Before - League of Legends escrita por Ricardo Oliveira


Capítulo 14
Capítulo treze




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Seus punhos cerrados tentavam a todo o custo se impulsionar para frente, mas ele não possuía forças para romper as correntes de aço. Estava pateticamente limitado a assistir milhares de vidas se fundindo em uma única entidade cujo propósito ele desconhecia. Aquelas pessoas, destituídas de sua forma, gritavam e ele podia ouvi-las. Em sua mente. Ele também estava gritando por dentro, embora nenhum som além dos grunhidos esforçados saísse de sua boca. Assim, começava a noite de Brandon Beck.

A coisa no grande tubo aos poucos tomava forma. Ele era testemunha de algo completamente novo, ninguém no mundo havia visto algo daquele gênero. Lamentavelmente, ele tinha um lugar de honra naquele evento sombrio. Seu lado cientista não deixava de ficar impressionado com o passo que era dado ali, mas o preço a ser pago era muito alto. Uma vida soaria caro, o que dizer de quatro mil?

Se ele tinha dilemas morais sobre aquilo, Kristofer e Tesla não compartilhavam deles. Pelo contrário, estavam entusiasmados com os horizontes que se abriam. Ansiosos pelo resultado de sua obra. Em algum lugar dentro de si, Brandon tentava com dificuldade não odiá-los, tentava convencer a si mesmo que eles não eram malvados por natureza, que podiam mudar. Contudo, quanto mais via deles, mais se dava conta de quão danosas aquelas existências eram para o mundo. O mundo que ele tentava proteger com a própria vida.

– Eu vou matar vocês por isso. – Ele prometeu. Não sabia como, mas o faria. Uma boca começava a se formar na massa de gosma, gritando estridentemente. Aquela coisa já havia se tornado senciente. E libertaria caos no mundo muito em breve.

Kristofer desviou o olhar da criação por alguns segundos. Ele e Brandon se miraram. Com um toque de desinteresse ele virou-se novamente, desapontado. Por muitos anos, Kristofer acreditou que Brandon seria alguém capaz de trazer mudança. Mas não era. Brandon não entendia que mudança tinha que ser evolução, então ele mesmo faria o mundo evoluir. A qualquer custo.

O tubo começava a se partir. O frágil vidro cedia ao poder dos recém-formados braços do Zaunita Amorfo de Combate. Então, a forma de um corpo humanoide podia ser amplamente verificada. Por um momento, ele parecia que ia se desmoronar por completo, e então estabilizou. Uma antena crescia do topo de sua cabeça. Os olhos da criatura eram amarelos. A musculatura era definida embora ele não fosse tão fisicamente estruturado. As vozes cessaram. Quatro mil haviam se tornado um.

Tesla bateu palmas lentamente enquanto a criatura rompia de vez as barreiras que a cercavam e cambaleava pelo mundo. Havia uma satisfação cruel no olhar do traidor, ignorando completamente o fato de que aquela coisa que criaram outrora representou sonhos e sentimentos. Vidas, em suma. Os homens de armadura, com o rosto exposto, tinham reações variadas. Alguns pareciam partilhar da felicidade dos mestres, embora não entendessem o panorama. Pelo menos, Brandon duvidava de que entendessem.

– Hum, Dr. Tesla? – Um homem de armadura recém-chegado falou. Alguns o acompanhavam, todos usavam máscaras. Estavam fora do abrigo e traziam notícias. Tesla Istvaan lhes deu permissão para falar com um simples olhar. Eram bem treinados nesse quesito. – Todos os locais foram completamente revistados e destruídos, com exceção de um.

– Algo me diz que eu sei qual. – Ele comentou, emburrado. Brandon Beck poderia ter sido subjugado mas suas tramas ainda permaneciam fortes. Como o último esforço de um inseto insignificante para não morrer. Sem causar nenhum grande prejuízo, apenas dor de cabeça.

– É o laboratório da área 12, doutor. – Confirmou o soldado, estremecendo. O lugar o assustava.

– A Liga? – Perguntou Kristofer, divertido. Gostava daquele grupo que Brandon reunira, tivera a oportunidade de enfrentá-los pessoalmente em Shurima. Eram, no mínimo, dignos de uma atenção especial na hora de matar. Infelizmente, Kristofer não podia dar essa atenção com o tempo que tinha em mãos. Ao ver Tesla assentir para a sua indagação, ele ordenou: - Envie todos os homens, e o Zaunita. – Ele apontou para o humanoide gosmento que caminhava pelo abrigo – Causem o máximo de destruição possível. Não me importa se forem cinco ou cinquenta, eliminem toda a resistência.

– Kristofer. Não gosto muito da ideia de você dando ordens para mim e meus homens. – Tesla se irritara com a escolha de Viktor, embora não a contestasse pessoalmente. Kristofer não era digno. Ele sempre demonstrava uma, ainda que remota, ideia de piedade para com os vermes que os enfrentavam. – É melhor que eu vá com eles, a fim de garantir uma limpeza mais rápida.

– Meu amigo Istvaan. – Kristofer bocejou. Não eram amigos. Não eram nem algo próximo disso. – Somos atemporais. O que importa não é um bando de renegados se escondendo, é o plano. Nosso plano. Observe esse nascimento – Ele apontou novamente para o monstro senciente que criaram usando milhares de vidas. - e imagine centenas de criaturas muito mais poderosas surgindo pela nossa causa. O que você julga ser mais importante?

Ainda contrafeito, Tesla concordou. Colocaram Brandon em um veículo, ele ainda era essencial para a Dobra funcionar. Ainda. Alguns dos homens de armadura iam com eles, mas a maioria fora designada para invadir o laboratório da Liga a qualquer custo. Com Brandon acorrentado ao seu lado, Kristofer deu uma última olhada no Instituto, em chamas, enquanto partiam.

– É melhor se despedir. Você nunca mais vai ver esse lugar. Mas não se preocupe, estamos indo para Icathia. Você vai gostar de lá.

– Vou gostar de te enterrar lá. – Ele respondeu. Não sabia quantos do laboratório haviam resistido ao gás. Zilean, com certeza. Ele havia alertado os outros? Lido o futuro? Não, ele também deveria ter perdido os poderes. Era, de fato, o único? E para piorar, Brandon jamais ouvira falar de Icathia. Alguém realmente o encontraria lá se sobrevivesse? Ou a única coisa que sairia de lá seriam os Observadores, os Deuses cruéis de Lissandra?

– Encantador. – Kristofer respondeu, ironicamente. Dois anos atrás, fizera de Brandon uma casca vazia ao tirar tudo que importava para ele. Contudo, permitira que Brandon pudesse encontrar coisas novas. E, novamente, ele as tomava. Era um ciclo divertido, ele quase lamentava que estivesse prestes a terminar.

Para sempre.

– - -


– Tudo bem, estou sintetizando um soro. Antivírus. Cura. O que for. – Doran falou. Estava nervoso e agitado. Não lembrava quanto tempo tinha se passado desde que começou o processo, mas pelo seu relógio, a noite já estava caindo. Possuíam o suficiente para os seus companheiros, mas, com certeza, todo o Instituto havia sido infectado. – Mais cinco minutinhos, e vocês estarã…

Um barulho os interrompeu. Um grande barulho. Um barulho que não é amigo de barricadas ou blindagens. Marc removeu as agulhas, agora desnecessárias, e rugiu. O local onde ele fora espetado se fechou imediatamente.

– O que você pretende fazer? – Zilean perguntou, surpreso.

– Ganhar cinco minutinhos. – O bárbaro explicou, com simplicidade. Doran não pôde deixar de admirá-lo. Da primeira vez que se viram, Doran quase foi uma das vítimas da fatal espada do homem, mas agora, respeitava a sua causa e o seu empenho nela. Até lhe fizera um presente. O único tipo de presente que agrada um bárbaro:

– Espere. – O jovem inventor falou, segurando-o pelo braço. O barulho ressoou mais uma vez. Não haveria uma quarta, a próxima seria o último suspiro das defesas erguidas na entrada do laboratório. Doran apressou-se a largar o bárbaro e correr para o próprio armário pessoal, de onde retirou uma grande espada.

A espada possuía dois tipos de lâmina nas laterais, uma lisa e outra serrada. Doran utilizara vários materiais, inclusive aço. Ele não tinha tempo para isso, a Liga consumia todo esse tempo. Contudo, a criação o chamava em seu íntimo. Ele vivia para criar. E ao entregar a grande espada cravada com uma joia do gelo na divisão do cabo para a lâmina, Doran se despedia de mais um filho.

– Ela tem um nome? – Ele perguntou, impressionado com a criação do garoto. De repente, Marc se deu conta de que nunca havia recebido um presente na vida. Nas montanhas de gelo, sobreviver era a recompensa. Na guerra também. Mas, naquele lugar, Brandon fizera questão de mostrar o valor da amizade. Ele se sentia grato, pela primeira vez, em poder experimentar daquele mundo.

– Não, ela apenas corta. Pensei que você gostasse dessas. – O inventor sorriu, pouco antes das portas serem arremessadas em uma explosão. Uma quantidade incontável de homens de armadura era, de certa forma, liderada por um monstro de gosma verde. Um pouco mais do gás também entrava, agora guiado pela abertura feita. Marc Tryndamere apertou o cabo de sua nova espada e sorriu ferozmente para os seus adversários.

– São as minhas favoritas. – Se deu ao luxo de responder, meio segundo antes da batalha começar. Marc tinha muita experiência em lutar contra números, pois geralmente eram apenas números. Soldadinhos de chumbo facilmente esmagados. Ele perdeu a conta de quantas armaduras ele destruíra durante as infindáveis guerras que travou. Na verdade, nunca começou essa contagem: Uma ou cem vidas tinham o mesmo valor para ele. Afinal, ele era capaz de ceifar todas.

“Que gracinha”, ele pensou, enquanto alguns dos homens tentavam imobilizá-lo. Eles não eram nem de longe uma preocupação, mas o laboratório era. Uma breve irritação passou por seu semblante quando ele notou o quanto teria que se conter. Não era a primeira vez que isso acontecia desde que se unira à Liga. Em Shurima, ele precisou proteger Ofelia da ameaça de Trundle, e aquilo quase significou perder a luta.

Ele percebeu, assim como os homens, que as armaduras não eram tão resistentes ao fio da nova espada feita por Doran. O sangue jorrava, manchando paredes e arrancando gritos interrompidos pelo fim da vida daqueles que gritavam. Zilean assistia àquilo um pouco melancólico. O destino que ele previra um pouco antes de perder os poderes estava se consumando. Era sempre assim. O futuro lhe fazia uma visita fria, cruel e breve para então se tornar o presente. E ele não podia agir.

A batalha ia bem para Marc, ele já havia derrubado doze deles e os seus ferimentos se fechavam rapidamente, dando lugar para os novos que ele viria a receber. Os homens tentavam feri-lo com armas de choque, tiros, espadas e flechas, mas só conseguiam irritá-lo. Ou diverti-lo, ninguém poderia ter certeza. O arreganhar de dentes e o sorriso do bárbaro eram muito idênticos.

Mas então, a criatura verde se enfureceu. O Zaunita Amorfo de Combate não tinha muita noção do que era, apenas seguia aquelas pessoas de armadura. As pessoas que ele via sendo massacradas pelo assustador homem barbudo com uma enorme espada. Tentando fazê-lo parar, ele estendeu a sua grande mão gosmenta para onde a espada se movia, talhando tudo em volta, conseguindo apenas perdê-la.

O pedaço do Zaunita que outrora correspondia à sua mão jazia no chão. Ele não sentia dor. Contudo lembrava da sensação a partir dos restos de consciência de quatro mil pessoas que descansavam em sua mente. E a dor, como fora para Marc dois séculos atrás, se tornava um estopim para algo mais mortífero e imprevisível: O ódio.

O Zaunita rugia enquanto a sua mão verde e gosmenta se regenerava, independentemente do pedaço removido. A sua fúria atraiu a energia das armaduras, especialmente projetadas para aquela ocasião, e ele se tornava cada vez maior, consumindo aqueles por quem se revoltara. Aqueles que lembravam a noção de amizade em seu íntimo. Abastecido por mais vidas, o Zaunita agora quase batia as antenas no grande teto do laboratório.

– Que diabos é isso?! – Tryndamere exclamou, ao ver os seus oponentes que ainda restavam, e eram numerosos, serem tragados pela criatura misteriosa que aparentemente se fortalecera com aquela… refeição.

– Marc, você tem que tirar ele daqui agora! – Doran estava alarmado. Faltava um minuto para poder salvar os seus companheiros e, então, terem uma chance de deter a criatura e salvar Brandon. Mas, se o equipamento fosse comprometido antes disso… Não, ele não podia pensar nisso.

Marc não sabia como. A criatura parecia praticamente invencível. Assim como o Guerreiro Vermelho outrora parecera para ele. O demônio que o prendera em um mundo de trevas e falta de esperança. Até Brandon surgir. Ele segurou o cabo da espada. A espada que um amigo fizera especialmente para ele. Precisava proteger o lar que deram para ele. Com o nome que lhe devolveram. E não seria aquela aberração da natureza que o impediria.

– Venha! Siga-me! – Marc gritou para o Zaunita, correndo por baixo das grandes pernas dele, em direção à abertura que outrora recebera as portas recentemente explodidas. A mão gosmenta do monstro quase o pegou no meio desse processo. Quase. O seu tamanho exagerado limitava as suas reações, ele era um recém-nascido em todos os sentidos. Mas Marc não.

Enquanto o bárbaro podia contar com uma passagem larga o suficiente, o Zaunita precisou destruir toda a fachada do laboratório para atravessar em direção às ruas do Instituto. A fumaça do fogo e do gás tomava conta do mundo exterior e começava a expandir seus domínios para o agora completamente exposto laboratório.

As mãos do Zaunita podiam se esticar com facilidade e aquela gosma não era leve. Quando seus poderosos e gelatinosos braços batiam no chão em busca do bárbaro muita poeira era levantada e um rastro de destruição era deixado assim que o Zaunita tentava acertar o bárbaro, que sempre escapulia, mais uma vez.

– Bingo! – Doran exclamou, excitado, quando uma de suas máquinas devolveu o composto feito a partir do sangue infectado e prontamente recuperado do bárbaro. Um a um, ele injetou os seus companheiros. Ou o que sobrava deles.

Se a reação de “gosmificação” que eles sofreram havia sido assustadora para Doran, o reverso era simplesmente espetacular de assistir. Seus amigos renasciam de um punhado de muco verde para as formas imponentes que possuíam antes.

– Doran. – Sivir arfou. Ela estava ofegante. Passara todo aquele período sem respirar, não que fosse necessário, mas a sensação era atormentante. Ela tocou o ombro do jovem cientista que estava ajoelhado próximo a eles, com algumas seringas sobressalentes na mão. – Obrigada.

– Você tem fibra, garoto. – Ashe falou, em tom de aprovação. Enquanto pegava o seu arco que estava jogado no chão, onde ela caiu quando perdeu o controle do corpo para o gás.

– Temos um plano? Me diga que temos um plano. – Ezreal perguntava, observando o gigante Zaunita através do buraco colossal que havia no laboratório.

– Injetem isso nele. Se tiver uma forma física, deve voltar a ela. Se não… Ele morre. – Ele não queria tirar uma vida, ainda que fosse aquele tipo de vida, mas, ainda assim, Doran entregou uma das seringas para Ashe. Só haviam mais três, além daquela, na sua mão. Uma para o Brandon, uma para a Ofelia e uma para o…

– E cadê o Brandon? – A autoproclamada rainha de Freljord perguntou, interrompendo os pensamentos de Doran. Ele hesitou por um segundo e então falou:

– Vão. – Eles entenderam o recado. E só podiam torcer pelo melhor enquanto iam auxiliar Marc no combate. Doran então se dirigiu para Zilean. O idoso estava encolhido em um canto, tentando evitar a destruição. – Você sabe que eu não pediria se não fosse necessário.

O idoso fitou as mãos que tremiam incontrolavelmente. Nesse momento, ele percebeu que não existia mais vida normal. A cronodisplasia era quase como uma companheira em sua vida. Partiriam juntos, ele não morreria como um homem. Tampouco seria uma espécie de Deus. Ou uma Lenda, como Brandon afirmava. Seu papel era diferente, mais tortuoso e solitário. Ele estendeu a mão para Doran. A terceira seringa era dele.

– Como lutamos contra isso? – Annie perguntou. Suas bolas de fogo não faziam efeito algum além de irritar o Zaunita. Os campeões o cercavam, mas apenas lhe davam mais alvos.

– Não faço ideia! – Ashe exclamou. Suas flechas eram absorvidas pelo corpo do Zaunita. Braum, seu fiel protetor, repelia todas as tentativas do monstro de atingir a rainha. Mas era o máximo que conseguiam. E aquilo não os levaria à vitória. Então ela pegou a seringa. – Precisamos injetá-lo com isso.

– Isso não fará efeito, jovem rainha. – Uma voz gutural ecoou pelo Instituto, embora aqueles fossem os únicos ouvintes. Zilean flutuava acima de todos, seus olhos cintilavam, rejubilando o encontro entre homem e tempo. O grande relógio que certa vez pertencera à torre de sua cidade estava amarrado em suas costas. – Estou cansado de jogar como um peão. Eu sou o Guardião do Tempo!

Ele estendeu as mãos para a criatura. Podia ver a sua origem. E aquilo o chocava, de certa forma. As pessoas do Instituto estavam ali. Tanto sofrimento, tantas vozes. Tantas almas. O Zaunita percebeu o que ele tentava fazer e fez menção de atacá-lo.

Uma flecha e uma espada frustraram os planos do Zaunita, que mais uma vez perdia uma mão naquele dia.

– Garantam tempo para o Zilean! – Ashe gritou, mas nem precisava. Todos os esforços agora eram concentrados em deter o Zaunita enquanto o Guardião do Tempo entrava em uma espécie de transe em pleno ar. Até mesmo Amumu tentava utilizar suas bandagens para retardar o avanço do monstro.

Por um momento, Zilean achou que ia perder a batalha pelo controle da criatura. Mas tinha todo o tempo do mundo como nunca tivera antes. O tempo retrocedia, a consciência retrocedia e um se tornava quatro mil novamente. Pouco a pouco, células de tamanho médio iam se desprendendo do Zaunita e o tempo delas retrocedia. O Zaunita ficava cada vez menor enquanto o Instituto ia recebendo cada vez mais pessoas de volta. O Instituto pouco a pouco voltava a viver.

– Estou conseguindo! Estou conseguindo! Vou salvar a todos… - Então, o último pedaço do Zaunita se tornava Katarina enquanto um exausto Zilean caía, desmaiado. Um pouco de gosma sobrava no chão. Eram os homens de Tesla. Não havia mais consciência neles, graças aos dispostivos da armadura. Doran não precisava pensar muito para perceber que eram sacrifícios planejados. Tesla era o verdadeiro monstro naquilo tudo.

Ezreal segurou Zilean antes que ele colidisse com o chão. Ele olhou para os seus companheiros de batalha, um tanto exaustos, e para os invocadores e representantes recém-surgidos que superlotavam a rua. Eles estavam surpresos, mas entendiam o que havia acontecido. Pelo menos, uma parte do que acontecera.

– Brandon não está aqui. – Ezreal falou, após uma rápida observação. Porém, ele pôde sentir um pouco de alívio ao ver Ofelia entre as pessoas que ressurgiram.

– Icathia. Ele está em Icathia. O tempo não pode alcançá-lo… Vocês devem… devem… - Zilean balbuciava. Muitas visões passavam por sua mente. O esforço havia consumido a última de suas forças. Não apenas retrocedera o tempo de quatro mil pessoas, mas as imunizara com uma dose de si mesmo.

– Devemos salvá-lo. – Doran afirmou. Todos ali olharam para ele. Ele não se importava. O objetivo estava claro desde o começo. – Todos nós.

E ele nunca fora tão abrangente ao dizer “todos”.


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