Eu e Bruno ficamos conversando e nos beijando por alguns minutos.

Era como se ficar com ele me ocupasse a cabeça e me fizesse esquecer meus problemas

Bruno cruzou as pernas e eu sentei-me nas pernas dele colocando minhas pernas em volta da cintura dele, ele começou a fazer um carinho no meu cabelo e me encarar.

— Acho que prefiro deixar meu cabelo liso. – falei

— Aham – Bruno concordou.

— Mas ele ondulado até fica bonitinho. – falei

— Aham – Bruno concordou.

— Mas amarrado não seria uma má ideia nesse calor. – falei.

— Aham – Bruno concordou.

— Amor para de falar “aham” para tudo! – repreendi e ele sorriu

— É que você fica perfeita com todos os penteados, só posso concordar – ele falou e apertou minha bochecha.

Sorri e dei um selinho nele, ele passou um dos braços pela minha cintura e me puxou para mais perto dele.

— Se for assim você pode concordar. – falei

— Aham – ele concordou e eu sorri.

— Bru... – chamei

— Oi – respondeu ele

— Eu estou com fome. –

— É verdade, depois dessa confusão a gente nem lanchou. – ele disse

— Aham – concordei e ele me encarou divertido.

— Achei que fosse só eu que concordasse aqui –

— Eu concordo também poxa. – falei e formei um bico.

— Não fica com essa cara... – falou Bruno

— Essa cara é minha! – exclamei e mordi o lábio inferior.

— Ok, essa cara é sua, tudo bem, mas não morda o lábio inferior. – Bruno falou sério e eu encarei ele confusa.

— Qual é o problema em morder o lábio? – indaguei e ele sorriu.

— Depois não reclama. – ele falou

Em um gesto surpresa Bruno puxou minha nuca delicadamente e colou nossos lábios, o beijo estava correndo bem até ele morder meu lábio inferior, arfei baixinho e ele sorriu e se separou.

— Entendi – falei e sorri. – Bru... – chamei – Fome amor... – falei manhosa e ele sorriu

— Vem – disse ele e se levantou me segurando, soltei um grito abafado, pois eu estava sentada nas pernas dele, me pegou no colo e caminhou até a porta.

— Bruno! Bruno! Me solta! Eu vou cair! Bruno se eu cair vou te puxar junto! – choraminguei me debatendo.

— Se você cair eu deixo você me puxar junto. – ele falou.

— É bom mesmo porque eu... – antes que pudesse terminar Bruno abriu a porta e se lembra de quando eu disse que sempre tem alguém atrás da porta... Pois é, Sofia, Jason, Matheus e Laura estavam apertando a maçaneta. Acabou que Laura gritou, Bruno se assustou, eu e ele caímos no chão e agora está todo mundo rindo aqui no quarto.

— Gente o que estava acontecendo aqui? – Sofia indagou risonha.

— Se eu dissesse que nós íamos comer algo você acredita? – Bruno perguntou para Sofia.

— É, conhecendo vocês isso não é de se duvidar. – Sofia afirmou e sorriu.

Bruno se sentou no chão e me ajudou a me sentar do lado dele.

— Aquele Harry merece uns socos isso sim! Só não me meti no meio porque o Bruno já estava dando conta – falava Jason com Matheus.

— A Fê ainda me chamou para ajudar e eu não fui porque o Bruno já tinha lascado demais a cara dele. – Matheus falou.

— Meninos! – Laura repreendeu. – Toma Fê, sobrou um restinho de refrigerante aqui... Se você quiser... – Laura completou e me entregou uma garrafinha de refrigerante.

— Obrigada Lala, eu quero sim. – falei e peguei a garrafinha.

— Fê, eu tenho uma novidade para te contar. – falou Sofia e se sentou do meu lado. - Bom... Eu... – Sofia começou e corou levemente, olhei confusa para ela e tomei um gole do refrigerante. – Eu estou namorando, com o Jason. – ela falou de uma vez e eu me engasguei com o refrigerante e comecei a tossir.

Bruno bateu levemente na minha costa e mandou eu respirar.

Respirei devagar e encarei Sofia. - Ah amiga! Que bom! – falei e abracei Sofia.

No fundo do meu coração eu senti uma pontinha de falta do Harry, lembrei me de quando falei para Sofia que tinha conhecido um menino bem legal no aeroporto e ela tinha murmurado “Ah amiga! Que bom!” .

Eu deveria estar feliz, feliz por Sofia, e eu estava, mas eu sentia que um pedacinho do meu coração havia sido retirado, mas de certa forma isso não me doía tanto assim, talvez Harry Lancaster não tenha passado de uma mentira, ou talvez não. Não sei, mas eu não estava com cabeça para isso agora, não mesmo, eu estava com meus amigos, meus amigos de verdade e não iria perder meu tempo com Harry.

— Jason depois a gente vai bater um papo. – eu e Laura falamos em coral. Jason nos olhou com medo e Laura sorriu.

— Relaxa um papo de mulheres para homem. – Falei

— É, vai ser só um aviso mesmo. – Laura falou e sorriu

— Um aviso tipo... – Bruno perguntou e arqueou uma sobrancelha.

— Ah sabe cumé né... Aviso do tipo... – Laura parou e pensou.

— Do tipo: Se você machucar o coração da minha amiga eu parto sua cara em 36 pedaços e te arrasto no chão – falei

— E te jogamos na piscina do colégio – Laura falou.

— Só de cueca . – completei

— Sinistro – Matheus falou e se afastou de mim e da Laura.

— Mas sejam felizes. – eu e Laura falamos juntas para Jason e Sofia com um sorriso.

— Bipolaridade nunca – Sofia ironizou e sorriu depois.

— Ah é, a gente veio para falar isso e esquecemos... – Laura começou –

Depois do almoço eles vão trocar o gerador de energia do colégio e as aulas vão voltar ao normal.

— Gente, eu vou estudar. Já faz um tempinho que eu não pego nesses livros – falei e peguei minha mochila do chão.

— Eu vou dar uma olhadinha no papel do show de talentos. – Laura falou.

— A Lala está pensando em escrever a Fê na peça de teatro do colégio. – Matheus falou.

— Acho que você devia participar. – Laura falou.

— Não sei – falei

— Vai Por favorzinho – Sofia falou manhosa.

— Ia ser sua vingança contra a Geovanna, ela sempre é a personagem principal da peça, se você ganhasse iria ser um máximo! – Jason falou

— Gente eu não sei se sou tão boa assim. – falei.

— Que nada! Você é perfeita! – Bruno falou e passou um dos braços pela minha cintura.

— Own – Laura murmurou e eu dei um beijinho na bochecha do Bruno.

— Tudo bem, eu tento. – falei

— É! Isso vai ser incrível! – Sofia disse.

— Ok, vou escrever você para o teste – Laura falou saindo do quarto com Matheus e eu assenti nervosamente.

— E eu e o Jase vamos comprar alguma coisa e trazer para cá para a gente comer e estudar um pouco. –Sofia falou e saiu do quarto com Jason.

— E aqui estamos nós sozinhos novamente. – falei e olhei divertida para Bruno.

— E quando a gente quase resolve sair eles chegam. – Bruno falou.

Sorri e me sentei na escrivaninha.

— Ai, Ai Bru, vem cá. – chamei e ele sentou em uma cadeira que estava do meu lado.

— Hey, oque você está estudando... – ele perguntou

— Álgebra. – falei e ele sorriu.

— Deixa eu estudar com você então... – ele falou e se aproximou de mim.

— Só estudar! – exclamei e ele sorriu

— Tudo bem, só estudar! – ele falou.

Ficamos lendo sobre Álgebra por uns 20 minutos e depois fomos fazer alguns cálculos, terminamos alguns exercícios que a professora tinha passado ontem e até que foi tudo ótimo, eu não sabia que Bruno era tão bom em álgebra, ele me ensinou a fazer algumas contas muito complicadas e eu em troca ensinei algumas coisas sobre biologia para ele, ele não era ruim em biologia, mas tinha algumas dúvidas. Depois que terminamos de estudar eu me estiquei na mesa e olhei para Bruno que conservava um sorriso de canto.

— Cansou foi? – Bruno indagou e fez um carinho no meu braço.

— Um pouquinho - falei e sorri.

— Você fica fofa quando está cansada – Bruno disse e depositou um beijinho na minha bochecha.

— Sei. – falei.

— Te amo do tamanho do universo. – ele disse.

Sorri e beijei ele.

Bruno me deixava calma, me fazia esquecer meus problemas, me fazia pensar, enfim... Bruno me fazia feliz. Talvez eu o amasse, amasse de verdade, ninguém em tão pouco tempo tinha feito eu me apaixonar assim.

— Vem, vamos lá fora. – chamei ele e olhei o relógio que marcava 10:45.

— Fazer o que lá fora? – ele perguntou e se jogou na cama.

— Vem Bru... O céu está cheio de nuvem, é legal olhar. – falei e ele sorriu.

Caminhei até a mesa e peguei uma bolsa de lado pequenininha que eu tinha e coloquei meu celular dentro, Bruno estendeu a mão e me entregou o celular dele também, coloquei o celular dele na bolsa e pendurei a bolsa em mim.

Saímos do dormitório e eu tranquei a porta, caminhamos pelo corredor e eu tentava me forçar a não pensar no Harry, não pensar no que aconteceu hoje e nem em lembranças do Harry que me vinham a mente.

Fomos até o pátio de trás e nos deitamos na grama do campus, Bruno colocou a mãos na altura da nuca dele e se deitou no chão, fiz o mesmo e me deitei também.

— Aquela nuvem ali parece... Um sorvete. – ele falou e eu dei uma risada.

— Não... Tá mais para um microfone. – falei e ele sorriu.

— Aquela parece uma flor – ele disse.

— É, aquela parece uma flor mesmo. – concordei e observei outras.

Ficamos alguns minutos em silêncio e eu tirei minhas mãos da nuca, Bruno fez o mesmo.

— Aquela ali parece... – falei e fiquei pensado no que parecia.

— Um coração. – Bruno falou e eu sorri.

— É um coração. – concordei e Bruno ficou brincando com as nossas mãos.

— Aquela nuvem é nossa. – ele falou e apontou para a nuvem do coração.

Sorri.

— Bru... O que você vai ser quando a gente se formar esse ano? – perguntei.

— Hhm... Não sei o que pretendo fazer, fora ter você na minha vida, só sei que quero cálculos – ele falou e eu dei uma risada.

— E você? – ele perguntou

— Arquitetura, acho – falei.

Quando me deitei novamente o celular do Bruno começou a tocar, olhei confusa para Bruno e ele deu de ombros.

— Atende aí amor. – ele falou e eu peguei o celular dele da bolsa, atendi e a voz da Sofia se fez presente.

— Onde vocês estão? – Sofia perguntou

— No pátio. – falei.

— A gente tá com a comida. – Sofia disse.

— Ata, já estamos indo – falei.

— Tá só não me faça esperam se não eu arrombo a porta. – ela falou.

— Delicada... – ironizei.

— É serio Fê porque eu... JASON! CALA A BOCA! – Sofia gritou e eu tomei um susto e afastei o celular.

Ah droga acho que fiquei surda aqui!

— Ah sua retardada, não grita! – gritei.

— Mas tu acabou de gritar idiota! – Sofia protestou.

— E daí! Eu tive um motivo para gritar! – falei.

Escutei Sofia cochichar para Jason: “Ela tá de TPM”

— Sofia! Para de falar essas coisas para o Jason! – repreendi

— Credo, a pessoa tá do outro lado e tá escutando eu falar com o Jason. Vem logo que eu num aguento mais minhas pernas não – Sofia disse.

— Ok já estou indo, tchau. – falei. Olhei para Bruno e ele me encarava confuso. Encerrei a chamada da Sofia e olhei o papel de parede do celular do Bruno, era a foto que ele tinha tirado hoje de manhã, na foto eu sorria e olhava para o celular e Bruno estava virado para mim, beijando minha bochecha.

— Era Sofia, ela tá com a comida. – falei e Bruno assentiu ainda confuso.

— Ok. – ele murmurou e se levantou.

Me levantei e ele passou o braço pela minha cintura, fomos caminhando até o dormitório.

Chegamos no quarto e Sofia estava na porta com Jason, adentramos o quarto, arrumamos a mesinha e almoçamos, já era 11: 33, depois que nos almoçamos arrumamos tudo e ficamos batendo papo furado, quando o gerador do colégio funcionou e a energia voltou.

Eu e Sofia discutíamos sobre oque era mais fofo, um panda ou um unicórnio, enquanto os meninos jogavam vídeo game na televisão.

Quando deu por volta de meio dia, os meninos foram para o dormitório deles, pegar alguns livros e ir para a sala de aula, as aulas reiniciavam as 12:25.

Arrumei minha mochila e não demorou muito para que Bruno e Jason e voltassem. Saímos do dormitório e estávamos caminhando para a sala, um frio tomava conta da minha barriga, algo me dizia que hoje seria um longo dia.