Assim que cheguei ao piso de baixo sentei na mesa para tomar café mais fui xingada então só peguei minha bolsa e uma maça. Saímos pela porta e fomos até o ponto de ônibus, perguntei a um cara que estava lá também se ele sabia algum lugar pra conhecer e se ele podia informar qual ônibus pegaríamos, ele disse alguns lugares com pontos de acesso fácil pra gente não ter que ficar pegando vários ônibus. Nós moramos em Midtown em Manhattan. Quase do lado da Times Square o que é ótimo mais ainda é de manha então preferimos fazer um passeio pela cidade, ele disse que pegar um ônibus turístico seria muito legal, mais disse em destaque "não se distraiam, eles não esperam ninguém" deu uma risada sinistra e subiu em um ônibus e descobrimos que um sairia daqui a 15 minutos. Fomos até o local e esperamos o ônibus sair, subimos nele e sentamos juntas. Foi um passeio divertido, rimos bastante e vimos muitos museus e restaurantes chiques. Na ultima parada saímos um pouco do caminho e fomos até o Hard Rock comer alguma coisa por que já estava na hora do almoço, fomos rápidas para não perder o ônibus, mais quando chegamos lá, um problema.

– Meninas, deixei a bolsa no ônibus

– Tudo bem, eu também deixei mais tenho uns dólares no bolso. -Sam tirou dinheiro amassado do bolso e o cara do caix fez uma cara bem feia-

– Perai ! MENINAS, O ONIBUS TA SAINDO -Naty gritou e correu-

Corremos junto com ela e o atendente com certeza estava mais feliz já que ele ficou com mais de 30 dólares de gorjeta, não adiantou a corridinha ridícula que demos, o ônibus foi embora e todas as bolsas estavam lá. Estávamos apenas com o meu celular, Naty não trouxe com medo de perder e Sam deixou na bolsa. Quando desbloqueie a tela o celular desligou sem bateria. Resumindo: Estávamos em um lugar que não conhecemos, sem dinheiro, sem telefone e só com 3 dólares pra voltar pra casa. Sentemos em um banco numa praça em frente ao hard rock

– Meninas estamos ferradas, e agora o que faremos ? -Sam já estava visivelmente desesperada-

– Calma, nós vamos resolver -Naty tentou acalma-la sem muito sucesso-

– Como ?

– Já sei, podemos pedir carona pra um taxista e falamos que pagamos quando chegar em casa

– Eu sei que não vai dar certo, mais vamos tentar

Assim que passou o primeiro taxi nós demos o sinal e ele parou, Sam encostou no vidro do motorista com toda delicadeza e quase levou um soco

– Vocês acham que eu sou trouxa ? Não vou leva-las a lugar nenhum sem o dinheiro -e saiu rasgando com o carro-

Não funcionou e quando já estamos quase nos desesperando ainda mais por causa da escuridão que vinha cobrindo a cidade, um grupo de adolescentes começaram a batucar umas caixa e começaram a dançar. A multidão logo se juntou a eles e começaram a cantar e bater palmas, fomos ver de perto e eles estavam ganhando uma boa grana

– Mack, tem que ir lá. Fala com eles, quem sabe se você dançar a gente não ganha uns trocados pra voltar pra casa -Sam deu a ideia já toda animada-

– Você sabe que não posso, não consigo Sam

– Isso não é um palco Mackenzie, é só a rua e é a nossa única chance de voltar pra casa

– Mack, sei que tem medo pelo que aconteceu a tempos atrás, mas nós não temos escolha. Eu não sei fazer nem um passo desses, se a Sam tentar ela quebra a coluna, mas você, você é espetacularmente boa. Você faz as pessoas te amarem apenas balançando a cintura, você sabe bailar onde quer que te coloquem. Sei que se sente em casa quando faz isso, então tenta. Por favor

– Nem que eu quisesse Naty, ainda tem que falar com eles e você acha que eles vao concordar, você não viu como foi com o taxista ?

– Vamos tentar -Sam foi em direção a um deles que estava batucando-

– Oi moço, posso falar com você ? - ele olhou pra cara dela e sorriu-

– Claro ! -ele continuou batucando e ficou prestando atenção nela-

– Eu perdi a minha bolsa e não tenho nada pra voltar pra casa

– Olha, você é uma garota muito bonita, mas o dinheiro que ganhamos aqui a gente usa pra pagar o nosso estúdio. Não posso simplesmente dá-lo a você -ele torceu a boca em sinal de "sinto muito-

– Não, não, não. Eu não vim pedir seu dinheiro, mais eu tenho uma amiga que dança eu queria saber se vocês podem deixar eu cantar pra ela dançar

– Ah ! Mais é claro ! -ele sorriu e entregou um violão pra As, e saiu em direção aos amigos que sorriram e saíram para que eu pudesse entrar-

Sam voltou até mim e Naty e deu a ideia de irmos juntas, a Naty tocando, a Sam cantando e eu claro dançando. Sei que ela deu essa ideia por que quando tínhamos apenas 5 anos pouco antes do meu pai morrer ele voltou pra casa e nós falamos com a professora para poder apresentar. É claro que a Naty não sabia tocar o violão, a voz da Sam não era a mais afinada e eu nem de longe sabia fazer o que eu sei fazer hoje, mais aquele dia foi a minha primeira e ultima apresentação e meu pai pela primeira vez estava em casa então teve uma importância sem tamanho pra mim. Era uma musica do Simple Plan, uma versão mais acústica de "Perfect", Com certeza era o tipo de dança bem diferente do que eles estavam fazendo ali e eu sinceramente não acho que vá agradar o publico. É uma mistura do ballet e uns passos curtos do Hip Hop

Naty tocou a primeira nota e eu me preparei para o começo, quando Sam soltou a primeira estrofe da musica foi quando eu dei o primeiro passo. Eu nem de longe estava pronta, mais tive que fechar os olhos e ir, na época eu não entendia mas a letra dessa musica tem uma profundidade enorme e foi só quando eu vi as pessoas colocando os dólares no chapéu da Naty que eu percebi que elas vibravam como ela , sentiam na alma como a Sam e derramavam algumas lagrimas assim como eu. Foi a melhor sensação da minha vida ver todos podendo sentir um pouco do meu trabalho e me apreciar por isso. Assim que a musica acabou a ultimo passo foi motivo de aplausos e sorrisos o que me fez a pessoa mais feliz de todo o mundo. Agradeci a todos e aos garotos do grupo por me deixarem dançar no território deles.

No final da apresentação nós tinhamos ganho uns 27 dolares e eu esperei mesmo que desse

– Meninas nao tenho certeza se esse dinheiro vai dar -falei meio insegura-

– Se nao der a gente sobe em casa e pega mais

– Da ultima vez só a possibilidade disso nos fez quase levar um soco.. Eu tenho quase certeza de que nã...

– Claro que nao vai dar, é pouco e voces estão longe de casa -um cara apareceu do meu lado, me dando um puta susto-

– Quem é você ?

– Sou Scooter Braun, empresario. Eu amei o seu trabalho, é um verdadeiro talento -lembrei dele pelo nome-

– Obrigada, agora temos que ir -na hora que eu virei ele me puxou de volta-

– Voce sabe que o dinheiro nao vai dar e voces vao acabar apanhando de um taxista covarde, eu estou precisando de dançarinos como você. Se vier comigo eu posso te oferecer um emprego e depois te levo em casa -ele parecia desesperado e sinceramente nao tinha cara de maniaco-

Eu sabia que nao daria certo, mais ele tinha muito cara de coitado então decidi ir, afinal o dinheiro nunca daria. Foi uma viagem meio longa e ele me contou que o Bieber teve um ano complicado e acabou brigando com o coreografo que caiu fora e desde então ele vem procurando um substituto, por fim chegamos e era uma casa gigantesca, entramos pelos fundos pois tinham algumas fãs na porta da frente. Quando entrei me encantei pela casa, muito bem decorada, a TV da sala estava ligado e o senhor gostosão Bieber estava deitado de bruço e só de cueca dormindo no sofá. Fiz uma nota mental: não esquecer de comentar com as meninas o quanto garotos problema como ele costumam ser sexy's. Passamos pela sala e chegamos a um escritorio enorme, as garotas sentaram no sofa e eu sentei em uma cadeira de frente pra mesa dele.

– Vamos começar..

– Antes preciso te falar que não sou daqui, sou brasileira e vou ficar só um tempo.

– Tudo bem, nós podemos fechar o contrato de apenas 1 ano -balancei a cabeça-

– Okay, ah e eu só coreografo, eu posso ensinar e fazer tudo por tras da cortina, a partir do momento que me forçar a subir em um palco eu vou embora

– Ta legal, anotado. Você pode começar na segunda, na semana que vem, o contrato é o seguinte: De segunda, quarta e sexta você vem as 9:00 e sai as 15:00 e de quinta e terça você vem as 8:00 e sai as 13:00. Nos tres dias você vem pra treinar a turma e dividir seu tempo pra desenhar as coreografias, na terça e na quinta você vem pra treinar os 4 dançarinos que tem alguns solos no meio do show, cada um deles tem seu proprio solo e em cada show é um diferente. Por isso eu digo, o tempo só esta aqui no contrato, se voce conseguir terminar tudo antes pode ir embora, senão tem que ficar aqui. Você vai ter seu proprio quarto caso esteja tarde demais pra ir pra casa e seu proprio escritorio. Os fins de semana são livres e em semana de show, se você ainda estiver aqui vai ter que viajar com a gente.

– Entendi tudo, mais eu nao disse que queria assinar um contrato. Nao sei nada sobre você, nao sei nada sobre o lugar, sem contar que eu nao gosto do jeito que o seu favoritinho se comporta a gente nao vai se dar bem.

– Por favor, eu te imploro. Nós temos uma turne chegando e os bailarinos não estão prontos. Preciso de alguem muito bom que bote eles na linha

– Ta legal, posso pensar pelo menos ?

– Claro, só me responde até o fim de semana -ele entregou o contrato na minha mão-

– Pode deixar -levantei e apertei a mão dele como se estivesse fechando um contrato-

O motorista dele foi nos levar e quando passamos pela sala Bieber nao estava mais lá, deve ter subido pro quar.. Engano meu, ele passou pro mim e esbarrou nem sequer pediu desculpas e passou reto. Ridiculo, tudo que tem de sexy tem de mal-educado. O motorista nos levou até em casa e ao chegarmos Matt me abraçou como se eu tivesse acabado de resurgir das cinzas.

– Meu deus ! Onde você se meteu

– Desculpa Matt, é que a gente acabou perdendo tudo e o onibus foi embora sem a gente

– Me deixaram assustado, mais preciso te contar uma novidade. Conheci uma garota ! -literalmente desmaiei-

– Ela é linda e mora no Brasil, em São paulo -ele continuou falando-

– Que bom, mais ja arrumou alguem ?

– Claro que não, só disse que ela é legal ! -ele deu de ombros e voltou pro sofa perguntando como tinha sido o meu dia-

Contei os detalhes e ele ficu super animado com a ideia do trabalho, Sam ja havia ligado pra companhia e por sorte a nossas bolsas estavão lá e elas iam buscar amanha de manha. Eu fiquei pensando sobre o contrato, eu não sei se consigo conciliar, quero abrir meu proprio negocio mais não vou ter estruturas pra gerenciar minhas coisas com as coreografias, e os dançarinos e tudo o resto. Preciso urgentemente ir falar com Bernard amanha. Mas por hoje, chega, tomei um banho,comi um lanche monstro de muito queijo com carne e fui dormir. Acordei no meio da noite com um trovão que fez um barulhão e como demorei pra pegar no sono fiquei assistindo um filme chato que estava passando em um canal chato. Logo peguei no sono novamente e tive um sonho, diferente dessa vez. Sem medo, sem dor. Apenas a visão de "nós" se é que se pode dizer-se assim

– Esta vendo ? Aquela parece um cachorro quente -ele riu da minha cara-

– Acho que alguem esta com fome por que aquela realemente parece um panda nem de longe é um cachorro quente -estavamos deitados na grama observando as nuvens e suas diversas formas-

Ri da cara dele e então ele me colocou no colo e sentou depositando um beijo na minha testa. Eu sorri com o ato carinhoso

– Nada vai me tirar de você, eu vou fazer dar certo

E então como em um passe de magica o medo me invadiu e o tempo foi ficando mais escuro e novamente eu sabia que o pesadelo logo viria

– Nao vai dar certo, meu deus são tantos empecilios -tentei sair do colo dele então ele me segurou pela bunda e me puxou pra mais perto me encaixando perfeitamente nele como se seu corpo soubesse que seria pra sempre-

– Eu te amo Mackenzie, nada nunca foi claro pra mim como a certeza do meu amor por você é. Então nada no mundo vai te levar daqui -ele apontou para o proprio coracão e depois me deu um beijo-

Ele virou por cima de mim e então levantou-se e me puxou para um abraço maravilhoso logo depois me colocou nas costas e corremos pelo campo até a casa do lago.