Como Assim Apocalipse Zumbi? escrita por Lelly Everllark


Capítulo 10
Beijo e babaquice com direito a voto do silêncio.


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores... :)
Antes de tudo eu quero pedir desculpas pela demora e dizer que eu não abandonei minhas fic's, só não estou exatamente com muita criatividade para capítulos ultimamente.
E como a escola já não fosse suficiente eu comecei a trabalhar, o que significa que agora eu tenho que dividir o meu tempo livre entre, ler, escrever, assistir series e infelizmente pra mim, fazer os meus trabalhos da escola, então está muito corrido e talvez (com certeza) eu demore a postar, mas eu vou Ok? Não se preocupem.
Enfim, BOA LEITURA!!! :D



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Quase chorei de alivio quando me dei conta de que o causador do barulho era umas das gelatinas verdes. Olhamos em volta para termos certeza de que não tinha mais nenhuma, e não tinha mesmo e era apenas um cara, ou o que já foi um, se arrastando na nossa direção, bastante rápido tenho que admitir. Estava prestes a estourar os miolos dele quando Alex segurou a minha pistola e eu o olhei sem entender.

– Não vale a pena – ele disse e jogou o fuzil de volta nas costas, sacou uma faca e simplesmente a atirou na direção do zumbi, ela se cravou bem no meio da testa dele e ele caiu para trás.

– Ok eu tenho que admitir que isso foi bem legal – comentei enquanto Alex ai até a gelatina verde e recuperava a sua faca.

– Isso é mais fácil que atirar – disse limpando a faca na beirada da blusa.

– Duvido.

– É serio, pelo menos pra mim é, eu jogava dardos antes de aprender a atirar.

– Você jogava, eu não – disse passando por ele e seguindo em frente, Alex guardou a faca e me seguiu.

– Se quiser te ensino – comentou com um meio sorriso.

– Serio?

– Claro, por que não?

– Sei lá, você deve ter algo melhor pra fazer no fim do mundo e tals.

Ele riu e resolveu entrar na brincadeira.

– Verdade, toda sexta eu tenho uma festa pra ir, mas e você?

– Estou ocupada de mais estudando para a faculdade, não posso ir a festas – disse sorrindo, mas estava meio triste e acho que Alex notou.

– Você queria mesmo não é?

– O que? - perguntei sem entender.

– Estar ocupada com a faculdade e tudo mais.

– Nunca pesei que diria isso, mas sim eu adoraria que minha única preocupação fossem as provas.

– É o mundo está perdido mesmo – fez drama – Adolescentes que preferem a escola a um apocalipse zumbi, onde já se viu?

Eu ri e Alex deu um sorriso de lado.

– O que foi? – perguntei.

– É que não pensei que veria alguém sorrindo de verdade no fim do mundo, só isso.

– Se serve de consolação, depois que essa merda começou eu também achei que não riria mais, pelo menos não de verdade.

– Então parece que ambos aprendemos alguma coisa hoje – ele contestou e eu o olhei com uma sobrancelha arqueada como se perguntasse “O que?” – Que eu sou um ótimo comediante e que podemos rir no fim do mundo.

– A parte do ótimo comediante eu não sei, na verdade não sei nem se você é um bom motorista.

– Hei! Eu dirijo muito bem! – se defendeu – A gasolina não foi culpa minha, como eu ia saber que ela estava acabando?

– Olhando? – perguntei irônica.

– Haha – ele me olhou feio – Muito engraçado.

– Eu sei que sou de mais - disse sorrindo.

– É, nisso temos que concordar – ele disse com aquele sorriso de canto e eu corei, nem sabia mais que era capaz disso.

Fiquei em silencio, afinal não sabia o que dizer, só continuei andando, mas Alex parou e do nada segurou o meu cotovelo me fazendo girar e ficar de frente pra ele.

– O que está fazendo? – perguntei num sussurro sentindo o coração acelerar.

– Vendo se beijar você é tão bom quanto imaginei – disse simplesmente e me beijou.

Fazia tanto tempo que eu não fazia isso que me atrapalhei no começo, mas depois pegamos o jeito e a coisa começou a ficar boa e quente, quando dei por mim Alex estava me apertando contra uma árvore, e quando percebi aonde isso ia nos levar tive que fazer um esforço tremendo para afastá-lo de mim.

– O que foi? – perguntou vermelho, confuso e arfando.

– Ér... Nós... É melhor irmos com calma – me atrapalhei com as palavras arfando também.

– Por quê? Nós podemos muito bem morrer amanhã – contestou e eu revirei os olhos.

– Então pelo menos avise quando for fazer isso da próxima vez – comentei sem ter noção do que dizia.

– Então vai ter próxima vez? – ele perguntou divertido com os olhos brilhando, eu corei e sai batendo o pé.

– Argh! Não foi o que eu quis dizer!

– Você não respondeu a minha pergunta – lembrou ele.

– Há cala a boca Alex! – gritei e devo ter atraído todas as gelatinas verdes direto pra gente, mas nem me importei.

Será que eu queria mesmo uma próxima vez? Nem precisei pensar muito, por que a resposta veio mais fácil que respirar. Com certeza!

– Vai sim – murmurei respondendo a pergunta dele assim que o silencio se tornou incomodo.

– O que? – ele perguntou aparentemente sem ouvir o que eu disse.

– Nada – me apressei – Não disse nada. E você sabe se estamos indo ao menos para o lado certo? – mudei de assunto rapidinho.

– Sim – ele respondeu não parecendo muito feliz por eu ter mudado de assunto e tirou alguma coisa do bolso. Era uma bússola. – Só temos que continuar seguindo para o norte.

– Ok – murmurei e o assunto meio que morreu depois do beijo e da “conversa”.

Seguimos em silencio por um tempo e felizmente as gelatinas verdes não incomodaram muito, as poucas que deram o ar da graça receberam uma bela facada no meio da testa cortesia do Alex. Só que depois de um tempo o silencio já estava começando a me incomodar, não exatamente por estar silencioso e sim pelo fato do Alex não estar falando nada.

– Será que vamos chegar ao bunker ainda hoje? – perguntei depois de um tempo, afinal o sol já estava quase se pondo.

– Pra ser sincero eu não sei, se estivéssemos com a moto com certeza, mas agora no meio do mato e nos escuro? Duvido muito. – disse sem muito interesse.

– Tudo bem, o que foi? – perguntei já irritada com o comportamento dele.

– O que foi o que? – se fez de desentendido.

– Esse seu comportamento estranho, você está irritado comigo – contestei. – E por causa do beijo? Da minha reação? Ou o que?

– Não estou irritado com você – disse seco.

– Não? Você está com essa cara amarrada desde o... – me interrompi começando a ficar com raiva também, isso tudo é por que não deixei a gente terminar de se pegar no meio do mato? Se for, o Alex é mais babaca do que eu imaginava. – Deixa pra lá!

Continuamos em silencio só que dessa vez eu não estava disposta a quebrá-lo se ele quer assim, assim será. Mas depois que o sol se pos nós resolvemos parar já estava muito escuro, eu mal conseguia ver as arvores a minha frente, e já tinha caído em um buraco não muito fundo, e tropeçado mais vezes do que consigo contar.

– Meg vai ficar uma fera quando não aparecermos – comentei antes que pudesse me controlar. Nós tínhamos nos sentado no chão em volta de uma fogueira que fizemos com uns gravetos que tinham aqui perto, por mais arriscado que seja acender o fogo (e eu seu muito bem os risco) é melhor do que ficar na escuridão.

– Clary também – ele comentou para minha surpresa. Já tinha até me esquecido que ela tinha pedido uma “encomenda misteriosa” ao Alex. – Mas é o jeito agora, não adianta seguirmos sem rumo pela escuridão correndo o risco de nos perdermos ou acabarmos mortos.

Suspirei.

– E eu achando que essa ia ser finalmente a minha primeira noite em uma cama de verdade.

Alex riu e isso fez eu me sentir melhor, talvez aja esperança pra ele no fim das contas.

– Melhor você dormir, eu vigio primeiro – ele disse colocando seu fuzil no colo, estamos sentado um ao lado do outro escorados em uma árvore.

– Tem certeza? – quis saber, se andar com uma pessoa já era estranho, dormir com uma me vigiando então, era muito mais que isso.

– Sim, pode dormir – garantiu ele.

– Ok, mas antes vamos comer – disse por que a fome já estava começando a incomodar de verdade.

– Você tem comida? – ele perguntou parecendo chocado.

Eu ri.

– Tenho, por quê? – perguntei divertida e tirei uma das latas de carne da mochila.

– Nada – ele revirou os olhos.

– Aqui – lhe estendi a lata – Pode abrir pra mim? Vou procurar minhas garrafas de água.

Ele pegou a lata e sua faca e começou o a abri-la, vasculhei minha mochila, mas contestei para minha surpresa (e decepção) que a água da garrafa menor tinha acabado e a da maior estava abaixo da metade.

– Pronto – disse me estendendo de volta a lata.

– Não tenho água – disse e lhe mostrei a garrafa quase vazia – Só esse restinho.

– Eu acho que tenho – ele comentou e pegou uma garrafa de 500ml quase cheia.

– Bem, então vamos comer – disse e peguei um pouco da carne enlatada depois lhe ofereci a lata, Alex hesitou por uns instantes, mas acabou cedendo e pegando a lata.

Depois de comermos o conteúdo da lata todinho ninguém disse nada, Alex apenas soltou um “Pode dormir” e se concentrou em vigiar, suspirei e me deitei de costas pra ele (mas ainda assim perto dele) e devia estar muito cansada por que não deu tempo nem de pensar no comportamento imbecil do Alex, eu simplesmente apaguei.

Acordei com alguém me chamando, ainda estava escuro e eu fiquei confusa.

– Liz, Liz! – Alex balançou o meu ombro e eu finalmente consegui focalizar a sua imagem na minha frente. – Eu aguentei o quanto pude, mas também preciso dormir – disse bocejando – Me acorda assim que o sol nascer.

Foi tudo o que disse antes de se sentar escorado na arvore ao meu lado (exatamente como na noite anterior) com o fuzil ainda no colo e fechar os olhos. Levantei me espreguiçando e olhei em volta o céu já estava quase claro, se eu fosse chutar diria que eram umas quatro da manhã. Alex também devia estar com sono por que eu estava prestes a lhe perguntar se alguma gelatina verde tinha aparecido quando percebi que ele já tinha dormido.

O tempo levou uma eternidade para passar depois que Alex dormiu, mas ao menos pra minha felicidade nenhuma gelatina verde apareceu, depois de um tempo eu voltei a sentar do deu lado e a cabeça dele começou a pender de um lado para o outro e ele acabou a escorando no meu ombro, sorri involuntariamente com o contato, ainda era estranho estar tão perto de uma pessoa viva que não queria me devorar.

Depois de mais ou menos uma hora depois do sol nascer deduzi que Alex já tinha dormido uma quantidade de tempo bem razoável, não queria acordá-lo, mas o fiz assim mesmo.

– Alex – chamei balançando o ombro que ele tinha escorado em mim. – Alex, acorda, temos que ir!

Ele murmurou alguma coisa inteligível e piscou me encarando, mas assim que notou nossa proximidade, deu um pulo se afastando.

– Desculpa – murmurou, e eu não entendi o porquê de sua reação. Então ele olhou em volta e franziu o cenho – Por que não me acordou antes?

– Você também precisa dormir – disse simplesmente e me levantei batendo a terra da calça – E também não pareceu nenhuma gelatina verde enquanto você dormia, então não vi problema em deixá-lo dormir mais um pouco. Agora vamos por que já tivemos sorte o suficiente por uma vida inteira.

Alex me olhou de cima a baixo como se avaliasse o que eu tinha dito, mas não respondeu nada, apenas assentiu e ficou de pé pendurando seu fuzil nas costas outra vez.

– Certo, vamos – ele disse por fim e seguiu para a direita, eu fui atrás dele.

Nós caminhamos pelo que me pareceu uma eternidade em um silêncio mortal, nenhum de nós disse uma única palavra, isso é claro se não contar as duas vezes que Alex disse “Cuidado” quando eu esta preste a cair um buraco ao qual que não estava dando a mínima atenção.

Depois de um tempo algumas gelatinas verdes pareceram e Alex as acertou no meio da testa com a faca e eu enfiei a minha adaga na cabeça das que sobraram. Nada muito preocupante.

Quando finalmente chegamos à pista saímos de frente para um posto quase todo destruído com uma loja de conveniência logo atrás que também não parecia ter qualquer coisa útil, mas eu estava com fome – minha comida se resume a duas latas de carne e meio pacote de biscoitos água e sal – e com sede afinal a minha água acabou.

– Vamos parar e ver se encontramos alguma coisa – Alex disse antes que eu pudesse pensar em dizer o mesmo.

– Certo – concordei ainda sem entender o clima estranho entre nós. Isso tudo ainda é por que eu não quis terminar o que começamos?

Seguimos para a loja sem fazer barulho e entramos sem muita dificuldade, as prateleiras estavam caídas e quase todas vazias, as janelas e a porta de vidro estavam quebradas, mas eu fui atrás de algo útil, e pra minha sorte – e surpresa – eu encontrei. Achei um pacote de biscoitos de maisena e mais dois de água e sal (eles me amam só pode), mas pra minha decepção nada de água.

– Achou alguma coisa? – Alex perguntou do outro lado da loja.

– Só biscoito – disse suspirando e me virando para ir embora, mas alguma coisa agarrou o meu braço me assustando.

Me virei em pânico para ver o que era, só pra me deparar com uma gelatina verde me encarando tão de perto que fez meu coração disparar, o zumbi puxava meu braço com mais força do que eu achei possível para uma pessoa morta enquanto tentava loucamente alcançá-lo. Quando eu finalmente me libertei do choque inicial comecei a me debater.

– Me solta! – reclamei tentando alcançar a minha pistola com a mão livre – Me larga! – gritei começando realmente a me desesperar, afinal a única coisa que nos separava era a prateleira vazia.

– Liz! – Alex gritou – O que foi?

– Alex! Socorro! – gritei puxando a minha mão com tudo e me soltando, agora nada impedia a gelatina verde de dar a volta e me devorar, minhas mãos estavam tremendo ele estava a poucos passos de mim, mas eu consegui alcançar a minha pistola no mesmo instante em que ela caia inerte na minha frente, Alex estava de pé atrás dela com a faca na mão.

Respirei fundo e guardei a minha pistola ainda com as mãos tremulas.

– Você está bem? – Alex perguntou vindo até mim e tocando meus braços – Se machucou? – como eu não disse nada ele arregalou os olhos - Não me diga que ele te arranhou?

– Não – garanti rapidamente, mas o que me surpreendeu foi ver que ele parecia realmente preocupado. – Eu estou bem.

– Certo, vamos sair daqui – ele disse e eu não discordei, essa loja já deu o que tinha que dar.

Alex achou um carro com um pouco de gasolina, nada muito grandioso, mas pra quem está andando a manhã toda é quase uma limusine. Nós entramos, ele fez ligação direta e nós partimos sem dizer nada.

É parece que o voto do silencio vai continuar.


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Notas finais do capítulo

Eai? E os meus comentários?
Vou ficar esperando...
Beijocas de brigadeiro ;*



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