, Luna – Caio disse irritado – Porra, o cara tem 20 e você 16!

— Ainda não vi o problema, Caio. —Ele tentou pegar na minha mão, mas eu dei um tapa – Uns meses atrás você estava com uma guria de 14 e você tem 18, é o mesmo!

—NÃO é a mesma coisa... — Virou os olhos – Esses caras só querem uma coisa – Ele fez um gesto com a mão, se referindo a sexo.

—Você entra nesse “esses caras” - Disse só para irritá-lo

— E qual o problema? Eu não saio por ai comendo meninas quatro anos mais novas! —Caio aumentou o tom de voz – Eu conheço o Paulo, eu sei como ele é, Luna. E você ainda deu seu número pra ele!

Ele segurou minhas mãos e me olhou de um jeito doce.

— Eu sei me cuidar, ok? Não vou dar pra qualquer um em uma festa. — Disse encarando ele – Porra pia, você sabe disso!

—Ta bem... Eu fui equivocado. —Ele baixou o olhar – Só queria te proteger, desculpa pequena.

Me sentei numa das pernas de Caio e dei um abraço meio desengonçado nele, por mais que brigássemos, por mais que ele fizesse idiotices, era por amor e nada abalava nossa amizade. Sussurrei um “obrigada” e lhe dei um beijo estalado na bochecha ele sorriu.
—Olha Caio, eu sou virgem, quando eu decidir dar o próximo passo não vai ser com um cara que acabei de conhecer numa festa. —Respirei fundo – Eu quero que seja especial, com um cara que eu goste muito e que goste muito de mim e que não queria simplesmente transar comigo...

—Um cara que goste muito de você – Caio repetiu o que eu tinha dito e sorriu – Fico feliz por você ser assim, querer esperar, tenho orgulho de você pequena. —Ele me abraçou e me tirou da sua perna, me deitando na cama.
Ainda eram uma da manhã, então ele deixou as luzes apagadas, mas ficamos deitados, olhando um para a cara do outro por uns minutos. Quando eu dormia na casa do Caio, eu ficava no quarto dele e ele ia dormir na sala, as vezes nós dormíamos juntos (sem querer, caíamos no sono), mas na manhã seguinte levávamos uma puta de uma bronca dos pais dele, então sempre somos cautelosos.
Ele ficou brincando com o meu cabelo, enrolando meu rabo-de-cavalo na braço e rindo. Gosto muito da risada do Caio, é gostosa de escutar, é como risada de bebê, irritante, mas contagiosa.

—Ei, eu tava falando sério quando disse a parada de pôr uma placa em você.

—Cala a boca, Caio! —Dei um tapa no braço dele e rimos.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!



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