Controlados- Interativa escrita por White Rabbit, Soulless


Capítulo 10
Capítulo 9- Novo Mundo- Final


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, aqui é o Muri, perdão pela demora ok? Não me fuzilem!! Espero que gostem. O primeiro link é de um AMV, pra vocês curtirem um pouco :3



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Egídio Mir’Daugtin

The Angel

Hospital- The Used

– O que é que você está insinuando? Que devíamos viver aqui nossa vida toda?- a morena gritava, até mesmo o dono da taverna espantou-se, mas nada fez em relação a situação, mantendo-se neutro como sempre- Você acha mesmo que eu vou viver presa aqui pra sempre?

– Não é isso que eu estou tentando dizer, estou apenas sugerindo que seguremos a barra por enquanto, até que alguém nos tire daqui, se revoltar não vai adiantar de nada.

– E quem disse que você era a líder?

– Eu não me coloquei como líder, eu apenas...

– Foda-se! Eu vou embora, vocês idiotas fiquem aí sentados, eu vou procurar uma saída daqui.

E a morena saiu da taverna batendo a porta com força, todos olharam por onde ela tinha saído um pouco desconcertados, até que uma loira- a qual Egídio ainda não sabia o nome- desculpou-se e saiu em busca dela, provavelmente pra acalmá-la e convencê-la a voltar e ouvir o que Grim tinha a dizer. Egídio evitava abrir a boca, não conhecia nenhum daqueles jovens que estavam presentes ali com ele, sequer tinha total noção de onde estava e porquê fora levado até ali, ele não tinha escolha, aceitaria qualquer um que lhe oferecesse ajuda no momento.

– Bom, voltando ao assunto, quero sugerir que tentemos nos adaptar a esse mundo, por pouco tempo, até encontrarmos um meio de sair dele, vamos fazer a ronda da área e procurar pelos dois adolescentes desaparecidos. Alguém discorda?

Ninguém ousou falar, Grim deu um sorriso sem jeito aos jovens e depois os liberou. Todos saíam lentamente, todos deviam ter suas histórias, sua vida própria, seus sonhos e desejos, todos eles queriam a liberdade para poder fazer o que quisessem, superar as suas fraquezas e medos para conseguir crescer cada vez mais. Ele próprio tinha um sonho, tinha um propósito a realizar. Mas para todos eles, aquela situação era uma barreira gigantesca, com certeza ser colocado numa realidade virtual não estava nos planos de nenhum deles. Embora Egídio sentia que tinha vivido ali a sua vida toda, como se já estivesse acostumado aqueles vilarejos, aquele ar, e a tudo que o rodeava, devia ser apenas uma sensação.

Ele saiu da taverna arrastando os pés, sequer sabia pra onde ir ou o que fazer, iria apenas passar a noite no vilarejo e no dia seguinte iria resolver o que devia fazer, não podia colocar-se em risco, não conhecia as regras do seu novo mundo. Ele viu os outros jovens virarem as ruas com o olhar baixo, assustados, chateados, como pássaros presos numa gaiola sem nenhuma chance de escapar do seu destino.

Ele iria andar pelo vilarejo até encontrar algum lugar pra comer e dormir, mas antes talvez dar uma volta pelo campo e apreciar a brisa fresca- que era muito real em sua opinião- ele nada podia fazer sequer por si mesmo, quanto mais pelos outros, no momento, era ele quem precisava de ajuda.

Mas antes de se misturar em meio aos aldeões, sentiu uma mão agarrar-se ao seu ombro. Ele virou-se assustado e deu de cara com os olhos negros de Grim que o fitava com certa curiosidade. Ele engoliu em seco, não conseguia imaginar o que a garota pensava e sentia o rubor cobrir a sua face. Ela apenas sorriu levemente enquanto soltava seu ombro:

– Desculpe assustá-lo... Como é mesmo o seu nome?

– Egídio...

– Sim, é que eu notei a sua classe e fiquei curiosa pra testar uma coisa... Quer vir comigo?- ela o fitou com um sorriso meigo que certamente não veio da garota que a segundos atrás tomara a posição de líder- Não vou machucar você, não se preocupe.

– T-tudo bem então.

Ela riu para ele, enquanto o pegava pela mão e o levava em meio aos aldeões, ela parecia ser uma irmã mais velha que ele nunca teve. Tinha a impressão de que a conhecia antes, mas a sua memória era apenas um vão negro e inerte. Como ele gostaria de ter morrido na neve. Grim o levou para fora do vilarejo central, em meio às campinas verdejantes que brilhavam a luz do sol. A brisa suave fazia sua pele arrepiar enquanto ele apenas apreciava a sensação de paz que aquele lugar lhe dava.

Quando ela finalmente parou, percebeu que estava próximo a um penhasco, e ele podia ver um imenso castelo no meio da floresta. Devia ser ótimo fazer uma visita a ele futuramente. Grim largou sua mãe e sorriu para ele mais uma vez.

– Egídio, sua classe é Anjo, eu sou Demônio, tenho certeza que você também ouviu dizer que pode voar não é?

Ele acenou afirmativamente, o que ela estaria tramando?

– É isso que eu quero testar, se esse sistema de voo realmente funcionar, bom, vamos poder ajudar os outros a descobrir uma saída daqui, se ela existir é claro.

– E no que eu posso ajudar?- ele perguntou temeroso.

Ela andou lentamente até ele com a mesma expressão séria da taverna, pôs a mão direita no centro das suas costas e com a esquerda tapou os seus olhos, ele sentiu seu corpo estremecer. Não tinha a mínima ideia do que ela estava fazendo e nem do que iria acontecer depois que ela o fizesse.

– Consegue sentir a minha mão?- ele acenou em afirmativo- Agora eu quero que você pense com todas as suas forças. Imagine ossos e músculos se estendendo desse ponto e formando duas asas. Imagine que elas estão brotando das suas costas, esbeltas e perfeitas.

Ele fez o que ela mandara. Começou a imaginar que duas asas prateadas saíam de suas costas assim como asas de águia, as penas cinzentas cintilando a luz do sol. Ele podia sentir a brisa batendo nela, podia movimentá-las vagarosamente, para frente e para trás, como se fosse alçar voo, depois apenas relaxou-as, a ponta delas tocava a grama esverdeada. Era como se ele pudesse sentir tudo.

– Abra os olhos.

Ele abriu os olhos lentamente e para sua surpresa- e de Grim também- um par de asas prateadas brotou de suas costas numa envergadura mirabolante. Ele sorriu de felicidade e sentiu uma lágrima quente brotar do seu rosto. Ele podia senti-las e mexê-las como se fossem os seus braços ou pernas. Era incrível o que aquele mundo podia fazer. Voar era algo maravilhoso para qualquer um.

Ele olhou para o penhasco a sua frente, e depois fitou Grim, das costas dela brotavam agora um par de asas negras como a noite. Ela sorriu mexendo as asas como se fosse alçar voo. Ela apontou para o penhasco. Ele já sabia o que fazer. Sentia uma estranha confiança brotar de dentro de si, como uma fonte prestes a transbordar. Bateu as asas lentamente e correu em direção ao penhasco. Ao chegar na ponta apenas saltou de olhos fechados, não mais tocava o chão, estaria caindo? Abriu os olhos lentamente, suas asas batiam e ele sobrevoava pelos vales e campos, sentia a brisa bater em seu rosto, era tudo tão real. Mais real do que ele próprio poderia ser.

° ° °

Ísis Masquerain

The Druid

Dollhouse- Melanie Martinez

Ela andava pelas campinas, iria fugir daquele bando de adolescentes chatos e viver a sua própria vida. Mesmo que estivesse destinada a viver naquele mundo diabólico e incrível ao mesmo tempo, estava presa em algo que a abominava e a fascinava de uma forma estranha. Mas ela não podia aceitar a situação, ela não nascera para viver presa, nasceu para ser livre dos problemas, livre das pessoas, quem sabe até mesmo livre de si mesma. E no dia em que conheceu a liberdade alguém lhe tirou o seu bem mais precioso.

E isso era algo que ela simplesmente não podia aceitar de forma alguma. Ninguém podia tirar a sua liberdade, ninguém podia prendê-la aquele mundo de uma forma tão grotesca, que o mundo explodisse ou congelasse, que todos morressem, ela não estava nem aí. Desde que continuasse livre ela seria feliz, mesmo que morta, mesmo que sozinha no planeta, ela seria feliz apenas se tivesse a sua liberdade.

Sua família era a sua prisão, seus pais eram seu sofrimento e ela mesma não aguentava mais viver naquelas circunstâncias. Antes a morte do que viver presa eternamente, por isso ela fugiu, mas agora, tudo parecia tão pequeno, tão inerte, tão cinzento. Como se nada tivesse sentido. Ela sentou na grama, o calor do sol era real, as borboletas rosadas que voavam ao redor dela também eram reais.

Abraçou as próprias pernas enquanto tentava esquecer um pouco seus problemas, se ao menos tivesse alguém com quem desabafar. Sua vida não seria tão triste assim. Ela desenhava círculos no ar para poder se distrair- o que o tédio não faz com as pessoas- quando para sua surpresa, em um movimento rápido uma tela surgiu a sua frente. Ela assustou-se caindo para trás, mas a tela continuava ali.

Ela aproximou os olhos para ler o conteúdo dela. Dois retângulos de fundo esverdeado, um mostrava uma pequena foto sua, com seu nome e sua idade. Além de sua classe e uma pequena descrição da mesma. No outro havia uma pequena lista, com os nomes na seguinte ordem: Mapa, Livros, Encantamentos, Comandos e Habilidades especiais. Além de duas barras, uma verde claro com as siglas HP e outra azulada com as siglas MP, além de uma pequena inscrição: Nv. 1, e uma barra arroxeada que estava com apenas seu início preenchido.

Ela mexeu os dedos até o nome Comandos, ao tocá-lo uma pequena janela abriu-se com uma lista do que pareciam ser golpes. Escolheu um chamado “Hera Venenosa”,e no mesmo momento ela sentiu todo o seu corpo vibrar. Suas mãos brilhavam num tom esverdeado, ela não sabia como estava fazendo aquilo. Mas moveu as mãos num círculo perfeito e no mesmo instante cipós saíram do chão e foram em direção aonde suas mãos apontavam, enroscando-se em um alvo imaginário. Ela abaixou as mãos e o brilho cessou, fazendo com que os cipós de desfizessem em cinzas.

Ela levantou-se maravilhada com o que tinha acabado de fazer. Era incrível demais para ser realidade. Ouviu um pigarreio vindo detrás de si e virou-se dando de cara com um dos adolescentes que estavam na taverna. Uma garota loira de cabelos cacheados e olhos azuis hipnotizantes e tinha aparentemente dezesseis anos, ela sorria meigamente antes de exclamar com sua voz melodiosa:

– Ísis, isso foi incrível, então você também descobriu sobre o menu de habilidades, mas suas habilidades de druida são muito lindas- ela sorria meigamente enquanto a morena tentava lembrar o nome dela- desculpe ficar te observando assim.

– Tudo bem... Como é o seu nome mesmo?

– Sou Lily, uma sacerdotisa.

– Sacerdotisa?

– É, basicamente eu curo e protejo, pelo menos é o que diz na descrição. Eu vim atrás de você, porque fiquei preocupada quando você saiu, eu entendo como é. Perder a liberdade... Mas peço que compreenda os outros, ninguém sabe como reagir a situação.

– Eu sei, é que eu estava de cabeça quente. Mas, eles decidiram alguma coisa?

– Não sei- ela falou levando o indicador aos lábios- sai logo depois de você, mas o resto deve ter concordado com a Grim.

– A metidinha a líder?

– Não fale assim, ela foi a única que tomou a iniciativa de falar conosco, deve estar tão preocupada quanto nós. Existem coisas nesse mundo que ainda não conhecemos.

– Tem razão- a morena sorriu para a loira que retribuiu, Ísis sentia que podia confiar nela- então, está escurecendo, vamos voltar para o vilarejo.

– Tudo bem, os outros devem estar preocupados- e ambas voltaram em direção ao vilarejo, enquanto o canto dos pássaros anunciava o fim do dia, havia passado bem rápido- você é legal, apesar de dar uma de durona.

– Eu não dou uma de durona... Sou um pouco esquentada, mas só isso.

– Um pouco? Você quase deu na cara da Grim.

– Tudo bem, eu sei, sou esquentada, mas eu tento melhorar.

– Eu percebi isso, querer mudar é o primeiro passo pra mudar. Se quiser eu posso te ajudar nisso, afinal é pra isso que as amigas servem.

– Amigas? Nem nos conhecemos.

– Mas eu confio em você, e confiar já é uma amizade!

Lily piscou para Ísis que se limitou a sorrir, não sabia nada sobre aquele mundo, sequer sobre as pessoas que o habitavam, mas poderia acostumar-se a ele, procurar uma saída para a realidade, um refúgio onde ela pudesse ter liberdade para sempre, estava sendo egoísta pois queria encontrar a liberdade sozinha, sem notar que haviam dezenove jovens que como ela, almejavam conquistar os seus sonhos.

° ° °

“Help”

Mapa- mostra-se um pequeno mapa da área onde eles se encontram, com destaque para os pontos principais como vilas e rotas.

Livros- Existem três tipos de livros: os livros de ambiente, livros de runas e livros de profissões. Os livros de ambiente contêm informações históricas e geográficas sobre as dimensões, como clima, criaturas, flora, etc... Os livros de runas, são um conjunto de pergaminhos e escritos antigos que contém magias de cura, de aumento de habilidades, entre outros fatores, para conseguir as runas, é necessário cumprir missões específicas. E por fim, o livro de profissões, existem dezenas de profissões que podem ser aprendidas com os aldeões- ou NPC’s- o livro de profissões, contém o conjunto de habilidades que tal profissão pode exercer(Médicos, escribas, artesãos, etc..) Cada participante pode ter até três profissões.

Encantamentos- Encantamentos são feitiços simples que podem ser feitos por qualquer participante- é claro que as classes mágicas terão mais facilidade em fazê-los- esses feitiços servem para aprimorar a habilidade dos equipamentos, mascotes e montarias de acordo com a classe.

Comandos- Comandos, são simplesmente os golpes que cada classe possui, a cada nível, um novo comando é destravado.

Habilidades Especiais- Cada classe possui três habilidades as quais nenhuma outra pode realizar, uma é destravada no nível 25, outra no 50 e a última no nível 100. Só podem ser usadas uma vez a cada vinte e quatro horas.


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Notas finais do capítulo

Se o seu personagem não apareceu, calma, nos próximos, teremos três por capítulo, pra que vocês saibam um pouco de cada um. A partir de agora, eles vão conhecer mais este mundo, lutando contra os monstros, até que o vírus apareça e a matança comece!!!
Kisses!



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