Caminhos Traçados escrita por RQLMS


Capítulo 8
Troco


Notas iniciais do capítulo

Oiii, povo lindo! Hoje vou dedicar esse capítulo a leitora LalaLuna que deixou a recomendação mais linda do universo pra mim! S2



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Como um choque, olhei diretamente para Mike, o professor de educação física que estava em frente ao quadro.

— Posso saber onde os pombinhos estavam? - o professor indagou visivelmente chateado e eu senti meu rosto empalidecer.

Harry passou em minha frente e o encarou.

— Estávamos em uma reunião com o técnico do time - mentiu.

O professor arqueou uma sobrancelha olhando para mim.

— Você eu até entendo, Harry, mas a senhorita Collins?

— Ela é a nova... juíza.

Mike cerrou os olhos.

— Escolha do treinador Carl - Harry levantou as mãos em rendição, citando o técnico do time de basquete.

Ainda assim o professor pareceu não acreditar mas fez sinal para que entrássemos. 

Passei pela frente do Harry e me sentei na cadeira ao lado de uma janela grande, que permitia a vista sobre a área das piscinas.

Sofia estava sentada atrás de mim e olhava séria, pelo visto vou acabar levando um sermão. Jason estava sentado ao lado dela e tinha a atenção voltada á um papel que segurava.

— Juíza? - ela sussurrou.

Dei de ombros a olhando nervosa. 

Avaliei toda a sala involuntariamente e a primeira coisa que notei foi o olhar de Geovanna fervilhando sobre mim, essa garota não me erra. Debochei a encarando de volta e vaguei mais um pouco o olhar, até encontrar Bruno. Quase senti minhas pernas fraquejarem ao ver o reflexo do desapontamento nas íris negras. 

 - Já que a senhorita Collins é a nova juíza dos jogos de basquete, que tal irmos para o ginásio hoje? - o professor falou após o termino da chamada que eu nem mesmo havia respondido.

Bruno arqueou uma sobrancelha para mim. Sofia me cutucou. Jason riu.

Merda. Merda. Merda.

Rapidamente olhei nervosa para Harry e ele devolveu mais nervoso ainda.

— Ótima ideia! - bradou Geovanna se levantando e fazendo com que alguns alunos já se levantassem também - Que saudade eu estava de ver meu namorado jogar... - sorriu cínica olhando para mim.

O professor saiu nos conduzindo para o ginásio e fui mentalizando todos os jogos da NBA que já havia assistido até agora. Santo Deus... Eu precisava lembrar de alguma coisa. 

Vamos, Fernanda... Pensa!

Em alguns minutos os meninos da sala se dividiram em dois time e obviamente a arquibancada de torcida para o time de Harry possuía quase todas as meninas a compondo. Minha cabeça girava tentando pensar em alguma saída plausível para aquele momento e ainda tinha Bruno...

Olhei de relance e corei ao notar que ele já tinha o olhar em mim. Ele desviou rapidamente, com o maxilar travado e passou esticar os braços em aquecimento para o jogo. Estava no time oposto do de Harry. 

Senti meu estômago esfriar.

— Collins? - o professor chamou.

Me coloquei em uma posição centra da arquibancada e pendurei o apito em meu pescoço.

A bola começou com o time do Harry e eu tentava acompanhar cada movimento com calma para colocar em prática todo meu conhecimento enquanto assistidora de TV. Cerrei os olhos ao ver Harry derrubando brutalmente Bruno e correndo com a bola. Espera, eu não deveria marca uma fa...
     - COLLINS? EU PEDI PARA DESCER! 

Assustei-me com o grito do professor e acabei escorregando de um dos degraus da arquibancada. Só tive tempo de fechar os olhos e fui rolando doze degraus abaixo até a quadra, onde os meninos jogavam. Minhas pernas iam dobradas e eu escorregava com os braços apoiados nos degraus, já sentindo a pele descascar.

Eu só conseguia pensar: Deus, eu quero sumir.

E foi quase isso pois Harry estava correndo com a bola no mesmo momento e acabamos tendo um encontrão. Senti meu corpo se chocar com o dele e nós dois irmos para baixo em uma pancada estrondosa. O corpo dele chegou a abater um pouco do impacto, mas não protegeu minha cabeça que foi de encontro ao chão. Senti meus olhos pesando.
        - Nanda?! Ela bateu com a cabeça! Socorro! Por Deus, Nanda?

 

***


Abri os olhos lentamente e um clarão os invadiu, avaliei o lugar onde estava, parecia a enfermaria. Tinha uma estante com remédios ao lado de uma mesa repleta de papéis e macas bem espalhadas. Notei Harry sentado em uma cadeira com um esparadrapo pequeno na testa.
— Você acordou - ele falou animado.
— Eu caí em cima de você, na frente de todo mundo... - resmunguei tapando os olhos.
— Você apagou, deveria estar feliz por acordar.
— Eu devo ter dormido muito - retirei as mãos dos olhos.
— Na verdade, você apagou por uns dez minutos.

Soltei uma risada e ele retribuiu.

— Que droga! - falei frustrada - Eu sou uma idiota completa!

Harry sorria divertido se aproximando de mim.

— Idiota completa não, mas uma péssima juíza de basquete, isso precisamos admitir. 

Ficamos em silêncio por alguns minutos. Eu acho que nunca tinha visto um azul tão lindo quanto o dos olhos dele. Meu estômago embrulhou pensando nisso, como uma sensação de... 

— Incrível, né? - ele sussurrou desviando minha atenção.

— O quê?

— Como fico quando estou com você. 

Ele se aproximou o suficiente para fazer seu nariz roçar em minha bochecha e seus lábios estalarem no canto de minha boca. Corei automaticamente e ele pareceu sorrir.

— Não acha?

— Harry...

Ele suspirou contra minha bochecha e um arrepio percorreu meu corpo.

— Hm - respondeu rouco e outro arrepio me atingiu, dessa vez na nuca.

Ele passou as mãos por minha cintura e eu já ia fechando os olhos e sucumbindo ao toque quando notei o que estava para acontecer. O empurrei bruscamente, o fazendo encarar-me confuso.

— Eu acho que estou sentindo algo pelo Bruno - falei diretamente. Eu sentia seu olhar pesado sobre mim.
       — Está tudo bem - me olhou serenamente.
       — Me desculpe. - falei fitando o teto.
     — Apenas saiba que vou continuar aqui, por você.

Fitei seus olhos.
     — FÊ! NOSSA SENHORA, EU NÃO POSSO TROCAR DE COLEGA DE QUARTO - gritou Sofia, empurrando a porta da enfermaria - NOSSA SENHORA!
— Oi! - respondi sem graça enquanto Harry se afastava. 
— Lancaster? - indagou Sofia, arqueando uma sobrancelha - Vaza daqui, assombração.
— Tá tudo bem - falei tentando parecer tranquila, descendo da maca - Ele só estava vendo se não machucou nada durante a queda - Abri caminho entre Sofia e saí da sala - Agora vamos porque eu preciso de ar e...

Antes que eu pudesse terminar a frase fui atingida em cheio por uma visão que paralisou minha respiração. Bruno empurrava uma menina contra parede e a beijava sem nenhum pudor.


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Notas finais do capítulo

Acho que eu vou postar domingo. Beijos, negada.



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