The Pain In Between escrita por bia souto


Capítulo 32
Void


Notas iniciais do capítulo

GENTE, tanta coisa acontece nesse capítulo que eu fiquei meio tonta.
Eu peço desculpas se vocês ficarem um pouco confusos, sintam-se livres para me perguntarem qualquer coisa nos comentários!
Boa leitura (✿◠‿◠)



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Kurt e Violet estavam na cozinha, fazendo o almoço do dia enquanto o castanho lhe contava uma história qualquer, fazendo a loira rir. Porém, enquanto Kurt estava colocando água no arroz, Quinn entrou na casa, furiosa.

— Kurt Elizabeth Hummel! Como você não me contou isso?! Você está ficando maluco?! — Ela disse, num tom de voz alto, fazendo Kurt se assustar.

— Não contei o quê? Do que você está falando, Quinn?

— Você não sabe? — Kurt balançou a cabeça. — Tem uma placa enorme da Brasfield & Gorrie LLC na frente da porta. Eu acho que vão destruir a casa, Kurt. — O copo que o castanho segurava foi ao chão, estilhaçando-se em milhares de pequenos cacos de vidro. Moira rapidamente apareceu com uma vassoura e uma pá. Kurt se jogou nos braços de Quinn. — Ei, está tudo bem. Calma, shhh, isso, respira fundo. — Ajudava a loira, afagando as costas do melhor amigo enquanto o segurava em um abraço apertado. Tate e Blaine apareceram na cozinha, já com olhares confusos em seus rostos. Blaine correu até o namorado.

— Kurt, baby? O que está acontecendo? Você pode me contar, por favor? — Pediu o moreno, gentilmente. Kurt respirou fundo, secando as lágrimas dos olhos antes que outras o impedissem de falar, e disse:

— C-Compraram a casa. Vão demolir e c-construir algo maior e-

— E vão achar os corpos. — Terminou Blaine, entendendo tudo. — Kurt, vem, vamos resolver isso no quarto, ok?

— Wanky. — Falou Santana, entrando na cozinha com um copo d’água na mão. Kurt revirou os olhos e acompanhou o namorado. O par subiu as escadas silenciosamente, e Kurt imediatamente se sentou na cama, passando a mão pelos cabelos.

— Kurt... — Começou o moreno, juntando-se ao namorado e colocando a mão em suas costas. — Você sabe o que isso significa, não é?

— Se eles acharem os corpos, nós vamos embora. — Kurt respirou fundo. — Eu não estou pronto para dizer adeus, Blaine.

— Ei, ei, nada disso. Você não vai me deixar, e eu também não vou. E eu vou continuar te lembrando da promessa que eu te fiz. Eu vou sempre, sempre estar do seu lado. Segurando sua mão, fazendo um cafuné em você... não importa, ouviu? — Blaine levantou o queixo de Kurt com a ponta do indicador e do dedo médio. — Eu te amo, Kurt, e eu nunca vou deixar de te amar.

— E-Eu também não. É só que... eu sei que a eternidade nessa casa não é o ideal, mas eu não quero... parar agora. Eu teria mais cinquenta anos de brigas insignificantes com você por mais algum tempo do seu lado. Eu não ligo. Como Finn vai ficar? Como Carole vai ficar? — Kurt sentiu sua voz ficando mais apertada e parou para respirar.

— Pode chorar, Kurt. — Assegurou Blaine, visivelmente acompanhando a luta do castanho contra as lágrimas.

— Tudo o que eu faço ultimamente é chorar. Você já percebeu? Eu estou cansado de ser o bebê chorão. Eu não quero ser lembrado como “o adolescente gay que parece uma menina e chora o tempo inteiro”. — Mesmo assim, Kurt permitiu-se o choro, inspirando com dificuldade. — Eu posso parecer o maior babaca egoísta agora, mas será que ninguém sabe o que eu fiz? Ninguém sabe do ano em que eu trabalhei todos os dias depois da escola para pagar os tratamentos para o meu pai? Ninguém percebeu o quanto eu sofria, e mesmo assim passei por tudo de cabeça erguida? — Blaine ia falar, mas Kurt não lhe deu a chance. — Eu só não quero sair daqui sem ter feito a diferença, entende?

— Kurt... você não percebe, não é? — Blaine riu cinicamente, olhando para o próprio colo. Ele retirou a mão das costas do namorado e pegou a mão do mesmo, beijando-lhe as juntas antes de continuar. — Você fez a diferença na vida da maioria das pessoas da McKinley, você fez a diferença para seus pais e Finn. E... você fez a diferença para mim. Você não tem noção do quanto eu te admiro por absolutamente tudo o que você passou, pela sua força... O que teria sido do seu pai se ele tivesse perdido você e sua mãe? O que teria sido de Carole e Finn? Kurt, você é uma das pessoas mais especiais que eu conheço e tenho a honra de amar. Eu sei que você queria ter um impacto bem maior sobre o mundo, e quem sabe você teria conseguido, se não fosse por Sebastian? Eu tenho certeza que você já teria pelo menos metade dos nova iorquinos beijando seus pés. Não fique triste pelo o que você teria feito, Kurt, sorria pelo o que você fez. E você fez muito. — Nesse ponto, Kurt estava soluçando, o corpo sacudindo com o chorar. — Você acredita em mim?

— A-acredito. — Confirmou o castanho, a voz rouca. — Obrigado por sempre falar a coisa certa. Obrigado por me conhecer.

— Obrigado a você, baby. — Blaine beijou seus lábios rapidamente, antes de secar uma lágrima que caía. — Talvez agora eu fale uma coisa errada, mas... isso está acontecendo, esse lance da casa. Você sabe disso. — Kurt assentiu. — Vamos descobrir quando vão começar a construir e então nós fazemos desse tempo o melhor de todos, ok?

— Ok. Estou dentro. — Kurt sorriu um pouco.

— Vamos lá? Quinn deve estar pesquisando isso. — Blaine se levantou, estendendo a mão para o namorado, que a pegou com um sorriso honesto no rosto. — Kurt?

— Sim?

— Eu te amo.

— Eu também te amo.

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Eles descobriram que a casa seria demolida dali a duas semanas. Com o ano novo apenas horas de distância, a casa estava um caos: as notícias da demolição estavam se espalhando e espíritos não paravam de sair do porão, enquanto Vivien, Kurt e Violet tentavam dar um jeito no almoço e no resto dos preparativos para a ceia. Blaine havia ajudado antes, mas não havia tido tempo para terminar.

— Ok, então nós temos duas semanas para fazer tudo. — Kurt disse, sentando-se à mesa com Violet, Blaine e Quinn. — E isso seria uma festa do pijama, um dia de fazer nada, mais uma festa do pijama, ficar incrivelmente bêbados, uma tarde na cozinha e uma maratona de compras online. Exceto pelo fato de que nós vamos apenas olhar, e não comprar. Certo? — Todos assentiram. — Ok, qual vai ser hoje?

— Vamos ficar bêbados! — Exclamou Violet, sorrindo, Blaine batia palmas enquanto ria e Quinn começou a comemorar.

— Ok, pronto. Marcado no calendário. Noite de ano novo: cair de bêbados! — Kurt fechou o calendário que estava em cima da mesa, colocando o mesmo no balcão da cozinha. — Quinn, eu vou te expulsar agora porque nós precisamos de pelo menos três garrafas de vodca, muitas de cerveja e... traga uma de champanhe também, pelo espírito do ano novo. — A Fabray se levantou, ainda com um sorriso no rosto. Ela pegou seu casaco e calçou suas botas antes de sair no dia nublado, gritando um “esperem por mim, eu já volto!” enquanto virava a esquina.

— Eu adoro Quinn. — Violet disse. — Ela é o meu tipo de pessoa.

— Ela é o tipo de pessoa de todo o mundo. — Corrigiu Kurt, finalmente fechando a porta da cozinha. — Agora, se vocês me dão licença, eu vou tomar um banho e colocar uma roupa fabulosa.

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Faltavam dez minutos para 2015 e Kurt, Blaine, Tate, Violet, Quinn e Finn já estavam completamente fora de si mesmos. Kurt sentava no colo de Blaine, com um joelho de cada lado das pernas do namorado e os lábios quase que colados nos do moreno. Quinn e Finn estavam conversando e rindo com Violet e Tate, do lado do casal que se beijava sem interrupções.

Além dos seis, haviam ainda Vivien, Nora e Moira na sala, com taças de champanhe nas mãos e o relógio ligado na contagem regressiva. As três mulheres riam e conversavam animadamente, já um pouco altas devido à bebida. A maioria dos espíritos que saíam do porão (às vezes) já havia comido, deixando essencialmente o necessário para os que esperariam até depois da meia noite. Quando Vivien gritou um “Dez!” alto e agudo, todos se levantaram, copos em mãos e sorrisos nos rostos.

— Nove! — Gritaram todos juntos. — Oito! Sete! Seis! Cinco! Quatro! Três! Dois! Um! Feliz 2015! — Os casais se beijaram suavemente e as outras três mulheres abraçaram-se em grupo, rindo. Ao final de cada beijo, Finn se aproximou e o puxou para um abraço apertado.

— Eu vou sentir saudades, irmãozinho. — Ele sussurrou no ouvido do castanho.

— Finn, aonde quer que eu vá... eu vou estar com você, ok? Eu prometo. — O mais novo sussurrou de volta, engolindo o nó em sua garganta. Quinn rapidamente puxou Kurt dos braços do namorado, esmagando-o carinhosamente em outro abraço.

— Eu nunca vou te esquecer, Kurt. Eu te amo.

— Ah, Quinnie... — Kurt permitiu que lágrimas quentes descessem por sua bochechas. — Eu sempre vou te proteger, ok? Nós todos do clube glee, nós vamos estar sempre juntos, não importa o que aconteça. Você sabe disso, não é?

— Sei. Eu sei. — Ela beijou a bochecha do melhor amigo, quebrando o abraço. Finn e Blaine estavam abraçados, e o par de amigos foi rápido para se juntarem à eles. Violet estava abraçando sua mãe, seu corpo sacudindo com soluços, e Tate estava deixando lágrimas molharem o ombro do vestido branco de Nora, que fora basicamente uma segunda mãe para ele. Os outros dois casais saíram da bagunça de corpos em que se encontravam e Quinn ergueu o copo no ar. — Vamos festejar, gente! Novo ano, vamos lá!

Todos gritaram alegres, rindo e esquecendo-se do que viria.

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Oito dias depois (08/01/15)

— Você se alimente direito, ok? Não gaste muito dinheiro e preste atenção nas aulas. — Kurt instruía, ajeitando as roupas de Quinn. A menina estava voltando para Los Angeles para terminar a faculdade, levando Finn consigo. — Ah, e cuidado com professores pervertidos. Você já teve o suficiente com eles.

— Eu vou me comportar, Kurt, não se preocupe. Além do mais, eu tenho Finn. — Assegurou a loira, pegando a mão do namorado.

— Isso me lembra, Finn. — O castanho se virou para o irmão mais velho. — Não deixe de falar com Carole, volte para visita-la de tempos em tempos. Não a deixe sozinha por muito tempo. E vocês dois, lembrem-se: eu vou com vocês, ok? Sempre que vocês precisarem... eu estarei lá. Só... olhem para alguma foto minha, e não para o céu ou para cima porque isso é clichê demais até para mim. — Brincou o castanho, apesar das lágrimas que enchiam seus olhos. — Vão, antes que eu chore mais. Eu sinto como se a única coisa que eu faço é chorar ultimamente. Então vazem, vão embora. E boa sorte. — O casal compartilhou mais um abraço com Kurt, antes de saírem e entrarem no carro. Blaine rapidamente estava a seu lado, com um copo d’água. — Eles vão ficar bem, não é? Eu não vou chorar. Na verdade, eu não estou chorando agora.

— Kurt... nós já conversamos sobre isso. Você pode chorar, baby. As coisas não estão exatamente boas agora. — Blaine sentou o namorado em uma das cadeiras da cozinha, segurando sua mão enquanto o castanho desmoronava em sua frente mais uma vez.

Cinco dias depois (14/01/15, noite antes da demolição)

Naquela noite, Kurt e Blaine não conseguiram dormir de jeito nenhum. Tate e Violet estavam abraçados no sofá, sem fazer nada, apenas abraçados. Havia muita gente saindo do porão, tendo ouvido as notícias de que tudo iria ao chão (literalmente) no dia seguinte. Kurt e Blaine conseguiam ouvir as vozes dos colegas de casa da cama deles, onde estavam abraçados.

— Blaine? — Kurt chamou, a voz apertada e pequena.

— Sim?

— Eu estou com medo.

— Eu também estou, baby. Não vai ser fácil. Mas nós vamos ficar juntos, nós vamos para o mesmo lugar.

— Como você sabe que nós realmente vamos para algum lugar?

— Você se lembra daquele sonho que você teve? Onde você encontrou seu pai e sua mãe? — Kurt assentiu. — E Violet me contou que ela já teve um desses, também. — Outro aceno positivo. — Kurt, significa que existe algum lugar. Seu pai foi com sua mãe. Nós vamos, também. Quem sabe nós os encontramos?

— Seria legal.

— Seria, não seria? — O castanho emitiu um som positivo. Alguém bateu na porta de leve, abrindo a mesma sem fazer barulho.

— Ei, gente, — Violet chamou, numa voz baixa. — Eu tenho remédio para dormir. Vocês querem um pouco?

— Por favor. — Kurt e Blaine disseram em uníssono. A menina riu um pouco antes de colocar um comprimido na mão de cada.

— Boa sorte, gente. — Com isso, ela saía do quarto. Kurt e Blaine engoliram os comprimidos com o copo d’água do criado mudo de Kurt, caindo no sono apenas minutos depois.

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Kurt abriu os olhos e a primeira coisa que sua mente processou foram apitos e barulhos altos. E gritos, também. Ele sacudiu Blaine nem tão gentilmente, que se levantou rapidamente. Eles abriram a porta do quarto, apenas para ver que simplesmente, metade da casa não estava mais lá. Haviam homens no trabalho gritando, e espíritos visíveis apenas para outros de seus tipos.

— Rapazes, parem as máquinas! — Um homem com a voz forte ordenou. O barulho mecânico e as vozes cessaram. Os corpos de Kurt, Blaine e Violet eram visíveis. O castanho pegou a mão do namorado e olhou nos olhos dourados do moreno antes que os dois desaparecessem. A última coisa que eles sentiram foi a sensação das suas mãos interligadas.


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Notas finais do capítulo

hahHAHAHAHAHAHAHLLLLLL socorro
(┛◉Д◉)┛ até o próximo!!!!!!! *morre mas ressucita pq eu prECISO ESCREVER OUTRO CAPÍTULO*
ps: brasfield & gorrie llc são a única companhia de construção americana que eu conheço então não me julguem por favor



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