Adore escrita por Anmitsu


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Um vício chamado Oofuri. E outro chamado AbeMiha.
Terminei de asssistir as duas temporadas esses dias, e me senti na obrigação moral de escrever sobre esse casal tão lindo. A relação deles é uma das coisas mais adoráveis que eu já vi na minha vida! Adoro o Mihashi e as caretas dele, e sou obcecada pelo Abe. Não sei, tenho um queda brusca para personagens como ele, sem mencionar aquela voz extremamente sexy. Sou fangirl do Nakamura Yuuichi (seiyuu do Abe).
Acho que quase ninguém vai ler, mas enfim, espero que gostem hue ;3
ps: não revisei a fanfic, por isso peço desculpas pelos possíveis erros, e também caso os personagens tenham ficado OOC D: *medo*



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Mihashi e Abe formavam um dos casais mais excêntricos que poderia existir. O primeiro parecia mais um gatinho assustado do que um ser humano propriamente dito, e tal característica piorava quando estava perto do moreno. Enquanto este, era um rapaz de pavio curto que ralhava constantemente com Ren – não que ele fizesse isso por mal, mas sua natureza na maioria das vezes falava mais alto. Dito isto, não era de se surpreender de que os desentendimentos eram constantes. Enquanto estavam em campo, o diálogo entre os dois era travado através da bola, sendo que a sincronia do casal como pitcher e catcher era perfeita. Mas fora do campo, não eram poucas as vezes em que eles protagonizavam calorosas discussões (isso por parte de Abe), ao passo que o time inteiro já estava acostumado com as cenas. Entretanto, o último desentendimento fora mais grave do que o normal, e a tensa atmosfera estava afetando o rendimento do treinamento. Momoka não poderia deixar a situação se estender por muito mais tempo, por isso decidiu intervir e fazer algo a respeito, mesmo que fosse contra seus princípios intrometer-se na relação alheia.

– Abe, Mihashi! Venham até aqui! – A técnica estava protegida debaixo do banco, e chamou os dois garotos que estavam se alongando com um gesto de mão.

– Precisa de algo, técnica? – A pele do moreno brilhava devido ao suor. O treino naquela tarde fora mais intenso do que o de costume.

– Eu quero conversar um pouquinho com vocês. – A expressão em seu rosto era serena – Na verdade, vou ser curta e grossa: se vocês não se entenderem de uma vez, serei obrigada a trocar a bateria. Independentemente do que tenha acontecido, vocês devem ter percebido que suas atitudes estão refletindo durante os treinamentos, e com o Torneio de Outono próximo, cada minuto de treino é precioso... Isso é tudo.

A reação foi imediata. A expressão de Abe tornou-se ainda mais carrancuda, enquanto Mihashi tremia da cabeça aos pés, visivelmente assustado. O moreno sentia-se frustrado por ter deixado que seus sentimentos afetassem seu rendimento durante o treinamento. Ele sabia perfeitamente que a situação estava fugindo do controle e planejava conversar com o rapaz de cabelos castanhos o mais breve possível, mas ser repreendido por Momoka fora como levar um certeiro soco no estômago. Embora estivesse um turbilhão de sentimentos, o rapaz simplesmente desculpou-se pelo incomodo e garantiu que aquilo não aconteceria mais. Arrumou-se e saiu do campo acompanhado por um hesitante Mihashi.

– A-Abe-kun... – Mihashi foi o responsável por quebrar o mórbido silêncio. Eles caminhavam em um caminho entre árvores, e som de natureza era extremamente audível naquela região.

– Hm? – O moreno sentiu-se aliviado pela iniciativa de Ren. Embora ele fosse o responsável por maior parte da conversa entre o casal, ele não sabia como abordar aquele tipo de tópico. Era embaraçoso demais.

– E-Eu... A-Abe-kun... N-Nós... – O rapaz balançava comicamente as mãos e olhava para todos os lados, típicas ações que demonstravam seu nervosismo – Q-Quero dizer... – Ahhh... Fico cansado só de olhá-lo. Por que ele tem que ser tão complicado?

– O que foi, Mihashi? – O moreno parou de caminhar e fixou seu olhar na figura parada a sua frente. A cada palavra gaguejada a veia em sua testa tornava-se maior, e ele esforçava-se para simplesmente não gritar como de costume. Você consegue, Abe.

– E-Eu... V-Vamos terminar, Abe-kun!

Mesmo que tivesse escuro, as lágrimas de Mihashi eram visíveis. Ele arfava levemente, como se proferir aquela frase tivesse roubado grande parte de sua energia. Abe permaneceu estático, e sua mente ainda tentava processar o que havia acabado de escutar. T-Terminar? Ele só pode estar de brincadeira!

– O-Oi... Você está falando sério?! – Ele agarrou os ombros do rapaz de cabelos castanhos, balançando o frágil corpo com desnecessária força. Ele sabia que não deveria fazer aquilo, mas ele já havia chegado em seu limite – Mihashi!

Por mais que ele gritasse e o chamasse, Ren permanecia chorando em silêncio. Sabendo que não conseguiria arrancar mais nenhuma palavra do rapaz, ele afrouxou a pegada até que seus braços pendessem ao lado de seu corpo. Por mais que ele pensasse, o moreno não conseguia imaginar o motivo pelo qual Mihashi queria terminar o relacionamento que eles levavam. Embora suas personalidades fossem completamente diferentes e eles se desentendessem com uma frequência anormal, o moreno jamais havia pensado em tal possibilidade, exatamente pelo seu amante ser ele. Abe estava acostumado com seus dias barulhentos e recheados de reações exageradas, e também a lidar com a complexa personalidade de Mihashi. Mas, acima de tudo, ter o rapaz de cabelos castanhos ao seu lado já havia se tornado algo extremamente natural, como se fosse ali que ele pertencesse. Por isso a palavra término soava estrangeira aos seus ouvidos.

– Vá para casa, depois nós conversamos. – Takaya daria o tempo necessário para o outro rapaz pensar. Não seria correto tomar decisões daquela magnitude de cabeça quente. Se assim fosse, no final só sobraria arrependimentos.

– E-Eu... – Mihashi tentou enxugar as lágrimas, sem muito sucesso – M-Me d-desculpe, Abe-kun...

Abe suspirou e bagunçou os fios naturalmente rebeldes do mais baixo. Ele não estava bravo, simplesmente não entendia o porquê daquilo. Bom, tratando-se de Mihashi, não entender suas atitudes e como sua mente funcionava não era nenhuma novidade, mas agora que eles estavam namorando aquele tipo de pensamento era meio deprimente. O moreno foi tomado por um repentino cansaço mental, e seguiu seu caminho após acenar para sua companhia.

O céu estava estrelado e extremamente belo, mas ambos os rapazes não puderam desfrutar da paisagem, pois dentro deles não havia mais nada do que dúvidas e anseios.

O moreno havia dito que conversariam depois, mas ele não imaginou que aquele depois demoraria tanto a acontecer. Havia se passado mais de uma semana desde aquele fatídico dia, e durante aquele meio tempo Takaya não teve nenhum tipo de contato com o rapaz de cabelos castanhos além dos treinos. Sempre que ele tentava aproximar-se de Mihashi, este inventava as desculpas mais esfarrapadas e sumia de seu campo de visão como um foguete. Embora a atual situação não o agradasse nem um pouco, tanto o seu rendimento como o de Ren melhoraram, e para terceiros, parecia que tudo havia voltado ao normal. Porém, a realidade era completamente diferente, e o moreno estava decidido a ter uma conversa definitiva com Mihashi.

– Vamos pra minha casa, Mihashi – Os treinos do dia já haviam acabado, e os jogadores estavam arrumando seus pertences nos bancos. Ele não se importou com os expectadores.

– M-mas eu estou me trocando, e-eu... – Ele estava completamente vestido e escondeu-se atrás de Tajima.

– Agora! – Abe puxou o rapaz pelos braços e saiu arrastando o pobre coitado pelo campo até a saída. Ele ainda conseguiu escutar um animado ‘’ Boa sorte, Mihashi’’ de Tajima, acompanhado de inconvenientes risadas do resto do pessoal. Esses caras...

O silêncio não mais incomodava Abe, que andava a passos acelerados, preso em pensamentos. A casa em que ele morava era um pouco longe de Nishiura, e durante os trinta minutos de caminhada o moreno pensou em diversas maneiras de persuadir Ren a desistir daquela besteira, mas eles já estavam quase em frente do pequeno portão de ferro e ele não havia pensado em nada de útil. No final, ele recorreria ao bom e velho improviso. Takaya já deveria saber muito bem que, quando o assunto era um certo pitcher, nada saía como o esperado.

– Fique à vontade – O moreno foi à cozinha para pegar algumas guloseimas, e foi somente ao ver o cômodo vazio que a realização o acertou em cheio. Felizmente ou não, seus pais e seu irmão não estavam em casa. Droga, eu preciso me acalmar.

Apesar de ter dito para a sua companhia ficar à vontade, Ren encontrava-se completamente imóvel no meio do corredor.

– Me dê a sua mão – Abe segurava a bandeja com uma mão, enquanto estendia a outra na direção do mais baixo. A palma da mão de Mihashi estava extremamente fria – Não precisa ficar tão nervoso, ok?

– C-Certo... – Mihashi assentiu.

Eles subiram até o quarto de mãos dadas, o que Abe já considerava um grande avanço. O pequeno cômodo estava completamente bagunçado – resultado das noites em que ele havia passado em claro, remoendo-se sobre o assunto Mihashi – mas eles arranjaram espaço e o moreno sentou-se sobre a cama, enquanto o outro acomodou-se no chão, perto da mesinha de centro e longe de Abe. E eu achando que estávamos nos entendendo...

– Sobre aquele dia... Você estava falando sério? – Ele foi direto ao ponto. O tom de voz imperturbável não demonstrava seu crescente nervosismo.

– Sim... – Mihashi olhava para suas próprias mãos, incapaz de encarar sua companhia diretamente.

– Por que? Eu fiz alguma coisa? – Abe estava começando a ficar realmente preocupado. Se ele tivesse feito algo, pediria desculpas.

– N-Não! A culpa não é sua, Abe-kun... – Ele encolheu-se e escondeu o rosto entre as pernas.

– Culpa? Eu não estou entendendo, Mihashi – Takaya sentou-se ao lado de Mihashi, acariciando os fios castanhos até que ele levantasse o rosto. Seus olhos brilhavam devido às lágrimas, e o moreno enxugou-as pacientemente. Depois abraçou-o gentilmente, sentindo o corpo tremer entre seus braços. – Me diga o que está acontecendo.

– A-A Momoka brigou com você por minha causa... Você deve estar c-cansado de mim, e-então eu prometo que não vou mais causar problemas! – Sua voz saiu abafada, pois seu rosto estava escondido no peitoral do moreno. As lágrimas voltaram com mais força, molhando a camiseta branca.

– Hãah? Não diga besteiras, Mihashi. – Bom, é verdade que você causa problemas até demais, mas jamais me cansaria de você, idiota – Tenha mais confiança em você e, principalmente, em mim.

– Mas... – Ren foi incapaz de terminar a frase.

Abe desejava beijar o outro desde que eles haviam entrado em sua casa, mas sabia que eles deveriam reconciliar-se primeiro. Entretanto, após saber que o motivo de Ren querer terminar era mais uma de suas crises de insegurança, ele não mais se segurou. Sua língua passeava pelos lábios trêmulos de seu amante, um mudo pedido de permissão para aprofundar o beijo. Quando ela foi finalmente concedida, Abe beijou-o com todo o carinho possível, para provar que suas palavras não eram em vão. Ele segurava o rosto do rapaz de cabelos castanhos com ambas as mãos, sentindo a pele tornar-se cada vez mais quente ao seu toque. Após finalizar a carícia com um singelo selinho, Abe encostou sua testa na de Mihashi, arrancando um sincero sorriso deste.

E seu coração, inevitavelmente, falhou uma batida.

– E-Eu... Eu te amo, Mihashi – Abe sussurrou, como se estivesse contando um segredo que só eles poderiam saber. Seu rosto estava levemente corado, e ele sentiu-se patético por estar agindo como uma garotinha apaixonada. Aquilo fora extremamente vergonhoso, mas ele faria qualquer coisa, se isso significasse enfiar na cabeça oca de Mihashi como ele estava sério quanto ao relacionamento deles. – E você?

Mihashi teria corrido quarto a fora se não fosse segurado pelo braço. Ele gaguejou diversas palavras desconexas, ameaçou chorar e até enfiou-se debaixo da mesinha de centro, até finalmente conseguir falar algo coerente – mas não antes de Abe tirá-lo dali, claro.

– E-Eu também... E-Eu... Eu t-te... Te.... – Aquele era o seu máximo. Ren teria ido de encontro ao chão se não fosse amparado pelo moreno. Ele abraçou-o e seus lábios abriram-se em um quase imperceptível sorriso.

Sim. Mihashi e Abe formavam um dos casais mais excêntricos que poderia existir, mas, enquanto conectados por aquele mútuo sentimento, eles sempre dariam um jeito de superar as diferenças e desentendimentos. E saber daquilo já era o suficiente para Abe Takaya.


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Notas finais do capítulo

Preferi deixar as expressões pitcher e catcher, em vez de traduzi-las.
Sei que a fanfic ficou meio diabética, mas não consigo imaginar AbeMiha diferente disso hahahaha
De qualquer maneira, espero que tenham gostado, e até a próxima ♥