Admirador Secreto escrita por sayuri1468


Capítulo 5
Meu Admirador Secreto




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– Sherlock!

Abriu a porta já gritando o nome do detetive. Ele não estava na sala. Ela foi até o quarto e depois olhou no banheiro, gritando pelo nome dele, mas aparentemente ele não estava em casa.

– Molly, o que faz aqui há essa hora?

A figura de Sherlock acabava de entrar no flat, e apesar da fala mostrar alguma surpresa, sua expressão denunciava exatamente o oposto. Era como se ele já esperasse que Molly aparecesse.

Molly o encarou por alguns minutos, procurando as palavras certas e a melhor forma de dizer o que queria, mas apesar de todo o raciocínio, seus sentimentos falaram mais alto daquela vez.

– “Estou esperando por você”, você escreveu isso no sms hoje à tarde, mas não estava se referindo ao almoço, não é?!

Sherlock mostrou-se confuso e sentou-se no sofá.

– Aonde quer chegar? – perguntou com ares de inocente.

– Você é meu admirador secreto! – revelou Molly exasperada – Como não percebi antes? Tudo faz sentido se for você!

– Como? – indagou Sherlock agora curioso.

Molly respirou fundo, ele não iria confessar até que ela provasse estar certa. Ela procurou manter a calma e organizou os pensamentos em sua cabeça novamente, agora tentando agir de modo mais racional.

– Quando conversamos, você me falou da floricultura! Naquela hora eu disse que provavelmente era alguém que morava entre o centro e a minha casa, você concordou – Sherlock confirmou com um movimento de cabeça – e você mora entre o centro e a minha casa!

Sherlock sorriu e então posicionou suas mãos embaixo do seu queixo e olhou diretamente para a garota. Molly continuou.

– Você disse naquela noite que provavelmente a pessoa levantava uma hora mais cedo que o habitual para poder deixar as flores antes que eu me levantasse, e depois disso, você escreveu um bilhete nas flores dessa manhã “Você vale o esforço!”, isso significa que o admirador sabia que eu suspeitava do esforço que ele tinha que fazer! – Molly fez uma pausa para tomar ar e começou a andar nervosamente pela sala - Eu disse que deveria ser uma pessoa que conhecesse todos os meus horários, e você conhece!

Sherlock não exibia nada mais além de um sorriso. Um sorriso indecifrável. Molly não saberia dizer se ele estava gostando ou não do que estava ouvindo.

– Fora isso, o seu último bilhete! Você só o deixou para me dar mais uma dica, você tinha parado, você disse no almoço “Você já tem o suficiente!”, por isso o admirador tinha parado de me responder e de mandar presentes! – Molly parou de andar e postou-se na frente de Sherlock – E o sms, eu perguntei “Você espera por alguém?”, e então, no horário do almoço você me manda a sms com “Estou esperando por você!”! Foi essa a resposta que você disse ter dado no último bilhete!

– Isso é tudo? – perguntou Sherlock após Molly fazer uma longa pausa depois de sua última fala.

– Na verdade Sherlock, só tem uma coisa que não consegui deduzir: por quê?

Sherlock a olhou, mas não respondeu. Molly insistiu.

– Por que, Sherlock? Por que passou a me mandar presentes?

Sherlock levantou-se e caminhou pela sala, parando em frente à janela. Molly não iria insistir novamente, sabia que o detetive iria lhe responder e que s ó procurava a melhor forma de fazê-lo. Depois de um tempo, Sherlock respirou fundo e virou-se para encarar Molly.

– Primeiramente devo parabeniza-la, Molly! Todas as suas deduções estão corretas, e eu realmente sou seu admirador secreto! – dito isso, Sherlock abandonou o rosto de Molly para mirar seus pés – Em todo caso, você me pergunta o motivo de eu o ter feito, não consegue mesmo deduzir o por quê?

– Posso ter uma ideia, mas não consigo acreditar nela, não depois de todos esses anos! – respondeu a legista tentando esconder as mãos tremulas.

O silêncio pairou por alguns longos instantes naquele flat. Nem Molly e nem Sherlock emitiram um único som. Ela não iria facilitar pra ele, ela precisava saber o motivo daquilo tudo. Se ele tivesse feito tudo isso só por conta de um caso, o corpo de Sherlock iria pra autópsia naquela noite.

– Eu quis provar um ponto! – falou o detetive com a voz falha.

– Provar um ponto? – repetiu Molly sem entender.

– Por um lado eu consegui, mas só provei o que eu já sabia, então de nada adianta!

– Que quer dizer?

– O que eu queria realmente saber – ele disse desapontado – eu não consegui! Perguntei duas vezes, mas você não me respondeu!

– Do que está falando?

– “Quem você espera que seja?”, “E se eu não for quem você espera?” – falou parafraseando ele mesmo. – Eu te perguntei isso e você não respondeu!

– Mas por que isso é importante? – perguntou confusa.

– Porque eu precisava saber se ainda era eu!

Molly emudeceu por um instante. Era mesmo Sherlock lhe dizendo isso? Era ele mesmo que havia enviado aqueles bilhetes, flores e cartões? De repente sentiu-se tonta e sentou-se na poltrona de John.

– Eu tinha medo que você esperasse que fosse outra pessoa, que já estivesse envolvida com alguém! – ele explicou – Eu precisava saber se ainda era eu, pra poder revelar que eu era seu admirador secreto!

Molly respirou fundo várias vezes, tentando normalizar seu estado.

– Eu te chamei pra sair...- balbuciou após a terceira respiração – Mostrei pra quem quisesse ver que estava interessada em você!

– Isso não significa que eu estava pronto pra isso na época! – justificou – Mas agora estou, e precisava saber se você queria ou não!

– Estou confusa! – confessou - Quando foi que isso aconteceu?!

Sherlock sorriu.

– Depois eu te conto, agora é a hora do prêmio!

Ele se ajoelhou na frente dela e, apoiando suas mãos nas coxas de Molly, aproximou-se para beijá-la. Apesar da surpresa, Molly não o rejeitou, e os dois trocaram o primeiro beijo tão esperado.

– Quem disse que eu queria um beijo de prêmio? – provocou a legista após eles se separarem.

– E quem disse que esse era o SEU prêmio? – respondeu o detetive rindo e puxando-a para um novo beijo. Dessa vez muito mais intenso e apaixonado que o primeiro.

– Acho que sua pergunta foi respondida agora, não?! – brincou Molly, meio tonta por conta do beijo.

– Tenho mais perguntas pra você responder! – disse com a voz ofegante.

– Quais?!

– Essa, por exemplo!

E puxou o rosto da garota para outro beijo. Naquela noite, Molly respondeu muitas perguntas de Sherlock.

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– Como assim desde sempre?!

Molly pareceu incrédula ao ouvir Sherlock lhe contar que havia gostado dela desde o primeiro dia em que a viu.

– Desde o primeiro dia! Pude ver você inteira e posso te garantir que desde aquele momento, eu soube que queria manter você por perto!

Molly se ajeitou na cama, depositando novamente sua cabeça no peitoral de Sherlock e cobrindo-se com o lençol.

– Não faz sentido! Se você gostava de mim, por que fugia?

– Porque eu não sabia lidar com isso, e para mim, mesmo gostando de você, te ter por perto era só o que bastava!

Molly riu, se aninhando nos braços de Sherlock.

– Mas isso foi antes, agora eu não gosto nem de pensar que você quase se casou! Eu achei que seria daquele jeito pra sempre, mas quando eu vi que tudo podia mudar, eu entrei em pânico! – confessou enquanto apertava mais o corpo da legista contra o dele.

– Então, só está dizendo que gosta de mim pra me mantar sempre por perto, não é?! – brincou a legista.

– Não! Estou mantendo você sempre por perto, não porque eu goste de você, mas porque eu amo você!

Molly levantou-se surpresa com aquela confissão tão repentina. Sherlock então a olhou sorrindo e inclinando-se para pegar seu paletó do chão, disse.

– Ontem, fui comprar seu último presente como admirador secreto!

Depositou nas mãos da garota uma pequena caixa preta, que Molly, e qualquer mulher no mundo que ganhasse uma, sabia o que significava.

– Eu não quero perder tempo te pedindo em namoro, Molly! – explicou – Eu já sei como é namorar você, eu quero casar com você! Você quer se casar comigo?

Molly emudeceu novamente. O que ela devia responder mesmo? Aliais, qual era a pergunta?

– Isso é um sim? – perguntou Sherlock ao ver a boca de Molly abrir e fechar.

Molly virou-se para encará-lo, e tão repentinamente como tinha recebido o pedido, ela concordou. Concordou?! É...ao que parece, ela concordou!


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