The Pain In Between escrita por bia souto


Capítulo 8
Shots Fired


Notas iniciais do capítulo

OUTRA ATUALIZAÇÃO PQ EU SOU LEGAL DEMAIS PRA DEIXAR VCS ESPERANDO



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– Como vai, Blaine? – Perguntou Sebastian, sorrindo de lado. O menino dos dentes tortos estava pálido e seus olhos azuis estavam quase sem vida, mas o moreno podia perceber que Sebastian não estava morto. – Parece que você está preso aqui, não é? Sua casa tem uma placa gigante na porta e tem faixas amarelas de polícia.

– Você fala como se eu não soubesse, Sebastian. Agora, dá o fora.

– Ah, mas eu não vou sair. – O sorriso aumentou no canto de sua boca. – Venha comigo, a não ser que queira ver Kurt aqui com você. – Ameaçou o menino, e Blaine o obedeceu, engolindo em seco. Ele sempre defenderia Kurt de todas as maneiras possíveis, Blaine se lembrava de como o castanho e ele haviam brigado por causa daquilo.

Kurt bateu a porta do quarto com força quando os dois chegaram da escola. O castanho havia ignorado Blaine e puxado o mesmo para fora do ônibus quando chegaram em seu ponto, deixando o moreno confuso. Burt e Carole os olharam confusos quando os dois e Finn chegaram.

– Blaine, que merda foi aquela na Educação Física?! – Kurt exclamou, depois de trancar a porta. O castanho queira falar daquilo há um tempo, sobre Blaine constantemente defende-lo de coisas ridículas como uma bronca de um professor. – Eu não sou uma menina indefesa! Eu sou um menino de catorze anos, eu sei me cuidar!

– Eu só tento te ajudar, Kurt! Eu não poderia viver comigo mesmo se algo te acontecesse. – Desculpou-se o moreno, num sussurro.

– Não é como se nada fosse me acontecer por não correr na educação física ou copiar as respostas do livro na de história. A nova professora é chata, mais do que a Ellen, da quinta série, mas fazer o quê. Eu não preciso de defesa cem por cento do tempo! Não é tão difícil entender isso!

– Me desculpe, Kurt, eu só não quero que você se meta em encrenca! – Respondeu Blaine, elevando sua voz um pouco. – Me desculpe se eu tentei ser um bom amigo, está bem? Talvez você não precise de mim te defendendo o tempo todo, mas já parou para pensar que eu preciso de você?! – Carole bateu na porta.

– Meninos, me desculpem, mas o lanche de vocês está pronto. – Ela disse, suavemente. Blaine agradeceu e ela saiu, ainda se ajustando aos ares da família Hummel.

– Eu vou comer. Se você quiser, fique. Eu poderia falar que você vai ficar com muita fome se não comer, mas você não precisa de mim mesmo. – Com isso, o moreno saiu, e foi para a cozinha. Ele pegou um prato e se serviu com duas salsichas e um pão, temperando-os com ketchup e mostarda. Ele subiu e ficou no sótão.

Quando Blaine acabou seu lanche, ele ouviu alguém puxando as escadas do cômodo e as mesmas se desdobraram, revelando Kurt ali, em alguns segundos. O castanho se sentou na frente do amigo, que se virou de costas para o mesmo.

– Blaine, me desculpe. – Disse Kurt. – Eu- Eu preciso de você, B. Me perdoe por não pensar no seu lado... – Blaine soltou um grunhido e o castanho se sentou do seu lado, passando um braço por sua cintura. – É sério. Acho que se não fosse por você, eu estaria na detenção agora. Então... obrigado. Mas por favor, entenda que eu também não sou uma princesa em apuros.

– Está bem. – Blaine disse, baixinho. – Eu- Eu te perdoo, e também entendo seu lado. Acho que fiquei chateado mais por brigar com você do que pela causa do negócio. Eu odeio brigar com você. – O moreno resmungou, e Kurt beijou sua bochecha, fazendo o amigo corar. Ele virou o rosto e os dois estavam tão próximos...

– Kurt! Traga seu prato e o de Blaine para a cozinha! – Eles ouviram a voz de Burt, e se separaram, corados e suando frio nas mãos.

Blaine riu, causando Sebastian a olhar para trás. Anderson voltou com sua expressão séria e se viu no quarto de seus pais, que estava destruído e desocupado. Havia uma única parede... e ela estava coberta de sangue. O moreno observou o quarto: havia uma área limpa, com ferramentas e papéis, um balde vazio, um facão e... um revólver.

– Blaine, fique de pé com as costas para a parede ali, entre a estrela satânica e o seiscentos e sessenta e seis. – Ordenou Sebastian, e Blaine não podia fazer nada se não obedecer. – Muito bem, bom garoto. Vamos começar com as boas e velhas palavras. – O moreno arqueou uma sobrancelha. – Aposto que você ainda se lembra de tudo... e se pergunta por que diabos esse babaca como eu voltou para cá. Eu já te matei uma vez, Blainey... queria ver como você estava depois de todo esse tempo. Eu estava pensado... será que há vida após a morte? E resolvi descobrir. Não é que existe? Deve ser horrível, ficar vivo até o fim dos tempos... aposto que você reza para que tudo isso acabe. Ou não, porque agora você tem Kurt. Meu Kurt. Ele gostava de mim, Blaine, ele suava frio quando vocês dois passavam por mim... e eu o queria tanto. Mas justo quando eu tomei coragem de falar para ele, vi ele e aquele tal de Adam se comendo nos corredores. “Mas Sebastian, isso foi anos depois.” Parece que sim, huh? Mas eu guardei muitos segredos por muito tempo. Um deles foi fingir que gostava de você... agora, eu tenho Kurt para mim. Ele virá chorando, à procura de consolo e eu o darei o que ele quiser de bom grado. Eu poderia mata-lo no meio da noite, assim como fiz com você, e arromba-lo depois de morto... seria tão bom. Mas agora não é a hora para ficar excitado! Afinal, já fiz o serviço com você. – O menino piscou para Blaine, que estava parado no mesmo lugar com lágrimas descendo sua face. – Será que você sente dor? – Sebastian perguntou, abaixando-se e pegando o facão. Ele se aproximou de Blaine e pegou seu pulso.

– E-Eu não posso morrer. Já estou morto. – Disse Blaine, numa tentativa de convencer Sebastian a não cortar seu pulso.

– Oh, eu sei. Eu adorei ver você morrer, além disso. Gostaria de matá-lo novamente, Blainers. – Smythe suspirou dramaticamente. – Infelizmente, terei de me contentar com isso. – Ele lamentou, deslizando facilmente a faca pelo pulso de Blaine, que urrou de dor. – Ah, isso é música para meus ouvidos. – Apreciou Sebastian, enquanto repetia o ato em todo o braço de Blaine.

– P-Por favor, pare. – Implorou o moreno, e, surpreendentemente, o menino dos olhos azuis parou e deixou que a faca caísse. Blaine respirava profundamente.

– Feliz? – Perguntou o mais alto, de mau humor. – Espere aqui. – Ele disse, e pegou o balde. – Espero que você goste do gosto de sangue, Blaine Boy.

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Kurt conversava animadamente com Brittany enquanto os dois andavam para casa. Ele ria de algo que a loira havia apontado na rua, e apenas se permitia esquecer sobre tudo um pouco. Era estranho voltar para casa sem Blaine, mas era estranho falar com seu melhor amigo depois que ele estava morto, então ignorar a situação não era muito difícil.

– Kurt, olhe só. Não, é sério! – Pedia a menina, mas Kurt ria demais para qualquer coisa. – Acredite em mim, eu estou falando que os gafanhotos comem pássaros! Ou pelo menos que a treinadora Roz parece uma ave exótica da Austrália. – Ela dizia, e o castanho tentava, sem sucesso assentir. Ele secou uma lágrima e afagou o abdômen que doía.

– Eu concordo com a segunda, mas gafanhotos se alimentas de sementes e afins, Britt.

– As sementes que as formigas catam para eles se não elas morrem assassinadas?

– Não, Britt- – Ele parou e escolheu melhor suas palavras. – Quer dizer, sim, essas mesmo. Essas mesmo. Bom, eu fico aqui. Obrigado por vir comigo. – Ele agradeceu, e ela despediu-se à moda antiga, puxando a saia do uniforme de líder de torcida e abaixando a cabeça. – Te vejo amanhã?

– Claro, golfinho. Até amanhã! – Ela continuou andando e Kurt entrou em casa, encontrando seu irmão dormindo no sofá.

– Finn! – Ele exclamou, fazendo o irmão mais velho acordar num susto. – Por que você não foi no ensaio de Glee hoje? – Ele perguntou, vendo confusão estampada nas feições do mais alto.

– Glee? Kurt, me deixa dormir.

– Não, Finn, se não você não vai ter sono mais tarde! Vamos lá, amanhã ainda é terça, levanta sua bunda gorda daí. – Kurt pediu, puxando Finn pelo braço. Nesse ponto, Finn já estava acordado e sabia que não conseguiria dormir. Não que Kurt deixaria, mas, como dizem, a esperança é a última que morre. – Vamos jogar um jogo, se chama quem era Rachel Berry e como os dois começaram a namorar pela internet.

– O-O-O quê? – Finn passou a mão na nuca. – R-Rachel Berry? Quem é Rachel Berry? Eu- Eu não conheço nenhuma Rachel Berry!

– Finn, vamos lá. Eu sou seu irmão. – Disse Kurt, usando sua fofura contra o irmão. Ele queria saber por que diabos Rachel, a menina de Washington, havia mandado-lhe uma mensagem de boa noite pelo Facebook. Junto com três coraçõezinhos. Ok, talvez entrar no computador de Finn enquanto o mesmo dormia de manhã e ler as mensagens dele com a menina fora um pouco demais. E nojento, mas não vinha ao caso.

– Ok, ok. Eu conto. – Rendeu-se o mais alto, e Kurt comemorou. – Ela é maravilhosa, e legal. Estamos nos falando há um tempo e eu gosto muito dela. A bunda dela é maneira e, cara, você já viu os peitos dela? – Kurt o olhava com uma expressão de “Sério, Finn?”, mas o mesmo não percebera. – Cara, é sério, são enormes. Não parece, mas são. Eu quero muito pegar nos peitos dela, claro que ela é muito legal também, mas os peitos dela e-

– Finn! Eu perdi a conta de quantas vezes você usou a palavra peitos. Pare. – Disse Kurt, e Finn se tocou do que estava falando. – Ok, já entendi, vamos jogar outro jogo. Ou seja, me pergunte alguma coisa. Vamos lá!

– ...O que tem na casa de Blaine? – Finn perguntou, depois de respirar fundo. Kurt ficou surpreso com a pergunta. Ele deveria contar a Finn, mas envolvia tanta coisa... De um jeito ou de outro, ele decidiu fazer o certo.

– Ok, isso vai demorar... – Ele alertou, mas contou tudo, desde a troca de mensagens e brigas em Washington até o jeito que Blaine estava preso na casa e não podia sair. Ele teve que recapitular tudo lentamente com o irmão, mas eventualmente, o mesmo entendeu.

– Cara, isso é estranho. Mas... espera. Isso não é uma pegadinha, certo?

– Claro que não, Finn. Eu tenho tempo para estudar e criatividade para moda, mas nunca para histórias. Eu tirei C nas três redações que Mr. Flores passou no ano passado! – Kurt disse, tentando fazer com que o mais velho acreditasse nele.

– Eu quero ir lá.

– Não, Finn, é muito perigoso. Eu vou lá assim que tomar um banho e me trocar, daí falo com Blaine e pergunto se você pode ir. Mas se você contar para alguém, eu te arrasto pra lá e te mato. – Brincou o castanho, e percebeu que a piada fora um tanto pesada. – Só- não conte para ninguém, está bem?

– Ok. – Concordou Finn, ainda surpreso. – Ok, eu não conto. Vá tomar seu banho, ou sei lá. Eu vou voltar a dormir. – Ele disse, deitando no sofá novamente. Kurt revirou os olhos e subiu as escadas.

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– Blaine, nosso encontro está chegando ao fim. Até agora, eu consegui escrever uma carta com seu sangue confessando o crime, te fiz beber sangue, cortei seus braços e pernas, e te preguei na parede por suas roupas. Se apenas Kurt estivesse aqui para te ver... – Sebastian disse, levantando o queixo de Blaine com a ponta dos dedos. – Mas relaxe, ele só vai te encontrar amanhã, de qualquer jeito. Eu vi ele voltando para casa com Brittany, parecia bem feliz sem você.

– Por favor, me deixe sair daqui. – Blaine implorava, já quase acostumado com a dor em mais da metade de seu corpo. – Por favor, Sebastian...

– Eu deixo, mas antes, vamos ver se você aguenta a dor que te matou. – Sebastian tirou a jaqueta de couro que usava e o pouco de sangue que restava em Blaine gelou. – Podemos também testar minha mira! Isso não é ótimo? Agora, preciso dizer que isso vai fazer sujeira, acho que apenas um pouco menos do que as outras coisas. – Blaine ouviu o rangido da porta mesmo num quarto fechado, e olhou para Sebastian, aflito.

E se fosse Kurt? Ele não podia ver aquilo, Sebastian estava descontrolado, fora de si! O menino ainda manuseava cuidadosamente o revólver, e mirava em Blaine, em seu coração que já não batia mais. O gatilho foi puxado na mesma hora que a porta foi aberta, e tudo aconteceu muito rápido. Kurt estava pulando em sua frente em milésimos de segundo, e Sebastian arregalava os olhos enquanto Blaine sentia as gotas quentes do sangue do melhor amigo em seu rosto e braços.


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Notas finais do capítulo

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GENTE