Slenderman: Beginning escrita por Beyond B Nat


Capítulo 6
Solidão


Notas iniciais do capítulo

Aqui estou eu, de novo, postando mais um capítulo seguido de Slender Man, kkkk (sério, quando acabei o anterior já estava escrevendo esse =P)

Espero que gostem ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/527081/chapter/6

Estou com medo. Estou com medo de mim mesmo. Naquela hora que fiz aquilo tudo... Não parecia eu, minha personalidade mudou completamente. Eu só queria matá-los, só queria ver sangue tripas, vê-los em pedaços.

Coloquei as mãos sobre a minhas cabeça e coloquei o meu "rosto" entre meus joelhos. Eu queria chorar, mas eu não tenho olhos pra isso. Estou apavorada, estou com medo. Eu sou um monstro!

Fiquei um tempo tentando me acalmar. Aconteceu muita coisa de uma vez, coisas que eu nunca achei que fossem possíveis de acontecer, coisas que nunca achei que eu seria capaz...

Por que logo eu? O que eu sou?

Fiquei um tempo parado, mesmo tendo amanhecido eu ainda estava lá. Ainda sinto os tentáculos em minhas costas perambulando, nem me preocupei em recolhê-los, não sei nem ao menos como consegui fazê-los aparecer.

Senti algo passear das minhas pernas até a minha mão. Olhei e vi que era uma aranha. Não, não era uma aranha qualquer, é aquela daquele dia, que a devolvi pra floresta.

"Oi, amiguinha. Você me reconheceu mesmo eu estando assim?"

Ela andou mais um pouco e ficou quietinha, apenas me olhando com aqueles seus oito olhinhos. Um animal que pra muitos é repugnante também tem a sua graça. Gosto desse tipo de animal. Aranhas, corvos, corujas, morcegos, gatos (especialmente os pretos), principalmente por que as pessoas os rejeitam, assim como eu. Eu sou um rejeitado.

"Acho que não é bom eu continuar aqui fora, não é?"

A aranha parecia me entender. Ela saiu da minha mão e andou pelo meu braço, isso enquanto eu me levantava.

Entrei em minha casa. Ela estava intacta, do jeito que deixei a... Duas semanas. Puxa, fiquei esses dias todos "morto", mas ao mesmo tempo que parecia uma eternidade parecia ser apenas algumas horas...

Havia um espelho ao lado da escada, ecarei a meu reflexo e eu podia ver claramente os meus oito tentáculos perambulando harmoniosamente. Oito, assim como as pernas de uma aranha.

Tentei me concentrar para escondê-los, não creio que seja bom ficar com eles o tempo todo, eu poderia esbarrar em alguma coisa sem querer e acabar quebrando. Pude ver eles se encolhendo, como se estivessem entrando em minhas costas, mas eu não sentia dor, apenas aquele arrepio. Que bom, não tive muita dificuldade.

Encarei meu reflexo novamente. Apesar de não possuir face, eu ainda parecia ser o mesmo. Não. Ainda não... Essas roupas estão cheias de sangue. Andei em direção à escada, mas antes de pisar no primeiro degral a encarei. Será que consigo fazer "aquilo" de novo?

Me concentrei, tentando focar na minha mente o fim da escada aí imediatamente parei lá em cima, porém, eu não estava com os pés bem posicionados aí acabei caindo da escada. O impacto da minha queda soltou um dos quadros da parede e eu quase teria infartado (eu posso infartar?) se eu não tivesse feito um tentáculo surgir e esse ter pegar o retrato. Puxa, foi por pouco...

Levantei-me e leveio-o para perto de mim, só para ver o retrato que quase perdi. Era... Um retrato da minha família. Na época em que todos estavam vivos, num momento raro com todos juntos.

Nele estavam, além de mim, os meus pais, meu irmão mais velho, minha tia junto com o marido dela e meu primo, meu tio e o meu avô. Aliás, tenho total certeza que essa foi a última foto do meu avô, eu era bem novo, mas lembro bem que foi isso.

Estranho como veio umas tragédias em minha família... Essa casa, que aliás também está presente no retrato, é muito grade. Foi contruída quando meu bisavô mudou-se com a esposa e quatros filhos pra cá. Ele pretendia ter uma família bem grande, ter mais filhos, por isso que ele contruiu uma casa enorme, alguns até chegaram a chamar de manssão, mas não era pra tanto. Na cidade há casas muito maiores.

Com os anos, passou a morar aqui o meu avô, os irmãos e irmãs dele e todos os descendentes de cada um. Porém, em algum momento, por algum motivo, os irmão de meu avô decidiram sair dessa casa, morar em outro lugar. Não sei o por que, apenas que depois passou ela a pertencer apenas à prole do meu avô.

Com sua esposa, tiveram três filhos. Os dois mais velhos homens e a mais nova uma mulher. Minha avó morreu no parto de minha tia. Isso foi triste, terminou meu avô tendo que cuidar dos três sozinho.

Apesar de o tratamento ser o mesmo, paresce que em toda a família tem uma "ovelha negra". A da geração do meu pai, que era o do meio, era o irmão mais velho dele, Stephan. Ele sempre teve uma personalidade de mulherengo sedutor (e meu pai detestava isso, ainda mais depois de ter casado) e passava o tempo todo na europa conquistando e partindo corações. Não lembro muito bem dele, além do fato dele estar raramente nos Estado Unidos, ele morreu assassinado por uma amante ciumenta quando eu possuía 6 anos. Não tenho nenhum problema por não lembrar bem dele, ele já era uma má imfluência de qualquer forma.

Da parte da minha tia, Emily, ela morou um bom tempo nessa casa, mais por causa do meu avô, que toda vez que ela pensava em se mudar com o marido e filho ele inssitia pra ficar e ela sempre acabava sedendo. Ela tinha um jeito muito doce, vamos dizer assim, e ela sempre se revezava com a minha mãe, Anna, para cuidar de mim e do filho dela, Tyler. Aliás, nós tinhá-mos a mesma idade, diferença só de alguns meses.

Tyler gostava de mexer com roupas, era algo meio estranho, porém, ele talvez poderia se tornar um alfaiate, possivelmente até melhor do que o velho Adam.

Bem... Ocorreu o momento em que o meu avô morreu, poucos meses depois minha tia mudou-se definitivamente com a família dela. Pude notar o quão triste Tyler ficou, mas não tinha como fazermos nada, não é? Eramos apenas crianças.

Creio que hoje tenho até ideia dos motivos dela. Há tempos, as pessoas da cidade não viam bem a minha família. Sempre tratando-nos como se fossemos estranhos, como se tivesse algum motivo pra nos despresar, apesar de ter nenhum. Creio que minha tia estava cansada disso, por isso ela quis ir embora.

Não bastasse ela ir, no ano seguinte o meu irmão , 10 anos mais velho que eu, quis partir também. Bem que, ao contrário do resto da família (eis aqui a "ovelha negra" da minha geração), ele não se importava com as pessoas que o travavam mal ou o evitavam. Ele sempre teve uma personalidade alegre e sempre tentava dar um jeito de fazer as pessoas sorrirem. Até eu já chegueia sorrir váras vezes por causa dele, mas, por que ele teve que ir embora?

Na época possou um circo perto da cidade, lá ele achou uma oportunidade e participou do show por que um dos palhaços ficou doente. Os circences gostaram do trabalho dele e quiseram que ele fizessse parte do circo e viajasse pelo país com eles.

É claro que depois da minha tia ir embora nem os meus pais e nem eu , principalmente eu, queríamos que ele fosse. Mas, ele foi egoísta, e no meio da noite ele foi mesmo assim. Devo dizer que foi a partir daí que passei a sentir raiva dele e também a sentir-me só.

Anos depois, A minha tia e o marido dela morreram num acidente. O meu primo terminou em um orfanato. Os meus pais morreram. O meu irmão foi vítima num incêndio ocorrido com a tenda do circo. Ele sobreviveu ao fogo, só ficou com os braços queimados, mas ele inalou muita fumaça, aí morreu intoxicado dias depois.

Tyler morreu ano passado. Não sei ao certo o motivo. Numa carta que recebi apenas dizia que o envenenaram. Por quê? Não sei...

Terminou no fim das contas assim.

Eu aqui sozinho.

Perdido na solidão.

Desviei-me desses pensamentos, coloquei o retrato no lugar e subi as escadas. Dessa vez a pé, para evitar erros novamente. Depois testo mais essa habilidade de surgir nos lugares.

Ao olhas minhas roupas vi aquele terno que o alfaiate me deu, que foi encomenda do meu pai. Ver aquele retrato foi-me um pouco nostalgico, então peguei o terno e troquei minhas roupas. Agora estou um pouco melhor. Acho que irei para o escritório agora. Nele havia além de uma bela escrivaninha vários livros. Vai ser bom me desligar um pouco lendo.

Parando pra pensar... Agora que não estou em nenhuma situação estressante, não estou tão diferente de antes. Afinal, sou realmente um monstro ou não? Creio que posso refletir sobre isso um pouco, mas, por hora, quero só esquecer um pouco de tudo que aconteceu.

Quero também esquecer da dor de lembrar da família que rapidamente perdi. Só quero ficar sozinho. Não quero nem que alguém chegue perto e descubra a "coisa" que virei... Não quero mais sofrer com o passado e também não quero ser visto pior do que o "esquisito" de antes. Não quero ser visto como "um monstro".


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem, achei que seria interessante falar um pouco mais da família do Slender, apesar de ele não gostar de lembrar por ser um tanto doloroso.

Não vai ter mais um capítulo "empilhado" aqui por que expirou minhas ideias, kkkk Bora pras outras fics também por que se não, já viu o quanto posso demorar, né?

PS.: Sobre o quadrinho que no primeiro capítulo mencionei que faria... Não vou fazer mais, sorry '-' O meu desenhista tá sem tempo pra me ajudar e eu mesma tou com um monte de projetos então... Não vai dar ç_ç



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Slenderman: Beginning" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.