Star Crossed escrita por Thais Jacobucci


Capítulo 2
Capítulo 2




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A cerimônia foi chata como sempre mas na hora da entrega dos diplomas acho que nunca senti tanto orgulho e medo misturados juntos. Peguei o canudo nas mãos e tirei uma foto na escada. Depois de todos os diplomas e uma foto com todos os formandos nós fizemos a famosa jogada dos chapéus. Foi lindo e incrivelmente emotivo, nós abraçamos em um abraço coletivo e foi ótimo. Depois de um tempo de enrolação fomos para o buffet. O lugar alugado era perfeito e eu tinha feito parte do comitê, e modéstia a parte, mas nós fizemos um ótimo trabalho. Era um salão de 3 andares todo espelhado e decorado com preto, branco e prata. O primeiro andar era um dos maiores estavam todas as mesas decoradas e a cozinha, servindo os comes e bebes. O segundo andar e o terceiro eram a pista de dança, o segundo tinha o globo espelhado e o DJ. O terceiro era como se fosse um camarote. A festa estava perfeita.
No primeiro andar tinha uma musica ao vivo mais calma, mais os caras iam embora 23:00 quando o DJ começasse a tocar

– Filha, vem, vamos tirar foto –minha mãe não parava de encher o saco com essa câmera-

– Mãe chega –disse depois de umas 15 fotos com todo mundo-

Fiquei sentada na mesa com a minha família conversando sobre como tinha sido o discurso e tal. Chegou um garoto até minha mesa e me chamou pra dançar, meu irmão já levantou e o garoto até foi pra trás

– O que, que é isso aqui –ele falou bravo-

– Calma, só vou chama-la para dançar –ele disse levantando as mãos em forma de redenção-

Ele me encarou, o cara era LINDO. Ele era loiro do cabelo meio cacheado, tinha os olhos verdes tão claros que quase confundi com azul. Ele tinha um corpo definido, devia jogar futebol e tinha uma voz aguda e grossa... A perdição.

– Eu vou. É só uma dança, para de ser paranóico cam–Levantei e senti meu irmão me matando-

Fomos pra pista de dança, ainda estava tocando uma musica calma, então ele me puxou pela cintura e me prendeu no corpo dele.

– Posso saber seu nome? –ele perguntou-

– Se valer a pena... Quando a balada começar eu te conto –falei no pé do ouvido dele-

– Pelo jeito você gosta de joguinhos.. –Ele disse e me rodou e depois me puxou com tudo pra si- Então vou te ensinar as regras do meu jogo –ele me girou dessa vez só que me puxou de costa me fazendo grudar nele-

Ual.

– Seu nome primeiro, preciso de informações pra ver se vale a pena começar a jogar –eu não tinha nem bebido, não sei como eu estava falando essas coisas-

– Meu nome é Mike, tenho 18 anos e jogo futebol –sabia.-

– Interessante.. Continue

– Eu moro sozinho, na verdade com o meu primo mais novo.. O Guilherme –merda. Guilherme é um dos garotos mais cobiçado da minha escola, e também o mais insuportável. Ele já tinha pedido pra ficar comigo varias vezes e uma vez ele em agarrou só de toalha no vestiário o que levou a um muro na cara, um chute nas bolas dele e uma suspensão de uma semana pra mim-

Soltei-me dele e disse em seu no ouvido “não vai rolar” quando me virei ele me puxou pelo braço e disse “te encontro lá em cima” e deu um sorrisinho muito sexy.

Sentei-me à mesa e as meninas passaram lá, tava tendo um problema com o DJ tinha que ser, mais essa agora. Subi lá e era um problema de tomada, faltava uma mais acabamos achando uma extensão e deu tudo certo. Quando acabei lá já eram 23h00min e os caras lá embaixo já tinham ido embora. A diretora estava fazendo a abertura da balada e todos os formandos estavam subindo. Que a festa comece.

Começamos com um pouco de eletrônica leve, estava maravilhoso. Bem típico de formatura, braços pra cima, cabeça balançando no ritmo da música, corpos batendo e se esbarrando. Vou sentir muita falta disso, meus amigos de tantos anos, tantas risadas... Meu deus, como é difícil dizer adeus.

2 horas depois....

Eu estava muito louca, bem louca.. Depois que minha mãe foi embora eu comecei a beber, até demais. O tal do Mike não largava do meu pé, e uns outros 4 caras pediram pra ficar comigo, nenhum da escola, só uns convidados babacas

– Vamos la, só seu nome –ele meio que implorava-

– Ta bom ! –disse desistindo- Meu nome é Mackenzie –ele sorriu vitorioso e continuou dançando atras de mim-

– Desgruda dela mike -Aquele estúpido do Guilherme chegou ja extremamente bêbado e tentou puxar o mike pra sair de trás de mim-

Eu não tenho nada com o Mike, mais odeio o Guilherme então peguei as mãos desse ser que nao me deixara em paz desde que a festa começou, grudei ele no meu corpo, dancei sensualmente na sua frente o que fez o amiguinho dele se animar lá embaixo, "não se anima não" falei baixinho no ouvido dele, o que fez um sorriso surgir em seus lábios. O Guilherme ficou bravo e saiu, ai eu virei e falei no ouvido dele "nem sonha" o empurrei e fui dançar com as meninas, mais espera. CADE AS MENINAS ? Eu ia embora com elas e ia ficar na casa delas. Meu deus no estado que eu estava se eu voltasse pra casa minha mãe era capaz de cancelar minha viagem. Merda, comecei a correr de um lado pro outro quando trombei de frente com o mike , só podia ser pomba gira, deus do ceu.

– Olha to sem tempo -tentei passar mais ele me segurou- CASSETE ! -me irritei-

– Calma eu te levo pra casa -ele disse calmo e sereno-

– Nao cara, eu to ferrada. Nao posso ir pra casa e se eu aparecer sozinha na casa das meninas agora a mãe delas vai ligar pra minha -disse desesperada-

– Vai pra minha casa então -ele disse com uma indiferença estranha-

– Ah claro pra você me agarrar e abusar de mim.

– É uma proposta tentadora, mais eu nao faria isso. Eu posso te dar a chave do quarto reserva -era uma opção até que boa, e bom, era a única opção-

– Ta legal, mais eu juro por deus que se vc me agarrar ou morder ou triscar eu ligo pra policia digo que vc me sequestrou e tentou abusar de mim -ele deu uma gargalhada gostosa-

– Ta legal Mackenzie, eu só vou fazer o que voce me pedir -ele se aconchegou e me puxou pra dançar-

Dançamos por mais uma ou duas horas, nao me lembro. Bebi pra caralho e só me lembro de chegar na casa dele que era um apartamento no centro de sao Paulo muito chique por sinal, era grande e tinha uma varanda enorme. E só quando eu cheguei lá foi que eu me toquei que eu tinha milhões de amigos naquele lugar, podia ter ido pra casa de qualquer um deles.

– Seu apartamento é bonito -eu disse tonta e atropelando as palavras-

– Obrigado -ele disse rindo da minha cara-

Eu estava no colo dele por que o elevador estava demorando muito e ai nós fomos de escada até o 5 andar e como eu estava completamente bem tive que ir no colo.

– Ok pode me por no chão -quando ele me soltou quase cai, minhas pernas estavam fracas eu não tinha o costume de beber por que eu tinha um certo trauma, e quando bebia isso sempre acontecia-

Ele me segurou de novo deixando nossos rostos em uma proximidade perigosa

– Vou te levar até o quarto -ele me pegou e eu rodeei os braços em seu pescoço. Ele tinha uma cheiro bom-

Chegamos em um quarto grande com uma cama de casal e uma outra porta provavelmente um banheiro. Ele me colocou na cama e algum instinto meu que eu não imaginava que existia o puxou para baixo fazendo com que ele caísse ao meu lado.

– Você não esta lúcida para isso. Eu não sou capaz de te tocar sem que tenha plena certeza do que quer -ele era um cara bom. Admito que não esperava isso, mais também não queria sexo, só que ele ficasse aquela noite comigo, estava frio-

– Nao quero que transe comigo. Mais dorme aqui. Ta frio, você me parece ser uma pessoa boa -ele sorriu e se aconchegou na cama, ficamos nos olhando, ele de um lado eu do outro-

Virei de costas e puxei o cobertor pra mim, ele me abraçou por trás. Me aconcheguei em seus braços o dando um pouco mais de alivio. Dormi em muitos poucos minutos, logo amanheceu e eu acordei com a luz do sol batendo no meu rosto, ele ainda dormia feito um anjo e agora eu vejo, de dia ele consegue ser ainda mais lindo. Eu infelizmente teria que dar uma de "vadia que sai de fininho" mais era capaz dele querer me levar e incomodar ele ainda mais já era muito abuso.
Peguei meus sapatos e sai na ponta dos pé. Na sala peguei um pedaço de papel e pensei em escrever meu número, mas lembrei que ele era parente do guilherme e preferi evitar

"Obrigado por ontem, estava bêbada mais me lembro muito bem do que fez, me desculpa sair assim, mais eu realmente tenho que ir
XOXO Mackenzie"

Peguei minha bolsa e meu celular que ficou carregando na base do celular dele. Era umas 8 horas e tinha um monte de mensagem. Abri a porta e fez um estalo muito alto, ele provavelmente acordou. Sai correndo e chamei o elevador, ele apareceu na porta bem na hora que o elevador chegou, sorri e ele correu até a porta do elevador, vi ele correndo até as escadas e quando cheguei lá embaixo ja tinha um taxi (Deus estou te devendo muitas), entrei nele e dei o endereço da casa da sam. Liguei pra ela e vi aquele cara sensacionalmente lindo sendo deixado pra trás com uma cara amassada um cabelo bagunçado e apenas uma cueca preta cobrindo seu corpo semi nu.

Ligação On

– MACKENZIE ! Aonde voce esta -ela brigou comigo-

– Voce nem começa samantha quem me deixou sozinha na festa foi voce -o silencio pairou por um tempo-

– Voce ja ta chegando ? -por fim ela perguntou-

– 10 minutos eu to ai

– E aonde vc passou a noite ? Nós só viemos embora pq pensamos que vc ja tinha ido

– A claro, eu fui de jato até minha casa. Eu passei a noite na casa de um amigo -ela deu um gritinho histérico- e eu nao transei com ele entao nem começa

– Aham, sei -ela disse rindo, senti isso pelo outro lado da linha-

– É serio. O nome dele é mike e ele é perfeito tanto de aparência quanto de cavalheirismo

– Ou você é burra ou medrosa

– Olha to chegando e fiquem pronta por que amanha new york que nos aguarde -disse animada-

– Eu nao vejo a hora -meu celular começou a vibrar, era um número desconhecido-

– Vou desligar, tem alguém me ligando

– Voce com certeza deu uma de piranha que sai de mancinho e deve ser seu príncipe atras de voce -desliguei na cara dela e atendi a outra ligação-

Linha 2 On

– Olha você me fez dormir com você, não transou comigo, usou meu carregador, dormiu na minha cama e se quer me esperou pra tomar café ou até mesmo ACORDAR. Isso é justo ? -era ele-

– Me desculpa.

– Daqui 20 minutos eu vou passar aonde vc estiver e vc vai tomar café comigo -ele disse certo disso-

– Nao vai dar

– Posso saber por que ?

– Por que em 20 minutos eu nao passo nem a maquiagem -ele riu-

– A gente vai pra uma padaria, nao quero vc de maquiagem ou salto alto, por favor me traga só uma dose de uma menina/mulher linda que acorda de manha e coloca uma roupa largada pra ficar em casa. Você me deve isso -que garoto, meu deus-

– Ta legal, eu to na casa da samantha, me da 30 minutos -o taxi parou-

– Mais eu nao sei onde é a casa da samantha.

– Voce quer me levar pra tomar café, me ver toda desmontada sem nenhum esforço ? Espero "nao me arrumar" em vão. Beijo -desliguei e o taxi parou-

Paguei e desci, as meninas abriram a porta e eu entrei.

– Conta tudo

– Nem comecem, se ele for esperto ja ja ele ta aqui

– COMO ASSIM -Nataly gritou, eu ja disse que eu nao tenho essas coisas-

– Ele vai me levar pra tomar café

– entao corre pra se aprontar garota ! -samantha foi em empurrando pro quarto-

– Ele disse que quer me ver como uma garota comum que acabou de acordar

Elas sorriram de orelha a orelha

– que príncipe -ficaram suspirando coisas desse tipo-

A casa da samantha era cheia de roupa minha, eu vivia lá. Coloquei uma calça de moletom saruel preta, da coleção que eu custava ir treinar, uma cropped top da COR jeans claro de manga comprida, amarrei uma blusa xadrez na cintura e um adidas neo branco no pé. Nao era o meu look mais bonito, mais eu usava mais ou menos isso pra treinar e como o espaço era perto da casa da sam eu sempre tomava banho lá e deixava minhas roupas do treino por lá. Fiz um coque meio solto no cabelo e passei só um blush pra dar uma rosada no rosto. Por que mesmo eu me arrumei ? Ele nao era nenhum agente do FB... Uma buzina tocou do lado de fora eu corri até as janelas e as garotas ja começaram de fogo. Era ele, reconheci por que a nave perfeita, vermelha, que ele dirigia era impossível de nao reconhecer.

– Como ele me achou -fiquei de queixo caído-

Ele saiu do carro e olhou diretamente pra janela lá em cima, encostou no carro e deu uma bagunçada no cabelo, sexy, porém, charme. Ele fez um "desce" com a cabeça e as meninas quase desmaiaram com os movimentos dele

– Eu quero ! -Nataly atirada-

– É meu -lancei um olhar feio pra ela-

– Voce passou uma noite inteira com ele em um ap com vista pra sao Paulo e nao transou com ele. Por favor né -lancei um olhar feio pra Nataly-

– Legal mesmo é que a samantha conversa comigo e eu com vocês duas -desci correndo e quando cheguei lá em baixo que abri a porta ele pareceu aprovar o meu look pelo olhar. Sorri pra ele e sai, as garota vieram logo atras de mim.

– Posso saber como voce encontrou ? - sorri chegando perto dele e ele me puxou pela cintura, levei meus braços ao redor do pescoço dele e ele sussurrou no meu ouvido-

– Voce é linda, eu tentei te conquistar a noite toda com milhares de mulheres perfeitas atras de mim, eu te levei pra casa, resisti a tentações, te carreguei no colo, não te forcei a nada, dormi agarrado com você e não te passei a mão. Você acha mesmo que achar um endereço seu era difícil ? -sorri com ele falando-

– O guilherme te falou né ?! -disse e ele gargalhou-

– Ele tem que prestar pra alguma coisa né

– Garotas até a hora do almoço eu volto. Se a mãe de vcs perguntarem eu fui almoçar com uma amiga da escola que eu era muito apegada ou sei lá qual desculpa, eu amo vocês. Beijo -ele abriu a porta e eu entrei, a mais apaixonada por ele de longe foi a sam-

Ele dirigiu com o carro em direção a padaria

Ele me olhou

– Vai bater se nao prestar atenção no transito

– A paisagem é boa demais pra não apreciar -sorri-

– Mas eu vou ficar deformada se a gente bater então é melhor focar os olhos na estrada

Ele riu e nós seguimos até a padaria, era um lugar muito bonito. Sentamos em uma mesa no canto, perto das janelas. Conversamos muito e muito e muito. O Guilherme é primo dele por parte de pai e o pai dele é empresário por isso ele vive sozinho.

Ele tem 18 anos e curte mesmo a área da engenharia, ele disse que vai começar a fazer faculdade no começo do próximo ano.. Ele me contou sobre a vida dele e eu sobre a minha, foi um papo muito legal, e eu senti que ali nao rolava uma química. Eu ja tinha sentido isso uma vez, o nome dele era nathan, Nate como ele preferia. Ele morreu, em um acidente de carro, ele era uma pessoa que morreria por mim e eu por ele, mais essa é uma historia que eu nao gosto de contar, por isso nao comentei nem com ele. Fomos embora por volta das 11:30

Quando chegamos na porta da frente da casa da sam ele veio pra me dar um beijo e eu me afastei, ele me olhou confuso

– Olha, Mike, você é um cara espetacular. Melhor do que qualquer babaca que eu já conheci. Mas eu te conheci no tempo errado. Amanhã eu estou indo viajar pra NY vou passar as férias de fim de ano lá é depois fazer um ano de intercâmbio. Eu sinto muito -ele pareceu bem magoado-

– Amigos então ? -ele disse logo após um suspiro-

Abracei ele e desci do carro, acenei da porta e ele buzinou indo embora. Entrei e as meninas me atacaram, meu deus mulher é um tem um bicho sem cura chamado "fofoca", contei tudo a elas que ficaram meio chateadas por não ter rolado nem um beijinho mas me apoiariam por estarmos indo viajar e entrar em uma relação agora, era furada.

Almoçamos na casa da sam e depois fomos cada uma pra casa terminar de arrumar tudo. Fui andando, era meio longe mas nada que desgastasse a sola dos meus sapatos. O caminho era lindo e carro nenhum pagaria a vista que eu tinha cortando caminho pelo bosque, o sol raiava e fazia alguns fios de luz no chão que passavam pelas folhas caídas das árvores. Sentei em um banco ali perto e acariciei um gatinho que parou no meu pé pedindo carinho. Encostei a cabeça no encosto e voltou na minha cabeça algumas imagens do sonho da noite passada

Estávamos sentados em meio aquelas flores roxas e aquela grama fofinha, ele acariciava o meu cabelo enquanto cantava baixinho no meu ouvido.

– Você é o meu porto seguro -ele disse me olhando no fundo dos olhos-

Ele ainda estava embaçado, agora ainda mais, não sei o que estava acontecendo, mas me senti em uma vontade enorme de beija-lo até que o fôlego faltasse, e foi o que aconteceu, ele sorriu em meio ao beijo e me virou por baixo dele, me olhou e pegou uma flor que brotava do chão, colocou-a atrás da minha orelha e disse baixo e quase inaudível

– Perfeita

Como se aquele fosse o toque final, ele se levantou e me estendeu as mãos, as segurei e estremeci com suas mãos firmes e carinhosas puxando as minhas. Me levantei em um pulo e ele me abraçou e me rodopiou, fomos correndo até as bicicletas e aos poucos o cenário vai se desmanchando, como em um pesadelo, as flores vai caindo, as árvores se desfazendo como se fossem tintas molhadas e borradas, logo estávamos em um lugar frio e sombrio, podia ouvir o som da água do mar batendo na barreira com tanta força que parecia que ia derruba-lá. Ele me olhou firme e então como se eu pudesse ler sua mente nós viramos em um beco pequeno e aceleramos o passo, ele estava na minha frente e de repente parou me descendo da bicicleta e me puxando pela mão muito mais rápido do que eu podia ir. Estávamos fugindo de algo, mas eu olhava pra trás e não via nada, absolutamente nada, só o escuro da noite e o silêncio apavorante. Ele me parou e se ajoelhou no chão me ajoelhando em sua frente e encostando sua testa na minha

– Só me promete uma coisa ? -ele perguntou em voz de suplicação-

– O que quiser -eu estava chorando e minha respiração estava rápida e fraca-

– Promete que nunca vai me esquecer -ele meio que olhou pra trás e me empurrou-

Eu me segurei a ele e ele me olhou assustado.

– Eu não vou a lugar nenhum, isso é a única coisa que eu posso te prometer -ele me olhou suplicantemente mas sábio de que minha decisão era essa e que eu não voltaria atrás-

E então abaixados ali naquele lugar estranho e medonho ele me abraçou e uniu as nossas mãos. Logo sinto uma luz forte e uma mão sobre o meu ombro

Acordei assustada, muito por sinal, com um cara estranho me olhando e perguntando se eu estava bem. Graças a deus só tinham se passado 25 minutos, agradeci por ele ter me acordado e tomei meu caminho de volta pra casa, me perdi nos meus pensamentos pelo meio do caminho. Afinal por que era a segunda vez que eu tinha aquele sonho ? Dessa vez foi mais complexo e estranho, foi assustador e acho que eu senti uma angústia que a muito tempo eu não sentia, quando aquelas mãos tocaram meu ombro e senti aquele cara dissolver as mãos das minhas como se fosse água, ele foi embora e eu não gostei diss... AÍ MEU DEUS, quase fui atropelada

– Sua doida ! -a mulher gritou furiosamente de dentro do carro-

Eu me perdi da minha direção, mas nada muito longe. Cheguei em casa tentando manter a atenção em tudo que não fosse aquele sonho esquisito.

– Finalmente filha ! -minha mãe disse em um tom preocupado e bravo-

– Desculpa mãe, acabei vindo de a pé pra apreciar a vista do bosque -ela sorriu e me abraçou-

– Vai verificar se está tudo na mala, amanhã nós saímos cedo -ela disse e antes que pudesse chorar eu subi correndo e entrei no banho-

Droga, estou entrando em pânico, estou com medo, vida nova, lugar novo, pessoas novas. Aí meu deus, não vou ! Está decidido, ainda não estou pronta... Mas esse é o meu sonho, não posso esmaga-lo assim só por uma simples pitada de medo, eu vou e vou ser a pessoa mais incrivelmente feliz. Sorri e liguei a banheira, fiquei por umas 2 horas lendo um dos melhores livros já lançado na história de livros de romance "Belo Desastre" é lindo, tem uma história completamente autêntica e maravilhosa. Sai do banho e me enrolei no roupão, quando sai do quarto meu irmão estava lá na cama de costas pra porta, só que dessa vez ele não mexia no celular ou assistia a tv. Ele estava vendo um álbum de fotos

– Matt, você está bem ? -cheguei do lado dele e ele estava chorando o que me preocupou demais-

Ele era o tipo de pessoa que nunca chora, principalmente na frente das pessoas e ultimamente ele tem ficado emotivo por qualquer folha que cai no chão do meu quarto.

– Eu sinto tanto -ele disse soluçando-

O abracei e olhei de relance a foto que ele olhava, era uma foto de toda a nossa família, incluído meu pai. Matt era muito pequeno, pequeno demais pra entender o que havia acontecido e ele se culpa por isso, se culpa por termos sofrido tanto quando ele não entendia nada.

– Eu queria ter estado lá pra te abraçar -chorou ainda mais-

– Você está aqui agora, eu não preciso de mais nada no mundo -chorei junto com ele o que me fez pensar seriamente em ficar em casa o resto da minha vida cuidando do meu irmão-

– Sinto muito -ele me apertou mais e mais-

– Você é tudo pra mim Matt. Foi a minha base pra continuar

E não era nenhum pouquinho de mentira, depois que meu pai morreu minha mãe entrou em um casulo em que só podia entrar o trabalho e os anti depressivos, Cameron ? Não demorou muito pra ele cair no mundo das coisas erradas e depois de um bom tempo internado ele começar a viajar por todos os lugares, a cada seis meses em um lugar. Sempre fomos só eu e o Matt, nós dois contra o mundo. Eu cuidei dele e sabia que nunca poderia deixá-lo só. Eu cuidei de todos os ferimentos dele, o ajudei a andar de bicicleta pela primeira vez, o vi cair e errar, levantar e tentar de novo, o vi tentando cozinhar, tentando paquerar uma garota, vi a primeira vez ele que ele jogou bola e se apaixonou por isso, vi ele ficar bêbado por causa de amizades ruins, vi ele bater em um cara até sangrar, vi ele apanhar dos fortoes da escola, eu estive sempre lá e ele sempre esteve aqui. Não posso me dar ao luxo de ir embora, Deus o que eu estou fazendo ? Meu lugar é aqui.

– Eu vou ficar matt, não se preocupa -ele se levantou em um movimento rápido-

– Você vai nem que eu tenha que te carregar -ele disse em meio as lágrimas-

– Eu não vou te deixar aqui ! -levantei e fiquei cara a cara com ele-

– E eu não vou te deixar ficar. É o seu sonho mack, nada no mundo paga a alegria de te ver realizando-o

– O que nada no mundo paga é ter você do meu lado, eu não vou. Está decidido

– Mackenzie, você vai. Não tem discussão

Ele era ainda mais persistente é teimoso do que eu.

– Não vou

– Você vai

– Não vou !

A porta abre em um estrondo, era a minha mãe e ela nos olhava estranho

– Vocês estão chorando ? -mais uma no grupo pra chorar- O que aconteceu

– A Mackenzie não quer mais ir viajar -minha mãe me olhou com os olhos arregalados-

– Mãe não posso ir, não posso deixar vocês pra trás, são a minha família. Meu bem mais precioso no mundo.

– Filha, hoje quando você demorou a voltar foi então que eu percebi que não voltaria nunca mais. Eu criei uma criança linda de 10 anos, e percebi que hoje ela tem 17 quase 18 e que ela está criando o próprio mundo, percebi que nós mães somos premiadas com a dádiva de ter um filho, só que tem uma hora que nós somos obrigados a soltá-los . Vai ser sempre o meu bebê querida, mas agora é a sua vez de explorar o mundo e desfrutar de tudo que ele está disposto a te oferecer -chorei é abracei minha mãe que abraçou o Matt e mais uma vez se formou aquele abraço em família-

– Mas enfim eu não vim chorar, vim contar uma novidade -ela disse secando as lágrimas que escorriam pela bochecha rosada- Filho, vai arrumar suas malas, amanhã você viaja junto com a sua irmã pra NY

Acho que um raio de felicidade do tamanho do universo se acendeu dentro de mim

– Mas mãe, e você ?

– Eu vou passar as férias de fim de ano com o Cameron e você com a Mackenzie

Gritei histericamente, o que não é minha cara, mas essa ocasião merecia. Pulei no colo do meu irmão e fui ajudá-lo a fazer as malas, amanhã a família inteira estaria no aeroporto.


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