Slenderman: Beginning escrita por Beyond B Nat


Capítulo 21
Mask and Drowned


Notas iniciais do capítulo

VOLTEI GALERA!!

Antes de mais nada, peço desculpas por demoar muito para postar um novo capítulo. nesse tempo todo aconteceu muita coisa, fiquei na bad e depois de superar essa bad ainda tive muito branco nessa fic =/ Tanto que teve capítulos seguidos de Legião vermelha e aqui que é bom, nada.

Bom, o importante que a fic está de volta, não é? ^^

Pode ser bem um momento "CARA, QUE QUE TÁ ACONTECENDO COM O SLENDER?!", então se preparem por que, depois de muito, mas muito tempo de branco após uns "maus tempos", finalmente saiu o/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/527081/chapter/21

Há uma linha muito tênue dentro de mim entre me importa e não dar a mínima. Já era algo evidente por eu nem sequer ter movido um dedo para evitar a morte de Sally, porém, me importei o suficiente para não deixar o espírito dela sem rumo, isso é irônico, devo admitir.

Algumas décadas após ter visto a morte dela e ela ter ido embora com o "Splendorman", arrisco dizer que anda sendo muito mais fácil eu agir com indiferença do que me importando com os humanos. Pra que me importar, não é mesmo? Seres humanos, comparados a mim, são criaturas frágeis e com mente fraca. Única utilidade talvez seja aliviar o meu tédio causado pela imortalidade, me alimentar de seus medos... Coisas do tipo.

Na década de 90, senti-me interessando em fazer uns testes com os humanos. Faz um bom tempo que não tenho mais aquela "sensão" que tinha e me permitia identificar um humano que poderia ser meu servo por livre e espontânea vontade. Nem sei o motivo, pode ser pela redução da minha empatia e pelo fato de que não me importo mais, talvez. Apenas sei que quando preciso de ação de algum humano, tenho que manipular sua mente. Um pouco desgastante e quase sempre causa sequelas na mente do indivíduo.

Apesar de tudo, com os teste e vendo o que ocorria, era interessante ver o quanto um humano consegue suportar seus medos. Até que ponto vem a paranóia, quando chega a loucura e o que leva quando este chega no limite. Com consciência ou não de que algo está causando isso, há o emplorar de que tal pesadelo acabe.

A maioria cometeu suicídio ou foi morto acidentalmente por tentar matar algum ente querido. Uns trancados numa clínica psiquiátrica.

Um caso. Tim Wright. Praticamente uma criança na época. No momento que me chamou interesse, comecei a brincar com sua mente. Constantes pesadelos vinham, uma pessoa usando uma máscara branca que o afogava em seu desespero. Maior vantagem disso tudo é logo o medo. Fazer isso com o único indivíduo ma sacia e nem torna necessário fazer com outras pessoas, isso até esta chagar no seu limite.

Havia uma constante evolução, do medo para a paranoia* entre os pontos, ele "gritava" constantemente em rabiscos feitos em folhas de papel, o seu pavor cada vez mais crescente. "Sempre observa sem olhos", "Socorro", "Não posso correr"... Cada vez mais crescendo o medo, cada vez mais crescendo a loucura.

Ele chegou num ponto em que não queria mais conversar com ninguém apenas se esconder e tentar se proteger de algum modo. Ele passou um tempo numa clínica pela preocupação de seus pais quanto ao seu estado mental. Tim algumas vezes encarava a janela do seu quarto e sussurrava "Me deixe em paz". Ele sabia que eu o estava observando o tempo todo.

Com isso tudo, num momento, sua mente quebrou.

O resultado foi um incêndio em seu quarto que quase se espalhou pela clínica, por sorte, o fogo não se espalhou muito para outros cômodos.

Sua mente ficou "diferente" e emoções levemente vazias. E, de certa forma, o medo que ele sentida de mim sumiu. É como se ele "aceitasse" ser meu fantoche. Testei o mandando matar pequenos animais e ele obedecia de bom grado. Transformei um humano comum num proxy.

Tal feito é um tanto difícil de fazer, os que se mantiveram vivos foram, menos de cinco. A menos os tenho como um meio de garantir que minha existência será oculta. Quem "sabe de mais" ou me flagrou em fotos ou filmagens, das duas uma: Ou deve esquecer o que viu e se livrar ou deve morrer.

É, não me importo com os humanos. Eu não sou mais um deles e não há por que me importar ou me apegar.

Anos depois, numa cidade ao leste do país, senti novamente aquilo que sinto quando um humano é do tipo que virará um monstro. Dessa vez era um garoto, com pouco mais de 14 anos. Seu primeiro nome era Benjamin, apesar de ser mais chamado de Ben.

Como em diversas vezes anteriores, eu poderia ver como ele irá virar um monstro antes disso ocorrer, mas, digamos que estou entediado. É mais interessante observar assim, sem pressa, ao invés de saber antes de acontecer. Então, dessa vez, decidi apenas observar.

O observei por uns dias, nada interessante de mais na rotina dele. Acordar, ir pra escola e assistir as aulas, voltar perto do horário do jantar e vídeo game o resto do dia, isso quando seus pais não o cobravam para fazer alguma tarefa de casa. Aliás, parece que os sentidos dos humanos ficam mais sensíveis durante a madrugada. Mesmo não podendo me ver ou saber onde estou, vez ou outra o garoto tinha a sensação de estar sendo observado. Preferia acreditar que era somente efeito psicológico causado por jogos de terror, mas não há como o sentimento cessar, afinal, ele realmente estava sendo observado. Porém, nem levava muita importância e continuava concentrado em seus jogos.

Certo dia, ele saiu, logo cedo, empolgado de casa, era um final de semana . Ben pegou sua bicicleta e pedalou até uma loja de venda de jogos que havia no bairro. A loja ainda estava fechada e haviam outros jovens, uns mais novos, outros mais velhos, perto da faixa de idade dele.

Ele conhecia alguns que estavam por lá, então decidiu conversar:

— E aí , Paul!

— Ah! Oi, Ben! Está esperando para comprar o "Majora's Mask" também?

— E ainda pergunta? Estou esperando desde que foi anunciado o jogo!

— É, algo bem esperado, do jeito que você é louco por Zelda.

— Hu, não duvide se eu for o primeiro das redondezas a zerar o jogo, ha ha! Ei, aliás, achei que os seus pais não deixariam um pirralho como você saindo por aí assim sozinho, sua casa não é muito perto.

— Para de me chamar de pirralho!

— Você tem 10 anos, vou te chamar de que? Ha ha!

— Tem hora que você é chato , em...

A conversa se estendeu e alguns outros conhecidos entraram nela e de repente estavam falando sobre expectativas ligadas ao jogo. Finalmente a loja abriu, os jovens entraram empolgados e loucos para comprar o jogo recém lançado. Ben imediatamente comprou o seu cartucho, se despediu dos amigos e voltou rapidamente para casa.

Ao chegar e guardar a bicicleta na garagem, Ben entrou em casa feliz por comprar "Majora's Mask" no dia do lançamento. Esfriou um pouco as coisas quando sua mãe chamou sua atenção:

— Benjamin, onde estava logo cedo?

— Fui comprar um jogo, mãe.

— Mais um vídeo-game? Você já tem vários.

Ben apenas suspirou e revirou os olhos.

— Você não tem algum dever para entregar segunda-feira? Faça-o antes de começar a jogar.

— Mas...

— Por favor, Ben.

— Tá, ok...

Ele ficou frustrado, com isso, mas obedeceu mesmo assim. Ele terminou bem no horário do almoço e logo após terminar de comer e ajudar a lavar a louça ele subiu para o seu quarto, fechou a porta e a cortina e ligou o console para jogar.

— Vamos lá, Majora's Mask.

Fiquei observando ele jogar de dentro de seu quarto, já que as cortinas estavam fechadas. Ele se concentrava tanto e somando isso com o meu poder mental, nem sentia a minha presença e não era somente nós que estávamos aqui. Futuros monstros chamam atenção de outros monstros, visivelmente. Haviam uns desenhos colados nas paredes e uns de repente assumiram um aspecto medonho e assustador. Pude notar em um deles uma figura familiar, um ser de aparência demoníaca. Faz muito tempo que não vejo algo ligado a ele, Zalgo.

Um dos desenhos tinha o formato de uma história em quadrinhos e Zalgo ficou neste. Modificou o que havia lá e o desenho que era simples e "simpático" ficou medonho e os balões das falas se modificavam, como meio de Zalgo se comunicar, pelo visto.

"Pressentiu isso também, não é? Homem sem Face."

Certo, como falar "mentalmente" com um desenho?

"Hu, claro que não pode falar comigo, mas vou considerar sua presença aqui como um sim."

Desviei o olhar do desenho e continuei observando o garoto. Não estou com vontade de conversar, ainda mais com um "demônio" que está sendo um desenho colado na parede.

Passou o tempo, e a figura de Zalgo se foi antes que eu me importasse em notar. Ben se mantinha vidrado no jogo por mais um tempo, até ser vencido pelo cansaço e decidir salvar o jogo e ir dormir.

No dia seguinte ele acordou bem tarde, quase meio-dia e sua mãe já estava preparando o almoço. Ela não gosta que o filho fique até muito tarde acordado, ainda mais jogando vídeo game, então Ben disfarçava levemente dizendo que apenas acordou mais cedo, fez o que devia fazer e depois não saiu do quarto. Estratégia usada com frequência, sua mãe não era boba e sabia bem o que ele fazia durante a madrugada.

— Ben, hoje não quero você até o resto do dia no seu quarto. - ela falou enquanto todos, ela, o filho e o marido, almoçavam.

— Quê? Tá falando sério?

— Você fica o dia todo lá jogando, ainda mais no fim de semana. Quando compra jogo novo então... Nem digo.

— Eu tou quase zerando... - disse chateado.

— Sua mãe está certa, e você pode zerar outra hora, outro dia, afinal, é apenas um jogo. Aliás, nada de jogar de madrugada, amanhã você tem aula.

— Sim, senhor.

Eles terminaram a refeição e logo em seguida o jovem saiu de casa. Nesse momento, um dos seus amigos estava na rua:

— Ei, Ben! Eu já tava indo te chamar! He he!

— Hã? Pra quê?

— O pessoal está se juntando no parque, pra curtir, essas coisas. Tava até pensando se você iria querer vir ou não, soube que você comprou Majora's Mask ontem, aí, né, hu.

— Comprei, mas meus pais me fizeram não ficar na "caverna", que é o meu quarto. E, vou sim, não tenho nada de mais pra fazer mesmo.

Eles foram juntos em direção ao parque. Haviam vários garotos de idade próxima a dele. Eles fizeram várias coisas para se divertir, inclusive, um dos garotos trouxe vários balões dos quais numa torneira foram enchidos de água e todos se divertiam molhando uns aos outros.

Um deles estava um pouco fugindo dos balões e com uma câmera na mão, da qual tirou umas fotos rindo de como seus amigos ficavam encharcados. Esse garoto era um dos que estava conversando com Ben quando ele foi comprar o jogo... Não posso permitir que eu seja captado. Após tirar umas fotos e protegê-las pras fotos não as deixarem queimadas, já que era uma câmera instantânea (algo que no tempo atual não era mais tal comum), ele se afastou um pouco e ficou em baixo de uma árvore para olhá-las. Como eu esperava, havia fotos que fui capturado.

— Mas o que é... Hurg...

Veio nele uma dor de cabeça. Não posso permitir que minha existência vaze. O garoto fez um olhar vazio, rasgou as fotos, e logo em seguida se moveu com um olhar vago para jogar os pedaços numa lixeira próxima. Assim que jogou os papeis, Ben se aproximou dele, com boa parte da camisa molhada e o cabelo também.

— Hey, cara! Deixa e ver as fotos que você tirou.

"Estavam um pouco ruins."

— Estavam... Um pouco ruins... - ele repetiu o que eu disse, porém com a voz fraca.

— Você tá bem?

— Tou... - o libero aqui do transe, para que não seja reparado o que está ocorrendo. - É... Só tou meio cansado, he he. Não prestou muitas fotos, acho que sirvo mais pra filmar.

— É uma boa. Apesar de que aparece legal essa sua câmera. Nem conheço mais ninguém que tenha uma dessas.

— É. - ele tira uma foto de Ben e este pisca umas vezes por causa do flash, após isso ele pega a foto e dá pra ele.

— Bom - Ben fala coçando o nariz - Vem lá com o pessoal. Ou está com medo de se molhar?

— Ha! Mas você não me provoque!

O garoto se junta a ele e após acabarem os balões, todos deram um tempo pras suas roupas se secarem naturalmente e em pouco tempo estava anoitecendo. Uns até provocaram os outros, para ficarem um tempo a mais na floresta, mas até mesmo crianças têm noção do perigo.

— Ei, já vai pra casa, né? - bem perguntou ao garoto da câmera.

— Vou, isso tudo me deixou cansado, e fico a noite nessa parque nem ferrando, ha ha!

— Beleza, todo mundo tá indo e vou embora também, até mais.

Ben se vira, se afasta de dele e se despede de seus amigos antes de seguir pra casa. Há um sentimento de medo no rapaz das fotos novo. Ele mentiu em parte no que falou mais cedo, mesmo não tendo total certeza do que aconteceu e por que preferiu mentir, além disso, ele estava com uma sensação ruim. Terei que dar um jeito nisso mais tarde.

Finalmente Ben chegou em casa e disse como foi seu dia. A mãe até achou bom ele interagir com os amigo ao invés de ficar só um pouco fora e logo em seguida jogar vídeo game. Após jantar e ajudar a lavar a louça, ele subiu pro seu quarto e logo sua mãe mandou ele ir dormir, pois ele tinha aula logo cedo. Ben suspirou levemente irritado, ele queria jogar.

Passaram-se as horas. Quando era mais de meia-noite, os pais de Ben estavam dormindo, então ele se levantou de sua cama, pegou uma lanterna e se aproximou de seu vídeo-game para jogar. Ele queria muito zerar logo Majora's Mask. Porém,assim que ia ligar o Nitendo 64, uma surpresa: a fonte não estava ali.

— Não acredito que minha mãe pegou a fonte...

Ele olhou em volta, desceu para a sala, com cuidado para não fazer barulho, procurou no térreo e na garagem também, mas não fazia ideia de onde estava a fonte do jogo. Ele desejava muito jogar, não se importava em acordar cansado ou nem dormir nessa madrugada. Um tanto obcecado por vídeo-games, pelo visto..

Ben voltou frustado pro quarto e olhou numas caixas o que ele poderia usar para conseguir energia. Ele achou um cabo do som.

— Um, será que isso vai servir?

Ele olhou a entrada e tentou encaixar e, apesar de algo improvisado parecia estar dando certo. Porém, ao conectar na tomada, ocorreu algo que ele não esperava.

Ele foi eletrocutado.

Ben ficou por alguns segundos com descargas elétricas circulando seu corpo enquanto ele segurava a tomada, sem conseguir gritar nem nada e caiu no chão convulsionando e sua boca espumando. Bom, sem gritar digo seu corpo físico. Pude "ouvir" algo, um grito de terror. Meio estranho isso, mas, conforme ele levava o choque, eu podia "sentir" algo circulando dele para o jogo.

Pouco depois, seus pais perceberam o barulho que aconteceu e foram para o quarto dele, mas já era tarde. Ben estava quase roxo e não respirava mais, se "afogou" em sua própria saliva.

Sua mãe entrou em desespero e gritou o seu nome, porém foi impedida de se aproximar pelo marido, poderia haver chance de haver um pouco de eletricidade no garoto. Ele falou para chamarem uma ambulância e foram rápido para fora do quarto para fazer isso.

"Mãe? Pai? O-o quê.... Alguém me tira daqui!"

A voz de Ben vinha do cartucho do jogo. Entendo... Quando foi eletrocutado, sua alma foi puxada para o lá. Isso explica eu não ter visto a alma dele como foi no caso de Eyeless Jack e Sally.

"O que está acontecendo, por favor, alguém pode me ouvir? Alguém?!"

Ouvi por um tempo os gritos de desespero do garoto, até a ambulância chegar e os paramédicos retirarem seu corpo do local.

"Alguém, por favor.... Alguém está me escutando?... Por favor... Alguém me tire daqui..."

Ele começou a chorar e medo emanava do cartucho.

Bom, mesmo se eu estivesse disposto a isso, não posso fazer nada.

Daí então saí do local. Pode ser curioso saber o que acontecerá com essa alma aprisionada num vídeo-game, mas não estou com muito interesse para ver o que mais acontece, por hora. Irei apenas observar o que ocorre algum outro lugar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

*Penso que coisas que acontecem com Tim aqui na fic poderiam no futuro ser escritas na fic do Ghost Creepy (olha o spoiler, Nat e_e) aí nem detalhei muitos detalhes do que ocorreu. E como o foco da fic era pra ser o Ben e acabei tendo que acrescentar proxies por causa do ponto da linha do tempo (e o fato da fic estar a muito tempo sem postagem), foi o que deu, né, kkk.

Bem, espero que tenham gostado. Os que não abandonaram a fic por causa do hiatus, por favor, comentem nem que seja pra dizer se gostou ou não =/ Eu sei que é um grande vacilo demorar muito e desmotiva a leitura, mas, por favor, deem um sinal de vida aqui. Eu gosto bastante dessa fic e vou levá-la até o fim, não importa o quanto demore.

Bom, até o próximo capítulo o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Slenderman: Beginning" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.