Star Crossed escrita por Thais Jacobucci


Capítulo 7
Capítulo 7




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Logo depois de terminarmos a janta Bernard nos levou pra casa, fomos rindo o caminho inteiro com ele falando sobre o novo Boy Magia dele, quando chegamos à porta de casa as meninas se despediram dele e desceram, na hora que eu fui descer ele me puxou e me abraçou.

– Fica forte menina, eu sei que é muita responsabilidade mais você consegue.

E quão importante foi aquele abraço, eu precisava de uma pessoa que me passase segurança, de uma pessoa que pudesse me mostrar que ia ficar tudo bem. Querendo ou não eu ja era uma garota crescida e precisava fazer escolhas, mais no fundo eu ainda sou só uma menininha que não tem coragem suficiente pra sair do casulo e tenho medo de fazer escolhas grandes assim, tenho medo de nada dar certo e eu não conseguir conquistar nada. Percebi que estava chorando só quando ele me apertou mais naqueles braços enormes.

– Obrigada por tudo Be! -ele me abraçou mais forte-

– Eu sei que é difícil, mais eu to aqui com você pro que você precisar, sempre que eu puder vou estar aqui - ele disse me encarando nos olhos e depositando um beijo carinhoso na minha testa-

– Eu te amo - o abracei de novo-

– Eu nunca vou me acostumar com seus peitos tocando repentinamente em mim -ele me fez rir e então eu o encarei e ele secou as lagrimas do meu rosto- agora sai do meu carro que meu boy ta me esperando e eu já estou atrasado por sua culpa

Desci do carro e dei um tchauzinho com a mão, quando entrei em casa tinha uma caixa em cima da mesa.

– O que é isso? -perguntei para as garotas que já estavam de pijama comendo sorvete no sofá-

– Não sei, quando eu fui tentar abrir o Matt disse que o entregador disse que era pra você e que tinha chego a uns 10 minutos

Fui até a beira da mesa e peguei o cartão que tinha em cima, estava escrito apenas 3 palavras

“Obrigado. Justin Bieber.”

Coloquei o cartão em cima da mesa e tentei olhar o que tinha dentro da caixa pelos furinhos que tinham em cima, mas a caixa era muito escura ai não consegui enxergar nada. Abri ela e então um pequeno corpinho olhou para cima. Era um coelho! Quase tão branco quanto a neve, peguei ele no colo e ele cabia na palma da minha mão, ele que por sinal era ela.

– AH MEU DEUS! –Sam veio correndo na minha direção e pegou ela de mim-

– É lindo –Naty pegou do colo da Sam-

– Gente calma, vão esmagar ela.

– Ela? –elas falaram em couro-

– Sim, ela

– Quem te deu?

– Como vai ser o nome?

– O Bieber me deu - falei em um tom pensativo, saiu quase que uma pergunta-

– O Bieber? Por que ele te daria um presente? –Sam perguntou no mesmo tom que o meu, tentando achar uma resposta-

– Não importa! Ele é um gato e esse é o presente mais lindo que existe – Naty disse encantada com aquela bolinha de pelo que parecia não se importar com aquele amasso todo-

– Deve ter sido por que eu aceitei o emprego. O Scooter deve ter o mandado fazer isso – revirei os olhos, mania antiga-

– Deixa de reclamar, milhões de garotas morreriam por um follow dele no twitter e você ta reclamando por que ele te deu um bichinho – Naty disse naturalmente-

– Eu não sou milhões de garota – E eu já quase arrumei uma briga-

– Ta mais qual vai ser o nome dela – ela sempre faz isso, corta a briga antes mesmo dela começar-.

– Fox.

– Fox ? –falaram em couro de novo-

– Sim

– Por que Fox – Naty perguntou curiosa-

– Li uma vez que Fox significa amor, família e casa. Ela vai ser sempre uma escapatória, como um lar.

– Eu adorei – Sam pegou ela do colo da Naty que fez um bico-

– Temos que fazer uma caminha pra ela pelo menos até amanha – disse pegando-a do colo da Sam-

– Vamos pegar algumas toalhas

Subimos as escadas correndo e pude ouvir Matt rindo e dizendo “vão aprontar” e é verdade, na ultima vez que nós corremos em uma escada eu voltei pra casa com 6 pontos no queixo. Chegando no meu quarto nós pegamos algumas toalhas de rosto e colocamos dentro da caixa. Coloquei ela la e ela ficou me encarando

– deve estar com fome – olhei pra ela-

– Sera que ela toma leite –Naty a encarou inclinando a cabeça por lado-

– Pensei que só gatos tomassem leite – É claro que a Sam tinha que falar uma bosta dessas-

Desci até a cozinha e enchi um potinho com um pouco de leite morno, subi com cuidado pra não derrubar e deixei do lado dela. Ela cheirou, olhou pra minha cara de novo e tomou.

– Ufa – um ar de suspiro pairou no quarto-

– Meninas eu estou quebrada, vou dormir. Amanha mimamos mais ela – dei boa noite pra elas e fechei a porta-

Sentei na cama e comecei a pensar em tudo que já tinha acontecido até hoje, já que o sono não vinha e amanha eu não precisaria acordar cedo, primeiro sábado do mês! Já estamos em janeiro de 2014, nós viemos pra Ca no final de novembro foi uma batalha e tanto. No ultimo mês nós não sabíamos o que era dinheiro, dezembro foi um mês muito ruim, mal aproveitamos as festas de fim de ano, estávamos correndo atrás de emprego e tentando bancar nossas contas sem a ajuda dos nossos pais, foi muito difícil eu admito que tinham horas eu que eu pensava em ligar pra minha mãe e pedir socorro, nós quase perdemos o apartamento, não ficávamos em casa o dia inteiro atrás de qualquer coisa que pudesse nos ajudar a pagar a conta de água e energia, tivemos que tirar dinheiro da conta de emergências, nós estávamos sem emprego com o apartamento pra pagar, as contas, o condomínio, o estúdio, o mercado, transporte e ainda tínhamos que fazer isso escondido do Matt pra que ele não descobrisse e contasse pros nossos pais. Dezembro foi um mês escuro, nós sentávamos na minha cama depois que o Matt ia se deitar e tentávamos de todo jeito dividir nosso pouco dinheiro em todas as contas, nós quase perdemos o apartamento por que eles têm uma política muito rígida com as parcelas do condomínio e se nós pagássemos o condomínio não poderíamos pagar diversas contas e teríamos que riscar o mercado, gastei quase 20 mil dólares, isso por que as meninas também me ajudavam com as contas. Mas nós ficamos firmes, nós viemos pra ca pra isso, pra criar responsabilidade, enfrentar desafios. Só nós três sabemos quanto a gente teve que lutar nesses últimos meses, nós passamos de três garotas para três mulheres que, nem de longe, tem uma vida fácil, tinham dias que nós tínhamos que ir andando atrás de qualquer coisa pra não ter que gastar no taxi e poder fazer as compras no mercado, minha conta quase ficou no negativo assim como a das meninas, uma conta que devia servir para emergências, nós fazíamos alguns bicos em uns bares mais nada que ajudasse muito, nosso AP infelizmente era o que mais pesava por que ele era muito bem localizado, grande demais, as contas eram altíssimas, o sindico era um insuportável e por dias nós não perdemos, na hora que pagamos o condomínio a luz caiu e tivemos que inventar o maior reboliço do mundo pra que Matt não desconfiasse. Nós aguentamos firme, seguramos a barra, tinha dia que sentávamos juntas e chorávamos com medo, foi agora pro começo do mês que as coisas começaram a melhorar, Sam arrumou um emprego, o estúdio foi um sucesso nas matriculas e agora o dinheiro entra ao invés de só sair, eu não seria nada sem essas melhores amigas comigo. Agora eu espero que tudo dê certo, é claro que ainda ta um pouco apertado, mais nós não temos mais dividas e já temos empregos garantidos. Depois de muito refletir peguei a Fox e a coloquei comigo na cama pra assistir um filme chato comigo e fiquei la fazendo carinho nela até ela pegar no sono de novo, quase amei o Bieber por ela, mais ele ainda é um babaca, depois de um tempo eu comecei a sentir frio por causa da janela e o sono chegou olhei no relógio e eram 3 horas da manha, coloquei a Fox na caixinha dela e fui fechar a janela, apaguei tudo e dormi na mesma hora. Tive um sonho esquisito:

Estava escondida atrás de uma cortina grande e clara, logo um par de mãos pequenas me desenrolam de trás dela

– Você me achou, de novo! –o peguei no colo-

– Você não sabe brincar, eu sempre te acho – ele gargalhou-

– Eu não consigo mais me esconder, não tem lugar nessa casa que você não me encontre.

– Ta legal, vamos mais uma vez ai eu não vou te achar

– Não senhor, você ta parecendo um porquinho, já pro banho – beijei o nariz dele-

Ele pulou do meu colo e correu até a porta do banheiro, chegando la ele abriu e entrou

– Vem mãe! –fechou a porta-

Fui caminhando calmamente até a porta do banheiro e chegando lá tinha um homem com ele no colo, eles se divertiam na banheira e sorriam o tempo todo. Entrei La e sentei do lado da banheira com a mão la dentro, mais me molhei toda do mesmo jeito.Foi uma questão de segundos e o cenário mudou, estava em um quarto rosa de bebe ao lado do berço observando aquele pequeno ser maravilhoso com o pouco de sol refletindo nas suas perninhas gordas. Logo um par de mãos, dessa vez bem maiores, me abraçam por trás e então com seus lábios que fazem feliz meu coração sussurrou no meu ouvido “nossa família é a minha ancora, eu te amo, obrigada por isso. Nossa filha só vai sair de casa depois dos 21” ri baixinho pra não acordar a bebe e sussurrei de volta “com 18 ela já vai estar comigo na balada” ele deu um tapa forte na minha bunda

– Deixa de ser abusado! –o belisquei-

Ele riu e nós fomos caminhando até o outro quarto e pude ver meu pequeno homem favorito agarrado no ursinho dormindo como uma pedra, fui até la e cobri ele com o cobertor, beijei sua testa imaginando quanto a minha vida não fazia mais sentido nenhum sem ele, depois de la fomos até a praia, o sol ainda corava a areia da praia que estava deserta e um sentimento tão bom invadiu minha alma, eu tenho ali comigo uma pessoa que eu nao podia enxergar o rosto mais que era meu maior e melhor porto seguro. Uma pessoa que me mostrava os mais diversos tipos de sentimentos, eu nunca fui muito de acreditar em milagres... Mas dessa vez Deus colocou anjos na minha vida que eu nunca acreditei que seria possivel e hoje não vivo sem os três

– Eu te amo Mackenzie, tenho tanto medo de que um dia você vá embora...

– Não ! Eu nunca vou embora –o interrompi-

– Eu sei, mais eu quero todos os dias poder me declarar pra você, e eu não vejo outra forma de fazer isso se não cantando – ele sorriu e correu até em casa, provavelmente pra buscar o violão-

Fiquei sentindo a brisa leva do vento que soprava meus cabelos e como eu tenho experiência de transformar bons sonhos em sonhos ruins o vento natural agora era um ar condicionado gelado que batia no meu rosto e congelava minhas lagrimas quentes que escorriam ao longo das minhas bochechas, podia sentir dentro de mim uma sensação horrivel de coração partido, abri os olhos e o aeroporto me rodeava e logo meu voo foi anunciado por uma voz fina e aguda, Europa, mais o que eu ia fazer na Europa? Logo atrás dessa voz uma outra mais grossa e falhada por causa da falta de ar toma o microfone e chama pelo meu nome, eu corro para o portão e embarco no avião tentando esquecer que um dia aquele problema e todo o resto do enredo tinha acontecido.

Acordei um pouco melancólica e sentimental, não foi um pesadelo mais foi um sonho meio triste, olhei pro lado e a Fox estava tentando pular a caixa sorri ao pensar que agora ela fazia parte da família, vai me ajudar muito daqui a uma semana quando meu irmão voltar pra casa.


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Notas finais do capítulo

Galera, eu ja tinha escrito o capitulo mais apagou sem que eu conseguisse salvar, fiquei depressivamente triste e então caprichei pra esse ficar ainda melhor (pelo menos na minha opinião esse capitulo ta otimo), espero que gostem, bjsss



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