We found love escrita por Hayley


Capítulo 3
Capítulo 3 – A festa! I Parte.


Notas iniciais do capítulo

Olha, voltei com mais um capítulo :) #todossealegram e, como prometido, nem demorei HAHA. Muito obrigada a Joyce, que favoritou a fanfic. E um obrigado especial também pra todo mundo que está acompanhando, comentando, etc. Sério mesmo, essas coisas me dão mais animo para continuar.
Enfim, chega de blábláblá... Enjoy without moderação ;p



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Rebecca estava ao telefone com Thomas tentando resolver os últimos detalhes dos preparativos da festa que aconteceria no dia seguinte. Nossa! Não tinha nem decidido ainda que roupa usar para a ocasião. Tudo o que ela conseguia pensar era “como a semana tinha passado sem que ela notasse?”. Prendeu o telefone entre o rosto e o ombro enquanto rodava pelo quarto procurando o original do banner que havia produzido para o evento.

O encontrou todo dobrado e escondido debaixo de seu travesseiro. Ah, claro, tinha deixado ali depois de passar horas e horas encarando a frase pequena no canto direito do cartaz: “Sorrir te deixa ainda mais bonito”. Sim, tinha usado aquela frase na tentativa de fazer com que Emily em algum lugar da cidade encontrasse um dos cartazes e entendesse aquilo como um convite. Rebecca sabia que era como dar um tiro no escuro e esperar atingir um alvo móvel, mas não queria deixar de se apegar a última centelha de esperança que lhe restava. Sorriu imaginando ver a ruivinha outra vez e dessa vez, quem sabe, poderia até começar uma conversa com ela.

Tinham passado um bom tempo juntas naquela tarde e mesmo com as trocas de olhares, até com os contatos físicos esporádicos, a morena não tinha conseguido puxar assunto. Não sabia ainda se ter travado perto da outra se devia ao medo pelas sensações estranhas que ela tinha lhe causado ou se era porque estava ocupada demais tentando convencer a si mesma dos motivos para essa mesma sensação. A questão era que logo no dia após o do primeiro e único contato ela já tinha se arrependido por não ter pensado em um jeito de vê-la novamente.

E, sim, aquilo estava a corroendo por dentro. Não queria pensar muito no quanto tinha vontade de ver aquele sorriso e nem no fato de sentir tanta vontade de proteger aquela menina que tinha a altura do seu ombro e o rosto mais inocente que ela já havia visto.

– Rebecca! Alou?! Obrigado por me deixar falando sozinho... – Thomas reclamou depois de sua terceira tentativa frustrada de ter a atenção da amiga ao telefone.

– Ai, desculpa, me distrai. O que você tava falando mesmo?

– Claro que você se distraiu, eu percebi. – risos – Eu estava aqui perguntando se nós deveríamos combinar as roupas? – Ele perguntou despreocupado como se não tivesse medo de que sua amiga entendesse aquilo como um convite para um encontro.

– Acho que não. Não sei... Você vai tocar, então imagino que vá bem arrumado e eu até agora não parei pra procurar o que vestir. Sei lá, não estou querendo grandes produções. – Ela disse sincera.

– Hmmm... É uma pena então que você não vá poder ser a minha princesa celta. Sempre fantasiei você como a Merida, de Valente. – Thomas riu debochado do outro lado da linha e Rebecca não conseguiu conter o seu próprio riso.

– Você é um completo idiota, Thomas Wesley.

– Opa, usou o sobrenome. Estou quase me sentindo encrencado. – o moreno sorriu grande – Vou desligar então, antes que eu realmente arrume um problema.

Rebecca juntou os lábios fazendo um som de beijo e desligou. Olhou mais uma vez para o cartaz em suas mãos e o dobrou colocando novamente debaixo do travesseiro.

–-x--

–Vamos, criatura. Se eu soubesse que você ia demorar tanto pra se arrumar teria deixado para tomar banho por último. – Rebecca gritou para Melissa que ainda estava trancada dentro do banheiro. – Vai perder a apresentação do seu irmão.

A morena já estava impaciente com a espera. Passou as mãos mais uma vez pelo seu vestido verde musgo, que era soltinho da cintura para baixo e ia até o meio de suas coxas. Tinha um decote frontal que favorecia seu busto, mas não chegava a ser indecente por conta do trançado que tinha nele e lembrava um vestido Irlandês dos anos 1420.

Voltou para o seu quarto e se olhou no espelho pela quinta vez naquela noite. Nunca tinha sido daquelas mulheres que passam horas e horas se encarando no espelho, não era narcisista e nem ao menos se achava realmente bonita, mas naquela noite em especial queria estar deslumbrante. Ajeitou seu cabelo partido para o lado, que estava com as ondas, ainda mais modeladas que o natural, caindo sobre o ombro direito dando ao visual um ar de sedução que ela gostava. Retocou a maquiagem que era leve, mas nem por isso deixava de ser bonita. Deu duas batidinhas nas bochechas, sorriu mesmo que aquilo a fizesse se sentir estranha e saiu para esperar Melissa na sala mais uma vez.

– Eu ein, você tá uma pilha de nervos, Rebecca, o que você...? – Reclamou Melissa, mas parou com a boca aberta formando um pequeno “o” quando percebeu a produção da amiga – Uau! Vai matar quem hoje? – risos.

– Ah, vai, para com isso. – Rebecca mostrou a língua para a amiga – Você que está incrível... – E realmente estava. Melissa tinha seus cabelos dourados presos em um coque frouxo com um desarrumado leve que a deixava com uma aparência de quem tinha acabado de voltar de uma sessão incrível de sexo. Um vestido vinho longo que dava um contraste perfeito com sua pele branquinha e a deixava realmente parecida com uma princesa celta. A maquiagem valorizava seus olhos esmeralda, um tom acima que o do irmão.

– Obrigada – sorriu – Vamos logo que eu não quero perder o show do meu irmãozinho... Você está me atrasando ai. Estou pronta há séculos. – virou antes de ver a cara que sua amiga fez, mas ouviu o “RÁ” bem alto e banhado de ironia que ela emitiu antes de começar a rir.

–-x--

A campina calma e vazia que existia na cabeça de Rebecca agora existia única e exclusivamente ali. No lugar dela estava um espaço com luzes espalhadas bem distribuidamente por todos os cantos. Vários jovens que dançavam animados no ritmo do DJ com seus copos vermelhos de bebida apontados para o céu e gritando em sincronia. A maioria deles estava caracterizada com o tema da festa, então o local estava repleto de príncipes, princesas, reis, rainhas, camponeses e cavaleiros e até os que não estavam vestidos a caráter estavam como Rebecca, com algo que representasse bem à noite.

Ela e Melissa estavam paradas na entrada da festa tentando localizar Thomas. Na verdade, só Melissa tentava encontrar o irmão com toda a sua atenção, pois a morena se dividia entre achar o amigo e a esperança de encontrar uma cabeleira ruiva que ao mesmo tempo em que era pouco conhecida era completamente familiar nas memórias dela.

– Hey, até que enfim vocês chegaram. Estava começando a me preocupar achando que as duas iam me dar um bolo. – Thomas reclamou com seu costumeiro tom de diversão e abraçou as duas ao mesmo tempo.

– Puff... Sua irmã, né?! Deus errou na minha dose de paciência. Preciso de muito mais do que o que tenho pra morar com esse ai. – Rebecca empurrou de leve o ombro da amiga.

– Ra, querida. Deus não te dá paciência assim de bandeja... Ele te dá algumas situações pra exercer essa sua virtude. Ou falta dela... O que? – brincou Melissa e deu um pulo rápido pra trás fugindo da tapa que era direcionado a ela.

– Então deve ser isso mesmo... Tenho que agradecer? Obrigada senhor. – disse irônica e entrando na brincadeira, mas logo seus olhos voltaram a passear pela festa a procura de Emily.

As horas foram se passando e nada de Emily na festa. Rebecca já tinha desistido de encontrá-la e passou a tentar se consolar pensando em como era um evento improvável de acontecer, pra não dizer quase impossível. Afinal, o que Emily iria fazer numa festa como aquela onde ela não conhecia basicamente ninguém e, as únicas duas pessoas que a conheciam, não poderiam sequer ser classificadas como suas amigas. E mais, uma festa em que ela nem tinha sido convidada diretamente.

Então a morena estava tentando desviar o foco de seus pensamentos para longe daquele sentimento de frustração. Concentrou-se então em seus gritos histéricos quando Thomas subiu no palco acompanhado da Lindsey Stirling que ela, particularmente, amava seus vídeos no Youtube e já tinha assistido incontáveis vezes, mas, naquela noite, os gritos eram todos para o amigo. Ela e Melissa praticamente não se importavam com suas próprias gargantas ou com o que os outros iriam pensar e logo a multidão começou a acompanha-las com palmas e gritos animados.

Todos se calaram ao som dos primeiros acordes do violino da artista convidada. Alguns curtiam a música se balançando ao ritmo dela e outros mais empolgados tentavam imitar o rebolado do corpo de Lindsey. Thomas então respirou fundo, ajeitou sua postura e começou a acompanha-la com o seu próprio instrumento. Logo todos começaram a cantar, empolgados, a música “Lord of The Ring Medley” acompanhando os violinos e a banda.

Os dois animaram a noite com mais algumas músicas agitadas tocadas ao som do violino, entre elas “Radioactive”, “River flows in you” e “Shatter me”. Porém quando os primeiros acordes de “We found Love” preencheram o ambiente, Rebecca não teve como evitar que seus pensamentos voltassem à baixinha de cabelos ruivos e olhos azuis que nos últimos dias tinha dominado a sua mente.

Já tinha desistido de se convencer de que tudo aquilo era motivado pela lembrança de seu ex-namorado. Não eram apenas os olhos o que ela mais amava na menina e mesmo quando pensava nos olhos dela era em algo ainda mais profundo: o olhar. O olhar desconcertante da outra era o que causava todas aquelas sensações nela. Então tinha sido bem mais fácil admitir logo que a garota realmente mexia com ela, mas que devia ser apenar a estranha vontade de protegê-la e vê-la sorrindo. Não tinha nada de colorido naquilo... Rebecca não gostava de mulheres, nunca gostou.

–-x--

Emily estava parada atrás daquele aglomerado de pessoas desconhecidas enquanto os últimos acordes da música preenchiam o ar. Ela observou Thomas de longe descendo do palco seguido por Lindsey e sorriu torcendo para que ele a levasse ao encontro da única pessoa que era o motivo da presença dela naquela festa: Rebecca.

A ruiva foi seguindo-o com o olhar enquanto passava entre as pessoas, por diversas vezes esbarrando nelas e gritando um pedido de desculpas que deixaram de ser ouvidos no momento em que a batida de uma música eletrônica qualquer se sobrepôs aos outros sons. E foi então que ela o perdeu de vista.

– Unf! – Emily suspirou frustrada quando seu corpo pequeno foi de encontro ao do homem que havia tapado a sua visão.

– Opa, linda. Olha por onde anda... – O loiro alto e com o corpo atlético falou se aproximando ao mesmo tempo em que abria um sorriso largo. Aos olhos de Emily ele era realmente bonito e em outra ocasião ela teria aceitado aquela tentativa de aproximação, mas ela estava apressada.

– Desculpa, mas eu estou acompanhada... – sorriu sem nem se dar ao trabalho de esconder que havia percebido o flerte, desviou do homem e continuou sua caminhada rumo ao lugar em que tinha visto Thomas pela última vez.

Quando conseguiu encontrá-lo novamente um nó estranho se formou em sua garganta e ela pigarreou para tentar se livrar do incômodo. Não tinha certeza do por que, mas sabia que não estava exatamente gostando de ver a maneira como ele dançava com Rebecca.

A morena tinha seus braços ao redor do pescoço do amigo enquanto ele matinha as suas na cintura dela. Os dois mexiam ao ritmo da música, próximos demais para o gosto de Emily, que se assustou quando se deu conta de que, na verdade, queria poder trocar de lugar com ele e dançar com a outra daquele jeito.

A princípio não teve coragem e nem forças para fazer com que os dois notassem a sua presença, então passou um tempo que ela mesma julgava desnecessário, e prejudicial, olhando para a cena que se passava a apenas alguns metros na sua frente. Até que ainda ao som das batidas Thomas afastou Rebecca de seu corpo e a fez girar.

Foi ai que a morena percebeu a cabeleira ruiva que ela tanto desejou encontrar a noite inteira. Seus olhares se encontraram e Rebecca sentiu o já tradicional choque percorrer o seu corpo. Nem percebeu a cara fechada que a menor fazia. Estava tão feliz em vê-la, que provavelmente não teria notado nem mesmo se o lugar estivesse pegando fogo.

– Emily, você veio... Nossa. – Soltou-se dos braços de Thomas e foi andando em direção à ruiva com um sorriso que nem ela percebeu se formando, mas que se crescesse um pouco mais iria partir seu rosto em dois.

Emily se sentiu ridícula por ter sentido inveja de Thomas com aquela dança assim que notou o sorriso de Rebecca em sua direção e sentiu os braços da morena se fechando ao redor dela em um abraço apertado ainda que fosse um abraço meio desajeitado.

Aquela menina a fazia se sentir única no mundo e era exatamente aquele o sentimento de Rebecca para com Emily durante aquele abraço. A festa tinha desaparecido naqueles poucos segundos que pareciam ter congelado no tempo.


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Notas finais do capítulo

UEPAA! hehehe :)
Gente, vocês chegaram até aqui... Não custa nada me dar um feedback com o que vocês tão gostando e odiando até agora.
E, se alguém não conhece o trabalho da Lindsey Stirling... SÉRIO... Não percam tempo e corram pro Youtube.