As Crônicas dos Quatros Reinos escrita por Douglas White Walker


Capítulo 6
Capítulo 06 - Que os ventos me levem.


Notas iniciais do capítulo

Não revisado.



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A tarde cinza e os fortes ventos com rajadas de chuvas que mais pareciam pedras afiadas sobre os lombos dos marinheiros não os desanimaram, o navio era balançado para um lado e para o outro, o velho Crox olhava para o céu cinza e lembrava-se de sua casa e a saudade apertava no peito, embora muitos ali desconfiavam que aquele homem de capuz e capa preta fossem mesmo o velho feiticeiro de Builhes e isso os aterrorizavam, não que o povo de Builhes não fosse bem vindo, mas aquele homem encurvado parecia mesmo um feiticeiro de Builhes, mas ninguém ousava comentar nada, o capitão tinha dado ordens para deixar o homem misterioso em paz e ele bem sabia que os feiticeiros de Builhes não gostavam desse titulo, na verdade eles se intitulavam sábios e tudo o que eles faziam era a arte da ciências químicas.

O mar agitava e alguns começaram a rezar aos seus deuses por socorro, mas o capitão estava seguro e gritava – a frente marujos – todos corriam de um lado para o outro e o capitão continuava a gritar – não podemos mudar os ventos, mas podemos ajustar as velas.

O navio parecia não aguentar, as ondas eram altas e estavam furiosas, pareciam vivas e queriam tragar aquele navio a qual quer custo, fazer dele alimento para o oceano. O velho Crox ainda escondido por traz da capa se segurava dentro do convés e a todo tempo puxava um pergaminho de seus bolsos o abria, olhava, olhava para fora por entre a porta e voltava o seu olhar para o pergaminho, em um momento o capitão entra gritando – que tipo de maldição você traz conosco? Os deuses dos oceanos estão furiosos – Crox se aproxima do capitão o segura pelos ombros e o olhar por entre a capa – é sinal de sorte meu velho – e solta uma gargalhada.

Nesse tempo o capitão volta a pensar se era mesmo para ele estar a frente daquela viagem, lembrou-se de seus marujos reclamando da presença do velho antes mesmo de deixar o Porto Velho da cidade de Dã e logo foi tomado por uma dor forte no peito de arrependimento, nessa hora as ondas deixam o navio totalmente fora de controle, parecia que daquela vez o navio não escaparia, ele iria virar.

Crox segurou forte em uma das colunas, o capitão não teve tanta sorte e caiu de cara contra parede que naquelas horas parecia mais o chão, não se podia mais saber o que era e o que não era, o navio balançava e o estado agora estava pior, o navio estava incontrolável. Crox olhou para o capitão que parecia estar morto.

O navio foi lançado contra uma rocha e sua proa foi totalmente destruída, nessas horas os navegantes já gritava – Abandonar o navio! – como se fosse possível, no momento que a proa tocou a rocha foi totalmente despedaçado e a outra ponta do navio fez um giro de 180 graus em uma velocidade muito rapida que alguns marinhos foram lançados a uma distancia de seis metros e outros se seguravam em partes do navio. Crox não se aguentava em tentar se manter vivo estava ele no limite de suas forças. O navio começou a afundar, mas ainda era arrastado pelas ondas do oceano, Crox se equilibrava, segurava em algo que ele mesmo não podia reconhecer e de repente em um ultimo balanço ele foi lançado contra a parede e apagou de imediato, estava Crox como mesmo disse, lançado a sorte.

Crox acordou sendo arrastado em terra desconhecida, na beira de uma praia que não conseguia identificava e com uma noite tão escura com a certeza de está em sérios apuros, então tentou olhar para quem lhe arrastava e em seus pensamentos estava torcendo para que não fosse em alguma praia dos Quatro Reino. Mesmo ainda um pouco tonto e meio que sem forças tentou algumas palavras – por fa-fa-favor, me-me-soltem... - foi quando o soltaram, eram dois pescadores, um deles falou – me desculpe meu senhor, pensamos estar ajudando – e pelo sotaque logo Crox identificou onde estava e sussurrou – enfim, cheguei!

– O que o senhor disse? – Perguntou um dos pescadores se curvando para tentar ouvir melhor o que o velho dizia.

– Não disse nada importante – Respondeu Crox estendendo os braços - por favor me ajude a levantar.

Eles o ajudaram. Com roupas molhadas e cobertas de areia Crox tentava ainda ficar de pé sozinho, mas ainda estava um pouco fraco – onde estão os outros? – Perguntou Crox olhando para os lados.

– Não achamos mais ninguém, só o senhor mesmo. – Respondeu um dos pescadores.

– Com aquela tempestade eu até imagino o que acontecera a eles, mas o senhor não me parece com um marinheiro. – disse o outro pescador.

– Bem notado meu caro, de fato eu não sou, conversaremos depois, se tiver como me arrumar um abrigo, um lugar pra ficar, roupas e comida eu serei muito grato, eu sou bastante rico, mas infelizmente não tenho nada agora, acho que perdi tudo no naufrágio. – Disse o velho Crox e estendeu sua mão esquerda até a vista dos pescadores, para que eles avistassem seu anel da casa Builhes e logo eles entenderam o que de fato ele estava dizendo sobre ser rico, aquele anel era exclusivo das grandes famílias da Case de Builhes.

– Claro, te levaremos a cidades, já estávamos indo para lá – Dizia um dos pescadores que apoiou Crox em um de seus ombros lhe dando suporte para que andasse.

Ithis a ilha dos ex-escravos, o lugar dos abandonados pelos reis dos Quatro Reinos. Eles fugiram para ilha quando nenhum dos quatro reis na era amarela lhes deram trabalho e um lar, foram pequenas famílias em pequenos barcos e muitos morreram no caminho, afogados, outros com fome e sede, as poucas famílias que conseguiram chegar encontraram a ilha abandonada e a batizaram de Ithis que na língua Andus significa “meu lar”.

Durante séculos eles trabalharam duro para construir sua cidade, aprenderam novas técnicas de navegação e como não podiam fazer negocio nos Quatros Reinos criaram um vinculo com moradores de Narote a antiga terra de Montrar. Os moradores de Ithis não tinham bandeira e nem escudo pois não levavam consigo nenhum nome de nenhuma casa, eram conhecidos como os que não se devem lembrar por alguns reis dos Quatros Reinos, somente Fropar agora na era Azul mantinha contato e comercio aberto com os Ithianos, alguns builheneses usam a cidade como um lugar para descansar em suas viagens já que a ilha é em um lugar estratégico. Não é um lugar muito prospero, mas durante anos eles aprenderam a ter seu próprio comercio e toda a ilha foi tomada por varias cidade, tendo "O Lugar do Peixe" como sua capital. Nem sempre builheneses eram bem vindos, mas Crox já tinha por plano passar por Ithis, alguém o esperava em algum ponto da ilha.

– Quem é este homem que trouxeste a nossa casa? - Sussurrou a esposa do pescador ao ver aquele homem todo sujo e um pouco abatido em sua sala.

– Não se preocupe mulher, é um senhor de Builhes. - Respondeu seu marido pescador e tomou alguns pães e queijo, olhou para sua mulher - Leve a melhor bebida que temos em casa para o homem.

– Obrigado meu caro, tenha certeza que pagarei por esse favor. - Agradeceu Crox ao recebeu o simples alimento do pescador.

– Beba - ofereceu a esposa do pescador um copo a Crox e logo depois derramou um pouco de vinho - Não como é acostumado a beber em Builhes, mas é o que temos. - Ela demonstrou não estar nada contende com a presença do velho em sua casa.

– Me admira um homem da sua idade sobreviver a naufrágio como nos contou, de fato os deuses devem lhe amar muito. - Disse o pescador, mas ao perceber o olhar estranho de sua esposa a sua direção percebeu ter dito bobagem, isso porque os da casa de Builhes são conhecidos por não serem devotos de nenhum deus.

– Desculpe a ignorância de meu marido.

– Não se preocupe senhora. - Respondeu Crox ainda mastigando o queijo.

O silencio tomou de conta da sala da pequena casa, o pescador e sua esposa ficaram admirando Crox degusta sua janta, é claro que a mulher não estava nada feliz com a presença do velho de pele escura. Os da Casa de Builhes são pessoas de pele negra, Arvos o filho mais jovem de Montrar casou-se com uma Anduiana (Andus são os nativos da terra antiga que hoje é conhecida como Quatro Reinos) na era amarela. Montrar ficou furioso pela a escolha de seu filho e lhe tomou a terra que lhe havia dado para ser rei. Arvos então mudou o seu nome para Builhes que é também o nome do ultimo deus cultuado pelos Andus. Com a fuga dos andus para as ilhas depois de serem expulsos dos Quatro Reinos, somente ficou a geração filha de Builhes que logo se tornou um dos maiores reinos e mais prósperos dos Quatro Reinos e os filhos legítimos de Builhes que é a família real (Embora na era azul não existe mais reis em Builhes pois o sistema de governo é a democracia) são de pele escura e olhos azuis. Os andus que fugiram para as ilhas se misturaram com outros povos e hoje não possuem a pele tão escura como as dos Builhianos.

Builhes é casa conhecida por sua sabedoria, honestidade e riqueza. É a segunda casa mais prospera dos Quatro Reinos ficando atras apenas de Frater. Sua cor é o cinza e seu simbolo o martelo cruzado com pergaminho. Adquiriu sua riqueza apos se refugiarem nas montanhas depois que Arvos perdeu seu direito ao trono dos Quatro Reinos na era amarela. Forte minarados descobriram suas riquezas nas montanhas e dedicaram suas vidas aos estudos. Os grande sábios dos Quatro Reinos na sua maioria são filhos de Builhes.


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