The Pain In Between escrita por bia souto


Capítulo 34
Connection Almost Lost


Notas iniciais do capítulo

Ignorando demoras e desculpas... senhoras e senhores, o epílogo.

Como eu sou muito legal, no início da história tem um resuminho do que aconteceu ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/526498/chapter/34

Anteriormente em The Pain In Between: Após a destruição da Casa do Assassinato (Murder House), Kurt e Blaine vão para o céu. Lá, eles encontram uma forma de sociedade basicamente perfeita, além de seus falecidos entes queridos.

Final do último capítulo: “Kurt se deixou ser levado para fora, sentindo a mão do namorado na sua, mas dessa vez, eles não estavam desaparecendo.”

Kurt descobriu que era um anjo assim que ele pisou no Centro de Profissões do céu. A gerente, uma mulher linda, alta, com cabelos cacheados caindo em seus ombros. A sombra azul que usava contrastava lindamente com a cor escura de sua pele. Soraia, era seu nome. Quando o castanho adentrou o recinto de mãos dadas com Blaine e ao lado de sua mãe e pai, Soraia imediatamente lhes disse que o “mais alto, com o topete engraçado” era um anjo. Havia uma lista de pessoas que Kurt se relacionara nos últimos dois anos, em ordem decrescente, para que o mesmo escolhesse quem seria a pessoa da qual ele cuidaria.

— Kurt, — Começou a gerente, andando até a família. Ela usava um vestido branco casual com sandálias douradas de amarrar até o tornozelo. — Alguém dessa lista é a pessoa de quem você tomará conta?

— Finn Hudson. — Respondeu o castanho, sem hesitar. — Ele precisa de alguém pra desfazer as burradas dele. — Todos deram uma risada breve. Burt colocou a mão em seu ombro, e Kurt o ouviu suspirando.

— Tudo bem, se você tem certeza. Você precisa fazer alguns treinos práticos durante um tempinho, mas depois você estará pronto para começar seu trabalho como um anjo da guarda. — Ela sorriu, mostrando dentes brancos e simpáticos. — Lizzie, sei que vocês estavam esperando Gabriel, mas ele folga às segundas, terças e sábados a partir de agora. Sabe como é, sendo o primeiro anjo a ser promovido, e tudo o mais.

— Sei como ele se sente. – Murmurou Burt, estalando as costas. Todos mostraram um sorriso levemente culpado ao homem.

— E você, Blaine? Quer ver nossas opções de emprego? — O moreno assentiu, agradecendo baixinho a mulher. Kurt o seguiu até uma mesa enquanto seus pais se sentaram em um sofá. — Temos professor, instrutor de nado, funcionário de orfanatos, enfermeiro...

— Um professor daria aula de quê? — Quis saber Kurt, curioso. Ele sabia que Blaine adorava crianças.

— Ah, tem de tudo um pouco. Matemática da sexta série, história do ensino médio, química do segundo período da faculdade... ah, olha só, acabou de abrir uma vaga para professor de teatro. Você estaria interessado?

— Eu... sim, bastante. — Blaine respondeu, e Kurt pôde jurar ter visto estrelas em seus olhos.

— Blaine, precisamos que você leve isso à sério, está bem? Todas as profissões contribuem pelo menos um pouco para tanto a nossa sociedade quanto para a que os humanos vivem. O teatro, por exemplo, nos permite explorar mais a cultura deles e abrir nossas mentes para novos horizontes. Ele nos ensina a valorizar a arte e o entretenimento, coisa que o povo lá de baixo precisa muito...

— Não se preocupe... desculpe, qual é seu nome mais uma vez?

— Soraia.

— Soraia! Isso. Não esquente, eu realmente amo o teatro. Eu planejava em fazer faculdade de artes cênicas e já estava começando a estudar quando... bom, é. — Ele deu de ombros e Kurt sentiu uma pontada em seu coração pelo namorado, porém preferiu ignorá-la por agora.

— Ótimo, quanto a pessoa que você vai observar, você tem alguma ideia?

— Eu não sei. Eu gostaria de observar meu irmão Cooper, mas... não sei.

— Você gostaria de um tempo para pensar? — Ofereceu ela, colocando uma mão em seu bíceps carinhosamente.

— Não será necessário, muito obrigado. Eu já me decidi: Quinn Fabray, minha amiga. — Kurt sorriu tristemente, imaginando onde ela e Finn estariam naquele momento e o que estariam fazendo e- não, espera, não foi necessário. Conhecendo aqueles dois, não precisava muito para imaginar o que estava acontecendo em um dormitório de faculdade.

— Ok, prontinho. Meninos, vocês estão livres para irem se quiserem. Blaine, eu vou mandar nosso mensageiro te entregar o endereço do auditório. — Eles agradeceram e sem muitas delongas estavam retornando ao lar dos Hummel. Elizabeth foi preparar o almoço enquanto Burt se sentou do lado de fora com o jornal. Kurt e Blaine subiram para o quarto de Kurt e o castanho aproveitou para tomar um banho.

KB

Depois do almoço, todos da casa retornaram para onde estavam, exceto por Elizabeth, que se sentou ao lado de Burt com um chá gelado com limão. O casal de adolescentes se deitou na cama do castanho, e Blaine passou os braços pela cintura do namorado, beijando seu pescoço em um ato doce. Kurt suspirou e entrelaçou seus dedos com os do moreno.

— É verdade que você já tinha começado a estudar teatro quando Sebastian…? — Questionou, curioso e preocupado. Blaine assentiu de leve contra sua nuca. — Ah, Blaine. Você nunca me contou isso.

— É que… não sei. Você estava tão preocupado comigo porque eu estava pálido e cansado e… mal, eu não queria te contar aquilo para você falar que eu devia dar um tempo. Não é como se eu houvesse me matado de estudar, nem nada. — Blaine respirou fundo ao perceber o que havia dito. — Me desculpe.

— Tudo bem, não se preocupe. — Kurt colocou uma mão para trás, conseguindo acariciar o cabelo do namorado. — O que importa é que estamos aqui e, por mais que isso não seja o que planejamos inicialmente… estamos felizes. Certo?

— Certíssimo. — Concordou o moreno, beijando novamente o pescoço do namorado, que sorriu. — Eu ainda não consigo acreditar que estamos aqui. De um jeito ou de outro, afinal, conseguimos.

— Pode apostar que conseguimos, baby. Vamos continuar assim.

Sessenta e três anos depois…

Kurt deveria estar fazendo 79 anos naquele dia, mas, ao invés disso, continuava com seus dezesseis anos, em toda a sua glória. Seu corpo permanecia o mesmo, nenhuma ruga, nenhum fio de cabelo branco… nada. Por um lado, ele se sentia bem e disposto na maior parte do tempo. Por outro, ele queria se olhar no espelho e ter que se esticar levemente para se ver direito, porque sua coluna estava cansada, e então ele olharia para sua mão, com uma aliança dourada se apoiando em uma bengala, cheia de rugas e veias e manchas do tempo. O tempo, que passava e permanecia.

— Parabéns, Kurt! — Blaine disse, talvez um pouco alto para as sete de manhã, mas os vizinhos não se incomodavam. os vizinhos vulgo Burt e Elizabeth.

Eles haviam construído uma pequena casa de um andar bem ao lado da casa dos pais do castanho quando Blaine o havia pedido em casamento, há… pelo menos cinquenta e cinco anos atrás. E então eles haviam colocado um quarto a mais porque quem sabe um filho? Porém, após literalmente anos de discussões e argumentações, eles chegaram à conclusão que um filho era para se aproveitar, para ver crescer. Então eles adotaram dois cães.

— Kurt? — Perguntou Blaine, ao não receber resposta do marido. Ele viu o ombro do castanho chacoalhando e imediatamente deixou a bandeja com o café em cima da cômoda, indo se deitar ao lado do mesmo. — Amor, por que você está chorando?

— Não é nada, eu juro. É só que eu… — Ele respirou fundo. — é estúpido, mas eu realmente odeio me ver no espelho nos meus aniversários porque é apenas um lembrete que “ei, Kurt, você está morto, lembra? Isso mesmo, morto, há sessenta e poucos anos”, e… é isso. — Kurt se sentou na cama, secando suas lágrimas. — Eu sei que é bobo, e não tem jeito. Você não precisa me falar todas essas coisas de novo.

— Você quer que eu fale alguma coisa? Qualquer coisa?

— Só… vamos mudar de assunto? — Blaine assentiu, saindo debaixo das cobertas e beijando rapidamente o castanho nos lábios antes de pegar a bandeja novamente. — Café da manhã, senhor?

— Ora, por favor, senhor é meu pai. — Brincou Kurt, sorrindo em meio a seus olhos ainda molhados. — Você pode me chamar de Kurt.

— Mas… e sua namorada, não vai se incomodar?

— Eu sou casado, na verdade. Seu nome é Blaine e ele é simplesmente o melhor homem do mundo. — Kurt pegou seu suco de laranja e o colocou na mesa de cabeceira, entregando a comida para o marido que, mesmo confuso, retornou o objeto para a cômoda onde estava. — E ele é o mais bonito… — O castanho o puxou para perto pela mão. — O mais sexy… — Ele beijou seu pescoço. — E o mais gostoso homem que alguém já viu. — Ele tentadoramente mordeu a clavícula do marido de leve, arrancando-lhe um gemido.

— Eu soube que hoje é seu aniversário… — Blaine sussurrou em seu ouvido, enviando arrepios por sua coluna. — Você gostaria de um presente?

— Eu diria que não precisava, mas precisa. Muito. — Blaine riu antes dos dois rolarem na cama, ainda aos beijos.

Mais dez anos depois, na Terra

— Tem certeza que não tem jeito? — Quinn perguntou, seus cabelos brancos caindo sobre seus olhos. — Não foi há muito tempo atrás que esse mundo estava salvo! Não, não é possível.

Quinn havia feito mestrado e doutorado em proteção e cuidados ambientais em Yale, e agora ela estava trabalhando em uma das maiores empresas de ciência sustentável da América, junto com uma equipe maravilhosa. Ela estava casada com Finn, com uma menina de 29 anos chamada Pearl.

— Sinto muito, sra. Fabray. — Respondeu Talia, pesquisadora assistente. — Nós já tentamos de tudo, mas a praga está devorando todas as nossas plantações, e as tempestades de poeira… a população diminuiu em quarenta e sete por cento desde 2014, e agora… parece que essa Terra vai chegar ao fim.

No céu

“— …parece que essa Terra vai chegar ao fim.”

— Kurt, Elizabeth, Burt! — Blaine chamou, correndo pela casa com o aparelho utilizado para assistir as pessoas da Terra. — Kurt!

— Alto lá, kiddo! — Burt o parou com uma mão em seu ombro. — O que está havendo?

— Reúna todos na sala, agora! — Blaine saiu correndo para o quarto do marido, onde o encontrou mexendo em seu armário antigo. — Kurt, Kurt, reunião de família na sala!

— O quê? Por quê?

— Vamos lá! — O moreno puxou Kurt e os dois desceram as escadas na velocidade da luz. Uma vez que todos estavam sentados, Blaine começou: — Vocês sabem que Quinn é uma cientista renomada, certo? — Todos assentiram. — Ela e mais uma pesquisadora descobriram que a Terra vai acabar! O que- O que acontece com a gente?

— Eu não sei, querido. — Respondeu Elizabeth, tentando acalmá-lo. — O que aconteceria se tudo isso acabasse?

— Eu não sei. Eu tenho medo. O que vai ser? Um breu eterno?

— Pode ser, Blaine. Pode ser que nós fiquemos bem. — Elizabeth se virou para os três homens. — Temos de estar prontos, meninos. Haja o que houver, eu amo vocês e nada vai me impedir de continuar amando vocês.

— Eu amo vocês também. — Kurt respondeu, secando uma lágrima. — Sabe, eu realmente não quero que nada aconteça, mas… acho que todos têm sua hora. Um descanso, entendem? — Todos assentiram. — Mas nunca achem que eu não amo vocês. Isso que nós temos, o amor… ele é eterno. Não há força que quebre nossa conexão.

— Kurt, faço de suas palavras as minhas. — Burt respondeu. — Amo vocês, gente.

— Eu também amo vocês. — Blaine disse, quase num murmúrio.

Quatro meses depois

A Terra acabou, o mundo virou poeira e meteoros. O céu acabou, também, tudo o que era derivado da Terra - universos alternativos, realidade virtual - havia sido exterminado. Todos do céu estavam dormindo. Kurt e Blaine e Burt e Elizabeth asseguravam seu amor sempre, antes de dormirem. Kurt abraçava seus pais e beijava seu marido como se não houvesse dia seguinte, até porque era uma possibilidade. Foi.

Mas então um meteoro se chocou em outro. Poeira, luz, fogo, combustão. E quatro átomos se encontraram no vácuo. Quatro partículas que se amavam muito, e elas formaram a estrela mais brilhante do universo inteiro. Nada pôde acabar com aquele brilho, aquela conexão. Porque no final, o amor sempre vence.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Foi realmente uma honra escrever essa história. Muito obrigada à todos que leram e comentaram (e aos que só apreciaram de longe, do mesmo jeito que se fazem com estrelas). Tenho 87% de certeza que essa semana ou na próxima posto uma nova fanfic!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Pain In Between" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.