Undeniable escrita por quinchillin


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Eu estou tão feliz com essa história! Eu amo ver os comentários. Comentem mesmo. Deem suas críticas e tentarei fazer a história melhor.
Algumas coisas que eu tenho em comum com a autora da original:

1) eu não sei nada sobre a geografia de NY
2) eu não tenho ideia de como funciona uma terapia como a Q faz em Yale, mas eu tento seguir o fluxo
3) eu amo Passion Pit. Definitivamente uma de minhas bandas favoritas



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/526573/chapter/6

“Então, esse é Charles?”

Rachel afirma com a cabeça.

Quinn reprime uma risada.

“Naomi queria levá-lo com ela para ter uma lembrança de você”, Rachel diz pegando o cãozinho de pelúcia e o abraçando exageradamente, “Como se ela tivesse alguma chance, pff”, ela resmunga baixinho. Quinn levanta a sobrancelha e encara a morena com incredulidade.

“Que possessiva, Rach”, ela brinca. Rachel cerra seus olhos e sorri também.

Rachel disse, com todas as letras e depois com todas as explicações necessárias: eu estou apaixonada por você, Quinn. E Quinn voava para longe em seu deserto de sensações que ela sempre sentiu sozinha. Agora Rachel estava apaixonada por ela. Elas teriam um relacionamento, certo? Elas... namorariam? A felicidade no peito da loira era tão grande e tão forte que tudo parecia de mentira e frágil de agora em diante. Quinn ia fazer certo dessa vez; ela daria a Rachel faíscas, cuidados, e sorrisos; Rachel teria seu romance épico que sempre desejou. Ela seria essa pessoa para Rachel.

Quinn traçou um mapa das coisas que aconteceram e dos tesouros descobertos.

Um dia que as duas foram juntas à uma galeria e Rachel perguntou como poderia ser proveitoso criar arte se ninguém a entende corretamente. E Quinn apenas respondeu que Rachel gostaria de cantar mesmo quando não há público para ouvi-la.

O pensamento que assombrava a mente de Quinn era a certeza que ela sentia que sempre ia amar Rachel mesmo que Rachel não entendesse, não sentisse e não retribuisse esse amor. Jordan falou algo uma vez sobre amores platônicos serem eternos. E Rachel seria isso para Quinn. A eterna frustração; por mais que continuasse fazendo parte da vida dela como amiga. Uma boa amiga que sempre tentava ser.

Mas como Rachel mesmo confirmou, a linha entre a amizade e o interesse romântico delas ficou borrada e cegou a morena por um tempo. O que a fez encontrar a luz foi a simples pergunta: posso me imaginar querendo mais? E Rachel conseguiu. Ela queria mais. Ela quer.

E Quinn sempre quis.

As duas saíram pela cidade novamente indo ao Central Park. Coisas de turistas exigem comportamento e humor de turistas, e as duas não tinham esse estado de espírito no momento. Apesar de tanta coisa ter sido dita, o clima estava estranho e diferente. Era incomum esse novo ritmo, para ambas.

“Eu mereço saber de algumas coisas, certo?”, Quinn pergunta enquanto convida Rachel para se sentar na grama, de frente à ela.

“Só não abuse de mim, Fabray”, Rachel se senta e cruza as pernas uma sob a outra. Quinn sorri. Ela não consegue evitar pensar nos duplos e triplos sentidos que essa frase pode ter.

A loira olha diretamente para aqueles olhos castanhos expressivos que ela tanto ama. Eles dizem tantas coisas... ela é tão familiar a eles. Ela consegue se sentir segura uma vez que aqueles olhos demonstram felicidade.

“Eu não sei por onde começar”, ela admite, honesta. Quinn não sente vergonha desse sentimento, pelo contrário; é o entusiasmo. Ela tem tanto há descobrir e entregar agora que Rachel tem sentimentos românticos por ela.

“Eu acho que já comecei quando a gente acordou, Q”, Rachel responde e ela está claramente nervosa e ansiosa como Quinn. São seus sentimentos que vão ser despidos e fatiados, para que ambas recebam, se possível, porções iguais de conhecimento sobre aonde tudo isso vai parar.

“Eu te amo”, Quinn diz antes que elas fiquem em silêncio por muito tempo, “Eu te amo há tanto tempo, Rachel Berry”, ela suspira e sente o nó na garganta se formando. Rachel a encara preocupada com essa expressão, “Eu não vou conseguir falar sem chorar, Rach, mas é um choro bom”

Rachel apenas assente e deixa que Quinn recomece.

“Mesmo quando eu sabia que tinha que dar um jeito de começar a superar meus sentimentos por você, eu nunca iria superar como era dolorosamente perfeito a sensação de te segurar nos meus braços”, Quinn diz entre alguns soluços. Ela está finalmente liberando tudo isso sem a certeza que será rejeitada e o sentimento é... indescritível. “Eu conseguia ter momentaneamente seu coração. Eu conseguia ser a pessoa que fazia você se sentir segura e amada e nesses momentinhos, tão pequeninos, mas tão significativos, não havia medo, insegurança, o peso dos meus pecados desaparecia. Eu não tinha passado nem futuro, eu tinha apenas você nos meus braços, Rachel.”

A morena se emocionava com cada palavra da loira que ouvia; como não? Ela degustava de forma diferente agora. Seu corpo reagia diferente e ela estava tão perto de conseguir sair da avalanche.

“Então eu devo descrever pra você a sensação de ouvir você dizer que está apaixonada por mim?”, Quinn pergunta com humor em sua voz, limpando algumas lágrimas.

“Não, Q”, Rachel sorri. Seu coração descompassando brevemente em seu peito. Uma coisa que ela aprendeu e que sempre irá fasciná-la: essa Quinn honesta e sincera. E ela não se priva em dizer isso à Quinn. “Eu quero dizer que você nunca deixa de me fascinar, Q. Quando você está sendo honesta desse jeito sobre seus sentimentos... obrigada por isso”

“Nunca me agradeça, Rach. Você é uma das pessoas mais importantes da minha vida, e muitas vezes o catalisador das grandes mudanças. Sem você eu me enxergaria em uma realidade completamente diferente e com certeza, frustrante. Você é como uma bússula, se quer saber”, Quinn diz se sentando ao lado de Rachel.

Elas estão próximas agora e para ambas isso é novo a eletrizante. Rachel sabe disso – a eletricidade e palpitação que ela não tinha em Luke, Quinn causa sobre ela e nada pode negar esse fato. Quando Quinn vira seus olhos aveludados em direção ao seu rosto, contemplando cada parte, admirando. Quinn tem à seu favor um inimigo que Rachel jamais poderia combater: seu próprio corpo denunciando à loira as palavras que não saem de sua boca.

A respiração de Rachel fica rasa, e ela observa Quinn e o quão lindo é seu rosto. Ela se deixa levar pelo silêncio e aprecia os olhos claros da loira sobre ela.

Quinn pega a mão direita de Rachel com a sua mão esquerda e quase geme pelo que o contato faz com seu coração; a sensação é magnífica. Rachel não hesita e aceita esse movimento, passando seu polegar de leve sobre a mão que quase treme. Quinn abaixa os olhos e tenta sugar toda a atmosfera do momento: Rachel e ela sentadas na grama em um dia de sol, depois de Rachel se declarar e dizer que quer descobrir esse sentimento junto com ela, depois de Rachel lhe dar um leve beijo nos lábios noite passada. Em alguns momentos do dia Quinn pensou que se isso fosse um sonho e ela acordasse, ela seria a pessoa que mais odiou a própria vida que já pisou na face da terra. Ela iria simplesmente surtar.

“Aonde você acabou de ir?”, Rachel pergunta depois de ver a loira dispersa por alguns instantes.

“Eu só... Você, e eu, aqui”, ela aperta mais a mão de Rachel, “...assim. Isso parece um sonho. Eu tenho medo de acordar de repente... eu, “ -

“Q, estamos aqui e isso é real, ok?”, a loira assente, “Eu... queria saber, você está gostando da estadia?”

Rachel parece preocupada de verdade e Quinn ri “Rach, tudo está perfeito, por Deus. Você apenas teve um colapso nervoso na noite passada e me beijou antes de dormir, pra acordar e dizer que está apaixonada por mim, então... essa foi a vida que eu pedi”

A loira gargalha e Rachel cora violentamente. “Hey! Não ria, Quinn!” Ela briga, com um ar brincalhão. Suas mãos nunca se soltam, “Você sabe muito bem como é difícil e desesperador contar para a garota que você está apaixonada seus sentimentos”

“Eu sei, Rach, é claro. Mas pense bem; você não tinha o pavor de uma possível rejeição, eu tinha completamente” Quinn diz e Rachel baixa seu olhar, “Mas, hey, hey”, Quinn levanta o rosto da morena para olhá-la nos olhos com a ponta do indicador, “Está tudo bem”

E seus olhares queimam um sob o outro. Seus rostos estão tão próximos, e Rachel larga a mão da loira para se apoiar com ela no chão e ficar em um melhor ângulo. Quinn respira fundo... ela sabe o que esse momento antecede. Ela quer dizer que Rachel é linda, e parece ainda mais linda hoje, agora, e que há tanto amor dentro dela que ela seria capaz de renunciar coisas importantes de sua vida por Rachel. Que desde que ela acordou de uma fantasia com Rachel quando elas nem se conheciam muito bem ela não consegue pensar em nada diferente. E agora, Quinn vai unir seus lábios aos dessa garota e mostrá-la.

Espere, há algo diferente que ela consegue pensar. Esse toque irritante que parece estar tão perto, essa musiquinha chata de telef –

“Naomi me mandou uma mensagem”, Rachel se senta com as costas retas e pigarreia, tirando seu telefone da bolsa e desbloqueando-o.

“Claro”, Quinn ri um pouco.

A morena não contou à Naomi sobre acontecimentos recentes entre ela e Quinn, e aparentemente Naomi tem a precisão de seus pais para interromper momentos românticos.

“O que ela diz?”

“Ela disse ‘eu sei que Quinn deve estar te levando à museus e galerias o dia inteiro, então lembrei que meu amigo Joseph havia dito que Passion Pit vai tocar num lugar chamado The Summit Bar hoje à noite... vejam se ainda há ingressos e divirtam-se, meninas’”, Rachel diz e cora ao observar a última parte da mensagem, que ela não vai ler à Quinn por motivos óbvios.

‘E Rachel, eu gostaria de saber como você está aproveitando os dias com Quinn, conte-me tudo depois, beijo!’

Rachel não quer pensar no que deve contar à Naomi, aos pais, ou a qualquer pessoa. Ela quer aproveitar Quinn enquanto ela está aqui, porque se antes a distância era insuportável em alguns momentos, agora que ela tem momentos como quase beijar Quinn em um parque e isso muda tantas coisas. Ela não sabe se agradece ou almadiçoa Naomi pela interrupção.

Rachel está nervosa demais diante de seu novo jeito com Quinn. Elas ainda são melhores amigas; Quinn ainda vai dizer o que pensa sobre tudo o que Rachel perguntar, mas agora elas podem... flertar. Ambas sabem que estão pisando em terreno seguro. Nada disso é areia movediça. Elas já se declaram, Quinn muito antes e Rachel há pouco tempo.

Só que isso não significa nada quando se trata de dar o próximo passo.

Por isso ela estava tão tensa com o pensamento de beijar Quinn deliberadamente.

O beijo da noite passada, apenas um suave e doce roçar de lábios, foi para acalmar Quinn e dar certeza à ela de que elas conversariam sobre sentimentos depois. Agora Rachel sente que quer mais. Ela quer provar a boca da loira, satisfazer sua curiosidade e desejo. Ela estará beijando não apenas uma garota; Rachel vai beijar Quinn Fabray. Vai degustá-la e acariciá-la com todo carinho que conseguir colocar em um beijo.

Ela olha para Quinn e sorri “Nós vamos, certo? Passion Pit é nosso, e nunca estivemos tão perto deles”

“Eu não perderia por nada”


XXXXXXXXXXXXXX


“Então, você não falou com seus pais desde que saiu de Lima?”, Quinn perguntou, abrindo a porta do dormitório para ela e Rachel entrarem.

“Não, eu sempre esqueço de ligar em um horário que eles não estão ocupados”, Rachel entra, guarda sua bolsa e se senta ligando o notebook, “Mas não tem problema, eles sabem que você está aqui comigo e que eu estou segura”.

Quinn sorri. Se existisse apenas um sentimento que Quinn pudesse fazer Rachel sentir, era segurança quando estava ao seu lado.

“O show começa as nove, antes tem abertura com Two Doors Cinema Club”, Rachel olha para Quinn a loira comemora levantando os braços. A morena ri, “Devo supor que é uma daquelas bandas de músicas eletroindie fora de moda que você adora?”

“Hey!”, Quinn se senta ao lado da morena na cama, “Você está indo ao show de uma dessas bandas que por acaso também é uma de suas favoritas, então, mais respeito por elas, por favor”, a loira brinca.

E Rachel só consegue pensar o quão adorável Quinn é em sua versão desinibida e feliz

Seu estômago vibra.

Seu corpo parece querer implodir e ela quer reagir ao pensamento de beijar Quinn agora.

Quinn também está em uma luta interna.

Ela quer dar espaço à Rachel porque Rachel deixou claro que quer ir com calma. Pra qual for o caminho que as duas forem, elas irão devagar. Quinn também quer que as coisas aconteçam dessa maneira; ela só quer aprender uma forma de repreender seus pensamentos e não deixar seu corpo agir por impulso. Porque senão, elas estariam debaixo das cobertas fazendo amo-

“Então, eu estava pensando em comprar uma roupa antes de ir”, Rachel diz e desvia os pensamentos pecaminosos de Quinn.

“Certeza?”, Quinn ruboriza sem querer.

“Sim. Eu não vou comprar um vestido elegante ou algo assim... Só... uma roupa diferente”

Rachel quer uma roupa que Quinn nunca tenha visto, e quer surpreender a loira. Elas vão sair juntas, à um show de uma banda importante para ambas. A música sempre ligou elas de alguma forma, seja cantando no Glee Club ou cantando para Quinn no telefone quando estavam à centenas de quiômetros de distância. E hoje elas irão sair juntas depois de tudo o que já foi dito e todas as ações que já foram feitas... bem, nem todas ações.

“Vai ser um encontro?”, Quinn pergunta. Vibrando por dentro. Quase surtando por finalmente poder fazer isso. Ela vai, Quinn vai levar Rachel a um encontro.

“Se você quiser...”, Rachel responde, suas bochechas vermelhas e sua inocência transparecendo e atingindo todos os poros de Quinn. Ela tem vontade de abraçar a garota menor e nunca mais soltá-la por nada nessa vida.

Se Quinn quer?

“Eu daria tudo para ter um encontro com você, Rachel”, Quinn diz e aqueles olhos castanhos a encaram estremecendo todo seu corpo. Se ela pudesse contar quantas vezes imaginou esse momento. Se Rachel tivesse uma ideia de quanto tempo e quão intensamente Quinn deseja um encontro ou qualquer coisa com ela.

“Então eu me arrumo aqui, e...?”, Quinn pergunta já nervosa.

“Sim, sim, eu saio agora para comprar algo e... eu não,” Rachel suspira envergonhada, “Como você está aqui e precisa se arrumar aqui eu presumo que eu devo me arrumar em outro lugar para assim a gente não se ver antes de nos encontrarmos para ir ao show e” –

“Rach!”, Quinn ri. Rachel fazendo seus monólogos, divagando sobre suas próximas ações. Ela ama essa Rachel que parece tão inocente e frágil aos seus olhos. “Você quer que a gente só se encontre no show?”

“Não, Q, eu...”, a morena continua sem saber como explicar.

“Eu te espero em algum lugar do Campus, pode ser?”, a morena concorda a cabeça, “Ok.”

Ambas suspiram audivelmente.

“Nosso primeiro encontro, certo?”, Quinn diz com humor. Seu coração saltando pela garganta ao dizer tais palavras.

“Sim, nosso primeiro encontro.”


XXXXXXXXXXXXX


E agora Rachel tem apenas uma tarde para definir o que vai usar.

Ela caminha pra fora de NYADA com sua bolsa, carteira e telefone. Quinn ficou no dormitório, e as duas vão se encontrar no começo da noite. Rachel ficou com receio de falar seus planos para um possível encontro, porque ela queria tudo à forma antiga. Por mais tentadora que parecesse a ideia de ver Quinn se arrumando em um cômodo próximo a ela, ela precisava de todo o romance que essa proximidade tão íntima tiraria. Ela queria se admirar novamente com a beleza clássica de Quinn, que provavelmente vai vestir apenas uma calça jeans e camiseta e ainda assim parecer um membro da realeza. E mais do que tudo, ela queria se vestir bem para Quinn. Ela queria se sentir bonita, porque Quinn estava apaixonada por ela e a achava bonita também.

Na hora de se despedir ela e Quinn tiveram um momento embaraçoso e Quinn fez todas as defesas de Rachel caírem aos seus pés.

Rachel queria dar um abraço em Quinn, apertá-la em seus braços e sentir o cheiro do perfume suave da loira, aparentemente Quinn queria dar um beijo na bochecha da morena, então as duas se desencontraram no caminho. Rachel estendeu os braços que bateram no corpo do loira e desajeitada, Rachel pediu desculpas e se afastou, deixando Quinn constrangida, porque ela estava indo em direção ao rosto da morena. Ambas se olharam e sorriram.Quinn caminhou lentamente entrando no espaço pessoal de Rachel e olhou para seus olhos, que se fecharam ao sentir a boca quente da garota maior apertarem um beijo na testa.

Quinn se moveu para longe dela dizendo “Tchau, Rach”.

Rachel sorriu com a lembrança.

Mais uma mensagem apita no telefone da morena.

“Então, conseguiram os ingressos? XOXO, Naomi”

“Conseguimos. Tenho tanto a te contar... Mas resumo da ópera: vou ter um encontro com Quinn indo ao show”

“O QUÊ? NO WAY!”

“Yep. Me declarei para Quinn, depois de um surto ridículo de choro... estamos.. nos resolvendo”

“Fico feliz, Rach, de verdade! Quinn te ama tanto. Vocês duas são ótimas”

“Tirando a insegurança saudável, eu estou feliz também”

“Curta sua garota, Rach! Te amo, bye!”


XXXXXXXXXXXX


Quinn iria ligar para Santana. Ela iria. Ela só queria ficar aqui sentada na cama de Rachel olhando para o nada por mais algum tempo pensando no quanto a vida pode surpreende-la.

Há alguns meses atrás, ela amava Rachel assustadoramente e não via em mil anos a oportunidade de contar isso à ninguém. Seu segredo morreria com ela e ela morreria infeliz por nunca ter Rachel de uma maneira satisfatória.

Hoje, ela vai pular enquanto escuta Sleepyhead ao lado da garota com quem tem um encontro, que é justamente a garota que Quinn manteve sentimentos avassaladores que mudaram seu jeito de ser, pensar e sentir.

Rachel. Rachel e ela vão a um encontro de verdade.

E ambas sabem disso.

Quinn chora pela milésima vez nesses últimos dias. Mas as lágrimas são sua redenção. Ela está apenas tão feliz.

Ela pega um post-it com morangos Berry Awesome desenhados e escreve alguns recados para Rachel. Ela sabe que a morena vai gostar, e ela quer pegá-la na surpresa, então esconde em alguns livros, atrás de objetos que Rachel pode vir a procurar e deixa alguns à vista, sobre a tela do computador. Quinn não consegue parar de pensar que ela vai fazer de tudo. O possível e impossível. Ela simplesmente não vai deixar Rachel pensar que as duas não poderiam caminhar juntas, e sempre juntas.

Quinn pega o telefone e disca. Duas chamadas depois Santana atende.

“Hey, Q!”, a latina parece animada.

“Sant!”, a loira não consegue evitar de mostrar animação em sua voz e grita o nome da amiga.

“Olha... alguém está animada”, Santana ri.

“RachelsedeclarouparamimemebeijouetemosumencontroemapenasalgumashorasRachelmebeijouSantanavocêentendeiss-“

“Caralho! Quinn, fala devagar e em um idioma compreensível, por favor. E se puder não gritar também, eu agradeço”, ela ironiza.

Quinn olha ao redor. Ela não consegue segurar uma gargalhada estridente.

“Desculpa, Santana. É que eu estou tão feliz!”, Quinn diz sorrindo e encosta sua cabeça na parede.

“Eu percebi! Você está com a Berry não está? O que ela fez pra te deixar assim? Por acaso vocês dormiram de conchinha de novo e você não teve um mini AVC depois de acordar na cama com ela?”

“Santana, se senta, porque as palavras que eu vou dizer agora vão soar um pouco irreais pra você”, a loira brinca, porque o estado de espírito dela está tão bom, “Rachel está apaixonada por mim”, ela diz e espera alguns segundos a resposta.

“O quê?”

“Exatamente isso”, E silêncio. Quinn ouve Santana sussurrar alguma coisa para alguém. “Você continua aí, S?”

“Finalmente!”, Santana grita e Quinn começa a gargalhar outra vez, “Aquela anã! Porque ela demorou tanto tempo?”

“Não chama ela assim, Santana! Eu não sei. Mas eu estou... em êxtase”

“Como isso aconteceu, Q? E quando? Vocês estão namorando? Você já comeu ela?”

Quinn revira os olhos, “Pelo amor de Deus Santana! Dá pra não resumir o que eu sinto pela Rachel com essas palavras?. Vamos por partes: passamos duas semanas em Lima e voltamos para New York como um presente dos pais dela, porque eles queriam que ela passasse a virada do ano aqui, e ela pediu para eu vir junto. Passamos alguns dias aqui, juntas, fazendo várias coisas...”, Quinn para e ouve a risadinha de Santana do outro lado, “... coisas não sexuais, S. Ela estava diferente comigo desde a viagem à Lima, eu não sei explicar muito bem o quê mudou, mas ela meio que parou de impor barreiras e voltou a ser ela mesma. Então voltamos de um jantar...”

“Hmmm, que gostoso!”, Santana zombou e Quinn bufou, “E então a Berry quis comer algo diferente como sobremesa”

“Santana!”, Quinn gritou e agradeceu por ninguém poder vê-la no momento. “Você poderia esperar eu terminar a versão curta da história?”, ela pergunta corada e Santana confirma, “ok, chegamos do jantar e ela perguntou se eu me senti levando ela a um encontro. Sabe, porque eu tentei pagar, e conversamos sobre tudo, jantamos em um lugar bem aconchegante. Eu disse que não, porque eu realmente senti que não.”

“Na verdade você se forçou a pensar que não, certo?”, Santana apenas confirmou o que já sabia e Quinn se admirava outra vez por como Santana parecia ler ela de uma forma que ninguém fazia.

“Com certeza. Se cada vez que saíssemos juntas eu me sentisse levando-a a um encontro, uma hora eu iria explodir. E continuando a conversar, ela chegou no assunto do beijo, quando eu meio que beijei ela em Yale.”

Santana se lembra muito bem daquela noite. A princípio ela achou que Quinn finalmente tinha dito algo a Rachel, mas não. Tudo era apenas uma grande confusão e a loira beijar Rachel do nada balançou ainda mais a relação das duas.

“E...?”

“E aí eu fui abraça-la e ela explodiu. Chorou descontroladamente, algo parecido com o que eu fiz algumas vezes. Como quando eu me declarei pra ela, e etc... então, ela disse que nosso primeiro beijo não era para ter sido assim. Como foi, naquela noite depois do karaoke.”

Quinn ouve um gritinho agudo de uma voz que ela reconhece como sendo de Brittany.

“Britt?”, ela pergunta confusa.

“Hey, Q, continue sua história, por favor!”, Brittany diz super animada e Quinn sorri sem pudor. Ela finalmente está contando para suas duas melhores amigas sobre Rachel. Sobre como elas estão avançando.

“Oi Britt!”, ela cumprimenta alegremente.

“Conta o que aconteceu, Q, está no viva-voz”, Santana pede.

“Ok, então Rachel disse isso enquanto estava chorando nos meus braços. E eu, logicamente, quase desmaiei. Ela disse que queria dormir antes de conversar qualquer coisa, porque estava com dor de cabeça e cansada. Apenas fui dormir, cheia de minhocas na cabeça; Rachel queria que nosso beijo tivesse sido diferente, então ela queria me beijar, então ela sentia alguma coisa por mim... Eu não conseguia dormir e ela aparentemente também não, então ela me chamou para dormir com ela”

Santana riu e Brittany estava dando pulinhos e gritando.

Quinn sentia que seu sorriso ia atravessar seu rosto.

“E você como uma boa melhor amiga, foi encoxa-la com todo prazer”, Santana disse gargalhando.

“E então, S... Ela me beijou”, Quinn afastou o celular um pouco da orelha - mais gritos de Brittany, “eu não queria de maneira alguma deixar ela desconfortável com toques ou atitudes invasivas e de repente ela me beijou...”, a loira passou a mão pelos lábios, fechando os olhos e relembrando esse momento, “Acho que essa é a lembrança mais preciosa que eu tenho em toda a minha vida”

“Awwwwww, Q!”, Brittany diz, “Eu sabia. Eu te avisei, na verdade. Você deveria me ouvir mais vezes!”, a loira cobra e Quinn sorri.

Santana dá um audível beijo na bochecha da namorada, “Eu estou feliz por você, Q. Eu sei o quanto você iria ficar miserável se a Rachel nunca fizesse nada em relação aos seus sentimentos. Ou ela cortava pela raiz ou ela retribuía, mesmo que acabar com eles demorasse e fizesse vocês duas sofrerem”

“Obrigada, S. Eu estou tão feliz. Eu mal caibo no meu corpo. Talvez eu precise de outro coração para sentir tudo isso, porque às vezes parece que não cabe só no meu”, Quinn diz e sabe que Santana vai brincar em cima de tais palavras. Mas ela não se importa. Nem um pouco.

“Oh, meu deus, apenas um beijo e você já virou um poeta juvenil do século XVI”

“Santana!”, Brittany repreende a namorada, “Vocês vão dar certo, Q. Eu tenho certeza. E hoje? A Rachel não está aí com você? Onde você está?”

“Hoje nós temos um encontro!”, Quinn aumenta o tom de voz e nem pensa em disfarçar sua excitação, “A colega de quarto da Rach disse que tem um show do Passion Pit aqui em New York, e conseguimos comprar ingressos online a tempo. Então combinamos de ir, e... sim, é um encontro. Eu vou a um encontro com a Rach!”, ela diz, pulando na cama como uma criança.

“YEY!”, Santana e Brittany comemoram com a loira do outro lado da linha. “Você deve estar tão nervosa!”, Brittany comenta.

“Eu estou. Eu estou, mas eu estou mais... explodindo de felicidade do que qualquer coisa.”

“Então, vocês vão juntas ao show e depois...?”, Santana pergunta.

“Depois, S, eu vou fazer uma surpresa para a Rachel. E eu tenho certeza que ela vai amar.”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Undeniable" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.