Star Crossed escrita por Thais Jacobucci


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Então galera, eu nao curto muito notas, então espero que não liguem mais provavelmente nunca vou escrever.- A metade da historia vai se passar em um flash back, quase toda a parte narrada por ela, como se fossem os suas lembranças- Quando o flash back acabar eu aviso- Caso tenham dificuldade de se achar, me avisem nos comentários.- Bem no começo, tem uma parte pequena do momento presente, mas logo começa o flash back... Acho que é isso, conversem sempre comigo, adoro companhia, beijos



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E lá estávamos nós, eu era capaz de ouvir as batidas de seu coração acelerado, eu sentia o seu hálito fresco causado pelo frio rigoroso de NY e pelas balas de hortelã que ele tanto amava. Minha testa tocara a dele de um jeito delicado e a proximidade entre nós era considerada um perigo depois de tudo que passamos pra chegar até ali. Mas acho que por hoje, eu realmente desejara estar ali.

Flash Back ON

O sol me acordando de manha já era um costume antigo. Eu estava animada, embora fossem 06h42 da manha e eu estivesse extremamente atrasada para o ultimo dia de aula. Levantei da cama e me espreguicei de um jeito bem estranho, eu sabia que era estranho por que o espelho no teto fazia questão de me lembrar todos os dias. Corri até o banheiro e fiquei meio tonta quando bati a cabeça com tudo nos detalhes ressaltados da porta do banheiro, fez um barulho bem desagradável. A porta estava trancada.

– Matheus! -Matt era meu irmão mais novo-

Ele saiu com a toalha enrolada na cintura com o corpo ainda meio molhado, me encarou com a maior cara de pau e passou de nariz erguido, dei um tapa estralado nas costas dele e corri pro banheiro, embora eu fosse a mais velha ele era mais forte/ rápido/vingativo. Tranquei a porta e ouvi-o gritando um "ai porra"

O chuveiro estava gelado, me lembrei de que há exatos 12 anos, três meses e nove dias eu tinha apenas seis anos e dei pela ultima vez um abraço apertado no meu pai, por mais que eu ainda fosse muito jovem e não soubesse interpretar muito bem algumas sensações, eu senti que aquele abraço e beijo na testa que me fazia sentir tão bem, eram um adeus. Mas agora não era uma boa hora pra lembranças tristes, eu estava atrasada. Sai do banheiro e coloquei aquele uniforme que impediria qualquer chance que eu tinha de ser encontrada na rua e chamada para fazer um filme em Hollywood. Corri escada a baixo o que me fez tropeçar e quase cair, peguei uma maça, e sai correndo. Gritei um "Tchau mãe, to indo" e fui tão rápido que quase nem percebi que um caminhão quase me atropelou. As 07h41 eu cheguei na escola, merda, 11 minutos atrasada. O porteiro era um bom amigo e abriu o portão pra mim. Entrei na sala e o professor me lançou um olhar feio, porém já acostumado e me deixou entrar. Hoje nós tivemos varias palestrar de como seria o futuro. Trabalho, responsabilidades e blá blá blá. A colação de grau e a formatura seriam amanha, assim que as aulas acabaram sai pra fora e fiquei esperando as garotas Nataly e Samantha, minhas duas amigas mais fiéis e antigas. Quando elas sairão vieram direto falar comigo

– Mack, sua mãe vem buscar a gente? -Sam perguntou-

– O Cameron vem -Cameron é meu irmão mais velho-

Elas me olharam como se eu estivesse brincando

– O Cameron vai com a gente marcar cabeleireiro, unha, maquiagem, prova de vestidos e tudo mais? -Naty perguntou um pouco indignada diria-

– A gente fez uma aposta... E o carro dele é maior -sorri-

Meu nome é Mackenzie Jacobs, nome estranho pra uma garota Brasileira, mais de acordo com meu pai Mackenzie significa "filha de um governante sábio (a), nascida do fogo". Eu tenho 18 anos e acabei de terminar o colegial e fiz 18 a menos de uma semana. Vivo com a minha mãe (Elizabeth, 40) e meu irmão mais novo (Matheus de preferência Matt, 15) no centro de São Paulo. Meu pai morreu a 12 anos, assassinado enquanto fazia um show. Meu irmão mais velho, Cameron tem 23 e mora a cada 6 meses em um novo lugar. Ele veio ao Brasil para minha colação de grau e a gente apostou que ele não perderia o voo mais ele perdeu por tanto vai com a gente ver as coisas da formatura. Samantha e Nataly são as minhas melhores amigas desde que eu me conheço por gente. E amanha depois da formatura, nós vamos pra NY junto com meu irmão.

O dia foi bem longo, marcamos tudo pra amanha de manha e fomos à loja de vestidos e de sapatos. Na loja de vestidos a gente passou quase 3 horas procurando alguma coisa boa. Depois de fazer o Cameron sofrer de tanto nos levar pra La e pra Ca. Decidimos ir embora, ele deixou as garotas na casa delas e nós fomos pra casa, chegando em casa minha mãe me recebeu com um abraço

– Eai? Como foi La -ela disse animada-

– HORRIVEL -Cameron se jogou no sofá-

Rimos da cara dele e subimos pra conversar no meu quarto, contei pra minha mãe os detalhes do meu dia mais fiz um suspense com a cor do vestido. Ela desceu pra terminar a jantar e eu fiquei fuçando o twitter. Eu estava bem ansiosa pra viagem, seria um grande passo na minha vida. Assim que acabamos a janta ficamos os quatro assistindo um filme esquisito na TV...

Acho que há uns 10 anos eu não dormia no sofá e acordava na cama, essa é uma das vantagens do meu irmão mais velho estar em casa. Meu deus chegou... Hoje é o grande dia

Há anos eu sonho com esse dia, eu não sou uma garota do tipo “garota” eu sou um menininho, eu ando de skate, odeio vestido, sapatilhas então nem se fala, eu gosto de brincar de lutinha com os garotos, eu dificilmente uso maquiagem, mais hoje... Hoje eu prometi a mim mesma deixar a escola toda de boca aberta, hoje a noite era uma das maiores noites da minha vida, eu estava me formando. Há muito tempo eu quis isso, sair da escola, viajar até sentir saudade de voltar para casa, quem sabe abrir uma escola de dança, eu danço desde pequena.. Balé, hip hop e dança de rua, eu amo isso.

Levantei da cama mais alegre do que em qualquer outro dia, por que era 2 horas da tarde e por que lógico eu ia para o salão me arrumar. Tomei um banho demorado na banheira, eu estava tão entusiasmada que nem reparei que tive um sonho bem estranho noite passada. Se eu não me engano eu estava em um bosque, era grande e muito bonito, ele tinha arvores que o rodeavam, com flores amarelas e eu uma estrada no meio das arvores, nela tinham algumas pétalas caídas. Eu não estava sozinha, tinha um garoto junto comigo, não sei quem é a minha visão estava embasada, era como se eu precisasse de óculos para enxergar o rosto dele, por mais que não conseguisse enxerga-lo com clareza sei que ele estava sorrindo, e parecia muito feliz, eu também estava sorrindo. Nós estávamos andando de bicicleta, ele tinha traços perfeitos, daria um ótimo desenho. Chegamos a outro campo, nesse mesmo bosque, ele era rodeado de flores roxas e grama, era perfeito. Nós meio que apostamos uma corrida até certo ponto daquele espaço perfeito. Ele sentou e eu sentei no meio de suas pernas, me senti segura. Por mais que fosse só um sonho senti firmeza nos braços daquele garoto que eu não conseguia ver quem era, ele sussurrou algo do tipo “Eu sempre vou te proteger de todo mal” me virei e deitei e o empurrei de leve para trás deitando em cima dele, Selei nossos lábios e então acordei do transe quando meu celular tocou, era Sam, peguei o celular e atendi.

– Oi Sam –disse com calma-

– Mano aonde você ta? –ela disse alto e claro, estava uma barulheira. Ela provavelmente já estava no salão-

Olhei o relógio e já eram 3 horas

– Meu deus perdei a noção do tempo, desculpa Sam.. To chegando-disse levantando da banheira e pegando uma toalha esse gesto quase derrubou meu celular na banheira-

– Eu te conheço, se você demorar mais que 20 minutos a gente começa sem você. –ela disse firme, ela odiava quando eu em atrasava, o que era quase sempre-.

– Ok –desliguei-

Corri pro quarto e me deparei com o Matt

– Posso me trocar? –ele adorava o meu quarto, quase sempre estava La-

– À vontade –ele disse e se concentrou em terminar o que estava fazendo no celular-

– Tonto.

Corri pra pegar alguma coisa decente

– O que vestir para ir a um salão de cabeleireiro –pensei alto-

– Simples. Jeans e um moletom –ele disse na maior naturalidade-

Coloquei um jeans skinning preto, meio apertado o que colocava todas as minhas curvas a mostra, hoje estava meio frio mais imaginei que no salão pudesse fazer calor. Coloquei uma regata branca e uma jaqueta leve por cima.

– Que tal –dei uma volta e ele me olhou-

– Perfeita –Ele sorriu pra mim. Conheço meu irmão e sei que o fato de eu ir viajar sem ele o preocupava e que ele sentia como se tivesse que cuidar de mim-

– Eu te amo – o puxei pelo braço e abracei-o-

– Eu também te amo –ele apertou minha cintura como se não quisesse me soltar-

– Eu sempre vou estar aqui Matt, nunca vai estar sozinho – olhei pra ele que estava com os olhos lacrimejando-.

– Eu queria ir com você. –ele me abraçou mais uma vez-

– Você pode me visitar, mais você tem que ficar aqui para cuidar da mamãe. Cameron logo vai embora, você tem que ficar e cuidar dela.

– Eu não quero você sozinha naquele lugar Mackenzie –ele me encarou serio-

– Eu vou ficar bem. Só que se eu não for agora é capaz deu ser assassinada antes de entrar no avião –beijei a testa dele- eu te amo

Corri La pra baixo. Espera quem vai me levar...

– CAMERON, Por favor –chacoalhava ele –.

– Mackenzie, me deixa dormir, já te levei ontem –ele virou pro outro lado-.

Comecei a pular na cama e ele se levantou, sorri e ele me apertou e fez uma careta que me fez rir.

– Obrigada, eu te amo –beijei a testa dele e corri la pra baixo- Não demora –gritei do corredor-

Minha mãe estava tomando café e quando me viu levantou e veio me abraçar. Merda

– Não chora mãe –ela já soluçava-

– Meu bebe –minha mãe era engraçada e às vezes me dava vontade de rir, só que se eu desse risada ela me batia ali mesmo- como você cresceu querida, minha menininha –ela estava chorando muito mesmo-

– Mãe, você vai sujar a minha jaqueta –disse calma-.

Ela se separou e me olhou

– Ta legal –secou as lagrimas- como vai ser hoje à noite?

– Eu vou com as garotas e te encontro lá.

– Você esta pronta? –ela me olhou nos olhos... Quis chorar, acho que não estou pronta pra deixar a minha mãe-.

– Você me preparou pra isso mãe –abracei-a-

Cameron apareceu abraçando nós duas, logo veio outro ser e pulou em cima de nós.

– Eu amo vocês –minha mãe sussurrou-

– Eu também te amo mãe –dissemos em coro-

– Ta agora é melhor a gente ir – me soltei pra evitar o choro-

Cameron pegou o carro e Matt acabou indo com a gente pra fazê-lo companhia na volta, mas aquele pé no saco foi na frente

– Saaaaaaai - ele tentou entrar na frente, e conseguiu por que eu sou bem mais fraca-.

Acabei indo atrás mesmo. Eles foram conversando sobre os lugares que o Matt queria ir depois da escola e eu fui quieta olhando pela janela, adoro a paisagem que uma janela embaçada oferece. Aquele sonho estava me perturbando, não conseguir identificar aquele rosto acabava comigo, por que eu me senti tão bem? Isso era raro e estranho ao mesmo tempo, eu não estou acostumada a esse tipo de sentimento. Eu era meio fechada pra isso, por isso eu tenho tantos amigos garotos, por que eu não fico com nenhum deles. Chegamos no salão e eu desci, parei na janela no Matt e sussurrei no ouvido dele o quanto o amava e que ele sempre seria meu anjo da guarda, ele beijou minha testa e disse “pode ter certeza que sim”

– Obrigada cam, te amo - falei da janela do passageiro mesmo por que o lado da janela dele estava na rua-.

Atravessei a rua correndo e quase fui atropelado por um ônibus, Cameron me olhou feio e me xingou. Olhei pra ele e gritei um “foi mal”. Entrei no salão e já vieram me atender super bem. Uma mulher de uns 30 anos de idade, com um cabelo loiro perfeito veio me atender.

– Você deve ser a Mackenzie certo? – ela tinha um sorriso bonito-

– Sou eu sim. –sorri de volta-

– As garotas estão esperando lá em cima

– Obrigada –sorri e subi as escadas-

As meninas já estavam fazendo a unha

– Oi gente –sorri e Sam me mandou um olhar bem feio-

– Eu te disse milhões de vezes o quanto era importan... –Nah a interrompeu-

– Para Samantha ela já ta aqui, agora senta e faz a unha... Vamos fofocar e não brigar. –nah sempre foi o meio termo quando a Samantha brigava comigo-

– Ta legal.

Sentei e depois que passou aquele clima meio chato de briga a gente começou a conversar e fofocar, elas se lembraram da primeira vez que bebi tanto a ponto de ficar com seis caras e chegar a casa caindo. Isso não era uma boa lembrança só que era real. Eu nunca fui do tipo me apegar muito, por que teve uma vez que eu me apaixonei pelo cara mais galinha da escola, ele fez questão de pegar todas as minhas amigas e depois veio falar que me amava, e eu boba. Acreditei. Mais isso é passado.

Depois de terminar a unha fomos fazer o cabelo e por ultimo a maquiagem. Eu preferi fazer uma maquiagem mais pesada, esfumaçada embaixo com uma sombra preta e um brilho de leve, passei bastante rimel e lápis. Ficou bem legal, ou melhor, ficou ótimo. O cabelo eu falei pra cabeleireira dar o seu melhor e ela fez uma coisa perfeita, colocou algumas flores, parecia que eu ia casar, mais ficou ótimo. Fomos para a sala da noiva nos trocar. Coloquei meu vestido azul e meu salto agulha. Finalmente estávamos prontas. Fomos para a escola de van, chegamos La e colocamos as becas. Eu nunca fui muito boa para falar em publico, mais eu falava com toda a escola então me escolheram para fazer o discurso. Eu estava muito nervosa, chegava a suar frio, eu nunca tinha estado na frente de tanta gente antes. Eu acho que fazer esse discurso por todo esse tempo nunca me assustou assim, eu estou com medo de cair, tropeçar ou até mesmo gaguejar. Matt estava La trás comigo, ele sempre foi meu parceiro, em tudo. Ele brigava com amigos e até família por mim, ele segurou minha mão e rezou, quando chamou meu nome ele me beijou na testa e disse que me amava e que eu ia conseguir. Assim que entrei no palco quase tropecei, fui até a bancadinha que tinha um microfone e o papel que eu tinha escrito na parte de dentro.

– Boa noite –gaguejei um pouco. Todos estavam la, meu deus- Gente me desculpa, eu estou realmente muito nervosa, hoje é um dia muito importante pra mim e... –MERDA, esqueci o discurso, fui olhar o papel e tudo caiu bagunçando- merda –falei um pouco longe do microfone mais todo mundo ouviu, por que riram. Eu peguei e olhei aquilo tudo confuso- A que se dane –joguei todos os papéis que eu tinha escrito por meses pra cima.-

Todo mundo bateu palmas, só deus sabe o frio que eu estava na barriga, o que eu ia falar agora?

– Bom, agora que meu discurso que eu fiz por meses foi pro saco, espero que gostem do que eu vou tirar do meu coração... –continuei e pude perceber todos sorrindo-

Respirei fundo duas vezes e comecei a falar tudo de mais verdadeiro que vinha na minha cabeça

– Saibam: Não é fácil escrever um texto pra quem está indo para a faculdade, para quem está indo morar sozinho, ou para quem está indo trabalhar, enfim, para quem está indo mostrar para todo mundo que cresceu e que sabe se virar, principalmente quando se faz parte disso tudo. Sabemos que a cerimônia de colação de grau é o evento mais chato já criado pelo homem, e que essa não é a primeira nem será a última. Mas, sem duvidas, é única, é a oportunidade de dizermos para quem realmente importa aqui – os amigos – aquilo que realmente importa. Por isso eu fiquei muito tempo pensando no que escrever. Pensei em contar situações específicas, pensei em citar nomes, e relembrar alguns bordões dos professores, coisas do tipo: “aê mulherada” e “tuuuuudo bem”. Mas eu decidi não seguir esse caminho. A verdade é que nós temos pouco tempo e ficar aqui falando desses três anos como se eles já fizessem parte do passado é um desperdício imenso, afinal, nós ainda temos hoje. E falando nele, no hoje, vale lembrar como chegamos aqui. Nós passamos pela pré escola, pelo ensino fundamental... Onde por sinal abandonamos nossas mochilas de carrinho, e então começaram a aparecer as dúvidas, as preocupações e as responsabilidades, que são palavras sinônimas de: ensino médio. Os anos das dúvidas e das descobertas, das responsabilidades e das decepções, os anos que pintam de branco o cabelo de nossos pais; ou simplesmente os deixam sem cabelos, em especial, claro: O TERCEIRO ANO. Os anos mais divertidos, mais alegres, e que sem dúvida, vão fazer mais falta. Os anos dos acertos e fatalmente, dos erros, os anos em que a bendita pergunta “o que é que eu vou ser quando crescer?”, precisa ter uma resposta, e isso é bem mais difícil do que parece. São também os anos em que dá vontade de voltar no tempo, de brincar mais, de rir mais, até de estudar mais, mas não dá! Até hoje ninguém inventou a tal máquina do tempo, aquela que consertaria erros, que mudaria decisões, que nos daria a chance de não dizer certas coisas e de dizer tantas outras. Então bate aquela tristeza de deixar tudo para trás, que se mistura com o medo e a insegurança do não saber o que fazer com o futuro que nos resta, afinal, a parte prontinha da vida, acabou. Chegou a hora de andar com as próprias pernas, chega de pedir, está na hora de decidir. A grande diferença do último ano é que nele prevalecem opiniões e anseios; como ninguém é igual a ninguém, cada um vai fazer a sua escolha. E, por mais que ninguém queira, esse vai ser também o ano das separações. Quando o fim desse ano chegar, cada um vai seguir seu caminho, vai continuar a escrever sua historia, porém, agora, fará isso por conta própria, e não é por isso que aquelas amizades – aquelas que contrariaram a percepção de todos nós, de que confiança é sinônimo de tempo - vão ter um ponto final, mas o contato vai ficar difícil, e quando nos lembrarmos daquelas pessoas nos acompanharam durante esses três anos curtos e inimaginavelmente incríveis, quando nos lembrarmos - e olha que vamos lembrar muito – dos intervalos nas quadras, das excursões, dos incontáveis seminários, vamos sentir um aperto no coração, talvez esse seja o sentimento mais forte de saudade que vamos conhecer. Porque embora não seja um sentimento de perda irreparável, como a morte, por exemplo, embora não seja uma saudade sem remédio, pelo contrário, será uma saudade cuja cura estará ali, às vezes na mesma cidade ou no mesmo estado, e por isso mesmo mais dolorosa, uma saudade que uma ligação não irá diminuir, nem uma conversa no facebook, nem mesmo as fotos que jamais serão apagadas. Será uma saudade constante, uma saudade desses dias que dividiram nossas vidas em ‘parte adolescente’, e ‘parte adulta’. Mas que droga ter que crescer! Só que uma hora todo mundo vai passar por essa fase. E ela, como todas as outras, acaba… E é aí que tomamos plena consciência do que é o mundo. Vamos conhecer um mundo de gente, vamos sair pro mundo, vamos em busca do mundo, vamos descobrir o mundo, vamos mostrar pra todo mundo que aprendemos direitinho o que ele significa, e mais do que isso, vamos mostrar para todo mundo que estamos preparados! Talvez essa seja nossa última chance de olhar pra essas pessoas a nossa volta e dizer o quanto elas contribuíram para que esses três anos fossem os mais incríveis de nossas vidas, e ainda que seja mesmo a última chance, nós, aqui hoje presentes, estaremos sempre ligados por um pequeno e precioso detalhe: seremos, para sempre, alunos. A partir de hoje, cada novo dia será uma nova chance de mantermos vivo esse sentimento, será uma nova chance de olhar pro céu e pedir pra quem quer que seja o Cara lá de cima, que ele cuide dessas pessoas, já que não poderemos mais fazer isso, já que não teremos mais o conforto e a paz que a convivência sempre nos trouxe, já que não podemos mais acordar cedo, ir pra escola e ver que todos os problemas de casa não têm importância, comparados as nossas risadas – e como rimos. Mas também não dá pra vir aqui e falar que foi tudo sempre numa boa, que todos se amavam e que ninguém falava de ninguém. Isso não é verdade. Erros foram cometidos. Mas nós tivemos tempo pra nos conhecer. Dizem que os anos ensinam aquilo que os dias não conseguem ensinar. Assim formamos esse ano, O TERCEIRO ANO, um único, afinal a vida não é um amontoado de coincidências; e cada pessoa que descobrimos nesses dias inteiros compartilhados deixará um vazio diferente em nossas vidas, daí vamos misturar tudo, todas as ausências com todas as suas intensidades distintas, acrescentar uma ou duas colheres de lágrimas, xícaras infinitas de risos e fazer o maior bolo de saudade do mundo, com uma grossa cobertura de VALEU A PENA. Enquanto essas lembranças viverem em nossos corações, essas amizades construídas entre manhãs e algumas tardes não acabarão. Isso está em nossas mãos. Portanto, FORMANDOS DE 2013, demo-nos as mãos, saiamos da plateia e subamos ao palco, afinal… somos tão jovens! Podemos chorar quando chegarmos em casa, podemos chorar amanhã, depois, durante as férias inteiras – e isso significa chorar muito porque essas férias de ensino médio não terão fim nunca mais - mas hoje, hoje não, hoje nós vamos nos divertir. Porque chegou a nossa vez. Agora é a nossa vez.

Todos aplaudiram e levantaram e eu sorri como não pensei que pudesse desci do palco cambaleando, abracei meu irmão que me rodou no ar e sentei nas cadeiras ao lado da minha mãe para esperar a entrega dos diplomas


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Notas finais do capítulo

Então gente, é isso... Amanha eu posto outro, prometo. Obrigada, até mais e espero que nao se importem com o tamanho do discurso ♥



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